Mamadou Baila Ba é laureado com o título de Notório Saber da UFPA

O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Pará (Consepe/UFPA) aprovou a concessão do título de Notório Saber ao ativista político luso-senagalês Mamadou Baila Ba. A proposta foi apresentada pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), por meio da professora Rosa Elizabeth Acevedo Marin, considerando a importância acadêmica e política do candidato. Para o processo de elaboração do dossiê, foram inseridas cartas de recomendação de autoridades acadêmicas estrangeiras de instituições com as quais Mamadou Ba colabora e desenvolve projetos em favor dos direitos humanos, combatendo o racismo.

“A forma transversal e interseccional como Mamadou Ba tem pensado e atuado nas questões das desigualdades estruturais e das injustiças é uma contribuição importante para os desafios epistemológicos e ideológicos da academia, como instância de produção e reprodução de ordem social”, afirma a professora Rosa Elizabeth Acevedo-Marin.

Nascido no Senegal, Mamadou Ba vive em Portugal desde 1997. Possui licenciatura em “Língua e Cultura Portuguesa” (1997), pela Universidade Cheikh Anta Diop (Dakar), e é titular de um certificado de Pós-Graduação em Tradução, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1998). Atualmente, ele está vinculado aos programas de pós-graduação de duas universidades no Canadá, a Simon Fraser University (SFU) e o Institute for Gender, Race, Sexuality and Social Justice da University of British Columbia (UBC).

Em Portugal, Mamadou Ba dedica-se ao ativismo antirracista. Além de dirigente da Organização  SOS Racismo, ele é fundador de várias organizações de defesa dos direitos humanos dos migrantes e das pessoas racializadas de âmbito nacional e europeu, e já integrou conselhos científicos de vários projetos de investigação académica como consultor. Participa, ainda, como docente em Escolas de Verão do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, relacionadas com a temática do (anti)racismo, bem como também colabora com outras universidades portuguesas, tais como a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade do Porto, nesses debates. 

“A questão racial, que é o foco da intervenção de Mamadou Ba, é crucial e indissociável das outras questões fundamentais para a sustentabilidade ambiental, a viabilidade do mundo e, consequentemente, da respiração democrática saudável das nossas sociedades, numa altura de ressurgimento e fortalecimento do fascismo e todo o seu cortejo de ameaças à paz e ao bem-estar de segmentos sociais mais vulneráveis, pessoas racializadas, negras, indígenas e migrantes”, comenta Acevedo Marin. 

Atuação reconhecida – Em 2021, Mamadou Ba foi distinguido com o Prémio internacional “Front Line Defenders”, atribuído a ativistas de direitos humanos em risco, pela sua dedicação à luta antirracista. No ano passado, ele lançou o seu primeiro livro de ensaios no Brasil, cujo título é Antirracismo:  Nossa luta é por respeito amor e dignidade (Nandyala, 2024).

Ele também recebeu, em fevereiro de 2023, uma Moção de Solidariedade, da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, entregue pela vereadora Mônica Benício, com celebração na casa da Mãe Wanda de Omolu.

Título honorífico – De acordo com a Resolução n. 4.936/2017 (Consepe/UFPA), o título de Notório Saber pode ser concedido, excepcionalmente, a docentes ou pesquisadoras(es) que tenham experiência e desempenho destacados em sua trajetória profissional, a exemplo de atividades que validem a alta qualificação da(o) candidata(o) em sua área de conhecimento. A concessão do título de Doutor Notório Saber foi aprovada por unanimidade, primeiramente,  em reunião da Congregação do NAEA presidida pela professora Ligia Simonian, para posterior encaminhamento ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPA, no qual também teve aprovação unânime.

“Ao conceder este título, reconhecemos o legado de alguém ímpar no que diz respeito à luta antirracista e a promoção da diversidade. Com essa homenagem, a UFPA ratifica seu alinhamento aos princípios de defesa dos direitos humanos”, ressalta o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva.

Relatora responsável pelo processo de concessão do título de Doutor Notório Saber a Mamadou Ba no Consepe, a professora Jane Felipe Beltrão considera o ato importante não apenas pela possibilidade de tê-lo como “colaborador no NAEA”, mas também, sobretudo, porque a Universidade amplia a sua compreensão dos temas sociais.

Mamadou Ba esteve na UFPA em 2023 para a I Jornada de Antirracismo e Justiça Climática e participou de uma série de eventos, incluindo a Conferência “Introdução às tradições e linhagens teóricas do antirracismo”, e deve retornar em agosto deste ano para a cerimônia de concessão do título.

TEXTO: Assessoria de Comunicação Institu#mce_temp_url#cional da UFPA

FOTOS: Arquivo pessoal

17.03.2025 | by martalanca | Mamadou Ba

Lançamento do Livro Conversas Desalinhadas

Conversas Desalinhadas é uma publicação que reflete sobre os 5 anos de atividade do Grupo de Estudo Leituras Feministas. Composta por: ensaios escritos e visuais departicipantes do grupo de estudo em conversa com textos, atividades e pessoas que deram vida às sessões do grupo; um diagrama da primeira Caminhada das Corpas; um caderno de documentação fotográfica do grupo; e entrevistas às responsáveis pelos espaços alternativos que acolheram as várias atividades.

Com contribuições de Simone Amorim, Joana Baptista Costa, Gabriela Carvalho, Carla Cruz, Hilda de Paulo, Danielle Fernandes, Renata Gaspar, Mariana Leão, Leticia Maia, Alicia Medeiros, Holga Mendez, Amanda Midori, Isabeli Santiago, e Orlando Vieira.

Lançamento: 17h na Livraria do i2ADS / FBAUP

Avenida Rodrigues de Freitas 265, Porto

Jantar comemorativo (reserva obrigatória aqui https://forms.gle/tvtZJmrjScwnciWJ9)

Mamuila Filó

Praça da Alegria, 91, Porto

15.03.2025 | by martalanca | Leituras Feministas, porto

K-F PODCAST #10 - de Redy Lima

O K-F Podcast convida José Luiz Tavares, poeta, escritor e filósofo, para uma conversa a volta do seu último livro intitulado “Uma Selvajaria Civilizacional”, em que sai em defesa da língua cabo-verdiana, contra aquilo que designa de supremacismo linguístico ideológico e naturalizado vigente ainda em Cabo Verde.

05.03.2025 | by martalanca | josé luiz tavares, Redy Lima

Programa Lisboa, Cultura e Media

27.02.2025 | by martalanca | cultura, lisboa, media

Afrika Aki

Monte Cara, apresenta 3ª Edição de Afrika Aki

Está de volta o evento Afrika Aki que resgata a memória e a influência do icónico e prestigiado Clube Monte Cara que, em 1976 se instalou na Rua do Sol ao Rato e se tornou um dos principais epicentros da cultura africana com a influência de Cabo Verde, em Lisboa. Idealizado e gerido por Bana ou Adriano Gonçalves que tornou este espaço num verdadeiro trend setter da modernidade musical de Cabo Verde que se reflete até aos dias de hoje e lançou no seu palco Cesária Évora, Paulino Vieira, Armando Tito, Celina Pereira e será recriado dia 11 de abril de 2025, às 22h30, no B.Leza.

O evento contará com participações especiais de Micas Cabral, uma das vozes mais icónicas daGuiné-Bissau e vocalista da banda Tabanka Djazz, Mário Marta, a grande revelação da música de Cabo Verde contemporânea, premiado pelo seu primeiro disco que conta com a colaboração de Lura no funaná “Aguenta”, e Chalo Correia, cantautor angolano influenciado por clássicos como Ngola Ritmos, David Zé, Urbano de Castro e Kiezos.

Contar a História do Monte Cara, neste espetáculo é celebrar os 50 anos das Independências e honrar a Banda Monte Cara que reúne veteranos do Clube de Bana com músicos da nova geração. Lisboa é frequentemente palco de encontros musicais únicos, onde um angolano toca uma morna,um cabo-verdiano toca um gumbé e um guineense toca um semba. Essa fusão de ritmos eculturas dá origem ao AFRIKA AKI, um projeto que destaca a harmonização de influências africanasem Lisboa. A noite promete ser uma viagem musical única, marcada por trazer de volta a raiz de onde tudocomeçou e as noites que viravam madrugadas ao som dos ritmos inesquecíveis do Monte Cara.

27.02.2025 | by martalanca | Bana, Lisboa africana, Monte Cara

31 Mulheres. Uma Exposição de Peggy Guggenheim, curadoria de Patricia Mayayo

Em 1943, a colecionadora Peggy Guggenheim organizou, na sua galeria Art of This Century, em Nova Iorque, uma das primeiras exposições dedicadas exclusivamente ao trabalho de mulheres artistas nos Estados Unidos. Com o título Exhibition by 31 Women, Guggenheim pretendia dar destaque às obras das mulheres artistas, não raras vezes negligenciadas pela mentalidade patriarcal da época e reduzidas a meras musas, imitadoras ou companheiras de célebres artistas homens.

Provenientes da Europa e dos Estados Unidos, as artistas selecionadas para 31 Mulheres, que contou com figuras consagradas mas também apresentou novos talentos, estavam sobretudo ligadas ao surrealismo e à arte abstrata. Conscientes dos desafios que enfrentavam pelo simples facto de serem mulheres, estas artistas recorreram às linguagens artísticas dominantes da sua época para contrariar a norma, reinterpretando as tendências do surrealismo e do expressionismo abstrato a fim de denunciar os preceitos patriarcais em que estes movimentos se fundavam.

Artistas: Djuna Barnes, Xenia Cage, Leonora Carrington, Leonor Fini, Suzy Frelinghuysen, Elsa von Freytag-Loringhoven, Meraud Guinness Guevara, Anne Harvey, Valentine Hugo, Buffie Johnson, Frida Kahlo, Jacqueline Lamba, Eyre de Lanux, Gypsy Rose Lee, Hazel McKinley, Aline Meyer Liebman, Louise Nevelson, Meret Oppenheim, Milena Pavlovic-Barilli, Barbara Poe-Levee Reis, Irene Rice Pereira, Kay Sage, Gretchen Schoeninger, Sonja Sekula, Esphyr Slobodkina, Hedda Sterne, Sophie Taeuber-Arp, Dorothea Tanning, Julia Thecla, Pegeen Vail Guggenheim e Maria Helena Vieira da Silva.

Exposição organizada pela Fundación MAPFRE em colaboração com o MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA MAC/CCB, com um empréstimo excecional de The 31 Women Collection


26 de fevereiro, 17:30, Auditório MAC/CCB
◾ Conversa de apresentação da exposição temporária 31 Mulheres. Uma Exposição de Peggy Guggenheim e da exposição permanente Uma deriva atlântica. As artes do século XX.
Com Jenna Segal (colecionadora), Nuria Enguita (diretora artística MAC/CCB), Marta Mestre (curadora MAC/CCB) e Mariana Pinto dos Santos (assessora científica).

Conversa proferida em inglês e português

Entrada livre, sujeita aos lugares disponíveis

◾ Visita à exposição 31 Mulheres. Uma exposição de Peggy Guggenheim
1 de março às 15:00, 29 de março, 3 de maio e 28 de junho, às 16:00
Participação gratuita mediante inscrição prévia pelo e-mail servico.educativo.museu@ccb.pt e aquisição de bilhete de entrada no museu

mais infos 

24.02.2025 | by martalanca | artistas, mulheres, Peggy Guggenheim

Álbuns de Família

UM TESTEMUNHO PODEROSO DE AUTO‑REPRESENTAÇÃO DA DIÁSPORA AFRICANA EM PORTUGAL

As pessoas são o mais importante. Sem elas não haveria «álbuns de família». As fotografias apresentadas em Álbuns de Família — este livro e a exposição homónima que lhe deu origem — não existem sozinhas, mas são indissociáveis das mulheres e homens, com nome e apelido, a quem se pediu muito mais do que o empréstimo de um objecto. Partilhando a sua intimidade, os seus pensamentos e as suas histórias de vida, as pessoas que protagonizam estas páginas deixam‑nos um testemunho poderoso de auto‑representação da diáspora africana em Portugal, no ano em que se celebram os 50 anos das independências dos países africanos de língua portuguesa.

24.02.2025 | by martalanca | afro-diásporam, Álbuns de Família, catálogo

Como se constrói um país - diálogos interdisciplinares

Nos dias 22 e 23 de maio, o Buala organiza, com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e a propósito dos 50 anos da Independência de Angola, o seminário “Como se constrói um país”. Intervenientes confirmados: Alberto Oliveira Pinto, Ana Paula Tavares, Ângela Mingas, César Chiyaya, Diana Andringa, Dina Sousa Santos, Diogo Ramada Curto, Elias Celestino, Elizabeth Vera Cruz (também na organização), Israel Campos, Jean Michele Mabeko Tali, Jonuel Gonçalves, Luzia Moniz, Maria João Teles Grilo, Sedrick de Carvalho, Sizaltina Cutaia, Suzana Sousa, Zezé Nguelleka e Falas Afrikanas.

A independência foi uma festa onde a celebração conviveu com o medo do então presente a ferro e fogo, e do futuro sempre incerto, tanto para os jovens de há 50 anos como para os de hoje. Sabendo que talvez nunca se reconstituam as peças desses tempos, revisitar o passado - dos inícios da ocupação colonial aos últimos 50 anos - é imperativo para pensar uma Angola independente e consciente do caminho percorrido entre a utopia e as vivências demasiado reais.

Olhar criticamente para a história é a melhor forma de aprendê-la e de transmiti-la. O seminário decorre a 22 e 23 de maio na Biblioteca Nacional (distribuído nas seguintes mesas - nomes provisórios: Dos primórdios ao colonialismo tardio; Luta de Libertação; Independência 1974-1992; Aprender a democracia: 1992 para a frente; Como a nossa história é contada?; Patrimónios difíceis e reparações; Angola Urgente) e conta com programação cultural, de cinema e debate, nos dias 24 e 25 de maio, na Casa do Comum do Bairro Alto.

17.02.2025 | by martalanca | buala, Como se constrói um país, independência

Matéria Incomum: conferência-performance na Culturgest a 28 de fevereiro

 

 

Com conceção e direção artística de Lucinda Correia e Marta Rema, projeto procura refletir sobre as atuais economias de mercado, as práticas de extração ambiental e as narrativas institucionalizadas

É apresentada no dia 28 de fevereiro de 2025, na Culturgest, em Lisboa, a conferência-performance Matéria Incomum. Com conceção e direção artística de Lucinda Correia e Marta Rema, este projeto tem como ponto de partida a crise socioambiental e política atual em que nos encontramos e visa refletir sobre economias de mercado, práticas de extração ambiental e narrativas institucionalizadas, procurando assim imaginar práticas responsáveis, com discursos ajustados para possibilitar a ocorrência de novos sentidos da coexistência, coabitação e convivência.

Os últimos anos mostraram-nos a que velocidade o mundo e a realidade podem mudar drasticamente. Mesmo que o meio ambiente tenha sido sempre dinâmico, que o início das alterações climáticas tenha tido origem antes da Revolução Industrial, que as doenças zoonóticas sempre tenham afetado a humanidade, ou que a pobreza urbana, os regimes totalitários e até a desinformação sejam repetições da história. O que estamos a testemunhar neste momento é a intensificação destes processos, a ponto de se terem tornado emergências interconectadas e sem precedentes. (…). O projeto Matéria Incomum quer dar um passo atrás, afirmam Lucinda Correia e Marta Rema, que assinam a conceção e direção artística do projeto.

foto de Rui Aguiarfoto de Rui Aguiar

Matéria Incomum é um projeto da efabula que conta com a direção de movimento do coreógrafo e artista conceptual brasileiro Gustavo Ciríaco e com a presença do investigador, artista e escritor grego Andreas Philippopoulos-Mihalopoulos (justiça hídrica), da professora e investigadora alemã Angelika Hinterbrandner (habitação), a arquiteta, escritora e professora iraniana Sepideh Karami (extrativismo), arquiteta e investigadora Lucinda Correia e da curadora e programadora cultural Marta Rema.


13.02.2025 | by martalanca | extrativismo, Matéria Incomum

BRINCAR em SERRALVES

BRINCAR em SERRALVES procura, a propósito da exposição Ricochetes de Francis Alÿs e em articulação com o Serviço de Artes Performativas e o Serviço Pedagógico do museu, estender a Norte um projecto de investigação artística sobre e a partir de experiências artísticas com e para a infância ocorridas nos anos que rodeiam a Revolução de Abril de 1974.   Assim, num programa de um dia, propõe por um lado, um workshop e uma performance do coreógrafo Connor Scott dedicada ao acto de SALTITAR, entendido enquanto UNIDADE MÍNIMA DO BRINCAR, e, por outro, uma mesa-redonda com as artistas e pedagogas Virgínia Fróis e Maria Gallego (Oficina da Criança) e Elvira Leite e Sofia Victorino com organização e moderação da investigadora Ana Bigotte Vieira.

16h CONVERSA

Crianças na (e da) Revolução 

com a participação de Virgínia Fróis e Maria Galego (Oficina da Criança) e Elvira Leite e Sofia Victorino, e moderação de Ana Bigotte Vieira (BRINCAR).

A propósito da exposição Ricochetes de Francis Alÿs e em coordenação com o Serviço Educativo e o Serviço de Artes Performativas do Museu de Serralves, tem lugar uma mesa-redonda em que se abordam uma série de experiências artísticas com e para a infância ocorridas nos anos que rodeiam a Revolução de Abril de 1974. Em conversa com protagonistas como as artistas e pedagogas Virgínia Fróis, fundadora da Oficina da Criança de Montemor-o-Novo, ou Elvira Leite, referência na pedagogia artística e nos Serviços Educativos de museus um pouco por todo o país, visitam-se algumas práticas deste tempo, colocando-as em relação e em diálogo com hoje. Esta ligação é intensificada tanto pelo diálogo de Sofia Victorino com Elvira Leite, com quem trabalhou, como pela partilha concreta do que é, hoje a Oficina da Criança de Montemor (uma das únicas que permanece), por Maria Galego, sua Directora.

Fotografia de Connor ScottFotografia de Connor Scott

BRINCAR (em Serralves) procura estender a Norte um projecto de investigação artística sobre e a partir de experiências artísticas com e para a infância ocorridas nos anos que rodeiam a 2Revolução de Abril de 1974 iniciado a sul, nos arquivos da Comuna - Casa da Criança (Lisboa) e da Oficina da Criança (Santarém- Montemor o Novo).  Aliando investigação de arquivo e trabalho artístico o projecto esteve em residência n’O Espaço do Tempo em Março de 2024. A sua equipa nuclear é composta por antropólogos, designers, artistas plásticos, pedagogos, historiadores e, à vez, artistas convidados a desenvolver com a equipa propostas específicas a partir daquilo a que chamam UNIDADES MÍNIMAS DO BRINCAR como o gesto, o som, a rima, o salto, a cambalhota, a linha, a letra, a palma, etc. 

Mais do que uma fusão das artes, ou de propostas de entretenimento complexas e elaboradas para um público com determinada faixa etária, procura-se aqui resgatar ideias simples de brincadeira e fugir de uma profissionalização do brincar que escusa os demais de o fazer e separa quem tem crianças de quem não tem. Tem igualmente a ver com questionar o lugar que hoje se deixa para as crianças e seus cuidadores, fechadas em escolas e dispersas por actividades especializadas por faixas etárias, experiência muito distinta do que encontramos nos arquivos de não há tanto tempo assim. E, de facto, o desaparecimento das crianças do espaço público e a diminuição da prática de brincadeira livre são muito notórios, o que faz pensar na própria forma de organização da cidade e da vida de hoje no seu conjunto.

PERFORMANCE

Saltitar, Connor Scott

Saltitar é o nome da proposta, orquestrada por Connor Scott, em que andar a saltitar (skipping) se institui activamente como forma delicada de união. A proposta assenta na simplicidade do saltitar e na sintonia rítmica dos participantes (skippers) que – 

ao transportarem o corpo, o som e a dança através dos espaços que percorrem – 

contagiam os espectadores, capturando a sua atenção pelo ritmo. Pensando em formas alternativas de nos transportarmos, Saltitar habita galerias, ruas e espaços públicos para gentilmente nos conduzir em direção à coletividade – corporizando pequenos actos transgressivos de tornar os espaços queer.

BRINCAR 

Curadoria Ana Bigotte Vieira Equipa Ana Bigotte Vieira, Isabel Lucena, Rosa Baptista, Pedro Cerejo e convidad*s Design Isabel Lucena Produção Maria Folque Guimarães Parceria  Oficinas do Convento, BUALA, Tigre de Papel, O Espaço do Tempo.

Brincar teve apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, através do Programa de Apoio Simplificado 2023.

13.02.2025 | by martalanca | brincar, crianças, Serralves

Ativismo Climático

Conferência-performance integrada no ciclo Notas para imaginar estranhos mundos. Atividades em torno de saberes ecológicos / Maria Gil e Bruno Alexandre & Guest: Pedro Rodrigues | Teatro do Silêncio / CCB . 15 e 16 fevereiro . sábado e domingo . 16h00 . Espaço Fábrica das Artes.

Direção artística Maria Gil e Bruno Alexandre

Direção do coro/Guest Pedro Rodrigues

Intérpretes Diana Dionísio, Francisco d’Oliveira Raposo, José Smith Vargas, Teresa Caldas, Susana Baeta

Desenho de luz Alexandre Jerónimo

Assistência de encenação Matilde Pereira – estágio ESAD.CR

Assistência de produção executiva Cristiano Sousa – estágio ESAD.CR

Produção Teatro do Silêncio | 20 anos

Apoio Junta de Freguesia de Carnide e Câmara Municipal de Lisboa Coprodução Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes


Todo o ativismo é um convite à ação, mas para esta conferência-performance pensamos o ativismo como um gesto comunitário, um movimento em direção aos outros. Entre manifesto e manifestação de um desejo de mudança, pensámos num coro que deambula, como uma presença que nos inquieta. Entre canções e gestos, sussurramos línguas em vias de extinção, relembrando a certeza de sermos feitos das matérias que vemos, mas principalmente das que deixámos de querer ver.

A proposta era criar um pequeno coro de vozes. Talvez porque cantar em conjunto seja, em si mesmo, uma forma de responder ao isolamento num mundo escaqueirado. Ou talvez porque as batalhas contra a destruição programada do planeta exigem imaginação coletiva.

As nossas «notas» começaram por ser musicais. Fomos buscar canções ao Coro da Achada de que todos fazemos ou fizemos parte. Com a Maria, o Bruno e o João debatemos ideias, encontrámos cumplicidades, descobrimos que canções podiam ser. Foi necessário torná-las outras, «estranhas», para um pequeno coro. Mas para pôr as canções a confrontar-se com outras ideias, a abrirem-se a outros gestos, sentimos a necessidade de descobrir formas simples de criar sonoridades, espaços livres em que pudesse ressoar a imaginação e o corpo e a voz em ação.

Claro que não basta imaginar — foi preciso fazer, descobrir os tempos, urgentemente criar, tomar posição, agir. Contra um mundo da extorsão, desperdício e apropriação abusiva, imaginar outro que não fica em Marte. Fica exatamente aqui.

10.02.2025 | by martalanca | ativismo, Bruno Alexandre, Climático, Maria Gil

Fogo Amigo, da Patrícia Azevedo da Silva

O artigo pode ser lido no BUALA aqui, aqui e aqui. 

07.02.2025 | by martalanca | Patrícia Azevedo da Silva

La Ciencia de las Mujeres de África

No âmbito da celebração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a Embaixada de Espanha em Angola, em parceria com a Fundação Mulheres por África e o Centro de Ciência de Luanda, com a colaboração do Projecto Cinéfilos & Literatus e o apoio do Ondjango Feminista e da Liderança Feminina em Angola, promove no dia 11 de fevereiro (terça-feira), às 17h30, no Auditório do Centro de Ciência de Luanda, um Cinefórum que culminará com a projeção do documentário “A Ciência das Mulheres de África” (“La Ciencia de las Mujeres de África”, em espanhol). Celebrado no dia 11 de fevereiro, a data visa destacar e promover o papel das mulheres e meninas de todo o mundo na ciência. 
Com a moderação de Elena Trigo (médica investigadora e representante da Associação de Cientistas Espanhóis no Sul de África) e de André Gomes (curador de cinema e coordenador do Projecto Cinéfilos & Literatus), a mesa redonda, que discutirá esses papéis, contará com a presença de mulheres atuantes no campo da investigação científica e de organizações feministas em Angola e no mundo. A entrada é gratuita. A inscrição deve ser feita pelo e-mail: emb.luanda@maec.es

04.02.2025 | by martalanca | Africa, ciência

Gineceu&Estigma

A publicação Gineceu&Estigma resulta do programa homónimo, eixo de conhecimento e mediação a partir da Botânica dos Jardins do Palácio de Cristal, no âmbito do ping! – Programa de Incursão à Galeria, projeto educativo da Galeria Municipal do Porto.Os contributos aqui reunidos, assim como as atividades que foram apresentadas ao longo do tempo, indicam diferentes possibilidades para se estabelecerem relações e reaproximações mais justas ao mundo natural. Este livro não é apenas uma memória, mas a extensão de um projeto que se expande e desenvolve continuamente.Divide-se em quatro capítulos – Especulações Botânicas, Micorrizas, Hackers&PANCs e Terrários – mostrando um ecopensamento que atravessa tanto a reflexão teórica como as ações educativas práticas, através de workshops, ensaios, conversas e percursos interpretativos.
Para festejar quatro anos de Gineceu&Estigma, a publicação terá o seu lançamento no dia 7 de fevereiro e conta com a presença de Ellen Pirá Wassu, escritora e ativista indígena, de Paulo Pires do Vale, filósofo e comissário do Plano Nacional das Artes, e de Matilde Seabra, coordenadora do ping!, para uma conversa em torno das relações entre diferentes formas de Vida e a Natureza.
Esta sessão de lançamento terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no dia 7 de fevereiro, às 18h00.


02.02.2025 | by martalanca | Galeria Municipal do Porto, ping!

BANZO, de Margarida Cardoso, em exibição nos cinemas

1907. Afonso recomeça a vida numa ilha tropical africana como médico de uma plantação, onde terá de curar um grupo de serviçais “infectados” pelo Banzo, a nostalgia dos escravizados. Morrem às dezenas, de inanição ou suicidando-se. Por receio de contágio, o grupo é enviado para um morro chuvoso, cercado por floresta. Ali, Afonso tenta curar os

serviçais, mas a incapacidade de entender o que lhes vai na alma revela-se mais forte que todas soluções.

31.01.2025 | by martalanca | BANZO

Nome, de Sana Na N’hada

Estreia: 06.02.2025 Catálogo RISI

Portugal, França, Guiné-Bissau, Angola, 2023, 117’, Classificação M/12, drama

com Binete Undonque, Marcelino Antonio Ingira, Marta Dabo e Abubacar Banora

Sana Na N’Hada, o veterano realizador guineense, revisita a memória da Guerra Colonial e da sua juventude na luta contra o exército português.

Nome, com estreia mundial no L’Acid em Cannes, é uma abordagem poética e ficcional acompanhada por imagens de arquivo da época, originalmente documentadas por Na N’Hada e os seus camaradas. Um filme para compreender a história do país, que evoca uma reflexão sobre o passado e o presente: “Será que é esta a Guiné-Bissau pela qual lutámos?”

Estamos em 1969 e em plena Guerra Colonial Portuguesa na Guiné-Bissau. Antes de mergulharmos no conflito, vemos o dia-a-dia do protagonista, Nome, e as suas relações com a mãe e a Nambu, por quem está apaixonado.

Mas Nome não ficará na aldeia por muito mais tempo e entregará o seu corpo e alma à luta armada junto das guerrilhas do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) para combater o exército português.

Torna-se um herói atormentado por tudo o que aconteceu.

Festivais e Prémios:

- Indie Lisboa 2024 | secção Rizoma

- ACID - Association du cinema independente pour la Difusion - Cannes, 2023 

- Festival International du Film Independant de Bordeaux 2023 | Grande Prémio da Competição Internacional e menção especial para a actriz Binete Undonque

- IFFR - International Film Festival Rotterdam 2024 | secção Harbour

- Du Grain à Démoudre 2023 | Prémio de Melhor Longa-metragem

- Luanda PAFF - Festival Internacional de Cinema Panafricano de Luanda 2023 | Prémio de Melhor Film, Prémio de Melhor Realização e Prémio de Melhor Actriz para Binete Undonque

Ver nas salas de cinema

Lisboa - Cinema Fernando Lopes (Universidade Lusófona)

Antestreia

4 Fevereiro, 21h

Com a presença de Sana Na N’Hada e Binete Undonque

Bilhetes à venda

Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

*8 Fevereiro, 19h: Sessão Especial com a presença de Luís Correia, Produtor e Virgílio Almeida, Argumentista

Lisboa - Cinema City Alvalade

Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

6 Fevereiro, 19h: Sessão Especial em colaboração com a Casa da Cultura da Guiné Bissau

Lisboa - Cinema NOS Alvaláxia

Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

    • Almada - Cinema NOS Almada Fórum

      Estreia 6 a 12 de Fevereiro - Horários em breve

    • Vila Franca de Xira - Cineclube Vilafranquense 22 Fevereiro, 15h30

      Sessão Especial com a presença de João Ribeiro, Director de Fotografia

      Auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira

    • Almada - Fórum Romeu Correia, Auditório Fernando Lopes-Graça 26 Fevereiro, 21h

      Bilhetes à venda São Brás de Alportel - Cineteatro de São Brás de Alportel

30.01.2025 | by martalanca | Guiné-Bissau, Sana Na N’hada

“Perspectivas Emergentes na Produção Cultural Afro-Descendente:Memória, Identidade e Diáspora Global”

Editoras convidadas: Sheila Khan (Universidade Lusófona/CICANT) e Sandra Sousa (University of Central Florida)

Este dossiê convida à submissão de trabalhos que explorem as dinâmicas emergentes na produção cultural afro-descendente em língua portuguesa, inglesa e francesa. Diante do cenário cultural em constante evolução, procuramos investigar as novas perspectivas, abordagens e temas que estão moldando não apenas a  literatura, mas todo o património cultural produzido por autores afro-descendentes em várias partes do mundo. Questões relacionadas à identidade, diáspora, experiências culturais, reparação histórica e justiça reparativa bem como as intersecções com género, política e sociedade são temas encorajados. Submissões interdisciplinares que abordem estudos e reflexões  afro-descendentes em diálogo com outras expressões culturais também são bem-vindas. Nesse sentido, este dossiê pretende promover uma compreensão mais profunda da construção de uma nova dimensão sociológica afro-descendente no âmbito dos seus contextos contemporâneos.

Prazo de envio de artigos: 15 de março de 2025

Please send submissions to PLCS Executive Editor Mario Pereira (mpereira6@umassd.edu).

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“Emerging Perspectives on Afro-Descendant Cultural Production: Memory, Identity and Global Diaspora”

This dossier invites the submission of works that explore emerging dynamics in Afro-descendant cultural production in Portuguese, English and French. Faced with the constantly evolving cultural landscape, we seek to investigate the new perspectives, approaches and themes that are shaping not only literature, but the entire cultural heritage produced by Afro-descendant authors in various parts of the world. Issues related to identity, diaspora, cultural experiences, historical reparation and reparative justice as well as intersections with gender, politics and society are encouraged topics. Interdisciplinary submissions that address Afro-descendant studies and reflections in dialogue with other cultural expressions are also welcome. In this sense, this dossier aims to promote a deeper understanding of the construction of a new Afro-descendant sociocultural dimension within their contemporary contexts.

Deadline for submission: March 15, 2025

Please send submissions to PLCS Executive Editor Mario Pereira (mpereira6@umassd.edu).

Portuguese Literary & Cultural Studies (PLCS) is a peer-reviewed, open-access journal published by Tagus Press in the Center for Portuguese Studies and Culture at the University of Massachusetts Dartmouth: https://ojs.lib.umassd.edu/index.php/plcs/index.

22.01.2025 | by martalanca | afro-descendentes, produção cultural

OPEN CALL PARA AUTORES, CRIADORES E ARTISTAS DE LÍNGUAS CRIOULAS

PRAZO CANDIDATURA: 29 de janeiro

Criar projetos em línguas crioulas ou híbridas e contribuir para a inovação linguística é o desafio do programa FLI – Future Language Innovation, lançado pela Escrever Escrever e apoiado pela Europa Criativa.

As candidaturas estão abertas para autores, criadores e artistas residentes em Portugal e para projetos que explorem a palavra em qualquer das suas vertentes: literária, oral, testemunho, música, spoken word ou outra.

Os selecionados irão integrar um programa de dois anos de masterclasses e workshops e trabalhar em parceria com um criador de Espanha, Holanda ou Curaçau. Cada dupla apresentará o projeto final no Wintertuin Curaçao Festival 2026, com viagem e estadia pagas. Os criadores recebem ainda uma bolsa de 500 euros.

Inspirado na palavra fli em papiamento, que significa «papagaio de papel», esta iniciaiva dá corpo à resiliência, conexão e poder transformador da linguagem. «É na língua que nos encontramos e trocamos experiências. A língua não é “uma coisa minha”, é um diálogo, uma abertura à escrita e ao idioma do outro», diz Conceição Garcia, diretora da Escrever Escrever, «A escrita, a linguagem é a nossa dimensão universal. O projeto FLI, porque atravessa fronteiras e gramáticas, mostra-nos a língua como uma ferramenta viva, de troca e encontro entre culturas e vivências diferentes.»

O FLI – Future Language Innovation tem como objetivo incentivar o intercâmbio literário, para salvaguardar, desenvolver e institucionalizar as línguas crioulas como parte vital do património imaterial da União Europeia. É organizado pela Escrever Escrever (Portugal) em parceria com três outras instituições ligadas à escrita: Escuela de Escritores (Espanha), Wintertuin Netherlands (Holanda) e Wintertuin Curaçao (Curaçau).

Candidaturas abertas até 29 de janeiro. Consulte AQUI mais pormenores sobre o FLI.

página FLI no site:  https://escreverescrever.com/novidades/open-call-para-criadores-literarios/

formulário de candidatura:  https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf0JykMd3YJX-t12pSkdVEzNEaJ-B-KiTxd_oBx-cURcjnIKg/viewform

 

21.01.2025 | by martalanca | crioulo

Conversas sem Margens, em Palmela

Apresentação do livros, Angola, Degredo, Salvação de Nuno Milagre e Tribuna Negra de Cristina Roldão, José Augusto Pereira e Pedro Varela. Com a presença dos autores, o debate será moderado por Ana Alcântara.

 

20.01.2025 | by martalanca | angola, Angola Degredo Salvação, palmela, Tribuna Negra

“P.A.R. Práticas Artísticas Relacionais em torno do Algodão - Portugal, Brasil e Cabo Verde” - Mindelo

Mindelo o Seminário “P.A.R. Práticas Artísticas Relacionais em torno do Algodão - Portugal, Brasil e Cabo Verde”, integrando diversas atividades, locais e públicos. Convidamos para o Programa Público no dia 9 de janeiro:
[09h30 - 12h00]
local. Auditório da Uni-CVAção dirigida ao Público Geral
Seminário com comunicações por investigadoras Brasil, Cabo Verde e Portugal [Beatriz Sousa, Vanessa Monteiro e Rita Rainho]
[18h00 às 20h00]local. Galeria Alternativa
Conversa Fiada - oficina de fiação* com o grupo Mulheres do Vale + degustação
[20h00 - 21h00]

Exibição de vídeos ligados ao cultivo de algodão 
P.A.R. é promovida pelo coletivo Neve Insular em parceria com Universidade do Porto (Portugal) e Universidade de Goiás (Brasil), acolhida pela Universidade de Cabo Verde, Associação Agropecuária do Calhau e Madeiral e ainda a Galeria Alternativa. P.A.R é financiada pelo Protocolo de Cooperação U.Porto — CGD (Portugal) e pela CNPq/Brasil.

09.01.2025 | by martalanca | algodão, Brasil e Cabo Verde, neve insular, Portugal