Das lutas anticoloniais às lutas do quotidiano: lugares das mulheres nos 50 anos das independências

25 e 26 de setembro de 2025, Auditório do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Universidade de Évora.

Arquivos da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) Arquivos da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique)

Disponível aqui: Livros Ultramar - Guerra Colonial: Moçambique & FRELIMO - ‘A MULHER MOÇAMBICANA NA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL’ - Maputo 2012 - MUITO RARO.

Esta Conferência pretende promover o conhecimento e a discussão pública sobre os contributos das mulheres, no contexto das lutas pelas independências - em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal - e sobre os progressos e recuos ocorridos, nos últimos cinquenta anos, em matéria de participação política e direitos das mulheres, nestes mesmos contextos.

A mobilização e a participação das mulheres nas lutas de libertação contra o colonialismo português não chamaram particular atenção na academia até à última década. As raras investigações realizadas mostram que mesmo que algumas tenham chegado a postos de chefia e de decisão, os países independentes reproduziram rapidamente as relações desiguais de género. Nos mesmos estudos, enunciam-se sentimentos de desilusão e de traição a partir dos relatos dessas mulheres.

À medida que o percurso dos países independentes avançou, a situação da grande maioria das mulheres melhorou, mas não significativamente. As condições políticas e económicas de Estados recém-nascidos não favoreceram a emancipação das mulheres e a estrutura patriarcal do Estado manteve-se. Apesar de um reconhecimento formal dos direitos das mulheres, a sua valorização foi sendo remetida para o mérito individual, desligada de análises de fundo e ações políticas estruturais

Assistiu-se a um apagamento dos papeis das mulheres nas lutas de libertação na memória nacional oficial. O reconhecimento dado à participação feminina na luta de libertação nacional encontra-se limitado a celebrações oficiais e ao reconhecimento público de algumas, vistas como excepcionais, como Titina Silá, na Guiné-Bissau, ou Josina Machel em Moçambique. A invisibilização de muitas outras mulheres que participaram nas lutas de libertação revela como hoje continuam relevantes as lutas pelo seu reconhecimento.

Objetivos: 

1) aprofundar os conhecimentos sobre a participação das mulheres nas lutas de libertação e contribuir para um processo de reconhecimento e valorização do seu papel para a independência do seu país;

2) contribuir para uma análise crítica dos cinquenta anos das independências em matéria de avanços e recuos na participação política e na consagração de direitos das mulheres;

3) promover a investigação nesta área do conhecimento;

4) divulgar o tema junto de públicos não-especializados, fomentando um debate alargado nas sociedades em questão. 

A entrada é livre para as sessões da manhã e de cinema. No entanto, devido a limitação de espaço, é necessária inscrição nas Rodas de conversa.

Envie e-mail para mulheresindependencias@uevora.pt até 15 de setembro de 2025.

Participação limitada aos lugares existentes. 

PROGRAMA 

25 de setembro  

Auditório do Colégio do Espírito Santo, Universidade de Évora 

9h30 - 10h00 - Sessão de abertura 

Reitora da Universidade de Évora 

Sílvia Roque (UÉvora) - cocoordenadora da Conferência 

Celeste Fortes (Uni-CV/Cabo Verde) - cocoordenadora da conferência  

10h00 - 11h30 - Keynote: Das lutas anticoloniais às lutas do quotidiano 

Patricia McFadden  

Conversa com Teresa Cunha e Sara Araújo 

11h30 - 11h45 - Pausa -Café 

11h45 - 13h15 - A participação das mulheres nas lutas de libertação: uma perspetiva histórica 

Jonna Katto  

Ana Paula Tavares 

Odete da Costa Semedo  

Moderação: Catarina Caldeira Martins

Almoço  

Sala 124 - Colégio do Espírito Santo 

14h30 - 17h30 – Rodas de conversa

Roda de conversa dinamizada pelas organizadoras, com a participação das oradoras e de estudantes, investigadoras/es e ativistas. (máximo de 30 participantes). 

Roda de conversa 1- Onde estão as imagens das mulheres nas descolonizações?

Esta roda de conversa propõe uma reflexão sobre as lutas de libertação nas ex-colónias portuguesas a partir das experiências de quem as viveu – e, muitas vezes, de quem foi silenciada nos relatos oficiais. Embora as mulheres tenham desempenhado papeis fundamentais nesses processos, suas vozes e imagens foram frequentemente marginalizadas nas narrativas sobre as guerras anticoloniais.

A partir da análise da iconografia da mulher guerreira na resistência anticolonial, Catarina Laranjeiro discutirá como essas imagens foram construídas e mobilizadas historicamente. Maria do Carmo Piçarra abordará o modo como artistas, cineastas, investigadoras e curadoras têm interrogado e recriado visualmente essas memórias, desafiando arquivos públicos e privados e reimaginando os projetos de emancipação.

A conversa será também uma oportunidade para refletir sobre como práticas curatoriais, artísticas e de investigação têm resgatado e afirmado o papel das mulheres nas lutas anticoloniais, projetando-o nas resistências do presente e do futuro.

Facilitadoras: Catarina Laranjeiro e Maria do Carmo Piçarra

Roda de Conversa 2 -Guerras de libertação: as mulheres falam ou são faladas? 

As narrativas épicas nacionalistas que alimentaram as lutas de libertação e que, após as independências, vieram a consolidar-se como a ortodoxia da memória e da narrativa desse período histórico. São o discurso autorizado e repetidos à exaustão criando uma única imaginação possível do que foi a guerra de libertação, quem esteve na guerra, quem sofreu, quem combateu, quem liderou e quem abandonou a luta contra o colonialismo português. 

O conceito de combatente cristaliza, até hoje, esse estatuto de reconhecimento que veio com respeito, honrarias e privilégios. De fora ficaram tanto os privilégios quanto da imaginação e do discurso quase todas as mulheres. As que ficaram foram reduzidas, porque a elas nada se perguntou nem elas foram escutadas, a duas categorias principais com as quais se define o seu lugar, pretensamente inamovível, na memória social: algumas, muito poucas (muitas delas esposas dos chamados heróis), foram qualificadas de heroínas; a maioria delas foram definidas como vítimas. Das últimas pouco se fala e quase nada se sabe; as primeiras foram sendo ficcionadas até ao ponto de quase não conseguir distinguir o que é real e o que é da propaganda nacionalista. 

O nível de silenciamento a que as narrativas das mulheres que estiveram e combateram nas lutas de libertação nacional têm sido sujeitas é definitório do lugar subalterno que continuam a ter nas sociedades independentes. Parafraseando Lídia Jorge, a imaginação e a memória que se impôs das lutas da libertação pode ser uma ficção, mas as suas consequências são reais. Esta ficção, no entanto, tem efeitos tangíveis e duradouros, moldando não só as narrativas históricas, mas também as dinâmicas de poder contemporâneas. Elas continuam a ser faladas por quem se autoriza a falar por elas e quando elas falam, ou até mesmo gritam, são de novo remetidas para um julgamento de impertinência e de dispensabilidade quando não de subversão antinacionalista.

Nesta Roda de Conversa pretendemos pensar e refletir em conjunto duas coisas principais: 

A primeira é desvendar os mecanismos de silenciamento a que estas mulheres foram e continuam a ser sujeitas e que impactos tiveram e têm nas suas vidas e na vida do país. No fundo será refletir sobre feminismo e nacionalismo.

A segunda é procurar perceber que estratégias de resistência e de fala elas têm utilizado e desenvolvido; como essas falas se processam e como elas são discursos profundamente divergentes da ortodoxia instalada. As perguntas incómodas que permanecem são: como seriam as nossas nações e países se em vez de sermos faladas fossemos autoras plenamente reconhecidas dos nossos processos históricos? Que lutas vêm de longe e continuam a ser travadas no nosso quotidiano?

Facilitadora: Teresa Cunha

18h00 - Sessão de cinema 

Local: Auditório do Colégio do Espírito Santo, Universidade de Évora

Curadoria de Maria do Carmo Piçarra. 

Moderação: Catarina Laranjeiro

Filmes em exibição:

Fogo, L’île de Feu, Sarah Maldoror (Cabo Verde, 1979, 34’)

Um Dia Numa Aldeia Comunal, Moira Forjaz (Moçambique, 1981, 29’)

26 de setembro  

Auditório do Colégio do Espírito Santo, Universidade de Évora

9h00 - 11h30 - As lutas pela memória: passado, presente e futuro  

Terezinha da Silva  

Celeste Fortes e Rita Rainho  

Kamy Lara 

Moderação: Cláudia Leal 

11h30 - 11h45 - Pausa-Café 

11h45- 13h30: Mulheres, anticolonialismo e antirracismo

Ana Cristina Pereira  

Cristina Roldão 

Sónia Vaz Borges  

Maria-Benedita Basto

Moderação: Sílvia Rodriguez Maeso 

13h15-14h30 - Almoço  

Sala 124 - Colégio do Espírito Santo

14h30 - 17h30 - Rodas de conversa

Roda de conversa dinamizada pelas organizadoras, com a participação das oradoras e de estudantes, investigadoras/es e ativistas. (máximo de 30 participantes).

Roda de conversa 3 - Entre a academia, o ativismo e os media: como fazer avançar agendas feministas?

Num contexto em que os direitos das mulheres estão em risco um pouco por todo o mundo, e em que os discursos de ódio e a manipulação da informação parecem tornar-se uma norma social aceite, nesta roda de conversa, pretendemos refletir em conjunto em torno de questões fundamentais para avançar na divulgação, compreensão e adesão às agendas feministas. Algumas das questões que se colocam são: Como podemos tornar o discurso feminista mais acessível sem perder a sua complexidade? Que estratégias têm funcionado para criar pontes produtivas entre academia, ativismo e media? O que ganhamos (ou perdemos) com a visibilidade nas redes sociais? Quais os perigos da apropriação comercial ou superficial de discursos feministas nos media e por “celebridades”? Como lidar com o backlash (reação conservadora) no espaço público? 

A partir da reflexão e das experiências de cada participante, procuraremos mapear passos e estratégias que nos permitam avançar coletivamente na luta pelos direitos das mulheres, sem esquecer a diversidade das mesmas e o papel que o neocolonialismo, o racismo, a xenofobia, a homofobia, a transfobia, o capacitismo, entre outros, desempenham na criação de divisões entre movimentos feministas, diminuindo o alcance das transformações que desejamos ver num mundo mais feminista.

Facilitadora: Sílvia Roque 

Roda de conversa 4 - Caminho é pa frenti: como construir uma agenda feminista interseccional para o futuro?

As incertezas que os tempos atuais nos impõem e os desafios que se colocam às conquistas já alcançadas pelas diferentes agendas feministas e outras por construir e nos convocam para um djunta pensamentu, orientada para o futuro.

Convictas que não há futuro sem passado e que o caminhu é pa frenti sem esquecer o passado, nesta roda de conversa a pergunta que se impõe como bússola orientadora do debate resulta da urgência de pensarmos nesta relação umbilical entre passado e futuro.  

Como construir uma agenda feminista para o futuro?

Tomando como referência geopolítica as ex-colónias portuguesas, as múltiplas e distintas experiências de cada uma de nós, procuraremos, juntas, mapear possibilidades de construção de agendas feministas interseccionais para o futuro, que possam ser também guardiãs das conquistas alcançadas nesses espaços e, ao mesmo ritmo, reparadoras das histórias silenciadas no passado e no presente. 

Facilitadora: Celeste Fortes 

18h00 - Sessão de cinema 

Local: Auditório do Colégio do Espírito Santo, Universidade de Évora

Curadoria de Maria do Carmo Piçarra. 

Moderação: Catarina Laranjeiro

Filmes em exibição:

Hanami, Denise Fernandes (Portugal / Suíça / Cabo Verde, 2024, 96’)

Notas biográficas 

ORADORAS

Ana Cristina Pereira (AKA Kitty Furtado) é crítica cultural empenhada na diluição de fronteiras entre academia e esfera pública. Tem curado mostras de cinema (pós)colonial e promovido a discussão pública em torno da Memória, do Racismo e das Reparações, sendo co-criadora da Oficina de Reparações (mala voadora, Porto, 2023). É investigadora do CECS, onde desenvolve o projeto individual Black Gaze Cinema (2023.08077.CEECIND) e é professora convidada da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Fez parte da equipa curatorial da representação de Portugal na Bienal de Veneza 2024, no âmbito da qual foi curadora do programa Biomes. É membro ativo do GT de Cultura Visual da SOPCOM de que foi coordenadora entre 2019 e 2024 sendo, nessa qualidade, subdiretora da VISTA: revista de Cultura Visual. Entre outros textos e edições de números especiais publicou, com Rosa Cabecinhas, o livro “Abrir os gomos do tempo: conversas sobre cinema em Moçambique” (2022).

Ana Paula Tavares, poetisa e historiadora angolana, licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aí fez o mestrado em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Entre 1983 e 1985, coordenou o Gabinete de Investigação do Centro Nacional de Documentação Histórica, em Luanda. Membro da União de Escritores Angolanos, fez parte do júri do Prémio Nacional de Literatura de Angola entre 1988 e 1990. Ao lado de outros investigadores, deu corpo ao levantamento e estudo de documentação relevante para a História de Angola, tombada nos arquivos portugueses. Integra também o projeto “A apropriação da escrita pelos Africanos” do Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga (CEHCA). Além de Docente Universitária (leciona na Universidade Católica de Lisboa), desempenhou diversos cargos e funções na área da cultura, museologia, arqueologia e etnologia, património, animação cultural e ensino. Em 2004 recebeu o Prémio Mário António de Poesia atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian com o livro Dizes-me coisas amargas como os frutos, em 2007, o Prémio Nacional de Cultura e Artes de Angola (categoria literatura), pelo livro Manual para amantes desesperados e, em 2013, foi-lhe atribuído o Premio Internazionalle Ceppo/Pistoia, Firenze, em Itália.

Catarina Caldeira Martins é Professora Associada com Agregação do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Investigadora do Centro de Estudos Sociais. Foi leitora, durante vários anos, na Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar. É Doutorada em Literatura Alemã pela Universidade de Coimbra (2008) e tem título de Agregada em Estudos Culturais e Literários, com foco em estudos feministas e decoloniais. Tem publicado sobre temas de estudos feministas e pós-coloniais, literatura comparada, literatura de expressão alemã e literaturas africanas, em particular de mulheres. De entre as suas atuais áreas de investigação destacam-se os estudos decoloniais e os estudos feministas, associados a temas e problemáticas das literaturas e culturas. É docente nos programas de Doutoramento em Estudos Feministas, Discursos: História, Cultura e Sociedade, e Estudos de Literatura e Cultura. É Diretora da Coleção CES.

Cristina Roldão é doutorada em Sociologia, investigadora do ISCTE-IUL e docente da Escola Superior de Educação de Setúbal (ESE/IPS). Tem participado ativamente no debate académico e público sobre o racismo e a História Negra na sociedade portuguesa. Foi membro da comissão organizadora da 7.ª Conferência Internacional Afroeuropeans (Lisboa, 2019) e, desde 2019, que co-coordena o «Roteiro para uma Educação Antirracista» da ESE/IPS. Foi cronista do Público e membro dos Grupos de Trabalho sobre o Plano Nacional de Combate ao Racismo e sobre a recolha de dados étnico-raciais nos Censos 2021. É co-autora do livro Tribuna Negra: Origens do movimento negro em Portugal, 1911-1933.

Jonna Katto é investigadora e trabalha sobre a intersecção de história oral, estudos de género e história cultural. Atualmente, é bolseira de investigação da Academia no Departamento de Línguas da Universidade de Helsínquia, onde lidera o projeto “Multiscalar gendered temporalities in southeastern African history: Vozes orais, passados vividos e herdados, e o testemunho profundo do tempo na linguagem” (GENTEMPO-Africa). É também editora-chefe (juntamente com Thera Crane) do Nordic Journal of African Studies.  

Kamy Lara nasceu em Luanda, em 1980. Aos 18 anos mudou-se para Lisboa para terminar os estudos. Em 2010 regressou a Angola e integrou a equipa do projeto “Angola - Nos Trilhos da Independência”, no qual gravou cerca de 700 entrevistas com pessoas que participaram na luta pela independência de Angola que compuseram o documentário “Independência” lançado em 2015. Kamy assina a Direção de Fotografia nos cinco filmes produzidos pelo projeto e é a realizadora de “Mulheres de Armas”. Em 2019 dirigiu a sua longa-metragem, o documentário “Além dos Meus Passos”. Kamy tem trabalhado em vários projetos cinematográficos com diferentes artistas angolanos como os realizadores Fradique, Ery Claver, Sérgio Afonso; os artistas plásticos Kiluanji-Kia-Henda, Pamina Sebastião, Helena Uambembe; o escritor Ondjanki, entre outros. Para além do cinema, Kamy tem trabalhado voluntariamente na Coordenação do Ondjango Feminista desde 2016 desenvolvendo em conjunto com outras mulheres angolanas várias atividades pelos direitos das mulheres. 

Maria-Benedita Basto é professora associada do Departamento de Estudos Ibéricos e Latino-Americanos da Universidade Sorbonne, investigadora do CRIMIC e investigadora associada do IMAF/EHESS e do IHC/Nova, em Lisboa. É responsável da licenciatura de Português e co-responsável da Cátedra Paul Teyssier do Instituto Camões na mesma universidade. Cruzando história, cinema e literatura do mundo lusófono, o seu trabalho aborda questões coloniais, anticoloniais e pós-coloniais relacionadas com (trans)memórias, memórias íntimas e os usos do arquivo, imaginários imperiais, epistemologias subalternas, lutas de libertação e internacionalismos. Foi responsável científica do programa de história La marche du Monde de Valérie Nivelon/RFI “Amílcar Cabral et Maria Helena, de l’intime au politique” (Julho de 2025) e co-tradutora das cartas de Cabral a Maria Helena publicadas na brochura editada pelo mesmo programa. Publicações: (coedição): Socialismes en Afrique, Paris, éditions MSH, 2021 ; Savoirs en circulation dans l’espace Atlantique. Europe, Amérique latine, Afrique. XVIIe-XIXe siècles, Reflexos, Revue pluridisciplinaire du monde lusophone, [on line], n. 005, 2020 ; Capítulos : « The Retornado as Archive of the Sensible in Contemporary Portuguese Artistic Practices : Between Transmemories, Nostalgias and Possible Futures » dans E. Peralta, The Retornados From the Portuguese Colonies in Africa. Memory, Narrative, and History, NY, Routledge, 2022; « ‘Somos Latino-Africanos’. Angola, entre estrategia geopolítica, propaganda interna e intimidad », dans Nancy Berthier y Camila Arêas (ed.), Noticiero ICAIC:Memoria del Mundo. 30 ans de periodismo cinematográfico en Cuba, Madrid, Édiciones Hurón Azul, 2023, p. 339-358; « Amílcar Cabral », in J-N. Ducange, R. Keucheyan, S. Roze, Histoire Globale des Socialismes, Paris, PUF, 2021)

Maria do Carmo Piçarra é investigadora contratada do ICNOVA-Instituto de Comunicação da Universidade Nova de Lisboa, professora auxiliar na UAL e programadora de cinema. Em 2023, foi galardoada com a Cátedra Hélio e Amélia Pedroso/Fundação Luso-Americana em Estudos Portugueses na Universidade de Massachusetts Dartmouth. Os seus actuais interesses académicos incluem as representações fílmicas (pós)coloniais, a propaganda cinematográfica e a censura em Portugal, as mulheres nos movimentos de descolonização e os usos militantes da imagem. Entre as suas publicações contam-se Catembe, esse Obscuro Desejo de Cinema (2024), Vento Leste: Luso-orientalismo(s) nos Filmes da Ditadura (2023), Olhar de Maldoror. Singularidade de um Cinema Político (2022), Projectar a Ordem. Cinema do Povo e Propaganda Salazarista 1935 – 1954 (2020) e Azuis ultramarinos. Propaganda e censura no cinema do Estado Novo (2015). Com Teresa Castro, foi editora do livro (Re)Imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017), e com Jorge António, da trilogia Angola, o Nascimento de uma Nação (O cinema da propaganda; O cinema da libertação; O cinema da independência). 

Odete da Costa Semedo (Bissau, 1959) Doutorada em Letras (Literaturas de LínguaPortuguesa), pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMINAS), é investigadora sénior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), na Guiné-Bissau. Professora de Língua Portuguesa e Literaturas africanas de língua portuguesa, expert nacional nos domínios de ensino/formação, participação feminina. Facilitadora de ações de formação no domínio do Género e Desenvolvimento no Contexto Africano, Literaturas e culturas, tradição oral guineenses e literaturas em língua portuguesa. Desempenhou as funções de: Ministra da educação - maio de 2014 a maio de 2016; Reitora da Universidade Amílcar Cabral (2012 a 2014); Ministra da Educação Nacional - junho 1997 a fevereiro 1999; Ministra da Saúde - março de 2004 a novembro de 2005. Escritora com várias obras e artigos publicados na Guiné Bissau e no estrangeiro, entre elas, o diário da dirigente do PAIGC, Carmen Pereira: Os meus três amores: o diário de Carmen Maria de Araújo Pereira: uma visão de Odete Costa Semedo (2016). 

Patricia McFadden de eSswatini (nascida em 1952) é uma feminista radical africana, socióloga, escritora, educadora e editora de eSwatini, ativista e académica que trabalhou no movimento anti-apartheid durante mais de 20 anos. Como escritora, foi alvo de perseguição política e trabalhou como editora da Southern African Feminist Review e da African Feminist Perspectives. McFadden foi professora na Universidade de Cornell, no Spelman College, na Universidade de Syracuse e no Smith College, nos Estados Unidos. Atualmente,  live as an organic vegan on a farm where I grow most of my food.

Rita Rainho (Portugal/Cabo Verde. 1986) é a primeira investigadora de carreira (CEEC) do i2ADS - Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da FBAUP - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Atua enquanto artista e investigadora na Europa, África e América Latina dedicada às implicações da arte, política e ecologia. É Doutorada em Educação Artística (bolseira FCT), Mestre em Arte e Design para o Espaço Público, Licenciada Artes Plásticas, FBAUP. Em 2023, foi distinguida como ‘Best of’ das artes visuais africana e afrodiaspórica em Portugal pela Bantumen (2023), com a exposição & programa discursivo “Neve Insular, 0,0003% – Algodão e Resistência” desenvolvidos como co-autora do coletivo Neve Insular e investigadora. Co-coordenou o projeto de investigação e criação “Memórias para o futuro: projetar a independência no feminino” com foco na participação de mulheres combatentes na luta pela liberdade de Cabo Verde e Guiné Bissau.

Sara Araújo é investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e foi professora auxiliar convidada, em tempo integral, na Faculdade de Economia da mesma universidade (2019-2023). É doutorada em sociologia do direito e foi cofundadora do Programa de Doutoramento em Sociologia do Estado, do Direito e da Justiça (UC). Iniciou a carreira, em 2000, no Observatório Permanente da Justiça Portuguesa, mas rapidamente internacionalizou o seu percurso ao integrar uma equipa binacional que desenvolveu uma investigação aprofundada sobre justiça em Moçambique, país onde residiu e trabalhou durante 7 anos. Posteriormente, no CES, participou como investigadora sénior em tempo integral em vários projetos, comprometida com a descolonização da universidade e a complementaridade entre o saber académico e o conhecimento que nasce nas lutas sociais. Em 2015, foi investigadora visitante na Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison. Foi coeditora dos livros Dinâmicas do Pluralismo Jurídico em Moçambique (Kapicua) e Decolonizing Constitutionalism. Beyond False or Impossible Promises (Routledge), tendo ainda publicado artigos, capítulos e relatórios científicos sobre acesso à justiça; pluralismo jurídico, direitos humanos e descolonização do Estado e do direito; justiça social e epistémica; austeridade, neoliberalismo e justiça laboral. Desde 2023, integra o coletivo Academia sem Assédio, que reúne vítimas de assédio sexual e moral em contexto académico.

Sónia Vaz Borges é uma historiadora interdisciplinar militante e organizadora político-social. Doutorou-se em História da Educação na Humboldt-Universität zu Berlin (HU). É autora dos livros Militant Education, Liberation Struggle, Consciousness: The PAIGC education in Guinea Bissau 1963–1978  (2019) e Ragás Because the sea has no place to grab. A memoir of home, migration, and African liberation (2024).  Como resultado da sua investigação, Vaz Borges é coautora das curtas-metragens, Navigating the Pilot School (2016); Mangrove School (2022)  e  Weaving Stories while Walking (2024). Em 2024, foi co-curadora do pavilhão português na La Biennale di Venezia com o projeto Greenhouse.  Juntamente com Mónica de Miranda, foi curadora do catálogo da exposição com o título Greenhouse- Art, Ecology & Resistance (2024). Atualmente  Vaz Borges é Professora Assistente de História e Africana Studies na Drexel University em Filadélfia (EUA).

Terezinha da Silva é ativista feminista e pesquisadora do Instituto de Estudos Sociais e Económicos de Moçambique. Foi coordenadora Nacional durante 13 anos do think tank feminista Women and Law in Southern Africa - Moçambique. Tem uma longa experiência de trabalho sobre saúde, género, direitos humanos das mulheres e ação social em Moçambique; é membro do National Reference Group at the Civil Society do programa SPOTLIGHT INITIATIVE. Realizou mestrado em Social Policy and Planning in Developing Countries pela London School of Economics and Political Science (LSE), University of London, Reino Unido. Realizou trabalho no Carr Centre for Human Rights Policy, Universidade de Harvard, EUA, durante o ano de 2000, sobre a área de gerontologia.

Silvia Rodríguez Maeso é doutorada em Sociologia Política (Universidade do País Basco), Silvia é investigadora principal do CES e vice-coordenadora da Linha Temática “Democracia, justiça e direitos humanos”. Silvia é co-coordenadora do Programa de Doutoramento “Human Rights in Contemporary Societies”(CES/IIIUC) e leciona no Programa “Sociology of the State, Law and Justice” (CES/FEUC). Foi coordenadora do projeto POLITICS - “A política do (anti)racismo na Europa e na América Latina: produção de conhecimento, decisão política e lutas coletivas” (ERC-Consolidator Grant, 2017-2022). O seu trabalho de investigação e ensino em programas de pós-graduação debruça-se nos âmbitos dos estudos críticos da raça e o (anti-)racismo e o pensamento descolonial, com ênfase na análise da relação entre poder e produção de conhecimento, políticas públicas e discurso sociolegal.

COMISSÃO ORGANIZADORA  E DINAMIZAÇÃO DAS OFICINAS

Sílvia Roque (Coimbra, 1980) é Professora Auxiliar de Relações Internacionais na Universidade de Évora. Doutorada em Relações Internacionais, é, desde Janeiro de 2025, investigadora do Centro de Investigação em Ciência Política (CICP). Entre 2008 e 2024, foi investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, onde foi também investigadora júnior entre 2005 e 2007. Neste centro, foi cocoordenadora do Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz entre 2016 e 2019. Foi Professora Auxiliar Convidada no Mestrado em Estudos Africanos, no ISCTE-IUL (2017-2019). 

Desde 2005 tem trabalhado em projetos de investigação no domínio das Relações Internacionais, em particular na área de Estudos para a Paz e dos Estudos Feministas. Para além da Guiné-Bissau e de El Salvador, países onde concentrou a maior parte da sua investigação, colaborou ainda em projetos de investigação em Portugal e em Moçambique. Além disso, tem colaborado com organizações da sociedade civil e organizações internacionais na realização de estudos, formação e cooperação que visem a compreensão e a diminuição de várias expressões de violência. Das suas publicações destacam-se: Pós-guerra? Percursos de violência nas margens das Relações Internacionais. Coimbra: Almedina, 2016; e “Mulheres, nação e lutas no cinema anti/pós-colonial da Guiné-Bissau”, Revista De Comunicação E Linguagens, 54, 276-295, 2021.  

Celeste Fortes é cabo-verdiana, safra de 1981. Doutorada em Antropologia Social e Cultural, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Feminista e ativista social e cultural. Docente e investigadora na Universidade de Cabo Verde. Lutadora, em várias frentes, pela democratização e polifonia das vozes femininas. Criadora de projetos que promovem diálogos entre a academia e a intervenção artística, de forma a produzir agendas endógenas de investigação e ativismo. Co-coordenou o projeto Memórias para o futuro: projetar a independência no feminino. É corealizadora do documentário Bidon: nação ilhéu (2019), financiado pelo programa CPLP Audiovisual - DOCTV III. 

Teresa Cunha é doutorada em Sociologia pela Universidade de Coimbra em pós-colonialismos e cidadania global com uma tese com o título ‘Para além de um Índico de revoltas. Uma análise feminista e pós-colonial das estratégias de autoridade e poder das mulheres de Moçambique e Timor-Leste’. Realizou uma investigação pós-doutoral em Economias Feministas em Moçambique, África do Sul e Brasil (2011 a 2018). É professora desde 1980, professora-coordenadora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra desde 2020 Os seus interesses de investigação e formação são feminismos e pós-colonialismos; outras economias e economias feministas mulheres; transição pós-bélica, paz e memórias; direitos humanos das mulheres. Tem publicados vários livros e artigos científicos em diversos países e línguas. Destacam-se os seguintes livros: Economic Diversity in Contemporary Timor-Leste; Mulheres; Territórios e Identidades vol 1, 2 e 3; Women InPower Women. Outras Economias criadas e lideradas por mulheres do sul não-imperial; Never Trust Sindarela. Feminismos, Pós-colonialismos, Moçambique e Timor-Leste; Ensaios pela Democracia. Justiça, dignidade e bem-viver; Elas no Sul e no Norte; Vozes das Mulheres de Timor; Timor-Leste: Crónica da Observação da Coragem; Feto Timor Nain Hitu - Sete Mulheres de Timor»; Andar Por Outros Caminhos e Raízes da ParticipAcção. Formadora do Conselho da Europa desde 1993 na área dos Direitos Humanos, Educação não-formal, Juventude e Género. Realizou ao longo da sua vida muitos projetos de educação-não formal feminista e pós-colonial nomeadamente em Moçambique, Colômbia, Brasil, Espanha e Timor-Leste. É fundadora da coletiva internacional ‘Economias Feministas Camponesas’ que junta ativistas e académicas de Espanha, Portugal, Colômbia, Brasil e Moçambique. Desde 2019, no âmbito do trabalho desta coletiva co-coordenou várias escolas avançadas e projetos feministas decoloniais em Coimbra, Bogotá, Medellín e Maputo. Foi presidente durante 7 anos da ONG internacional Youth Action for Peace (1990 a 1997) e ativista feminista em várias organizações nacionais e internacionais como a Marcha Mundial das Mulheres. Em 2017, foi agraciada com a Ordem de Timor-Leste pelo Presidente da República Democrática de Timor-Leste pelos seus contributos para a paz e a independência do país. 

Catarina Laranjeiro é investigadora do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH, onde desenvolve uma investigação sobre cinema vernacular em Cabo-Verde e Guiné-Bissau e respectivas diásporas em Portugal e França. É doutora em Pós-Colonialismos e Cidadania Global pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e mestre em Antropologia Visual e dos Media pela Freie Universitaet Berlin. Participa, regularmente, em diversos projetos e coletivos que cruzam a antropologia, a fotografia e o cinema. Das suas publicações destacam-se: Dos sonhos e das imagens. A guerra de libertação na Guiné-Bissau. Lisboa: Outro Modo, 2021; e “Gender Struggle in Guinea-Bissau: Women’s Participation On and Off the Liberation Record,” in Resistance and Colonialism: Insurgent Peoples in World History, editado por Nuno Domingos, Miguel Bandeira Jerónimo e Ricardo Roque, 85-122. London: Palgrave Macmillan, 2019, com Inês Galvão.

Cláudia Constance Leal é moçambicana. Licenciada em Linguística e Literatura pela UEM (Moçambique), pós-graduada em Mass Communications pela Universidade de Leicester (UK), Mestre e doutoranda em Estudos africanos pelo ISCTE (Portugal). É investigadora do CEI – Centro de Estudos Internacionais do ISCTE e trabalha sobre o tema “Mulheres e Poder”, focando-se, em particular, na investigação sobre mulheres moçambicanas combatentes e a sua invisibilização. Para além de estudante de doutoramento, é jornalista da Televisão de Moçambique, correspondente para a Europa. Já trabalhou em Angola com a Rádio OCHA/IRIN das Nações Unidas em programas de desminagem, desmobilização e reassentamento da população, na TV ZIMBO como Pivô e em Portugal na apresentação do programa Bem-vindos da RTP África. É mãe de 4 filhos.

Laura Monteiro é licenciada em Relações Humanas e Comunicação Organizacional e estudante finalista de Relações Internacionais na Universidade de Évora, com especial interesse em Estudos Africanos e Direito Marítimo.

04.08.2025 | by martalanca | independências, mulheres

31 Mulheres. Uma Exposição de Peggy Guggenheim, curadoria de Patricia Mayayo

Em 1943, a colecionadora Peggy Guggenheim organizou, na sua galeria Art of This Century, em Nova Iorque, uma das primeiras exposições dedicadas exclusivamente ao trabalho de mulheres artistas nos Estados Unidos. Com o título Exhibition by 31 Women, Guggenheim pretendia dar destaque às obras das mulheres artistas, não raras vezes negligenciadas pela mentalidade patriarcal da época e reduzidas a meras musas, imitadoras ou companheiras de célebres artistas homens.

Provenientes da Europa e dos Estados Unidos, as artistas selecionadas para 31 Mulheres, que contou com figuras consagradas mas também apresentou novos talentos, estavam sobretudo ligadas ao surrealismo e à arte abstrata. Conscientes dos desafios que enfrentavam pelo simples facto de serem mulheres, estas artistas recorreram às linguagens artísticas dominantes da sua época para contrariar a norma, reinterpretando as tendências do surrealismo e do expressionismo abstrato a fim de denunciar os preceitos patriarcais em que estes movimentos se fundavam.

Artistas: Djuna Barnes, Xenia Cage, Leonora Carrington, Leonor Fini, Suzy Frelinghuysen, Elsa von Freytag-Loringhoven, Meraud Guinness Guevara, Anne Harvey, Valentine Hugo, Buffie Johnson, Frida Kahlo, Jacqueline Lamba, Eyre de Lanux, Gypsy Rose Lee, Hazel McKinley, Aline Meyer Liebman, Louise Nevelson, Meret Oppenheim, Milena Pavlovic-Barilli, Barbara Poe-Levee Reis, Irene Rice Pereira, Kay Sage, Gretchen Schoeninger, Sonja Sekula, Esphyr Slobodkina, Hedda Sterne, Sophie Taeuber-Arp, Dorothea Tanning, Julia Thecla, Pegeen Vail Guggenheim e Maria Helena Vieira da Silva.

Exposição organizada pela Fundación MAPFRE em colaboração com o MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA MAC/CCB, com um empréstimo excecional de The 31 Women Collection


26 de fevereiro, 17:30, Auditório MAC/CCB
◾ Conversa de apresentação da exposição temporária 31 Mulheres. Uma Exposição de Peggy Guggenheim e da exposição permanente Uma deriva atlântica. As artes do século XX.
Com Jenna Segal (colecionadora), Nuria Enguita (diretora artística MAC/CCB), Marta Mestre (curadora MAC/CCB) e Mariana Pinto dos Santos (assessora científica).

Conversa proferida em inglês e português

Entrada livre, sujeita aos lugares disponíveis

◾ Visita à exposição 31 Mulheres. Uma exposição de Peggy Guggenheim
1 de março às 15:00, 29 de março, 3 de maio e 28 de junho, às 16:00
Participação gratuita mediante inscrição prévia pelo e-mail servico.educativo.museu@ccb.pt e aquisição de bilhete de entrada no museu

mais infos 

24.02.2025 | by martalanca | artistas, mulheres, Peggy Guggenheim

Declaração da Conferência em Matera

Outubro 4-6, 2024

Women Without Violence International Foundation e Pangea Foundation

Nós, as mulheres participantes na Conferência organizada pela Women Without Violence International Foundation (WWVIF) e Pangea Foundation, reunidas em Matera em paralelo à conferência ministerial do G7 sobre igualdade de género, apelamos aos líderes mundiais para que tomem medidas imediatas e coordenadas contra a violência sexual e promovam os direitos fundamentais das mulheres e meninas em toda a sua diversidade.

A Violência Sexual Como um Flagelo Global e Estrutural

A violência sexual permanece um flagelo estrutural que afeta mulheres em todo o mundo, independentemente de fronteiras, culturas e contextos socioeconómicos. Instamos os líderes do G7, G20 e das Nações Unidas a reconhecer a gravidade deste problema e a agir de forma decisiva.

Reconhecemos que, globalmente, a guerra e o conflito estão entre as causas fundamentais da violência contra as mulheres. O comércio de armas contribui para a escalada de conflitos, e o sexismo diário, com os seus estereótipos e ações, cria terreno fértil para a violência sexual. É essencial promover campanhas de comunicação e sensibilização, sobretudo entre os jovens.

Recomendações Principais:

-Ratificação Universal de Convenções-Chave 

Apelamos à ratificação e implementação das principais convenções internacionais, como a Convenção de Istambul e a Convenção Belém do Pará. Mesmo com legislação relevante, a implementação é muitas vezes inadequada. Os Estados devem adotar planos nacionais para combater a violência sexista, proteger as vítimas e processar os autores.

Reconhecimento do Apartheid de Género

Apoiamo-nos no apelo de ativistas afegãs para que o apartheid de género seja reconhecido como crime contra a humanidade. Devem ser alocados recursos específicos para apoiar mulheres em áreas de conflito e assegurar que autores de genocídio enfrentem justiça internacional.

Inclusão de Violência Sexual e Consentimento na Legislação Europeia

É necessário incluir a violência sexual e o consentimento na Diretiva Europeia contra a violência de género, considerando fatores como a vulnerabilidade e o contexto da vítima.

Recursos para Prevenção e Educação 

Os custos da violência de género na UE são estimados em 366 mil milhões de euros anuais. Investir em prevenção e educação é essencial para reduzir o impacto económico e social desta violência.

Paridade de Género e Peritos Independentes

 Exigimos paridade de género nos níveis políticos e que agressores de violência de género sejam inelegíveis para cargos públicos. Os Estados devem nomear peritos independentes para órgãos de monitorização internacionais.

Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 

Os objetivos do G7 G20 devem focar-se nos direitos das mulheres, calculando o impacto da violência de género no PIB de cada país.

Apoio a ONGs Feministas e Defensores dos Direitos Humanos

É fundamental apoiar financeiramente ONGs feministas e defensoras dos direitos humanos, sobretudo no Sul Global.

Empoderamento das Mulheres

Os Estados devem promover o empoderamento inclusivo das mulheres, criando programas adaptados às suas necessidades e eliminando a estigmatização.

Combate à Violência Facilitada pela Tecnologia

Chamamos à cooperação internacional para proibir a disseminação de conteúdos violentos e sexistas online, especialmente os que envolvem menores.

Atenção à Violência Sexual em Migração e Conflito 

Os Estados devem expandir o direito ao asilo para mulheres que sofrem violência em contextos de migração e conflito.

Respeito pela Igualdade de Género em Acordos Bilaterais e Multilaterais

A igualdade de género e os direitos das mulheres devem ser condições para acordos internacionais.

Diplomacia Feminista

Pedimos que os direitos das mulheres sejam uma prioridade em diálogos políticos, incluindo financiamento para a igualdade de género.

Responsabilização por Violência Sexual em Detenção

Os Estados devem comprometer-se a processar autores de violência sexual em locais de detenção.

Expansão da Recolha de Dados e Investigação

Os Estados devem investir na recolha de dados sobre todas as formas de violência, avaliando o custo social e económico desta violência.

Formação para Profissionais

A formação para profissionais de segurança e justiça deve desconstruir estereótipos prejudiciais e garantir um tratamento digno às vítimas.

Conclusão

O momento para agir é agora. Cada dia sem ação significa mais vítimas. Apelamos ao compromisso dos líderes do G7, G20 e ONU para aplicar estas recomendações com urgência. Através de uma liderança resoluta, é possível alcançar um mundo livre de violência, discriminação e opressão, promovendo a igualdade, justiça e dignidade para todos.

First Signatories

Women Without Violence International Foundation (Fondation Internationale Femmes Sans Violences) (WWVIF), France, Italy, Portugal, Malta, Albania Pangea Foundation, Italy RAJA-Danièle Marcovici Foundation, (Fondation RAJA-Danièle Marcovici), France Portuguese Women Jurists Association, (Associação Portuguesa de Mulheres Juristas) (APMJ) Portugal The European Observatory on Femicide (EOF), Europe Feminoteka Foundation, (Fundacja Feminoteka), Poland Counselling Line for Women and Girls (CLWG), Albania Gender Alliance for Development Center, Albania Sampark - Bangalore, India Shirakat - Partnership for Development, Pakistan Alternative and Response Women Association (União de Mulheres Alternativa e Resposta) (UMAR), Portugal We are NOT Weapons of War, (Nous ne sommes PAS des Armes de Guerre), Élimination des violences sexuelles liées aux conflits et aux crises, France Women’s Rights Advocates and Advisory Association, (WRAAA), Norway Françoise Brié, President and founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023 and of the High Council for Equality between women and men, France Simona Lanzoni, Vice-president PANGEA foundation, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023, Italy Helena Leitão, Prosecutor General of High Court of Lisbon, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023, Portugal Prof Marceline Naudi, Academic (University of Malta) and activist, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023, Malta Assoc. Prof. Iris Luarasi, Director CLWG, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015- 2023, Albania Prof. Feride Acar, Former President of GREVIO and Former Chairperson of UN CEDAW, Turkey Mirela Arqimandriti, Executive Director, Gender Alliance for Development Centre (GADC), Albania Céline BARDET, Jurist and international criminal investigator, Specialist in war crimes and sexual violence linked to conflicts and crises, France Monia Ben Jemia, Jurist, Tunisia Alice Bordaçarre, Head of the Women’s Rights Office and gender equality desk of the International Federation for Human Rights (FIDH), France Kira Borg, Victim Support Malta, Malta WWVIF – womenwithoutviolence@gmail.com www.wwvif.net Albertina das Neves, Judge, East-Timor Kuhu Das, Disability & Gender Consultant, India Renata Gil de Alcantara Videira, Counsellor of the Brazilian National Council of Justice (CNJ), Brazil Rachel Eapen Paul, Retired Policy director on gender based violence and domestic violence, Office of the Equality and Anti- discrimination, Former GREVIO member 2018-2022, Norway Maria Edith Lopez Hernandez, Afro-Mexican feminist lawyer, Mexico Luz Patricia Mejía Guerrero, CIM Principal Expert, MESECVI Technical Secretariat, Inter-American Commission of Women, Organization of American States, Venezuela Dr. Nagham Nawsat Hasan, Gynaecologist, Human rights defender, Iraq Katarzyna Nowakowska, Coordinator of the Warsaw Rape Crisis Centre, Poland Maria Perquilhas, Judge of High Court of Evora, Portugal Catia Pontedeira, Professor in Criminology at the University of Maia and of Minho, Portugal Sophie Pouget, Gender Equality & Human Rights Senior Specialist, France Elisa Samuel, High Court Judge and Director of Centre for Legal and judicial training, Mozambique Jhuma Sen, Advocate, Calcutta High Court and Global Fellow, Centre for Human Rights and Humanitarian Studies, Brown University, India Wanja J. Sæther, President, Women’s Rights Advocates and Advisory Association (WRAAA), Norway Dr. Smita Premchander, Founder & Secretary of Sampark, India

 

20.11.2024 | by martalanca | mulheres, violência sexual

50 anos do 25 de Abril / Mulheres, Literatura e Revolução e MULHERES RARAS

MULHERES, LITERATURA E REVOLUÇÃO
Nos 50 anos do 25 de Abril e com um país a virar à direita é preciso entendermos melhor a nossa história para que consigamos agir, não baixar os braços e fazer muito barulho. Nesse contexto organizei na Snob um novo curso que tenta entender, do ponto de vista das mulheres - quem na verdade viu a sua vida mudar radicalmente com a revolução - como se fez essa transição. Uma revolução que se fez num dia teve e tem ainda décadas de trabalho para fazer na consciência do potencial da nossa liberdade, empatia e respeito pelo outro. Em três sessões vamos pensar como se ensina um país a viver em liberdade através da literatura, do activismo, da acção social, dos movimentos espontâneos e organizados. Só entendendo o que se passou podemos fazer o tanto que ainda falta fazer.
15, 22 e 29 de Abril, segundas-feiras19h - 20h3050€Presencial na Snob, zoom ou em vídeo em qualquer altura.Inscrições e informações: mulheres.raras.info@gmail.com
https://www.rosaazevedo.com/post/em-abril-na-snob
MULHERES RARAS

O projecto MULHERES RARAS lança-se para fora de portas, mais precisamente para o Reguengo Grande nos arredores da Lourinhã. No fim-de-semana de 6 e 7 de Abril a nossa proposta é afastarmo-nos de todos para nos aproximarmos uns dos outros a falar de livros escritos por mulheres no séc XX, em Portugal. O fim-de-semana inclui o curso MULHERES RARAS, leituras autónomas, leituras orientadas, muitas conversas sobre livros e não só, e algum tempo livre. Inclui também duas noites numa casa charmosa e todas as refeições (que serão preparadas comunitariamente.)

DATAS
De 5 de Abril, 21h a 7 de Abril, 17h
Casal Serrano
https://www.booking.com/Share-QHJp1Zd

MULHERES RARAS

Nas publicações de referência da História da Literatura Portuguesa do séc. XX escasseiam mulheres. Por um lado podemos afirmar sem estar longe da verdade que as mulheres escreviam menos que os homens. Mas porquê? E será que se justifica que os nomes de mulheres ao longo da primeira metade do século se contem pelos dedos de uma mão? Neste curso vamos falar de uma cultura feminina, por oposição a uma escrita feminina, revelar o que se passou no século XX em Portugal, falar de escritoras, do meio onde elas tiveram de se afirmar, pensar em conjunto que fenómeno de apagamento foi este. E, acima de tudo, vamos devolver à literatura alguns destes livros e destas autoras.

https://www.rosaazevedo.com/post/mulheres-raras-fora-de-portas


 

25.03.2024 | by mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, literatura, mulheres, mulheres raras, revolução

Mulheres e Escravatura em África e na América: Uma Abordagem Comparativa

 

Nos dias 4 e 5 de julho (2024), acontecerá uma conferência internacional na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Organizada pela Eugénia Rodrigues e por Robson Costa, esta conferência tem como objetivo discutir as múltiplas faces da escravidão de mulheres e meninas na América e na África, numa pespectiva comparativa, regional ou local.  O evento contará com a presença das oradoras Adriana Dantas Reis e Mariana P. Candido.  


Para mais informações consultar: Centro de História da Universidade de Lisboa (ulisboa.pt)

 

21.03.2024 | by Nélida Brito | África-América, discussão, escravatura, FLUL, mulheres

"Mulheres do meu país" - Um filme de Raquel Freire

08 mar 2024 SEXTA, 16:30

Local Auditório 2 Fundação Calouste Gulbenkian

Entrada livre Sujeita à lotação do espaço

Exibição do filme seguida de conversa com a realizadora Raquel Freire e Rita M. Pestana, responsável pela montagem do filme

Vamos celebrar os múltiplos retratos de mulheres que fazem este país avançar todos os dias. Através da voz de cada uma destas mulheres conhecemos a riqueza das experiências vividas, que, juntas, nos dão um legado de confiança, justiça, perseverança, respeito e liberdade. 

São 14 histórias cruzadas, sobrepostas, contrastadas e colocadas em diálogo, são 14 testemunhos de vida, de resistência, de dignidade, que nos emocionam, interpelam, que ora nos provocam gargalhadas ora nos fazem engolir em seco. 

Em cada mulher, uma história onde se cruzam múltiplas opressões, em cada sujeito uma singularidade que é também a síntese de múltiplas determinações sociais. No seu conjunto, um retrato do país, das estruturas, das desigualdades, mas também da inteligência, da coragem, da emancipação, da luta pela felicidade.


28.02.2024 | by mariana | exibição de filme, Fundação Calouste Gulbenkian, mulheres, Raquel Freire, Rita M Pestana

Conhecimento e Criatividade: biografias de mulheres na história global (sécs.18-20) por Filipa Lowndes Vicente

Programação Ter 30 jan - 19h às 20h30

Conferências Eutopos Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

Há 50 anos, na década de 1970, as abordagens feministas à história e à história da arte começaram a revelar muitos nomes de mulheres do passado que, através da escrita, publicação, pintura, escultura e investigação deixaram vestígios documentais do seu conhecimento e criatividade. Desde então, em diversos lugares do mundo, estes nomes passaram a ser incorporados em programas universitários, coleções editoriais e ciclos de conferências. Fizeram-se livros, artigos, teses de doutoramento, exposições, documentários e peças de teatro sobre elas, mas os seus lugares na história continuam desconhecidos a muitos olhares do presente. Interessa conhecê-las, mas também questionar os diversos processos que contribuíram para a sua invisibilidade. Nesta conferência, são abordados casos específicos de mulheres dos séculos 18 ao 20 em diferentes lugares mundo. A francesa Olympe de Gouges (1748-1793), dramaturga, escritora, feminista e abolicionista; a britânica Mary Wollstonecraft (1759-1797), escritora e feminista; a afro-americana Sarah Parker Remond (1826-1894), abolicionista, ativista e médica que viveu no Reino Unido e em Itália; a britânica Bessie Rayner Parkes (1829–1925), escritora, editora e defensora dos direitos das mulheres; a sua filha Marie Belloc Lowndes (1868-1947), escritora de ficção e jornalista; a indiana, goesa de Bombaim, Emmeline da Cunha (1873-1972), médica e investigadora em epidemiologia; e as portuguesas Aurélia de Souza (1866-1922), pintora, que viveu no Porto e em Paris, e Maria Lamas, feminista, escritora, jornalista e fotógrafa.

Filipa Lowndes Vicente

Historiadora e investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, doutorou-se na Universidade de Londres, em 2000. Em 2015 foi professora visitante no King’s College, Universidade de Londres e, em 2016, na Universidade da Brown, Providence, EUA. É autora de vários artigos e livros entre os quais Arte Sem História: Mulheres e Cultura Artística, Séculos XVI-XX (2012) e, como editora, Aurélia de Sousa, Mulher Artista (1866-1922) catálogo da exposição que também comissariou.Conferências Eutopos A busca por um bom lugar, ou por um eutopos, serviu de motivação à Brotéria para toda a sua atividade ao longo do último ano. Acreditamos que essa inquietação não está esgotada. Pelo contrário, há ainda muito bem escondido para mostrar, muitas vidas desconhecidas para revelar, muitos projetos transformadores para partilhar. Vivemos num mundo acidentado, onde o progresso é lento, mas onde o bem se constrói e onde a esperança se torna visivelmente concreta. No primeiro trimestre do ano apresentamos três conferências sobre três topoi nos quais o bem e o que é bom se podem revelar: biografias de personalidades femininas que passaram praticamente despercebidas no seu tempo, a busca pela relevância dos livros numa realidade altamente tecnológica e a procura da beleza através da música. Local: BrotériaDuração: 1h30Gratuito

29.01.2024 | by martalanca | biografias, FILIPA LOWNDES VICENTE, mulheres

Resistência cultural no feminino: legados e heranças intergeracionais

27 Janeiro 2024

Organização: FÓRUM DEMOS; MigraMediaActs, CECS, Universidade do Minho Local do evento: Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, Braga

Link do evento

Horário

15h00 – 15h15: Receção e apresentação do evento por Rosa Cabecinhas.

15h15 – 16h30: À Conversa com: Ana Cristina Pereira Maria Matilde Nicolau Miguel de Barros Teresa de Sousa Álvaro Vasconcelos Moderação: Sheila Khan

(Cada orador será convidado a refletir sensivelmente por 15 minutos)

16h30 – 16h45: Debate com a audiência.

16h45 – 17h00: Reflexão final com Rosa Cabecinhas.

Apresentação

Os 50 anos da democracia em Portugal aproximam-se e trazem para a arena pública a urgência de vários debates e reflexões que procuram promover, estimular e abrir novos espaços de partilha de experiências, emoções e de caminhos feitos de luta, fé, compromisso e, também, de outras dimensões humanas menos felizes. Este encontro procura reavivar as memórias de um longo percurso, este construído, mapeado por mulheres que uniram os seus esforços e compromissos à luta não apenas pela democracia, mas também, por uma cidadania mais inclusiva, consciente e aberta aos desafios contemporâneos.

Os legados destes 50 anos no feminino abraçam, hoje, outros modos de refletir não apenas a questão do lugar da mulher, mas, sobretudo, o debate em torno das questões do género, das opções identitárias e culturais. Esses patrimónios humanos não se colocaram no baú esquecido e poeirento, pelo contrário, pelos vários e diferenciados processos de socialização, as novas gerações sentem como suas essas heranças deste 25 de Abril que as avós, mães, os rostos do Portugal não apenas no feminino conseguiu manter vivo, espelhado pelos atos de uma empatia e fraternidade entre gerações.

Nesse sentido, entre encontro almeja tornar vivas, presentes e audíveis estas vozes, memórias, perceções e reflexões que importam profundamente na construção ativa da resistência cultural e da relevância dos legados e heranças intergeracionais.

Notas Biográficas

Álvaro Vasconcelos é o atual detentor da Cátedra José Bonifácio da Universidade de São Paulo (USP) e professor colaborador da mesma universidade, investigador do CEIS20 da Universidade de Coimbra, coordenador do Fórum Demos. Foi professor convidado do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (2014-2015). Foi Diretor do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia/EUISS (2007-2012) e do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI) de Lisboa, desde a sua fundação, em 1980, até 2007. Colunista regular na imprensa, coordenou e editou o relatório que o RUISS produziu para a União Europeia Global Trends 2030 – Citizens in an Interconnected and Polycentric World. Autor do livro La Vague Démocratique Arabe. L’Europe et la question islamiste. Harmattan, Paris, 2014. Coordenador do livro: Tendências Globais 2030 - Os Futuros de Portugal, Fundação de Serralves, 2017 e de Brasil nas Ondas do Mundo, imprensa da Universidade de Coimbra, 2017. Autor do livro 25 de Abril no Futuro da Democracia, Estratégias Criativas (2019), e dê Memórias em Tempo de Amnésia: Uma Campa em África, Edições Afrontamento, 2022 O seu último livro intitula-se: Memórias em Tempo de Amnésia: Exílio sem Saudade, Edições Afrontamento, 2023.

Ana Cristina Pereira - Kitty Furtado é crítica cultural empenhada na diluição de fronteiras entre academia e esfera pública. Tem curado mostras de cinema (pós)colonial e promovido a discussão pública em torno da Memória Cultural, do Racismo e das Reparações. É doutora em Estudos Culturais, pela Universidade do Minho, com a tese: “Alteridade e identidade na ficção cinematográfica em Portugal e Moçambique” e investigadora do CECS (U. Minho), onde coordena a linha de investigação “Ativismos Migrantes” do projeto MigraMediaActs. Co-editou números especiais de revistas científicas, entre os quais, o n.o 54 da Revista Comunicação e Linguagens - Gender Decolonising: ways of seeing and knowing. Atualmente é coordenadora do Grupo de Trabalho de Cultura Visual da SOPCOM e sub-diretora da VISTA: revista de cultura visual (com Silvana Mota Ribeiro). Juntamente com Rosa Cabecinhas publicou o livro “Abrir os gomos do tempo: conversas sobre cinema em Moçambique” (2022). 

Foi co-coordenadora da rede COST “Social psychological dynamics of historical representations in the enlarged European Union”, rede que envolveu investigadores de 30 países. É coordenadora do projeto “Migrations, media and activisms in Portuguese language: decolonising mediascapes and imagining alternative futures” e é co-coordenadora do projeto “Memories, cultures and identities: how the past weights on the present-day intercultural relations in Mozambique and Portugal?”. A sua tese de doutoramento foi premiada pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (2004) e foi co-recipiente do Gordon Allport Intergroup Relations Prize (2012). Das obras que dirigiu, coeditou ou publicou, destacam-se “Preto e Branco: A Naturalização da Discriminação Racial” (2007, 2a edição em 2017), “Comunicação Intercultural: Perspectivas, Dilemas e Desafios” (2008, 2a edição em 2017), e “(In)visibilidades: Imagem e Racismo” (2020) e “Abrir os Gomos do Tempo: Conversas Sobre Cinema em Moçambique” (2020).

Maria Matilde Nicolau, nasci a 11 de janeiro de 1945, Coimbra, onde vivi até 1971, alternando com Braga, após o meu casamento e consequente nascimento das minhas filhas. Entrei na Faculdade de Direito em 1963 e terminei o curso em junho de 1970, dada a minha adesão à greve aos exames, em junho de 1969, na sequência da Crise Académica deste ano em Coimbra (frequentava, nessa altura, como o meu marido, o último ano do referido curso. Ele foi incorporado em Mafra, em setembro de 1969, pela mesma razão). Em 1970, após ter terminado a licenciatura, concorri a um lugar de chefe de serviços da Faculdade de Economia (recém-criada) da Universidade de Lourenço Marques, tendo tomado posse e seguido para Moçambique em maio de 1971. A decisão de ir trabalhar para Moçambique resultou do facto de o meu marido ter como destino quase certo a mobilização para a guerra colonial e de os meus Pais aí viverem, o que aumentava as hipóteses de ele poder ficar mais perto da família. Os cálculos saíram errados, porque o meu marido não foi mobilizado para o Ultramar, ao que julgo, pela enorme mobilização resultante do “castigo” generalizado da crise académica. Apesar disto, no fim do serviço militar, decidimos continuar em Moçambique pelo menos por mais algum tempo.

Miguel de Barros é Sociólogo e investigador guineense. É co-fundador do Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC) e membro do Conselho de Pesquisa para as Ciências Sociais em África (CODESRIA). Desde 2012, exerce funções de Diretor Executivo da ONG ambientalista guineense Tiniguena – “Esta Terra é Nossa”, integra a direção da Rede da Sociedade Civil para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional da Guiné-Bissau (REESSAN-GB) e da Coligação para a Defesa do Património Genético Africano (COPAGEN). Tem desenvolvido estudos e intervenções nos domínios de gestão de sítios de património natural, cultural e histórico, comunidades tradicionais, processos participativos, comunicação, género e juventudes, racismo, cooperação e sustentabilidade das organizações sociais. É autor de “A Sociedade Civil e o Estado na Guiné-Bissau: dinâmicas, desafios e perspetivas” (2015), “Juventude e Transformações Sociais na Guiné-Bissau e co-autor de vários livros, entre os quais “Manual de Capacitação das Mulheres em Matéria de Participação Política com base no Género” (2012), “A Participação das Mulheres na Política e na Tomada de Decisão na Guiné-Bissau: da consciência, perceção à prática política” (2013), “Sociedade Civil, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (2014), “Hispano-Lusophone” Community Media: Identity, Cultural Politics and Difference (2018), “Geração Nova da Tiniguena, uma escola para a vida! Uma experiência de educação para o ambiente e cidadania na Guiné- Bissau” (2020). Em 2018 foi distinguido com o prémio panafricano humanitário em “Leadership in Research & social impact”.

Rosa Cabecinhas (1965, Bajouca, Leiria) teve a sua primeira experiência migratória aos cinco anos, quando foi “a salto” para França. Estudou e viveu em vários países. Atualmente é professora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, e investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). Tem desenvolvido investigação de natureza interdisciplinar e coordenado diversos projetos nacionais e internacionais sobre representações sociais da história, relações intergrupais, diversidade e mudança social.

Sheila Khan é socióloga, investigadora do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, professora auxiliar convidada da Universidade de Trás-os– Montes e Alto Douro e comentadora do painel do programa Debate Africano na RDP África. Doutora em Estudos Étnicos e Culturais pela Universidade de Warwick. As suas mais recentes publicações são: Portugal a lápis de cor. A sul de uma pós-colonialidade (Almedina, 2015); Visitas a João Paulo Borges Coelho. Leituras, Diálogos e Futuros (com Nazir Can, Sandra Sousa, Leonor Simas-Almeida e Isabel Ferreira Gould, Colibri, 2017); A Europa no Mundo, o Mundo na Europa. Crise e Identidade (com Rita Ribeiro e Vítor Sousa, Editora Húmus, 2020); Racism and Racial Surveillance. Modernity Matters (com Nazir Can e Helena Machado, London: Routledge, 2021); Reparações históricas: Desestabilizando construções do passado colonial (com Vítor de Sousa e Pedro Schacht Pereira, Junho 2022) e, finalmente, Djaimilia Pereira de Almeida: Tecelã de mundos passados e presentes (com Sandra Sousa, 2022).

Teresa de Sousa começou a sua carreira como jornalista em 1977 no Jornal Novo durante a Guerra Fria. Após passagens pela RDP e Expresso, destacou-se no PÚBLICO, cobrindo eventos históricos como a queda do Muro de Berlim e a implosão da União Soviética. Especializou-se em política internacional, sendo reconhecida como uma das principais jornalistas portuguesas nesse campo. Com formação em Economia pelo antigo ISCEF, escreveu livros, incluindo uma biografia de Mário Soares. A sua carreira inclui entrevistas a intelectuais e académicos, contribuindo significativamente para o jornalismo em Portugal.

Comissão organizadora:

Álvaro Vasconcelos (Fórum Demos)
Rosa Cabecinhas (CECS, Universidade do Minho) Chisoka Paulo Simões (CECS, Universidade do Minho) Sheila Khan (CECS, Universidade do Minho)

25.01.2024 | by martalanca | cultura, mulheres, Resistência

Coletivo as7bonecas lança convocatória para textos queer de mulheres

Até 21 de Abril de 2024.

O projeto independente as7bonecas, conceptualizado e coordenado por Stella Faustino e Joana Rosa, que quer encorajar e divulgar a Literatura Queer em Portugal, e a autoria de mulheres, lança hoje, dia 22 de Janeiro, a segunda convocatória nacional para textos queer de mulheres, numa chamada inclusiva e interseccional. As submissões ficam abertas até dia 21 de Abril de 2024 e há um prémio monetário no valor de 1000€.

A edição anterior, decorrida entre Dezembro de 2022 e Março de 2023, com o tema “O desejo queer entre mulheres”, resultou em prémios para Cláudia Zafre e Prudância M., assim como na inclusão dos contos de Lora, Al berta, MNE e Alice Erce no primeiro e-book editado pelo coletivo, “Querer Queer”, que pode ser encontrado no site.

A edição deste ano é dedicada a Judith Teixeira (1808-1959), autora provocadora, colocada, durante décadas, à margem do panorama literário e artístico português. Quando lançou “Satânia” (1927), o seu único livro de contos, vivia-se em Portugal um clima de progressiva instauração da ditadura, que Judith sempre desafiou. Adversa ao status quo, pagou um preço alto por insistir em expressar-se. Com esta pequena homenagem, e em pleno ano de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, as7bonecas querem não só contribuir para reverter o apagamento de que, deliberadamente, foi alvo, mas também para a visibilidade e reconhecimento de estórias e autoras que desafiem convenções dominantes.

A edição deste ano conta com a colaboração da ilustradora Bárbara Sereno e com as juradas da edição anterior, Luísa Semedo, Ana Bessa Carvalho, Amanda Ribeiro e Helena Ales Pereira.

Mais detalhes em www.as7bonecas.pt e instagram.

Poster- Bárbara Sereno Poster- Bárbara Sereno

 

 

 

22.01.2024 | by Nélida Brito | literatuta queer, mulheres

Mulheres nas descolonizações, modos de ver e saber

II Encontros

“Descolonizar, dizem elas” *
(*a partir de Destruir, diz ela, Duras, 1969)

Hangar, 29-30 de Setembro

Toca Tchoro © Daniel Barroca e Catarina Laranjeiro (Fogo no lodo, 2023)

A segunda edição dos Encontros MULHERES NAS DESCOLONIZAÇÕES. MODOS DE VER E SABER junta criadorxs, curadorxs e investigadorxs para uma reflexão sobre os olhares, saberes e práticas de mulheres nas libertações e nos processos decoloniais, e sobre como, partindo destes, encetando novas práticas artísticas e comunicacionais, e potenciando novas perspectivas identitárias, se (re-)imagina o (pós-)colonialismo
Programa de investigação-acção, parte das práticas artísticas, de novos modelos de comunicação e da reflexão sobre os mesmos para questionar “políticas da memória” e identidade, ensaiando gestos de restituição. A reflexão sobre e a afirmação de modos de ver e fazer no feminino são centrais num processo necessário de cura e restituição.

Curadoria: Maria do Carmo Piçarra

Doutorada em Ciências da Comunicação, Maria do Carmo Piçarra é professora na Universidade Autónoma de Lisboa, investigadora contratada no ICNOVA e programadora de cinema. Tem investigado propaganda cinematográfica e a censura durante o Estado Novo, o cinema militante africano e os modos de ver e conhecer das mulheres durante os processos de descolonização. Entre outros livros e artigos, é autora de Olhar de Maldoror. Singularidade de um cinema político (2022), Projectar a ordem. Cinema do Povo e propaganda salazarista 1935 – 1954 (2020), Azuis ultramarinos. Propaganda colonial e censura no cinema do Estado Novo” (2015). Coordenou, com Jorge António, a trilogia Angola, o nascimento de uma nação (2013, 2014, 2015) e, com Teresa Castro, (Re)Imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017). Dinamiza a Aleph – Rede de Acção e Investigação Crítica da Imagem Colonial.

DIA 29

Identidade e memória nas práticas artísticas e da comunicação

10h-11h15: Sobre o colonialismo português tardio: uma breve imersão

Apresentação e conversa com Rita Cássia Silva

Rita Cássia Silva iniciou-se nas artes cénicas aos doze anos. Natural de Salvador-Bahia-Brasil, radicou-se em Portugal, a partir de 2000. Escolheu Lisboa enquanto primeira morada. Lagos e Mértola enquanto recônditos afetivos cruciais. Mãe de Martim. Escreve, interpreta, encena, pratica artivismo, intervém educacionalmente. Licenciada em Antropologia pelo ISCTE-UL. Doutoranda em Ciências da Comunicação – Comunicação e Artes, pela Universidade Nova de Lisboa. Integra o ICNOVA, Projeto Photo Impulse. Bolseira do Programa Aliança EUTOPIA (FCT / NOVA / CY CERGY PARIS). Curadora participativa da exposição “O Impulso Fotográfico (des) Arrumar o Arquivo Colonial”, patente temporariamente até 31 de Dezembro de 2023, no MUHNAC, Lisboa. As suas áreas de interesse situam-se na pesquisa baseada em criação artística, cruzamentos disciplinares, autoetnografia, género, comunicação, pensamento decolonial e cultura visual.

11h15-11h45: As donas da Casa: A presença (in)visível das mulheres na Casa dos Estudantes do Império

Apresentação por Vânia Maia, seguida de debate

Vânia Maia iniciou-se no jornalismo aos microfones de rádios locais. Para a imprensa escrita, fez reportagens na Central Nuclear de Chernobyl, em campos de refugiados no Uganda ou em áreas devastadas por ciclones, em Moçambique. Integra a bolsa de formadores da Associação Literacia para os Media e Jornalismo. Os seus trabalhos receberam mais de uma dúzia de distinções — seis delas relacionadas com a cobertura da pandemia. No 30.º aniversário do Prémio Lorenzo Natali, promovido pela Comissão Europeia, venceu na categoria Europa. Ganhou uma Bolsa de Investigação Jornalística pela Fundação Calouste Gulbenkian, que deu origem a uma grande reportagem sobre a presença feminina na Casa dos Estudantes do Império.

12h-13h30: Análise da iconografia da mulher negra na banda desenhada de Casa Grande & Senzala – em quadrinhos (Livia Sampaio), O feminismo é uma prática (Lorena Travassos) e Afrolis: jornalismo com cor e sotaque (Amina Bawa)

Apresentações por Livia Sampaio, Lorena Travassos e Amina Bawa, seguidas de debate

Livia Sampaio é brasileira, formada em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Veio para Portugal para fazer o mestrado em Estudos Africanos no ISCTE com a dissertação Mulheres negras e o cabelo: Racismo, sexismo e resitência defendida em 2021, e, desde então, vem se dedicado no estudo do reflexo do racismo e misoginia no corpo da mulher negra em Portugal. Co-editora do livro Uma História com mulheres e autora do capítulo “Como o status social colonial é refletido no cotidiano das mulheres negras”. É doutoranda no curso de Media e Sociedade no Contexto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da Universidade Autónoma de Lisboa.

Lorena Travassos é fotógrafa, livreira e investigadora do ICNOVA. Actualmente é docente convidada no ICNOVA e investiga o arquivo a partir das questões decoloniais e de género. É fundadora da livraria feminista Greta em Lisboa.

Amina Bawa é jornalista, produtora cultural e mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa. No Brasil, trabalhou em áreas diversas como comunicação sindical e na produção de museus e espaços de cultura. Em Portugal, trabalha como Gestora de Conteúdo, Marketing e Comunidade na Associação Afrolis e como professora de Tecnologia da Informação e Comunicação na escola de circo do Chapitô. É Produtora Editorial no Gerador, além de ser co-fundadora do observatório de tendências brasileiras, Brasil Mood.

Modos de ser e fazer. Práticas artísticas

15h-16h15: Museu Pessoal

Performance e conversa com Gisela Casimiro

Gisela Casimiro é escritora, artista, performer e activista. Formou-se em Estudos Portugueses e Ingleses pela NOVA/FCSH. Trabalha sobre identidade, corpo, memória, trauma, racismo, pós-colonialismo e quotidiano. A sua prática envolve escrita, fotografia, instalação, colagem e som. É autora de Erosão e Giz (poesia), Estendais (crónicas) e Casa com Árvores Dentro (dramaturgia, encenado por Cláudia Semedo/Companhia de Actores). Em teatro foi co-criadora e actriz de SET THE TABLE, de Raquel André e Cristina Carvalhal. Participou em exposições no Armário, Galerias Municipais do Porto e de Lisboa, entre outros. Integra a Coleção António Cachola. Coordena, com Teresa Coutinho, o Clube de Leitura do Batalha Centro de Cinema. É membro fundador da UNA – União Negra das Artes. De momento faz o apoio à dramaturgia de BLACKFACE!, de Marco Mendonça, a estrear em 2023.

Toca Tchoro © Daniel Barroca e Catarina Laranjeiro (Fogo no lodo, 2023)Toca Tchoro © Daniel Barroca e Catarina Laranjeiro (Fogo no lodo, 2023)

DIA 30

Modos de ser e fazer. Práticas artísticas

10h-11h15: Mankaka Kadi Konda Ko

Performance e conversa com Filipa Bossuet

Filipa Bossuet (1998) Licenciada em Ciências da Comunicação e aluna do mestrado em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo, na NOVA FCSH. Utiliza a performance, a pintura, a fotografia e o vídeo experimental para retratar processos de identidade, negritude, memória e cura.

Luta e luto. Entre passado e presente

11h30-12h45: Mulheres de fogo, no lodo

Apresentação e conversa com Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca

Catarina Laranjeiro (1983) estudou Psicologia Social na FPCE-UL (Lisboa), Cinema/Imagem em Movimento no Ar.Co (Lisboa), Antropologia Visual na FU (Berlim) e doutorou-se em Pós-Colonialismo e Cidadania Global no CES-UC. É investigadora no Instituto de História Contemporânea da NOVA-FCSH. Tem autoria e colaboração em diversos projetos que aliam a investigação à criação artística, cruzando a antropologia, o teatro e o cinema. Realizou o filme PABIA DI AOS (2013).

Daniel Barroca estudou Artes Plásticas na Escola de Arte e Design das Caldas da Rainha e no Ar.Co. Foi artista residente na Künstlerhaus Bethanien em Berlim, na Rijksakademie em Amesterdão, no Ashkal Alwan em Beirute, e no Drawing Center em Nova Iorque. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Botin e da Comissão Fulbright, entre outras. Neste momento, desenvolve uma pesquisa doutoral sobre imagem antropológica e guerra colonial. Ao longo do seu percurso artístico, tem desenvolvido projetos de cinema expandido e experimental, que têm sido apresentados em festivais de cinema e espaços de arte contemporânea em diversas partes do mundo.

14h30-15h30: “Eu sou a rixa”: traçando a evolução da identidade da segunda geração no Reino Unido através dos arquivos audiovisuais

Apresentação e conversa com Ana Naomi de Sousa

Ana Naomi De Sousa é uma realizadora e jornalista independente. Realizou os documentários The Architecture of Violence, Angola – Birth of a Movement; Guerrilla Architect; e Hacking Madrid – todos exibidos na Al Jazeera em inglês. Colaborou com Forensic Architecture e Amnesty International, no documentário interativo Saydnaya sobre uma prisão militar síria, tendo vencido um prémio Peabody em 2017. Escreve sobre a política pós-colonial, espacial e cultural para diversas plataformas, incluindo The Funambulist, The Guardian, e Al Jazeera. Colabora como realizadora na rede de ‘Decolonizing Architecture’, e como tradutora no projeto ‘Traduzindo Ferro, Transformando Conhecimentos’, entre outros. Actualmente, está a realizar a sua primeira longa-metragem.

16h00-17h30: Projecção de Entre Eu e Deus (Yara Costa Pereira, 2018, 60), seguida de conversa (via zoom) com Yara Costa

Yara Costa (1982) nasceu em Moçambique. Depois de ter terminado o ensino secundário na África do Sul, estudou jornalismo na Universidade Federal Fluminense, no Brasil. Após um mestrado em cinema documental na Universidade de Nova York, frequentou um curso de cinema em Cuba.


29.09.2023 | by martalanca | Descolonização, mulheres

Call for papers revista FotoCinema. Revista Científica de Cine y Fotografía

A revista FOTOCINEMA. Revista Científica de Cine y Fotografía da Universidade de Málaga vai aceitar propostas de artigos para o número temático especial “O GÉNERO ATRÁS DAS CÂMARAS. MULHERES FOTÓGRAFAS EUROPEIAS”.  

 É uma revista de Arte e Comunicação Audiovisual que se ocupa do estudo, da análise, do conhecimento, da história e da reflexão sobre o cinema e a fotografia, integrando-se nas correntes interdisciplinares actuais. Dentro da diversidade de configurações que tanto o cinema como a fotografia adquiriram neste início de século, FOTOCINEMA aborda tanto as novas tendências como as origens dentro de uma reflexão teórica e metodológica.

 É regida pelo sistema de revisão «double-blind peer-review» e classificada pela Scimago como Q1 em Artes Visuais e História.

 Admitem-se trabalhos noutros idiomas, especialmente em inglês e francês. Os artigos escritos numa língua diferente do castelhano, incluirão um resumo neste idioma de 500 a 1000 palavras.

 Prazo de recepção de artigos entre 1 e 30 de Setembro de 2024. Fecho da publicação em Janeiro de 2025.

22.05.2023 | by mariadias | artigos, cinema, fotocinema, fotografia, mulheres, proposta, revista

WOMAN IS POWER! de Raquel Lima e Kwame Write

Woman is Power é uma homenagem às mulheres ancestrais, aquelas queestão/foram/estarão presentes em todo o universo e além, com e sem úterobiológico, cujas vozes moldam a dinâmica das nossas vidas partilhadas, cujotrabalho de amor dá origem a revoluções e tece a cultura de resistência, àspioneiras da linguagem da civilização e comunidade de frente unida.Depois de se encontrarem em festivais de poesia no Rio, Madrid, Lisboa e maisadiante em Tema, Raquel Lima e Kwame Write constroem ritmos e anos de contribuiçãocomo artesãos de palavras e sons, enriquecidos por suas origens únicas em buscade libertação, humanidade e amor, face ao excessivo domínio patriarcal das nossassociedades.Todos os aspetos de Woman is Power resultam de um encontro cósmico que desafiaa temporalidade, a espacialidade e a espontaneidade da vida, mergulhadas no picodo tear colaborativo de artistas no Gana, São Tomé e Príncipe.

Oiça na integra AQUI!

03.04.2023 | by mariadias | arte, Kwame Write, mulheres, música, poesia, Raquel Lima, Woman is power

Podcast Todas as Vozes: Conversas com Mulheres do Atlântico Afro-Luso-Brasileiro

Este podcast quinzenal teve início no dia 8 de março. Haverá conversas com autoras tão diversas como a Ellen Lima, a Ngongita Diogo, a Dina Salústio ou a Gisela Casimiro, entre muitas outras. Está disponível em várias plataformas (Spotiffy, Anchor, Amazon Music, Google Podcasts, MixCloud e Stitcher).

Conversas com autoras que publicam poesia e prosa em Portugal, no Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo Verde, S.Tomé e Príncipe e. na Guiné-Bissau; Conversas à margem de cânones, em que se fala sobre memórias, periferias e formas de resistência. Conversas com investigadoras que também estudam formas artístico-poéticas de resistência; Conversas no âmbito do Projeto  WomenLit - Literatura de Mulheres: Memórias, Periferias e Resistências no Atlântico Luso-Afro-Brasileiro (PTDC/LLT-LES/0858/2021), Centro de Investigação: CHAM, FCSH-NOVA Lisboa, e Instituições Parceiras: CES e CEAUL/ULICES. Música: “Song in Mountains”, IMGMIDI.

ESCUTAR aqui 


20.03.2023 | by martalanca | Atlântico Afro-Luso-Brasileiro, mulheres, podcast

O documentário “OLHA PRA ELAS” e o encarceramento das mulheres

O documentário “OLHA PRA ELAS” aborda a temática do encarceramento das mulheres. O Brasil já tem a terceira maior população carcerária feminina do mundo, na maioria constituída por mulheres pobres, negras ou pardas e com baixa escolaridade. Mas o mais impactante é que dois terços são mães, e 57% têm mais do que um filho: muitas delas são as únicas responsáveis pelo sustento da família. “OLHA PRA ELAS” apresenta ao público casos reais em que são gritantes a questão de género; a feminilização da pobreza; a situação de abandono no cárcere; a dura realidade de crianças que vivem com a mãe na prisão e, principalmente, a desestruturação destas famílias. Em 2020, “OLHA PRA ELAS” foi premiado no Florianópolis Audiovisual do Mercosul (FAM), como “melhor filme work in progress, e, no mesmo ano, no Prémio de Direitos Humanos de Jornalismo. Foi selecionado para a Mostra Filmes da Lusofonia da XXVII edição do Festival Caminhos do Cinema Português, e para o Festival Cinema Negro em Ação, no Brasil, em 2022. A direção do filme é assinada pela dupla Tatiana Sager e Renato Dornelles, que também respondem pelo guião, juntamente com Luca Alverdi.

A seguir à projeção do documentário será realizada uma videoconferência / Cinedebate emitida em direto pelo canal do YouTube da Falange Produções, na qual participarão os dois realizadores brasileiros Tatiana Sager e Renato DornellesLuca Alverdi, coautor, coprodutor e editor do filme e a Prof. Dália Costa (ISCSP). A entrada é gratuita, por ordem de chegada. A lotação da sala é de 100 lugares.

SESSÃO ESPECIAL “OLHA PRA ELAS”
Dia 13 dezembro, terça-feira | 18h | Museu das Comunicações | Sala Átrio | Leg. EN | Rua do Instituto Industrial 16, 1200-225 Lisboa

A Falange Produções já lançou em 2016 o premiado documentário “CENTRAL - O Poder das Fações no Maior Presídio do Brasil”, que trata dos graves problemas observados no sistema prisional brasileiro a partir da realidade de um cárcere que já foi considerado o pior da América Latina pela Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos. Em 2016, “CENTRAL” foi vencedor na categoria “documentário” no FESTin.

A Falange Produções é uma associação cívica de profissionais de comunicação social e cinema que nasceu em 2019 em Porto Alegre/RS (Brasil). O nosso propósito é o desenvolvimento de projetos de cinema documental centrados na segurança pública e nos direitos humanos, divulgando-os no espaço público e na academia, designadamente junto de estudantes e docentes de cursos ligados à comunicação social, direito, sociologia, serviço
social, entre outros. Em Portugal, a Falange Produções tem como representante o argumentista e produtor Luca Alverdi, sócio gerente da Cabiria Productions.

Informações sobre a modalidade presencial do evento:

- A entrada é gratuita, por ordem de chegada. A lotação da sala é de 100 lugares.

Informações sobre a modalidade online do evento:

- O primeiro link é para a exibição do filme:

https://www.youtube.com/watch?v=XiQCsbasmW4

- O segundo link é para participar da videoconferência / Cinedebate:

https://www.youtube.com/watch?v=MdRjvaI-93s

 

11.12.2022 | by martalanca | Brasil, mulheres, Olha pra elas, prisão

Gala Mérito Mulheres | Zia Soares

A Associação de Mulheres Empreendedoras Europa/África promove a iniciativa MÉRITO ÀS MULHERES cujo objectivo é valorizar e premiar o papel da mulher nas mais distintas áreas profissionais.

Este ano celebra-se a 6ª Edição numa Gala que terá lugar no Estoril,  dia 25 de novembro pelas 19H no Hotel Palácio.

Zia Soares é uma das mulheres premiadas na área da “REPRESENTAÇÃO” pelo seu percurso singular em África e na Europa, na área das Artes Performativas, destacando-se o facto de ser a primeira mulher negra directora artística de uma companhia de teatro em Portugal e por ser autora e encenadora do espectáculo “O Riso dos Necrófagos” distinguido como “Melhor Espetáculo 2021/2022” no âmbito do Premio Internazionale Teresa Pomodoro em Milão, Itália.

Créditos - Estelle ValenteCréditos - Estelle Valente

Zia Soares é encenadora e actriz e é a primeira mulher negra diretora artística de uma companhia de teatro em Portugal. 

Filha de pai timorense e mãe angolana, nasceu em Angola, reside em Portugal e trabalha regularmente na Guiné-Bissau, em São Tomé e Príncipe e em Portugal.

Frequentou a Licenciatura de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o Mestrado de Artes Cénicas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. 

No início do seu percurso artístico passou pelo ballet e percussão com a Companhia Nacional de Ballet da Guiné Bissau, pelas artes circenses com a Amsterdam Balloon Company dos Países Baixos, e pelo teatro, com a Companhia de Teatro Os Sátyros,  de São Paulo, Brasil, e pelo Teatro Praga, tendo sido uma das fundadoras da companhia.  Em 2018 e 2019 concebeu e dirigiu as primeiras performances produzidas e interpretadas exclusivamente por mulheres negras em Portugal - Gestuário I produção INMUNE (Instituto da Mulher Negra em Portugal); e Gestuário II, co-produção INMUNE/ BoCA-Biennial of Contemporary Arts. 

É directora artística do Teatro GRIOT, companhia onde encenou LUMINOSO AFOGADO, a partir de Al Berto; Uma dança das florestas, de Wole Soyinka; e O Riso dos Necrófagos, de sua autoria, distinguido como “Melhor Espectáculo 2021/2022” no âmbito do Premio Internazionale Teresa Pomodoro (Milão, Itália). 

Concebeu e interpretou os solos FANUN RUIN, EROSÃO e KUINZY, produzidos pelo projecto SO WING, do qual é co-fundadora. 

O seu trabalho desenvolve-se sempre em estreita colaboração com artistas interdisciplinares como Kiluanji Kia Henda, Mónica de Miranda, Neusa Trovoada ou Xullaji.

Em 2022 o Presidente da República Portuguesa, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, convidou Zia Soares a integrar o programa “Mulheres de Coragem”, que visa “destacar o lugar e a dignidade das mulheres na sociedade portuguesa”. 

Zia Soares é uma artista apoiada pela apap – Feminist Futures, um projeto co-financiado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.

15.11.2022 | by Alícia Gaspar | artes performativas, feminismo, gala mérito mulheres, mulheres, negritude, Zia Soares

Maria Gil estreia "Avieiras, Viagem de Lamas"

As pessoas continuam a relacionar-se com e a preservar as suas histórias. Este espectáculo é sobre ouvir histórias para voltar a contá-las com tudo o que se acrescenta mas também com tudo o que fica nos esquecimentos. Alguém disse, uma rede é uma colecção de buracos.

— Maria Gil

Avieiras, viagem de Lamas tem como ponto de partida relatos e testemunhos actuais de mulheres pertencentes a comunidades avieiras das aldeias Palhota e Escaroupim e ainda de Vila Franca de Xira e da Praia da Vieira de Leiria. Trata-se da continuação de um projecto de etnografia artística desenvolvido por Maria Gil desde 2018 (Mulheres em Terra, Homens no Mar), junto a mulheres de comunidades piscatórias e ligadas ao mar. O espectáculo parte ainda do trabalho realizado pela jornalista Maria Lamas em, As Mulheres do Meu País, para apresentar uma visão contemporânea do processo emancipatório da condição feminina dentro destas comunidades desde a segunda metade do século XX até aos dias de hoje. Após uma primeira apresentação na aldeia de Palhota para a comunidade local, o espetáculo terá estreia em Sintra, na Casa de Teatro de Sintra/Chão de Oliva a dia 28 de outubro. Os bilhetes para a data de Sintra custam €7,50 (bilhete normal) e €5 (com descontos), podendo ser reservados através do email teatrodosilencio@gmail.com. A peça ficará em cena até dia 6 de novembro.  

A comunidade avieira era constituída sobretudo por famílias de pescadores da Praia da Vieira de Leiria, mas também da zona da Murtosa que, quando o mar estava bravo durante o inverno, se deslocavam em carroças, barcos, e até a pé, na direção do Tejo, para aí se dedicarem à pesca. Inicialmente, viviam dentro das embarcações - os saveiros - mas com o passar dos anos acabaram por se fixar ao longo das margens, onde construíam casas de madeira, cobertas com caniços e assentes em palafitas, que os protegiam das cheias do rio e dos efeitos do solo arenoso. As mulheres avieiras sabem pescar, lançar, lavar, coser e remendar as redes. Eram elas quem remava o barco e ainda quem carregava o peixe à cabeça para o ir vender de porta em porta, pelos caminhos ou junto aos mercados - tudo a pé.
Partindo da realidade desta comunidade, este projecto visa incentivar e envolver as comunidades a apropriarem-se crítica e criativamente do seu património imaterial. Para tal, a par de todo o trabalho de recolha e investigação dos testemunhos e histórias de vida, a comunidade terá a oportunidade de ver o espetáculo final e participar de um debate sobre o mesmo.

Datas e locais 
21 outubro às 19h00 | 22 Outubro e 23 de outubro às 18h00
Casa do Avieiro/Projecto Palhota Viva, Aldeia da Palhota, Valada, Cartaxo
Acesso livre
28 e 29 outubro, 4 e 5 de novembro às 21h30 | 30 de outubro e 6 de novembro às 16h00
Casa de Teatro de Sintra/Chão de Oliva, Sintra
Preço:
7,50€ (bilhete normal) 
5,00€ (Bilhete desconto - grupos + de 5 pessoas; <25 anos; >65 anos; profissionais e estudantes de Artes Performativas) 

26 Novembro às 16h00
Centro Cultural de Escaroupim, Escaroupim, Salvaterra de Magos
Acesso livre
Reservas e marcações
e-mail - teatrodosilencio@gmail.com
telm. - + 351 91 463 26 75 - produção Teatro do Silêncio

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«Desembaraçadas e aguerridas, as mulheres da Praia de Vieira são das mais corajosas, na luta pela vida, e também das mais sacrificadas. Para elas não há limite de trabalho nem escolha de tarefas…»
«A avieira é verdadeiramente, a camarada do marido, a sua companheira de todas as horas, trabalhando com ele e suportando as mesmas agruras que ele suporta. Não é camponesa nem nasceu na região. Veio de longe, da praia de Vieira, mas fica ali, às vezes, o resto da vida. O lar é o barco, no barco lhe nascem os filhos, e raramente consegue construir uma casa - suprema aspiração de todas. Quando o rio não lhe dá peixe e a fome é a mais trágica realidade, a avieira vende fruta, trabalha no campo ou no que lhe apareça. É das figuras mais impressionantes e corajosas do nosso povo! »
—Maria Lamas, As Mulheres do Meu País, p.331 e p.297

Ficha Artística |
Criação, dramaturgia e interpretação: Maria Gil
Realização de vídeo e edição de imagem: Joana Linda
Sonoplastia e desenho de luz: Maria Gil
Apoio à dramaturgia: Tiago Pereira
Apoio ao desenho cénico: João Ferro Martins
Mediação/apoio à produção e à criação: Aleixa Gomes, Beatriz Baião
Comunicação: Sara Cunha
Produção: Teatro do Silêncio 2022
Parceria: Projecto Palhota Viva, Chão de Oliva - Casa de Teatro de Sintra
O Teatro do Silêncio é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa-Cultura/Ministério da Cultura - Direcção-Geral das Artes e pela Junta de Freguesia de Carnide

11.10.2022 | by Alícia Gaspar | arte, avieiras viagem de lamas, cultura, documentário, etnografia artística, Maria Gil, mulheres, teatro, Teatro do silencio

Mulheres sem cabeça na arte pública, Porto

Tour Mulheres e Monumentos com Mariana Morais

27 de junho 11h

Saída do ex-Palácio dos Correios R. Dr. António Luís Gomes 320, 4000-010 Porto

A aapA organiza com Mariana Morais uma tour pela estatuária do Porto à procura de uma escultura alada feminina, desaparecida do espaço público em 2006, e pelo caminho perguntamos o que foi feito das cabeças, braços e pernas dessas mulheres de pedra e bronze, que tanto caem no esquecimento dos seus criadores. 

A tour irá à procura de uma escultura alada feminina, desaparecida do espaço público em 2006, e pelo caminho perguntar o que foi feito das cabeças, braços e pernas dessas mulheres de pedra e bronze, que tanto caem no esquecimento dos seus criadores.

Inscrição aapa.anja@gmail.com

A Tour é um dos roteiros de @headlesswomeninpublicart e faz parte do programa “Didascália” sede provisória da Associação de Amigos da Praça do Anjo” da @amigosdapracadoanjo com o apoio do Criatório design de @joana_e_mariana

23.06.2021 | by martalanca | monumentos, mulheres, porto

Comemorações do dia de África: A Mulher nas lutas de libertação em África

24 de Maio Sala B1, Biblioteca da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa 15:00 - 19:00

Mesa-redonda sobre A Mulher nas lutas de libertação em África No âmbito das actividades que assinalam as comemorações do 20º Aniversário do CEC (1999-2019) e das comemorações do Dia de África (25 de Maio) na FLUL, esta actividade visa debater a participação das mulheres nas lutas de libertação nos cinco países africanos de língua oficial portuguesa.

Participantes: Maria Paula Meneses (CES/FEUC- UCoimbra),Rosa Cruz e Silva (Universidade Agostinho Neto, Angola), Margarida Paredes (ISCTE/CRIA), Odete Costa Semedo (Universidade Amílcar Cabral, Guiné-Bissau), Vera Duarte (Academia Cabo-verdiana de Letras), Maria Maomé Smith (ONG Men Non, São Tomé e Príncipe) Discussant: Inocência Mata (CEC/CHUL) Moderação: José da Silva Horta (CHUL) OrganizaçãoCEC – Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

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  • [Projectos Discursos Memorialistas e a Construção da História (CITCOM) e GENORE – Género, Normatividade, Representações (MORPHE)],CHUL – Centro de História da Universidade de Lisboa, Curso de Estudos Africanos-FLUL.
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25 de Maio Anf. III, Biblioteca da Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, 11:00 – 12.30

Palestra sobre O lugar da língua portuguesa na Guiné-Bissau Profa. Doutora Odete Costa Semedo (Universidade Amílcar Cabral, Guiné-Bissau)

 

20.05.2019 | by martalanca | independência, mulheres, mulheres na luta armada em Angola

Uma História das Mulheres em imagem, de Inês Brasão e Ana Biscaia

Na próxima sexta, Dia Internacional da Mulher, pelas 18h00, será lançado um livro feito a duas mãos. A Ana Biscaia compôs as ilustrações, e a Inês Brasão escreveu os textos. São 36 temas que contam uma História das Mulheres, deixando ao leitor muitos cantos vulneráveis em que se queira abrigar para refletir. A apresentação, acompanhada da inauguração da Exposição ligada ao livro, decorrerá no no Museu Nacional de Etnologia.

“Sabemos que a história oficial fez das mulheres sujeitos sem história. Fez das mulheres sujeitos sem desejo de falar, de se exprimir, de ter prazer, de se associar a partidos ou a causas. Fez delas profissionais de desejo, material de desejo, mas não sujeito de desejo. Fez da mulher um sujeito sem direito ao desejo de não fazer nada.”

04.03.2019 | by martalanca | género, ilustração, memória, mulheres

I Mulherio das Letras

Partindo do pressuposto de que as artes e a ciência são ambas um bem colectivo, o I Mulherio das Letras – Portugal acontecerá nos dias 7, 8, 9 e 10 de Março de 2019. O evento tenciona propor uma abordagem da literatura de autoria feminina que possa estabelecer um diálogo entre a academia e a sociedade civil, entre as escritoras e as leitoras. O evento visa alargar as fronteiras da literatura e da arte, bem como perceber dinâmicas identitárias. Neste sentido, abrirá espaço para ouvir e debater a produção literária e académica de escritoras, artistas, investigadoras, jornalistas, etc.

Com actividades descentralizadas, parte do evento terá lugar na NOVA FCSH da Universidade Nova de Lisboa e parte no Palácio Baldaya, com contextual apresentação de duas colectâneas de poesia e prosa de autoria feminina.

Fruto da colaboração entre o CHAM - Centro de Humanidades e o Palácio de Baldaya, o evento enquadra-se no âmbito da linha de Investigação «História das Mulheres e do Género».

O I Mulherio das Letras – Portugal tem como inspiração o I Encontro Nacional do Mulherio das Letras, que ocorreu de 12 a 15 de Outubro de 2017, em João Pessoa, no Nordeste do Brasil.

Compreendemos que os movimentos de mulheres são um componente crucial para qualquer projecto de transformação radical da sociedade. Este evento é, portanto, pensado como uma política de irmandade, como um lugar de retomada de vozes silenciadas e uma ferramenta de discussão e difusão da produção artístico-cultural de autoria feminina.

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Considering we conceive art and science as common good, the first Mulherio das Letras de Portugal will take place on the 7,8,9 and 10 of March, 2019. The event aims to suggest an approach to feminine literature that can establish a dialogue between the academy and the civil society, between the writers and their readers. The event aims to broaden the borders of art and literature, as well as to understand dynamics of identity. In this regard, there will be space to open and debate the literary and academic production of writers, artists, researchers, journalists.

Being an initiative of the thematic line “History of Women and Gender”, of CHAM - Centre for the Humanities, the event will take place between the NOVA FCSH of the New University of Lisbon and Palácio Baldaya. The first Mulherio das Letras de Portugal is inspired on the first Brazilian national meeting Mulherio das Letras, that took place in João Pessoa (northwest of Brazil) between the 12th and 15th of October, 2017.

We think women’s movements are a crucial part of any project of radical transformation of society. This event is, therefore, conceived as a politic of sisterhood, as a place of recovery of silenced voices and, finally, as a tool of diffusion and discussion of the feminine artistic and cultural production.

Coordenadora Geral: Elizabeth Olegario
Comissão organizadora - CHAM: Elizabeth Olegario e Noemi Alfieri. Comissão Organizadora - Baldaya: Adriana Mayrink.
Organização da exposição: João Luís Lisboa.

Apoios: FCSH, CHAM, FCT, Palácio Baldaya, Associação dos Escritores Portugueses, In- Finita Lisboa.

03.02.2019 | by martalanca | CHAM, literatura, mulheres