"nem meu nem teu... é nosso", nacionalização das roças em STP

Documentário de Magdalena Bialoborska e Nilton Medeiros sobre o acontecimento de 30 de setembro de 1975, que é recordado até aos dias de hoje. O documentário, que apresenta vários pontos de vista sobre a nacionalização das roças, está disponível online, também com legendas em inglês.


EN https://youtu.be/SxfhuqKSnBo“nem meu nem teu… é nosso” Portugal, 201625 minutosRealização: Nilton Medeiros e Magdalena BialoborskaLocução:David João JochuaImagem e montagem: Nilton MedeirosFotos: Arquivo histórico de STPProdução: Magdalena BialoborskaMúsica: Filipe SantoBlue Dot Sessions: album Migration | available under Public License in freemusicarchive.org.A moment of reflection by Enrico Altavilla | provided by freesoundtrackmusic.comMonkoto by Kevin MacLeod | licensed under Creative Commons by Attribution 3.0 License, provided by incompetech.comhttps://www.facebook.com/nemmeunemteu.nosso

30.09.2022 | by martalanca | roças, São Tomé e Príncipe

Margot, filme de Catarina Alves Costa

2022/Portugal/72’


Entre 1958 e 1961, Margot Dias integrou quatro missões etnográficas ao extremo Norte de Moçambique. Filmou e gravou centenas de minutos, registos visuais e sonoros únicos da cultura makonde. Essa viagem mudou a sua vida. Procura-se retratar a mulher por detrás dos registos destas viagens, da sua juventude na Alemanha dos anos 1920 ao encontro e casamento com o etnólogo português Jorge Dias e às missões que fizeram juntos à então colónia portuguesa. No reencontro com os makondes de hoje, devolvendo-lhes estas imagens, a realizadora procura o olhar da outra realizadora, que conheceu no fim da sua vida.

DocLisboa, 11 Out — 19:00 / 72’Culturgest Auditório Emílio Rui Vilar, Q&A, 16 Out — 22:00 / 72 Culturgest Pequeno Auditório

mais info 

29.09.2022 | by martalanca | etnografia, Jorge Dias, maconde, Margot Dias, Moçambiquem Alemanha

Discriminating Data, uma conversa com Wendy Hui Kyong Chun

Terça, 11 de Outubro 2022, 18.30

Wendy Hui Kyong Chun, Cátedra Canadá 150 em Novos Media, Diretora do Digital Democracies Institute

Entrada livre, mediante registo

Em Discriminating Data, Wendy Hui Kyong Chun mostra como a polarização é um objetivo – não um erro – do big data e do machine learning. Os métodos usados, defende, codificam a segregação, a eugenia e as políticas de identidade através das suas assunções e condições por defeito. A correlação, que fundamenta o potencial de previsão do big data, deriva das tentativas eugénicas do século XX para “procriar” um futuro melhor. Os sistemas de recomendação promovem grupos zangados de semelhança através da homofilia. Através de uma política e tecnologia de reconhecimento, os utilizadores são “treinados” para se tornarem autenticamente previsíveis. Deste modo, a análise de dados e o machine learning tentam perturbar o futuro tornando a perturbação impossível.

Nesta conversa, Chun discutirá os temas do livro com Andrea Pavoni, investigador auxiliar no Centro de Investigação DINAMIA’CET do ISCTE, e com a audiência.

Wendy Hui Kyong Chun

Wendy Hui Kyong Chun é investigadora e professora, tendo recebido a Cátedra Canadá 150 em Novos Media na Universidade Simon Fraser, onde dirige o Digital Democracies Institute. Estudou Engenharia de Sistemas e Literatura Inglesa, que combina no seu trabalho atual em media digitais, e é autora dos livros Control and Freedom: Power and Paranoia in the Age of Fiber Optics (2006), Programmed Visions: Software and Memory (2011), Updating to Remain the Same: Habitual New Media (2016) e, mais recentemente, Discriminating Data (2021).

https://www.sfu.ca/communication/team/faculty/wendy-chun.html
https://mitpress.mit.edu/books/discriminating-data
https://twitter.com/whkchun

A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.

Local: Faculdade de Belas Artes Universidade de Lisboa, Grande Auditório, Largo da Academia Nacional de Belas Artes, 4, 1249-058 Lisboa.

Data: Terça, 11 de Outubro 2022, 18.30

Integrado no evento Human Entities 2022: a cultura na era da inteligência artificial - 6ª edição

29.09.2022 | by Alícia Gaspar | andrea pavoni, big data, digital democracies, discriminating data, machine learning, novos media, wendy hui kyong chun

Antropocenica 2022

Entre 6 a 7 de Outubro a Fundação Calouste Gulbenkian acolhe a 1ª edição da ANTROPOCENICA, reunindo pensadores, artistas, arquitetos, investigadores e demais especialistas que abordam o Antropoceno, o colonialismo e questões relacionadas à floresta amazónica.

Autoria - Lalo de Almeida, um dos vencedores World Press Photo 2022.Autoria - Lalo de Almeida, um dos vencedores World Press Photo 2022.

A ANTROPOCENICA é uma trienal de Debates que acontece em 2022 em Portugal, em 2023 no Brasil e em 2024 em Cabo Verde.  

Destaca-se a presença de convidados especiais como o foto-repórter Lalo de Almeida (um dos vencedores World Press Photo 2022), o sertanista Sydney Possuelo (ex-presidente da FUNAI, BR) e o cineasta Jorge Bodanzky (pioneiro no cinema sobre a degradação ambiental na Amazónia), três grandes conhecedores da Amazónia e dos problemas ambientais e humanos a ela associados.

Esta primeira edição contempla ainda a Mostra artística “TransAmazónias: Zonas Imaginárias” com a exibição da premiada série fotográfica Distopia Amazónica do foto-repórter Lalo de Almeida, no dia 7, no Teatro Romano em Lisboa. A Mostra divide-se ainda pela cidade de Évora e pelas ruínas romanas de São Cucufate na Vidigueira com a exibição de filmes e a presença de Lalo de Almeida, Sydney Possuelo e Jorge Bodanzky.

Pensada e organizada por Dirk Michael Hennrich (Alemanha/Univ. Lisboa/filósofo), Maria da Conceição Lopes (PT/Univ. Coimbra/arqueóloga) e Silvio Cordeiro (BR/arquiteto e editor) – com apoio conjunto do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e do CEAACP da Univ. de Coimbra (entidades financiadas pela FCT) -  a ANTROPOCENICA tem na sua Comissão Científica o pensador indígena Ailton Krenak, a Professora Inocência Mata, a cineasta Filipa César, o filósofo Viriato Soromenho-Marques, o cientista político Odair Barros-Varela, a arqueóloga Anne Rapp Py-Daniel, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, entre outra/os, que constituirão as mesas de debate e o programa.

Os debates na Fundação C. Gulbenkian, a 6 e 7 de Outubro, terão transmissão em streaming no canal Youtube da Antropocenica.

Participação presencial nos debates sujeita a inscrição até 30 de Setembro.

Mais informações.

Autoria - Nicolas Reynard. Sobre uma expedição amazónica de Sydney Possuelo.Autoria - Nicolas Reynard. Sobre uma expedição amazónica de Sydney Possuelo.

27.09.2022 | by Alícia Gaspar | antropocenica 2022, Brasil, cabo verde, colonialismo, floresta amazónica, Portugal, trienal de debates

Concerto Tabanka Djaz, celebrar 30 anos de carreira

Coliseu dos Recreios | 18 de Novembro 

O Coliseu dos Recreios de Lisboa acolhe, a 18 de Novembro, o concerto de celebração dos 30 anos de carreira de Tabanka Djaz. Embaixadores do gumbé – estilo musical da região de Bissau - os Tabanka Djaz são uma banda ícone da world music e da música lusófona que cruza as geografias da Guiné-Bissau e de Portugal.

Formados na Guiné-Bissau, os Tabanka Djaz rapidamente ganham projeção internacional ainda sem discos gravados. Depois de uma tour informal pelos EUA, a banda lança o primeiro álbum, em 1990, intitulado Tabanka. A este seguem-se mais quatro álbuns até à data de hoje. O disco Sperança, de 1996, consagra definitivamente a banda ao alcançar a venda de quarenta mil exemplares. Com ele, recebem da Associação Fonográfica Portuguesa os discos de Prata, de Ouro e de Platina. Em 1997 este álbum é nomeado para os Prémios Ngwomo África (os Grammy do continente africano).

Apesar da instabilidade da anterior crise económica mundial, o último disco dos Tabanka Djaz, Depois do silêncio, de 2013, coloca de novo a banda nos grandes palcos internacionais. Até 2019 seguem uma rotina de digressões para públicos apreciadores da world music e música africana, posteriormente interrompida pela pandemia. Fazem atuações no Festival Zouk em Luanda, no Rock in Rio Lisboa, no The Strand Theatre, em Providence, nos EUA, com sala esgotada. Já este ano, 2022, ainda sob as restrições impostas pela COVID19, a banda regressa ao The Strand Theatre para de novo esgotar a bilheteira.

Produzindo singles atemporais, os Tabanka Djaz têm uma carreira longa que assenta em grandes sucessos musicais. Este ano a banda comemora 30 anos de carreira. Com novo EP a ser lançado em Outubro, os Tabanka Djaz levam, ao Coliseu de Lisboa, novas músicas, clássicos inesquecíveis e convidados de luxo (brevemente a anunciar).

Os bilhetes já estão à venda!

Micas Cabral, cantor e porta-voz da banda, comenta:

Passaram-se 30 anos desde que iniciámos esta aventura, mas para nós parece que tudo começou ontem. São 30 anos em que levámos a música da Guiné-Bissau aos 4 cantos do mundo. Vamos celebrar com uma grande festa africana na mais emblemática sala de espetáculos de Lisboa, o Coliseu dos Recreios. Contamos contigo!”

Os Tabanka Djaz vivem na região de Lisboa. A banda é composta pelo cantor e guitarrista Micas Cabral, pelo baixista Juvenal Cabral e pelo teclista Jânio Barbosa. Ao vivo junta-se a secção de metais composta por Lars Arens no trombone, Rodrigo Bento no sax e Cláudio Silva no trompete. E ainda Paulinho Barbosa (teclas), o baterista Cau Paris, o percussionista Kabum e a corista e dançarina Sheila Semedo.

27.09.2022 | by Alícia Gaspar | coliseu dos recreios, Guiné-Bissau, gumbé, música, música lusófona, Portugal, prémios ngwomo áfrica, tabanka djaz, world music

Lançamento: arquivo digital do jornal Nô Pintcha

O Centro de História da Universidade de Lisboa, lança dia 29 de setembro, às 18h00, o arquivo digital do jornal Nô Pintcha, o principal título de imprensa da Guiné-Bissau, reunindo, pela primeira vez, a quase totalidade dos números publicados entre 1975 e 2000.

Nô Pintcha, fundado em 1975, é um dos títulos de maior longevidade da África lusófona. Do fulgor revolucionário dos primeiros anos, em que saía três vezes por semana, às dificuldades das décadas seguintes, nunca deixou de noticiar a vida guineense. A caminho da sua quinta década de vida, acumulou um espólio incontornável para a história do país.

As vicissitudes históricas dispersaram o arquivo dos números publicados, tornando praticamente impossível a sua consulta. Agora, com a colaboração do Estado da República da Guiné Bissau, o Centro de História da Universidade de Lisboa disponibiliza a quase totalidade da coleção do Nô Pintcha, em acesso aberto e sem barreiras. Um arquivo único no mundo, de mais de 1500 números, totalizando para cima de 12 mil páginas.

A digitalização do Nô Pintcha integra-se numa linha mais vasta de publicação de fontes para a história de África, estando já em processo de tratamento o jornal Ecos da Guiné, um dos primeiros títulos publicados na Guiné-Bissau, dos anos 20 do século XX.

O tratamento arquivístico do Nô Pintcha foi coordenado pelo Prof. Augusto Nascimento, docente e investigador da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A coleção foi generosamente cedida pelo Eng. Daniel Nunes, profissional com vasta experiência no setor agrícola em África e um bibliófilo singular e de reconhecido mérito, protagonista do recente documentário Daniel e Daniela, realizado por Sofia Pinto Coelho.

A sessão de lançamento, com a presença dos embaixadores da Guiné-Bissau, Dr. Hélder Vaz Lopes, e de Cabo Verde, Dr. Eurico Correia Monteiro, decorre no Anfiteatro II da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, dia 29 de setembro às 18h00.

O endereço da página será anunciado brevemente.

27.09.2022 | by Alícia Gaspar | Africa, arquivo, arquivo digital, augusto nascimento, daniel nunes, faculdade de letras, história, jornal, nô pintcha, universidade de lisboa

Teatro GRIOT apresenta "No meio do caminho"

No Meio do Caminho, o próximo espectáculo do Teatro GRIOT — que parte de Dante Alighieri e da sua A Divina Comédia e tem encenação de Miguel Loureiro — estreia em Loulé, no Cineteatro Louletano dia 7 de outubro (onde também se apresenta dia 8, sempre às 21h00).

Depois disso, continua carreira em Odivelas, no Centro Cultural Malaposta, nos dias 22 e 23 de outubro

No Meio do Caminho tem como base A Divina Comédia, epopeia medieval que narra a viagem de Dante pelos três lugares do Além — Inferno, Purgatório e Paraíso. Três actores estão num lugar impreciso, uma sala, um gabinete, um estúdio ou nada disto, em que vão tentando reproduzir o texto, as personagens, os mitos e os vícios de raciocínio ligados a esta obra-prima, que não foi originalmente pensada para ser drama, para ser cena. Uma certeza, atravessar três projecções metafísicas: Inferno, lugar de condenação e de dor; Purgatório, onde o humano se penitencia e purifica; e Paraíso, pináculo de redenção e meta da aventura. Sustentam-se as coordenadas desta empreitada nos seguintes pontos: o ponto da fábula, a peregrinação de Dante ao Centro do Mundo, com os diálogos, as acções, as passagens de um círculo ao outro, etc., que poderia bem configurar um drama medieval em estações, à semelhança de obras sacras do teatro litúrgico da época; o ponto moral, questão central na obra. Como dialogar com a moral cristã nos nossos tempos fortemente seculares?; o ponto da alegoria, em si, as questões das personagens, o que representam de nós, como nos aproximamos desta escrita alegórica e a reclamamos para nós, nem que seja por uns momentos?; por fim, o ponto simbólico, tornar em matéria teatral tudo o que na obra se joga no oculto, a começar desde logo pelo número 3: Santíssima Trindade, os 33 cantos, as tercenas… as espirais, os vórtices, os estreitos, as bifurcações e os passos em falso deste lugar, a meio do nosso caminho de criadores.

Ficha Técnica e Artística 

Texto: Dante Alighieri

Dramaturgia: Miguel Graça, Miguel Loureiro

Interpretação: Daniel Martinho, Tiago Barbosa, Zia Soares

Cenografia: André Guedes

Iluminação: Daniel Worm

Figurinos e Adereços: Neusa Trovoada

Sonoplastia: Mestre André

Movimento: Miguel Pereira

Fotografia: Joana Linda

Vídeo promocional: António Castelo

Produção Executiva: Aoaní d’Alva

Produção: Teatro GRIOT

Coprodução: Cineteatro Louletano

Apoios: Batoto Yetu, Câmara Municipal de Loulé, Centro Cultural da Malaposta, DeVIR/CAPa - Centro de Artes Performativas do Algarve, Junta de Freguesia da Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista

O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa

22.09.2022 | by Alícia Gaspar | a divina comédia, arte, cultura, miguel loureiro, no meio do caminho, teatro, teatro griot

"Quem tem medo das emoções?", novo livro de Ana Pais

No próximo dia 25 de Setembro, o livro será o foco de uma caminhada que integra o programa Caminhadas com Arte, organizado por Lavrar o Mar, em Monchique.

O livro é disponibilizado gratuitamente em todos os eventos promocionais.

As próximas acções de divulgação em que Ana Pais estará presente são:

Teatro Viriato, em Viseu

1 de Outubro 17h

Long Table: conversa aberta com o público a propósito do tema pandemia e afectos.

Teatro Garcia de Resende, em Évora

8 de Outubro 18h

Conversa aberta com o público sobre teatro e afectos.

Festival Temps D’Image, em Lisboa (quiosque da Praça José Fontana) 

15 de Outubro 18h30

Conversa com Eunice Gonçalves Duarte (performer), Graça P. Corrêa (encenadora e investigadora CFCUL) e Jorge Martins Rosa (investigador ICNOVA) sobre emoções e a sua circulação no espaço público (nomeadamente, nos media digitais) e sobre como a arte pode contribuir para uma consciência colectiva dessa circulação.

Materiais Diversos, no Centro Cultural do Cartaxo

22 Outubro 16h

Conversa com Beatriz Cantinho, Túlio Rosa e convidado a confirmar integrada n’O Tempo das Cerejas / Quem tem medo das emoções?

Teatro Municipal do Porto, no Foyer do Teatro Campo Alegre

29 de Outubro, 15h30

Lançamento no Porto Acção integrada no festival Double Trouble #05.

Convidados: Né Barros (coreógrafa) e Gustavo Carona (médico)

*Ana Pais é investigadora em artes performativas, dramaturgista e curadora. Nos últimos anos, tem vindo a trabalhar, no contexto das artes performativas, as atmosferas afectivas geradas no espaço público que condicionam a nossa experiência íntima. Nesse âmbito, destacam-se o seu livro Ritmos Afectivos nas Artes Performativas (Colibri, 2018) e os encontros Em Fluxo: sentimentos públicos e práticas de reconhecimento (2019) que comissariou.*

Mais informações.

21.09.2022 | by Alícia Gaspar | afectos, Ana Pais, corpo, emoções, literatura, pandemia, quem tem medo das emoções?

Resistência Visual Generalizada. Livros de Fotografia e Movimentos de Libertação: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo-Verde

28 setembro a 27 novembro 2022

Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional

Curadoria: Catarina Boieiro e Raquel Schefer

Entre 1961 e 1974, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) e a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) travam guerras de Libertação contra o sistema fascista e colonial português, após quase cinco séculos de dominação colonial e de resistência. Nesta conjuntura histórica, a descolonização política é considerada como indissociável da descolonização da cultura e das formas visuais. A cultura e a arte são entendidas como um campo produtor de efeitos de transformação na sociedade. As Revoluções africanas são um período de libertação da palavra, da imagem e das formas de representação. Para Amílcar Cabral, a resistência política é uma forma de resistência cultural, do mesmo modo que a resistência cultural é uma forma de resistência política.

No contexto da solidariedade internacionalista das décadas de 1960 e 1970, as lutas de libertação despertam o interesse de fotógrafos e cineastas. A revista, o livro, a fotografia e o cinema são percebidos como instrumentos fundamentais para mobilizar o apoio popular e difundir a luta pela descolonização a nível internacional. Fotógrafos como Augusta Conchiglia e Tadahiro Ogawa, entre outros, documentam a luta armada e a vida nas zonas libertadas, onde se experimentavam diferentes formas de organização social e se implementavam projectos de pedagogia radical. Depois das independências, outros livros de fotografia documentam o processo de construção dos Estados-nação. Entre o militantismo e a experimentação formal, estes livros restituem a dimensão sensível dos primeiros anos de independência, período marcado pela adopção de modelos políticos marxistas-leninistas e pela busca de uma imagem descolonizada.

Reunindo um conjunto inédito de livros, fotografias e documentos produzidos entre as décadas de sessenta e oitenta, esta exposição desenha uma constelação espacial e temporal da estética de Libertação. Além de um vasto conjunto de livros, revistas, cartazes e documentos, a mostra inclui obras fotográficas e cinematográficas das décadas de sessenta e setenta de Augusta Conchiglia, Moira Forjaz, Silvestre Pestana e da cooperativa Grupo Zero. Integra também peças recentes de Daniel Barroca, Welket Bungué, Filipa César e Sónia Vaz Borges que interrogam a história e a memória, reelaboram as formas visuais da estética de Libertação e examinam a persistência de estruturas coloniais no presente.

*Exposição organizada no âmbito da programação da Saison France – Portugal 2022.*

Mais informações.

20.09.2022 | by Alícia Gaspar | angola, Cabo-verde, Catarina Boieiro, cultura visual, fotografia, Guiné-Bissau, livro de fotografia, Moçambique, movimentos de libertação, Raquel Schefer

Nunde nô indipendência?

Nô Salva Baluris De Boé (SBB) - é uma iniciativa de jovens guineenses, voluntários, residentes na diáspora, sob o lema: Celebrar os 49 anos de gloriosa conquista e memórias do passado com presente espinhoso.

Nesta primeira edição de Djumbai “Nô pensa Independência”, pretendemos promover espaços de debates, conferências, eventos culturais, a realizar-se online e presencialmente, com o objetivo de resgatar as memórias de luta e de despertar a consciência dos jovens e adolescentes sobre espírito de guineendade.

O espírito de guineendade foi primado e/ou alicerçado na unidade e luta para o resgate daquilo que é mais preciosa da vida humana: a Liberdade e Dignidade. Também é nossa ambição acordar a consciência dos mais jovens sobre valores de diversidade cultural no “Cabaz de Guineendade.” Serve ainda para divulgar informações, conhecimentos e partilha de opiniões sobre as questões desafiantes da Guiné-Bissau, e estimular a consciência sobre: que tipo de Independência temos? Que caminhos a trilhar? Que responsabilidades a Guiné-Bissau exige?

Noutra fase do projecto, será apresentada uma “Caderneta de luta” que pretende, para além de registar, desenvolver e reproduzir a voz de testemunhas de Luta Armada, recolher depoimentos sobre os sonhos e perspetivas de geração do pós-Independência face ao Programa Maior. O projecto traz consigo uma parte de “Mandjuandade Cultural” e o papel da educação na zona libertada, literatura, músicas/humor.

Nunde Nô INDEPENDÊNCIA?

16.09.2022 | by martalanca | diásporta, djambai, Guiné Bissau, independência, juventude