Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola

Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola  A partir de 1966, a luta pela independência de Angola teve como um dos principais cenários a região que se estende pela Lunda-Sul, Moxico, Kuando-Kubango e parte do Bié. O MPLA abriu a Frente Leste em 1966, desdobrando-se progressivamente em regiões e zonas várias. A UNITA começou a sua acção no mesmo ano, estabelecendo-se principalmente no Moxico entre os rios Luanguinga e Lungué-Bungo. A FNLA também actuou, em menor escala, no Alto Chicapa.

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30.09.2013 | por Associação Tchiweka de Documentação

O Mato de Guilhermina de Azeredo: ambivalência colonial no feminino

O Mato de Guilhermina de Azeredo: ambivalência colonial no feminino Pretendemos examinar o papel da mulher portuguesa na construção do Império Colonial Português através da análise da sua última obra, o romance O Mato (1972). Tendo em conta a centralidade e importância de uma das personagens femininas de O Mato - personagem esta que revela ambivalência em relação ao espaço colonial em que se move – é interessante abordar tópicos como o papel da mulher no espaço colonial e a relação entre mulheres brancas e africanos, bem como a alteração do papel tradicional da mulher no contexto colonial. Mais especificamente, o contexto colonial que nos interessa, o mato, pode ser considerado o espaço marginal do Império. Em última instância, queremos ampliar as perspectivas de se olhar o colonialismo português como um colonialismo predominantemente masculino e perceber a forma como a mulher foi instrumento fundamental na construção do projecto colonial.

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30.09.2013 | por Sandra Sousa

Mais um dia de vida - Angola 1975

Mais um dia de vida - Angola 1975 Cheirava mal em toda a parte, um fedor ácido, e uma humidade pegajosa e abafada espalhava‐se pelo edifício. As pessoas transpiravam de calor e de medo. Havia um ambiente apocalíptico, uma expectativa de destruição. Alguém chegou com o boato de que se preparavam para bombardear a cidade durante a noite. Uma outra pessoa ouvira dizer que, nos bairros dos negros, se afiavam facas para cortar a garganta aos portugueses. A insurreição explodiria a qualquer momento. «Que insurreição?», perguntei, para poder informar Varsóvia. Ninguém sabia exactamente. Apenas uma insurreição, e descobriremos de que natureza é quando nos atingir.

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27.09.2013 | por Richard Kapuschinski

Entrevista com Ella Shohat e Robert Stam

Entrevista com Ella Shohat e Robert Stam Argumentamos no livro que os dois termos são impróprios, que a América "Latina" também é indígena, africana e asiática, da mesma maneira que a América supostamente "anglo-saxã" é também indígena, africana e asiática. O projeto de nosso livro é ir além dos estados-nação etnicamente definidos, para uma visão relacional, transnacional das nações como palimpsésticas e múltiplas.

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25.09.2013 | por Emanuelle Santos e Patricia Schor

As andanças do Andanças

As andanças do Andanças Andanças poéticas Agora sento-me, a música chega-me dos 4 pontos cardeais, o corpo sossega do baile e contempla. Acabo dormindo com os pés no regato, sono de floresta que era mato.

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10.09.2013 | por Maria Prata

Kuito coração do país

Kuito coração do país Olhando o mapa de Angola é evidente que a província do Bié, para lá de ter a forma de coração, é o centro do país. Mas o centro geodésico de Angola situa-se num ponto específico, nas imediações do aeródromo de Kamacupa. Um Cristo Rei com os braços amputados assinala o local. Dizem que assim ficou, porque Savimbi mandou levarem-lhe os braços do Cristo como prova que a cidade tinha sido realmente tomada pelas suas tropas. Os historiadores que se ocupem de verificar esta e outras histórias recentes do país. Facto é que o Cristo de Kamacupa está lá, de braços abertos, mas sem parte deles.

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07.09.2013 | por Nuno Milagre

O Brasil e o seu mito

O Brasil e o seu mito O Estado, seja no Brasil como no Peru ou em Portugal ou na Alemanha, está impregnado do Capital. Os governos são associações de empresários ou advogados dos grandes negócios com as empresas privadas. Daí a tese de Slavoj Zizek (entrevista ao L’Humanité.fr, 5.8.2013) que faz aqui todo o sentido: o poder do Estado deve ser tomado porque “eu não quero ser apenas alguém que é mobilizado todos os dias para uma manifestação”.

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03.09.2013 | por António Pinto Ribeiro

Nós e a seta com veneno: o risco etnicista na Guiné-Bissau

Nós e a seta com veneno: o risco etnicista na Guiné-Bissau A beleza tropical que passeia abundante e farta nas paisagens da nossa Guiné só encontra paralelo no tecido colorido que carateriza a nossa multiplicidade cultural e étnica. É como se a beleza da Natureza procurasse uma expressão análoga na criação humana dos sentidos do mundo. Esta tem sido a combinação que, desde menino, alimenta o meu imaginário. Um arco-íris de cores intensas e variadas que embelezam, ao mesmo tempo, as matas e as pessoas. O mais interessante desse imaginário é que, no maior tempo do meu tempo, pude vislumbrar sua tradução literal no quotidiano das memórias e das vivências.

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02.09.2013 | por Dautarin da Costa

Epistemologias do Sul

Epistemologias do Sul A relação global etno-racial do projecto imperial do Norte Global vis à vis o Sul Global – metáfora da exploração e exclusão social – é parte da relação global capitalista. Esta hierarquização de saberes, juntamente com a hierarquia de sistemas económicos e políticos, assim como com a predominância de culturas de raiz eurocêntrica, tem sido apelidada por vários investigadores de ‘colonialidade do poder’. Uma das expressões mais claras da colonialidade das relações de poder acontece com a persistência da colonização epistémica, da reprodução de estereótipos e formas de discriminação. A entrada no século XXI, porém, exige uma etnografia mais complexa, que torne visíveis alternativas epistémicas emergentes. Um dos elementos mais críticos desta etnografia é a estrutura disciplinar do conhecimento moderno.

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02.09.2013 | por Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses

Conversa com Mia Couto

Conversa com Mia Couto Tal e qual como a escravatura ou a colonização, a corrupção é a continuação de uma relação que tem sempre dois lados. Não há os corruptos de um lado e os honestos do outro. A escravatura foi feita com cumplicidades internas. Havia elites africanas que enriqueceram muito. Esta leitura da história que hoje há é muito simplista. Como há um certo sentimento de culpa dos europeus, ela passa bem. Mas deve ser interrogada, porque criou da parte dos africanos o discurso vitimista, de ser preciso fazer valer na Europa aquilo que perdemos durante séculos. (entrevista de 1998)

Cara a cara

02.09.2013 | por Anabela Mota Ribeiro

O futuro já começou?

O futuro já começou? Que sentido faz ainda hoje adiantar, em relação a Angola, expressões como "transições liberais" e "novo dado para os grupos sociais", quando elas são referidas a uma situação em que as políticas nunca deixaram de ser as da guerra e as da disputa do poder pela força ? (texto de 1994)

Ruy Duarte de Carvalho

01.09.2013 | por Ruy Duarte de Carvalho

Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola

Nos Trilhos da Independência: 90 dias pelo Leste de Angola 90 dias de viagem, por terra, no leste de Angola com passagem pela Zâmbia. O objectivo mantém-se desde o início do projecto, em 2010: recolher depoimentos e registar imagens de locais históricos relacionados com a luta de libertação nacional, numa perspectiva o mais abrangente possível. Isso significa entrevistar combatentes e não combatentes, personagens bem conhecidos e outros anónimos, militantes de organizações políticas ou crentes de diversas igrejas que também sofreram a repressão colonial.

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01.09.2013 | por Associação Tchiweka de Documentação

Generative Indirections | Programa

Generative Indirections | Programa Investigando a relação entre “formas de vida”, arte, sociedade e política, Indirecções Generativas visa explorar as potencialidades que o campo dos Estudos de Performance oferece na abertura de um espaço crítico situado entre as Ciências Sociais, as Humanidades e a Arte, dando voz a epistemologias contra hegemónicas e unindo teoria e prática.

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01.09.2013 | por Baldio

Eu também tenho um sonho

Eu também tenho um sonho Cinquenta anos depois o império americano cobre o continente africano com as bases militares e bases de drones através do Projecto Africon e lança bombas sobre vilas na Somália. Cinquenta anos depois a América continua com o seu projecto colonizador escondendo os seus tentáculos por detrás das vestes do Banco Mundial, da Organização Mundial do Comércio e do Fundo Monetário Internacional. Cinquenta anos depois os nativos americanos são tratados com não-cidadãos, quando a américa assassinou os seus ancestrais e roubou-lhes as suas terras.

Mukanda

01.09.2013 | por Plataforma Gueto