"Fanun Ruin", de Zia Soares

Sáb, 10 set 2022 / 19:30 – 20:30
Bilhetes

Concebido no âmbito da programação paralela da exposição Europa Oxalá, este espetáculo prolonga reflexões sobre o passado colonial e os seus efeitos no presente, suscitando questões em torno da memória, da identidade e do luto.

Cortesia António Castelo.Cortesia António Castelo.

FANUN RUIN começa no encontro com os crânios timorenses em Coimbra. Começa no revoltoso timorense desterrado para Angola e na angolana que se desterra. Começa nas perguntas.

Como eram os rostos dos decepados? Onde estão os restos dos corpos dos crânios?

Quando retornam os ossos usurpados? Quem os espera?

Quem ainda se lembra? Quem quer esquecer?

Como encarnar os ossos?

A atriz fala. Põe na voz a vida.

0: Ritos de Lorosae.
1882: Desterramento.
35: Crânios.
1959: Revoltosos.
1959: Desterramento.
1974: Autodesterramento.
2021: Ossos usurpados.
2022: FANUN RUIN

Cortesia Neusa TrovoadaCortesia Neusa Trovoada

Ficha Técnica

Autoria, Direção e Interpretação Zia Soares

Direção de arte Neusa Trovoada

Cocriação de vídeos António Castelo

Música Xullaji

Cocriação de movimento Lucília Raimundo

Iluminação Mafalda Oliveira

Elenco de vídeo Agostinho de Araújo, Aoaní Salvaterra, Domingos Soares, Fátima Guterres, Lídia Araújo, Lucília Raimundo, Manuel de Araújo, Priscila Soares

Assistência à cenografia Carlos Trovoada, Nig d’Alva

Técnico de som Luís Moreira

Fotografia António Castelo

Assistência geral Aoaní d’Alva

Cabelos Zu Pires

Maquilhagem Ana Roma

Produção Fundação Calouste Gulbenkian, SO WING

Apoios Centro Cultural da Malaposta, Polo Cultural Gaivotas Boavista

Zia Soares é uma artista apoiada pela apap – Feminist Futures, um projeto cofinanciado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia

Agradecimentos Domingos Soares e Priscila Soares, Agostinho de Araújo, Ana Alves, António Soares Nunes, Bruno Sena Martins, José Amaral, Luís Costa, Manuel de Araújo

 

31.08.2022 | par Alícia Gaspar | cultura, europa Oxalá, fanun ruin, Fundação Calouste Gulbenkian, Identidade, luto, memória, Zia Soares

Europa Oxalá - Discursos da pós-colonialidade

A presença do passado na pós-memória europeia.

Com António Sousa Ribeiro

09 mar 2022 | 18:30 – 19:45
Edifício Sede | Auditório 2 | Gulbenkian, Lisboa

A conferência entende-se como introdução ao enquadramento conceptual da exposição Europa Oxalá. Em conformidade, irá abordar, numa perspetiva transnacional, aspetos do conceito de pós-memória, desenvolvendo as suas várias implicações e oferecendo exemplos práticos de aplicação.

Saber +.

Imagem: Figures 1856, Leading Races of Man, 2016. © Malala Andrialavidrazana, cortesia coleção Gervanne e Mathias Leridon

08.03.2022 | par Alícia Gaspar | conferência, europa Oxalá, Gulbenkian, pós-colonialidade

Nova exposição - Europa Oxalá

Até 22 agosto, Galeria Principal – Edifício Sede

Seis dezenas de obras de pintura, desenho, escultura, filme, fotografia e instalação de 21 artistas afro-europeus (filhos ou netos de quem nasceu ou viveu em Angola, Madagáscar, Congo, Benim, Guiné e Argélia) vêm alimentar a reflexão sobre o racismo, a descolonização das artes, o estatuto da mulher na sociedade contemporânea ou ainda a desconstrução do pensamento colonial. Não perca a visita-conversa com o curador António Pinto Ribeiro e os artistas e curadores Katia Kameli e Aimé Mpane, marcada para sexta-feira, dia 4, às 17:00.

04.03.2022 | par Alícia Gaspar | cultura, europa Oxalá, exposição, Gulbenkian, visita conversa

Europa Oxalá

GULBENKIAN
4 de Março a 22 de Agosto de 2022

Amanhã dia 3, pelas 18 h, inauguramos a exposição Europa Oxalá, na Fundação Gulbenkian. No final do projeto Memoirs começamos a ter o real impacto e a levar o tema para outros lados através da curadoria de António Pinto Ribeiro, Katia Kameli e Aimé Mapne e o empenho de 4 instituições: o MUCEM, em França, onde a exposição já esteve, a Fundação Gulbenkian em Lisboa onde vai inaugurar, o Africa Museum em Tervuren na Bélgica a partir de 6 de Outubro e o Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra onde esteve o projeto Memoirs Filhos de Império e Pós-memórias Europeias (European Research Council).

De Março a Agosto a FCG preparou um programa que acompanha a exposição com conferências, cinema, teatro, música. Em breve a programação será divulgada pela Gulbenkian.
Amanhã pelas 18 h na Fundação Gulbenkian é um momento grande. Contamos convosco.

EUROPA OXALÁ é uma exposição sobre a Europa jovem que está a acontecer agora e que se quer construir como lugar de um futuro inclusivo, diverso, democrático e livre. Filhos de impérios europeus, os artistas e intelectuais que fazem EUROPA OXALÁ trazem para a cena cultural e artística a herança colonial que os modela e que foi o ponto de partida para o trabalho de investigação e de produção que agora se expõe.

+INFO

03.03.2022 | par Alícia Gaspar | Europa, europa Oxalá, exposição, Gulbenkian, Projeto Memoirs

EUROPA, Oxalá

MUCEM (Marselha): Outubro de 2021 a Janeiro de 2022 | Fundação Gulbenkian (Lisboa: Abril - Julho de 2022) Royal Museum of Central Africa (Tervuren): Setembro - Dezembro de 2022

Figures 1883, Reference Map for Business Men (2019), Técnica Mista © Malala AndrialavidrazanaFigures 1883, Reference Map for Business Men (2019), Técnica Mista © Malala Andrialavidrazana

Na Europa, a partir da década de 1960, os fluxos de populações que tiveram uma experiência colonial - retornados, “pieds-noirs”, repatriados, africanos, norte-africanos, asiáticos, caribenhos - carregavam dentro de si uma teia de mistério, novidade, exotismo, fuga, migração e memórias dispersas. A sua presença atestou a transição da Europa como continente colonizador para uma Europa pós-colonial. Hoje, os filhos e netos de gerações que experimentaram processos de descolonização, bem como muitos cidadãos não ocidentais que vivem no Ocidente, questionam-se sobre uma nova perspectiva de enunciação. Uma dessas questões diz respeito ao lugar híbrido em que vivem, o do europeu não branco, o europeu oriental, o europeu latino-americano.

 Patrice Lumumba (2020), Dessin © Marcio de Carvalho Patrice Lumumba (2020), Dessin © Marcio de CarvalhoA exposição EUROPA, Oxalá questiona questões pós-coloniais na Europa, particularmente nas três antigas potências coloniais que eram Bélgica, França e Portugal. As questões memoriais dos descendentes das gerações que experimentaram os diferentes processos de descolonização estarão no centro de um trabalho em torno do poder criativo da diversidade cultural europeia.

EUROPA, Oxalá é o resultado de uma colaboração entre quatro instituições renomadas, o Museu Real da África Central em Tervuren (Bélgica), o Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo em Marselha (França), o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (Portugal) através do seu projeto europeu MEMOIRS - Children of European Empires and Postmemories, e a Fundação Calouste Gulbenkian - Delegation in France.

Curadores: Katia Kameli, Aimé Mpembe Enkobo, António Pinto Ribeiro

Artistas: Malala ANDRIALAVIDRAZANA; Kader ATTIA; Faisal BAGHRICHE; Sammy BALOJI; Nú BARRETO; Sabrina BELOUAAR; Mohamed BOUROUISSA; CARLOS BUNGA; John K. COBRA; Marcio DE CARVALHO; MÔNIA DE MIRANDA; Délio JASSE; Kátia KAMELI; Djamel KOKENE; Aimé MPANE; Sandra MUJINGA; Aimé NTAKIYICA; Josèfa NTJAM; Pedro A. H. PAIXÃO; Sara SADIK; Francisco VIDAL; Pauliana VALENTE PIMENTEL

04.02.2021 | par Alícia Gaspar | Bélgica, colonialismo, Europa, europa Oxalá, Europa pós-colonial, França, Gulbenkian, memoirs, MUCEM, Portugal, Royal Museum of central africa