Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação
A Trilogia da Gentrificação reúne os elementos recolhidos durante seis anos de pesquisa académica e prática artística nas cidades de Joanesburgo, Milão e Rio de Janeiro. O projeto levantou uma discussão crítica sobre o papel de artistas, instituições culturais e seus operadores (trabalhadores do conhecimento) sobre a transformação urbana. O fenômeno da gentrificação está associado à difusão de economias em transformação, motores de capitalismo cognitivo, parte de um sistema econômico unificado de que nós mesmos, como trabalhadores do conhecimento, somos parte. Assim, não apenas focamos nas mudanças físico e sociais destes territórios, mas também no desmonte das vidas das pessoas originárias destes bairros e dos mesmos profissionais envolvidos nas novas economias ligadas ao conhecimento, ao saber, às artes e produção cultural. A passagem do trabalho material ao imaterial parece acompanhar um desmancho das vidas também, de forma diferente em cada classe social. O trabalhador informal se vê sem mais condições de trabalho, perseguido por uma lógica higienista da cidade que lhe tira o trabalho e a própria moradia, o professional se torna um freelance desapropriado do próprio tempo cujo pagamento muitas vezes é entendido como opcional.
Declaração do Artista, Gentrilogy, Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - foto LB
O projeto começou em 2012 na Room Gallery de Joanesburgo. Como resultado do meu mestrado em 2013, organizei uma exposição chamada “Braamopoly” a partir do nome do bairro estudado: Braamfontein. A exposição teve patrocínio da WITS School of Architecture and Planning, VANSA Visual Arts Network of South Africa, Studio Albonico Sack Metacity, GIFA Gauteng Institute for Architecture, Instituto Italiano de Cultura IIC Pretória. A exposição reunia uma série de fotos do bairro entre 1957/1964 encontradas nos arquivos fotográficos do Museum Africa (Johannesburg). As fotos acompanham as que tirei em 2013 reconhecendo alguns vislumbres do bairro.
Imagens fotográficas arquivo Museum Africa( 1957-1964), imagens fotográficas Laura Burocco, 2013, Braamopoly, 2013, Johannesburg - Foto LB
Os mapas fazem parte da metodologia de pesquisa inaugurada no meu mestrado e reproposta no meu doutorado. Elas foram usadas num meio termo entre mapas afetivas (qualitativo) e aplicação de questionário (quantitativo).
Mapas People’s Place Study, Braamopoly, 2013, Johannesburg - Foto LB
Perguntava: “Como pode se levantar um olhar decolonizado sobre um fenômeno, como aquele da gentrificação, que, além de ser urbano, é frequentemente associado as dinâmicas sócio espaciais da cidade pós-industrial e de politicas neoliberais ocidentais?” (Polos Criativos de Colonialidad, 2018). Foi a forma que achei: mapear. Deconstruir um instrumento totalmente colonial.
Detalhe do mapa People’s Place Study, Braamopoly, 2013, Johannesburg - Foto LB
O jogo do Braamopoly - que dá nome à exposição - é um jogo inspirado no monopoly baseado nas ruas e nos edifícios do bairro, Braamfontein. O tabuleiro reproduz os valores imobiliários do bairro e as cartas criam regras próprias aonde ganha quem conseguem expulsar mais pessoas. O jogo – que no Brasil se chama Banco Imobiliário - encontra um diálogo no Rio de Janeiro com o trabalho “Banco”(2018), da Mariana Paraizo que convidei para ocupar a Galeria 5 do Helio Oiticica comigo.
Banco, 2018 Rio de Janeiro, Mariana Paraizo - Foto LB / Braamopoly, 2013, Johannesburg, Laura Burocco |
Uma série de 35 posters foram impressos através da seleção de respostas das minhas entrevistas a moradores, trabalhadores e pessoas que frequentavam o bairro de Braamfontein. Pretendem lembrar o layout dos panfletos dos jornais colocados nas ruas a cada manhã, nas cidades sul-africanas. Originariamente foram espalhados no bairro, criando um diálogo entre o conteúdo da frase e o lugar. Uns deles permaneceram por mais que um ano, outros, depois de ter sido aceites de forma entusiástica por algumas lojas e comércio, ao ver o conteúdo da frase foram recusados pelos comerciantes.
Braamopoly Posters, Braamopoly, 2013, Johannesburg - Foto LB
O Mapa do City Improvement District (CID) encontra no Rio de Janeiro uma correspondência com o perímetro da área da consorciada da Parceria Público Privada PPP-Porto Novo do Porto Maravilha o megaprojeto de revitalização urbana da área portuária carioca. Durante as entrevistas do mestrado, várias vezes me deparei com o desconhecimento por parte das pessoas no bairro das razões porque, por exemplo, em um lado da calçada o lixo era recolhido, e na outra não. O trabalho foi pensado por ser realizado através de um estêncil ao longo do perímetro do CID aonde de um lado, interno ao CID estivesse a escrita PRIVATE e do lado externo tivessem uma serie de pontos de interrogação. Queria tornar explicita essa duvida dos moradores, mas foi desencorajado, de forma diplomática para a empresa que chega a declarar amor por intervenções de arte vistas como uma agradecida ‘publicidade gratuita’. Depois de uma consulta com o advogado decidimos expor o processo dentro da galeria incluindo a lê de regulamentação das ruas da cidade (que ainda se referia à época do apartheid) e à correspondência via e-mails.
City Improvement District CID Map | Stencil, Braamopoly, 2013, Johannesburg - Foto LB
Em 2013 expus a correspondência entre a galeria e a empresa. Assim como, em 2019 na Gentrilogy, apresento a correspondência entre o HO e mim.
Prestação de Conta, Correspondência, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Depois de anos durante os quais a cidade do Rio de Janeiro recebeu uma enorme injeção de capitais públicos e privados como consequência da dupla de mega eventos (Copa-2014 e Olimpíadas-2016) a cidade, regride num estado de colapso econômico. Depois das últimas eleições de 2018, ao se recriar uma situação igual e oposta àquela de 2014, com os três órgãos do poder municipal, estadual e federal alinhados numa frente extremamente conservadora e retrógrada, o já abalado orçamento público à cultura e educação da cidade está sendo quase extinto. Assim, o Centro Cultural Municipal Hélio Oiticica, onde a exposição Gentrilogy acontece, um espaço cultural público da cidade reversa em condições de precariedade absoluta. O projeto da Trilogia na sua proposta originária entendia ativar uma intensa colaboração com o programa educativo do centro cultural. O programa educativo do centro cultural foi uma das primeiras coisas a ser cortado do orçamento. Trata-se de um equipamento ‘cultural’ da prefeitura em pleno centro da cidade, portanto ótimo por receber atividades escolares, parado. O prédio a meses tem elevador quebrado não permitindo a cadeirantes, idosos, mulheres gravidas, criança de carrinho, ou pessoas com dificuldade motoria de ter acesso ao espaço, publico. Além disso não existe nenhum apoio em termos de infraestrutura e ferramentas pela montagem e produção da exposição. Questiona-se o que fazer? O que significa ocupar um espaço cultural da prefeitura completamente por conta própria? Não se legitima assim a continuação de uma certa forma de pensar arte e cultura quase como um enfeite? No final nós – os que estamos montando por conta própria as exposições – estamos oferecendo a programação cultural à secretaria de cultura da prefeitura do Rio de Janeiro que, por sua vez, não mostra interesse algum em defender a cultura como política e direito. Que conteúdo tem esta nossa ‘resistência cultural’?
Faz sentido? Se a resposta geral é ‘SIM!’, porque melhor assim que ver os espaços fechar um após outro, eu me sinto desconfortável. Me sinto desconfortável por ser a multiplicadora de um sistema de uma ‘prestação de trabalho voluntário’ que, ao não respeitar o meu trabalho, não respeita o trabalho dos outros. Me sinto cúmplice. Acredito que este sistema mundo precisa ser parado e que somos nós, os únicos que poderão para-o. Acredito na necessidade de apoiar alternativas, espaços alternativos, independentes mais do que continuar dependendo de visibilidades fátuas e apolíticas (e apocalípticas).
Com estes pensamentos e angústias na cabeça foi criado Prestação de Conta – parte do episódio da Trilogia dedicada ao Rio de Janeiro. O trabalho consiste em três elementos: um tapume de Agradecimento / Reconhecimento do ‘Trabalho Voluntário’ oferecido pelas pessoas que, além de me ajudar, tornaram a exposição possível.
Tapume, Prestação de Conta, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Além da falta de dinheiro, da quase normal assunção de que ‘não existem recursos’, a falta do reconhecimento do próprio trabalho pode também doer e revoltar. A Trilogia sempre foi um projeto colaborativo, nenhum dos episódios dela existiu apenas por mim, todas as ações realizadas foram criadas em conjunto com outras pessoas. O encerramento deste processo não se apresentou diferente.
O vídeo ‘Prestação de Conta’ é uma homenagem a Chris Burden e ao seu video Full Financial Disclosure (1976). Da mesma forma quer ser a minha prestação de conta pública como pesquisadora CAPES – órgão de fomento à pesquisa do governo federal, órgão que vê na atual situação do país um corte de quase 11 mil bolsas de pesquisa - pretende ser um convite a falar publicamente de dinheiro dentro do mundo das artes e do conhecimento onde o utilizo, quase se torna tabu numa assunção que os trabalhos são ou ‘uma troca de favores’ ou algo devido, por poder avançar no próprio curriculum ou portfólio de visibilidade.
Prestação de Conta, Homenagem a Chris Burden, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação,Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Públicas também, são as correspondências com as instituições que interessam, ou tentei interessar, essa exposição. Não apenas o centro cultural que a hospeda, mas também o Instituto Italiano de Cultura de Rio de Janeiro que expressamente diz ‘não temos como oferecer dinheiro mas podemos oferecer divulgação’ e o Art Council de Malta, o único a apoiar economicamente a vinda do trabalho e da artista Kristina Borg.
Prestação de Conta, Correspondência, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Acredito na importância de oferecer ao público a possibilidade de ver a realidade por deatrás da criação dessas experiências, tirá-las um pouco da áurea da beleza, só. O selo APIC! de Lucia Maria Cattani e Nick Rands foi um trabalho feito em 2001. Em 2012 ao repassar o arquivo do selo por um amigo (o mesmo que repassou por mim) Lucia Maria Cattani escrevia: “Fico feliz de sabe que terás exposição (mas infeliz de saber que ainda precisamos usar o selo APIC!)”. O texto foi escrito em 2001”. Estamos em 2019 e ainda temos a necessidade de usar este selo.
APIC! Artistas Patrocinando Instituições Culturais (2001), Lucia Maria Cattani e Nick Rand, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Fazem parte dos trabalhos do episódio Rio o o Circuito Futurístico e Especulativo do Desrespeito da Herança Africana, do Esquecimento Urbano e do Apodrecimento da Sociedade desenhado em outubro de 2016 junto com Pedro Victor Brandão, como um espelho ao Circuito da Herança Africana desenhado pela prefeitura como um equipamento turístico a ser vendido aos visitantes da cidade. O circuito foi uma caminhada ao longo de lugares propositadamente ou esquecido ou contado de forma errada pela prefeitura. Para corrigir este esquecimento em cada lugar tivemos aulas públicas temáticas com Roberto Gomes Santos, ex-morador da Ocupação Quilombo das Guerreiras e representante do Quilombo da Gamboa; Antonio Machado, do Afoxé Filhos de Gandhi e Claudio Honorato, do Instituto dos Pretos Novos (IPN). Cada lugar tinha seu próprio tema: Praça Mauá - Capitalismo do desastre museificado, revitalização e especulação; Ocupação Zumbi dos Palmares - Moradia e dignidade desapropriadas; Galpão Ação e Cidadania - Memória e identidade num museu não-realizado; Jardim do Valongo - As Ruínas romanas (1906-2016) e a fabricação de ideais urbanos; Galpão da Gamboa - O jogo de empurra dos achados e perdidos históricos e perimetrais.
Circuito Futurístico e Especulativo do Desrespeito da Herança Africana, do Esquecimento Urbano e do Apodrecimento da Sociedade (2016) , Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Durante a Trilogia as mesmas pessoas que realizaram o Circuito foram passar uma tarde na Galeria para lembrar o que foi aquela experiência juntos, e nos contarem como está a situação desses lugares, e dessas instituições depois três anos no dia a dia desesperador em que, a cultura e a memoria na cidade do Rio de Janeiro, se encontram hoje.
Igualmente em 2016 foi realizado no Rio um mapeamento cartográfico e fotográfico das obras ao longo do percurso do trilho do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) dividido em 4 encontros aos quais participaram cerca de dez pessoas. Amanda Costa e Ines Nin, que ainda vivem no Rio de Janeiro, por sua vez criaram trabalhos que dialogam com a cidade e foram convidadas por apresenta-os.
Mapeamento VLT (2016), e Apresentaçao no CMAHO, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Em 2015, conversando com Daniel Santos sobre as imagens que ele tinha gravado na época da derrubada da Perimetral começamos a pensar juntos sobre o conteúdo do seu filme. Como parte da programação da exposição ‘Gentrilogy : Trilogia da Gentrificação’ o filme foi apresentado junto com outros dois trabalhos: A poeira não quer sair do esqueleto, de Daniel Santiso e Max Willa Morais, e __BR_in___CHEQ_____ de Mari Bley.
ExPerimetral (2015) de Daniel Santos, apresentaçao no CMAHO , Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
O episodio Milano se desenvolveu no bairro Isola, um bairro central objeto de gentrificação nos anos noventa mais recentemente, em ocasião de outro megaevento, a Exposição Universal de 2015 teve um segundo momento de especulação imobiliária, mas mesmo assim demostra como diferentes são estes processos urbanos ao se referir a cidades do Norte ou cidades com um passado colonial do hemisfério sul. De novo faço uso de mapas, meio utilizados em todas as cidades, para contar o que foi a transformação do bairro Isola pelas pessoas que vivem nele. Pergunta-se o que tem em Isola que antes não tinha? O que tinha em Isola e não tem mais? O que não tinha em Isola e continua sem ter?
Milano, Isola, Mapeamento (2015) , Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Os mapas convidam as pessoas a brincar com elas e com as próprias memorias, com a capacidade das pessoas de se localizar dentro dela, com a capacidade de ligar um espaço imaginado com um espaço real. Interessante é ver a quase que constante definição de perímetros do bairro, perímetros que apesar de ser mencionados frequentemente, quase nunca são definidos de forma igual. Igualmente o tempo das memorias muda por cada um, mas até nos mais novos parece sempre fazer referencia a um momento passado, mas exatamente indefinível.
A artista Kristina Borg foi convidada a apresentar na Trilogia os seus trabalhos no bairro de Milano, When The Green Meet (2014) e Costruendola Insieme! (Building it Together!), (2015) onde traz as histórias dos moradores de uma casa esquecida no meio das obras da municipalidade de Milão. Parece que as prefeituras no mundo, têm memória curta.
Milão, Isola, When The Green Meet (2014) e Costruendola Insieme! (Building it Together!) (2015), Kristina Borg , Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Em Milão, mais do que mapas, utilizei vídeo entrevistas. Um vídeo de 27’ retrata as várias pessoas entrevistadas: jovens moradores do bairro; trabalhadores criativos; antigos moradores principalmente emigrados do sul da Itália que, nos anos pós-guerra (’50), se mudaram por Milão à procura de emprego; jovens filhos de migrantes asiáticos (principalmente chineses) nascidos na Itália nos anos ‘90. Cada pessoa com as próprias histórias, todas muito diferentes.
Milão, Isola, Vídeo entreviste (2015), Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Ao encerrar – ou abrir – a exposição, uma mesa que reúne as minhas publicações nestes seis anos. São artigos em revistas, capítulos em livros, projetos fotográficos que participei, junto a estas publicações uma série de projetos de outras pessoas, que considerei próximos e com os quais abri um diálogo.
Publicações do Projeto, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
O livreto da exposição é um objeto de arte em sim, nasce como livro de artista (apesar de não o ser). É o que vai permanecer desses 6 anos junto às minhas teses, ao se fechar a exposição e este longo projeto.
Livro Gentrilogy (2019), Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
O trabalho “Debates Controle Criativo” é o que mais gosto da exposição “Gentrilogy: Trilogia da Gentrificaçao”. O áudio é o resultado de uma seleção de recortes de conversas provocadas entre artistas, curadores, e pessoas que trabalham por e em Instituições culturais, nos três continentes e três cidades, e nas três línguas com as quais trabalho. Gravações ocorreram: Rio de Janeiro, Residência São João, 2018 e Casa França Brasil, Indisciplinas 2016; Johannesburg, Room Gallery, Creative Control Round Table, 2016; Lisboa, Conferencia Arte e Política Reloaded, 2016; Rio de Janeiro, Capacete Talks, The Creative Control: Rio & Joburg, 2015; Milano, Piano Terra, La Trilogia della Gentrificazione, 2015; Johannesburg, Room Gallery, The Carpet Series, 2013. Ao longo do tempo eu me esbarrava com a continuidade de um discurso produzido em diferentes gramáticas e vocabulários. Como se for possível que as pessoas todas se entendessem, e pudessem sentar numa mesa juntas e responder uma a outra, na própria língua nativa, sem a mediação de ninguém, sem a distância de diferente continentes. Inspira-se no Um Filme Falado de Manoel de Oliveira.
Debate Controle Criativo (2019), Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
O barulho provocado pelas três fontes de som dentro da sala - por além da caixa do som do Debate Controle Criativo (em italiano, inglês e português e brevemente espanhol) escuta-se também a minha voz, no vídeo Prestação de Conta - homenagem a Chris Burden (em português); e as vozes dos entrevistados no vídeo Isola, Milano (em italiano) - quer reproduzir a esgotante poluição sonora que acompanha o nosso dia a dia na cidade.
Acompanha o áudio a tradução do texto em português.
É um convite para sentar, parar, escutar e pensar.
“Em relação a isso é muito importante pensar não em qual espaço nos fazemos coisas, mas quais são as intenções atrás do que nos estamos fazendo naquele espaço, e quais são as intenções atrás dos que nos contratam, o que nos pedem por fazer coisas nesses espaços, esse é a questão central porque sempre existe uma possível extração de valor em qualquer tipo de atividade que estamos fazendo, até nessa conversa que estamos tendo podemos fazer uma extração capitalista de valor, mas a questão é : quem tira esse valor? E essa é uma questão central que nos temos que nós por: para quem aceitamos, para quem estamos disponíveis seja tirado o nosso valor? E para quem não temos que aceitar e tentar de tornar o impossível”. Lisboa, Arte e Política Reloaded, 2016.
Imagem panorâmica da Galeria 5, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação, Rio de Janeiro, 2019 - Foto: LB
Exposição individual de arte contemporânea “Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação”, Laura Burocco Curadoria da artista e ensaio crítico de Daniele Machado
03/08/2019 a 28/09/2019
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica I Rua Luís de Camões, Praça Tiradentes, 68, Rio de Janeiro
No sábado, dia 21 de setembro, a exposição encerra as suas atividades públicas com uma roda de conversa sobre ‘Cultura | Capitalismo Cognitivo | Produção e Precariedade’ na Galeria 5 às 15hs.