Uma confissão se quiseres - Teatro Griot

Encenação: Rogério de Carvalho I Produção: Teatro GRIOT

CAE Sever de Vouga 27 JAN 21H30; 28 JAN 16H

O que vive abaixo da superfície da sujeição? A ausência de liberdade pode fazer morrer uma alma? A insubmissão surge como a única possibilidade de sobrevivência para Rose — uma menina que se descobre mulher e negra no contexto dos lugares estanques da escravidão. O espetáculo constrói imagens para presentificar um passado traumático, o discurso de Rose é fragmentário, atemporal, escapa à moralidade. Rose reencena o trauma em modo contínuo e obstinado, ora encarnado-o, ora espectadora de si mesma. I Texto: criação, seleção e montagem coletiva I Interpretação: Daniel Martinho, Zia Soares I Design de luz: Jorge Ribeiro I Música e Design de som: Xullaji I Cenografia e Figurinos: Neusa Trovoada I Fotografia: Joana Linda I Artwork: Neusa Trovoada I Cabelos: Zu Pires I Maquilhagem: Antónia Rosa I Produção: Teatro GRIOT Apoio: Palácio Baldaya/ Junta de Freguesia de Benfica, Polo Cultural Gaivotas Boavista.

19.01.2024 | by martalanca | Rogério de Carvalho, teatro griot

Premio Internazionale Teresa Pomodoro Spazio Teatro No'hma para 'O Riso dos Necrófagos'

 ‘O Riso dos Necrófagos’ com Direcção e Encenação de Zia Soares, Co-produção Teatro GRIOT, Culturgest

O Riso dos Necrófagos – direcção e encenação de Zia Soares, co-produção Teatro GRIOT/ Culturgest - foi distinguido como “Melhor Espectáculo 2021/2022” no âmbito da XIII Edição do Premio Internazionale Teresa Pomodoro, promovido pelo Spazio Teatro No´hma de Milão, Itália. 

Presidido por Livia Pomodoro, directora artística do Spazio Teatro No’hma, o distinto júri internacional que atribuiu o prémio de “Melhor Espectáculo 2021/2022” ao O Riso dos Necrófagos, é composto por: Lev Abramovič Dodin (diretor artístico de Malyj Dramatičeskij Teatr de São Petersburgo), Stathis Livathinos (encenador grego), Enzo Moscato (fundador e diretor artístico da Compagnia Teatrale Enzo Moscato), Lluís Pasqual (encenador espanhol), Tadashi Suzuki (Diretor da Suzuky Company of Toga – SCOT no Japão), Peter Stein (encenador alemão), Oskaras Koršunovas (fundador e diretor artístico do Oskaro Koršunovo Teatras de Vilnius – OKT), Muriel Mayette-Holtz (diretor do Théâtre National de Nice), Fadhel Jaïbi (diretor artístico do Théâtre National Tunisien) e Gábor Tompa (presidente dos Teatros da União Europeia e Diretor do Teatro Húngaro de Cluj, Roménia). 

Zia Soares, diretora artística do Teatro GRIOT e também encenadora de O Riso dos Necrófagos, e parte da equipa artística do espectáculo - Benvindo Fonseca, Daniel Martinho, Mick Trovoada, Neusa Trovoada e Xullaji - rumaram a Milão para participarem na cerimónia Premiazione Xlll Edizione Premio Internazionale (que tem lugar no dia 3 de novembro no Teatro No´hma), e para receberem o prémio.

Após a estreia em Lisboa, no Grande Auditório da Culturgest, em abril de 2021, o aclamado espectáculo apresentou-se no mesmo ano em Coimbra, no Convento São Francisco, e em 2022 no Teatro No´hma e na Bienal de São Tomé e Príncipe.

 ©João Duarte ©João Duarte

O Riso dos Necrófagos começa nos vestígios da Guerra da Trindade encontrados na ilha de São Tomé, pela encenadora Zia Soares e pelo músico Xullaji, nas bocas dos que a viveram e dos que a ouviram contar.

Nesta guerra os mortos foram amontoados em valas comuns ou no fundo do mar, num exercício de violência, perpetrado pelo invasor que acredita que, ao despojar os mortos dos seus nomes, os condena ao esquecimento. Mas para os santomenses, são presenças na ilha como símbolo encarnado e, para celebrá-los, anualmente no dia 3 de fevereiro, cumprem um itinerário ritualístico, desfilando ao longo de várias horas numa marcha amplificadora de falas, cantos, risos e sons que saem de corpos convulsos.

A utopia de esvaziar o mar | Zia Soares, encenadora

O Riso dos Necrófagos transporta a esfera carnavalesca do desfile para o chão da performance construindo a isocronia no corpo dos atuantes; é prolongamento do percurso celebratório, entrópico, onde os atuantes manipulam imagens, desossam e riem do delírio na convergência de todos os tempos que evoluem por via de mecanismos do transe e da possessão — o corpo transfigura a cena à medida que os vestígios e os fragmentos da carnificina são devorados pelos atuantes-necrófagos.

É a ilha-necromante.

É o manifesto do riso.

A exultação do riso abençoado pelos mortos.

Um caos que não define a ordem.

Afinal a utopia de esvaziar o mar.

Direcção e Encenação: Zia Soares

Texto: Alda Espírito Santo, Conceição Lima, Zia Soares

Elenco: Aoaní Salvaterra, Benvindo Fonseca, Binete Undonque, Daniel Martinho, Lucília Raimundo, Mick Trovoada, Neusa Trovoada, Vera Cruz, Xullaji, Zia Soares

Música: Xullaji

Cenário e Figurinos: Neusa Trovoada

Design de luz: Jorge Ribeiro

Movimento: Lucília Raimundo

Apoio ao movimento: Marcus Veiga

Tradução para forro: Solange Salvaterra Pinto

Construção de cenário: Carlos Caetano - Construções Ilimitadas

Confeção de figurinos: Aldina Jesus Atelier

Operação de som: Luís Moreira

Vídeo: António Castelo

Design gráfico: Neusa Trovoada

Produção executiva: Noé João

Produção: Teatro GRIOT

Co-produção: Culturgest

Apoios: Academia Arte&Dança, Associação Mén Non, Batoto Yetu, Cacau, Câmara Municipal Moita, Carlos Caetano - Construções Ilimitadas, Casa da Dança, DeVIR/CAPa - Centro de Artes Performativas do Algarve, Foundation Obras, Fundação Alda Espírito Santo, Hangar, Junta de Freguesia Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista, República Democrática de São Tomé e Príncipe - Embaixada em Portugal, ROÇAMUNDO-Associação para Cultura e Desenvolvimento, TerranoMedia

Agradecimentos: Ana Torres, Benvindo Semedo, Carlos Espírito Santo, Célia Pires, elenco  “Machim Gang”, Jair Pina, João Carlos Silva, Lamine Torres, Luís Moreira, Luisélio Salvaterra Pinto,Noé João, Olavo Amado

O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa // Zia Soares é uma artista apoiada pela apap - Feminist Futures, um projeto cofinanciado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.

 

04.11.2022 | by catarinasanto | o Riso dos Necrófagos, prémio, teatro griot, Zia Soares

Teatro GRIOT apresenta "No meio do caminho"

No Meio do Caminho, o próximo espectáculo do Teatro GRIOT — que parte de Dante Alighieri e da sua A Divina Comédia e tem encenação de Miguel Loureiro — estreia em Loulé, no Cineteatro Louletano dia 7 de outubro (onde também se apresenta dia 8, sempre às 21h00).

Depois disso, continua carreira em Odivelas, no Centro Cultural Malaposta, nos dias 22 e 23 de outubro

No Meio do Caminho tem como base A Divina Comédia, epopeia medieval que narra a viagem de Dante pelos três lugares do Além — Inferno, Purgatório e Paraíso. Três actores estão num lugar impreciso, uma sala, um gabinete, um estúdio ou nada disto, em que vão tentando reproduzir o texto, as personagens, os mitos e os vícios de raciocínio ligados a esta obra-prima, que não foi originalmente pensada para ser drama, para ser cena. Uma certeza, atravessar três projecções metafísicas: Inferno, lugar de condenação e de dor; Purgatório, onde o humano se penitencia e purifica; e Paraíso, pináculo de redenção e meta da aventura. Sustentam-se as coordenadas desta empreitada nos seguintes pontos: o ponto da fábula, a peregrinação de Dante ao Centro do Mundo, com os diálogos, as acções, as passagens de um círculo ao outro, etc., que poderia bem configurar um drama medieval em estações, à semelhança de obras sacras do teatro litúrgico da época; o ponto moral, questão central na obra. Como dialogar com a moral cristã nos nossos tempos fortemente seculares?; o ponto da alegoria, em si, as questões das personagens, o que representam de nós, como nos aproximamos desta escrita alegórica e a reclamamos para nós, nem que seja por uns momentos?; por fim, o ponto simbólico, tornar em matéria teatral tudo o que na obra se joga no oculto, a começar desde logo pelo número 3: Santíssima Trindade, os 33 cantos, as tercenas… as espirais, os vórtices, os estreitos, as bifurcações e os passos em falso deste lugar, a meio do nosso caminho de criadores.

Ficha Técnica e Artística 

Texto: Dante Alighieri

Dramaturgia: Miguel Graça, Miguel Loureiro

Interpretação: Daniel Martinho, Tiago Barbosa, Zia Soares

Cenografia: André Guedes

Iluminação: Daniel Worm

Figurinos e Adereços: Neusa Trovoada

Sonoplastia: Mestre André

Movimento: Miguel Pereira

Fotografia: Joana Linda

Vídeo promocional: António Castelo

Produção Executiva: Aoaní d’Alva

Produção: Teatro GRIOT

Coprodução: Cineteatro Louletano

Apoios: Batoto Yetu, Câmara Municipal de Loulé, Centro Cultural da Malaposta, DeVIR/CAPa - Centro de Artes Performativas do Algarve, Junta de Freguesia da Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista

O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa

22.09.2022 | by Alícia Gaspar | a divina comédia, arte, cultura, miguel loureiro, no meio do caminho, teatro, teatro griot

O Riso dos Necrófagos - Teatro GRIOT

Teatro Griot | O Riso dos Necrófagos Teatro Griot | O Riso dos Necrófagos O Riso dos Necrófagos começa nos vestígios da Guerra da Trindade encontrados na ilha de São Tomé, pela encenadora Zia Soares e pelo músico Xullaji, nas bocas dos que a viveram e dos que a ouviram contar, relatos de memórias desfocadas pela passagem do tempo. 

Nesta guerra os mortos foram amontoados em valas comuns ou no fundo do mar, num exercício de violência, perpetrado pelo invasor que acredita que, ao despojar os mortos dos seus nomes, os condena ao esquecimento. Mas para os santomenses, são presenças na ilha como símbolo encarnado e, para celebrá-los, anualmente no dia 3 de fevereiro, cumprem um itinerário ritualístico, desfilando ao longo de várias horas numa marcha amplificadora de falas, cantos, risos e sons que saem de corpos convulsos.

O Riso dos Necrófagos é prolongamento desse percurso celebratório, entrópico, onde os atuantes manipulam tempos e imagens, desossam e riem do delírio, reconfigurando os vestígios e os fragmentos do morticínio, a partir da ideia de celebração - a festa, a liturgia e os aspetos ritualísticos do quotidiano.

O Teatro GRIOT é uma companhia de atores cujo trabalho se desenvolve a partir da tensão entre corpo e território, imaginários coletivos e individuais, operando num espaço de intersecção de territórios geográficos e simbólicos como ponto nevrálgico de um movimento artístico de contra-memória.

Agenda:

20 ABR 2021
TER 19:00

21 ABR 2021
QUA 19:00

22 ABR 2021
QUI 19:00

23 ABR 2021
SEX 19:00

Mais informações em Culturgest

10.04.2021 | by Alícia Gaspar | arte, o Riso dos Necrófagos, São Tomé e Príncipe, teatro, teatro griot, Zia Soares

LUMINOSO AFOGADO encenação de Zia Soares a partir de Al Berto

LUMINOSO AFOGADO de Al Berto é a primeira abordagem da companhia a um texto e a um autor português.  A encenadora e actriz Zia Soares revisita Al Berto, com quem trabalhava na altura da sua morte na adaptação e encenação de um texto do autor, “Lunário” – o espectáculo viria a chamar-se “O Canto do Noitibó”. Zia Soares trabalhava na sua primeira encenação e Al Berto no seu último projecto artístico.

Dois anos após a estreia em Lisboa, no Teatro da Trindade, o espectáculo apresentou-se em território africano, integrado na programação do Festival Mindelact 2018, em Cabo-Verde. Esta deslocação implicou uma reconfiguração face a este território, revelando-se essencial um novo olhar que abarcasse uma outra língua, uma outra fala, o crioulo, ela própria uma reconfiguração de outras. É esta nova versão que agora se estreia em Lisboa.

LUMINOSO AFOGADO é uma espécie de linha da sombra, onde num confronto com o espelho, com a morte e com a passagem do tempo, alguém não se reconhece, está entre ser o que é e outro irrecuperável e ausente.

Espectros rompem a barreira entre vivos e mortos, refazem nexos com línguas reconfiguradas a partir de outras, cantadas, carpidas, silenciosas.

Um lugar onde o “silêncio é definitivo”, onde se oscila entre a memória e o esquecimento mais absoluto. Um mergulho onde se suspende a respiração noutro tempo, noutro lugar.

“E no meio deste silêncio uma ideia de voz, uma treva agarrada à memória.

Foi então que dei por mim a existir para lá da tua morte, como se asfixiasse. Mas o passado não é senão um sonho. Uma brincadeira com clepsidras avariadas e algum sangue.”

Al Berto 

Texto Al Berto

Adaptação e encenação Zia Soares

Actores Chullage, Gio Lourenço, Zia Soares

Elocução Chullage, Filipe Raposo

Composição musical Chullage 

Design de luz Eduardo Abdala

Espaço cénico Zia Soares

Movimento Maurrice

Figurinos Inês Morgado, Neusa Trovoada

Design de som soundslikenuno

Fotografia Abdel Queta Tavares, Grace Ribeiro, Pauliana Valente Pimentel

Design gráfico Neusa Trovoada 

Produção executiva Urshi Cardoso

Produção Teatro GRIOT M/16

Agradecimentos: Al Berto, Cristina Pidwell Tavares e família, Rogério Correia, Chalo Correia

Apoios: CML, Espaço Alkantara, Polo Cultural Gaivotas Boavista, PENHA SCO-Arte Cooperativa, CEC-FLUL, FCT, Khapaz, Graça 28, Rádio Afrolis, Lisboa Africana, Casa Mocambo, Cantinho do Aziz

Espaço Alkantara - Calçada Marquês de Abrantes, 99, 1200-718 Lisboa – Portugal

19 FEV – 01 MAR

qua a sáb 21H30 | dom 19H00

RESERVASreservasgriot@gmail.com | 933067810 (seg a sáb das 14h00 às 19h00)

Bilhetes 10€, normal 7,50€, c/desconto 5€, grupos +10 pax

13.01.2020 | by martalanca | Alberto, teatro griot, Zia Soares

Posso saltar do meio da escuridão e morder

foto de Sofia Berberanfoto de Sofia BerberanO Teatro GRIOT, que este ano completa 10 anos, a convite do Teatro dos Aloés apresenta o espectáculo Posso saltar do meio da escuridão e morder, com encenação de Rogério de Carvalho, nos Recreios da Amadora, entre 25 e 27 de Janeiro. O espectáculo estreou em Cabo-Verde a 4 de Novembro de 2018, integrando a programação do Festival Mindelact, e em Dezembro esteve em cena no Teatro do Bairro, em Lisboa. 

Posso saltar do meio da escuridão e morder

O que vive abaixo da superfície da sujeição? A ausência de liberdade pode fazer morrer uma alma? A insubmissão surge como a única possibilidade de sobrevivência para uma mulher, que se descobre mulher e negra no contexto dos lugares estanques da escravatura. O percurso do espectáculo é afinal uma provação como via para a consciência. Entre o imaginário, o simbólico e o real, Daniel, Gio e Zia avançam em direcção à lucidez - na 1ª pessoa, na 3ª pessoa, por vezes em ambas - à própria palavra que gera uma voz e um corpo mineral, vegetal, animal. Rogério de Carvalho, encenadorA Coisa impossível - traumática provém do Espaço Interior. Inicialmente tudo o que vemos é o Vazio - o Céu escuro, infinito, o abismo sinistramente silencioso do Universo, com estrelas cintilantes dispersas, que são menos objectos materiais do que pontos abstractos; depois, de súbito, ouvimos um som por detrás de nós, do nosso fundo mais íntimo, a que vem juntar-se o objecto visual, a origem desse som - a gigantesca versão dos barcos que transportam escravizados. O objecto - Coisa é assim transmitido como parte de nós mesmos que expelimos para a realidade… Também buscamos. Esta intrusão da Coisa parece trazer o alívio, suprimindo o horror de contemplar o vazio infinito do Universo.É a materialização das fantasias traumáticas mais íntimas; isso explica o enigma das estranhas lacunas da sua memória. O que ela escreve é a imagem fantasmática que tem dele. Faz parte do Espaço Interior (de si para si). Não são  invenção sua os factos e os sentimentos que narra? Existiram? É a Coisa? Não se trata de um Vazio? Não vemos as acções, apenas ouvimos. O processo da Escravatura/Coisa, o desenvolvimento da sua História é a sua concretização? No final regressa ao lugar de partida assumindo a consciência do que é ser negra. A posição trágica é que ela adquire consciência de toda a identidade substancial, de que não é nada em si mesma, dado que só se julga existir sonhando com o Outro. A imensidão está nela quer na voz quer na fala. 

Encenação Rogério de Carvalho Texto selecção e montagem colectiva Actores Daniel Martinho, Gio Lourenço, Zia Soares

Design de som Chullage

Design de luz Jorge Ribeiro

Voz e elocução Luís Madureira

Apoio ao movimento Cláudia Bonina

Espaço cénico e figurinos Teatro GRIOT Fotografia Sofia Berberan Produção Teatro GRIOT Duração aprox. 1h30  M/14

Recreios da Amadora - Avenida Santos Mattos, 2, 2700-748 Amadora25 a 27 de Janeirosex e sáb, 21h30; dom, 16hRESERVAS: 916648204 | teatrodosaloes@sapo.pt Bilhetes:10€, normal3€ a 5€, c/desconto

07.01.2019 | by martalanca | Posso saltar do meio da escuridão e morder, teatro griot

Posso saltar do meio da escuridão e morder

O que vive abaixo da superfície da sujeição? A ausência de liberdade pode fazer morrer uma alma? A insubmissão surge como a única possibilidade de sobrevivência para uma mulher, que se descobre mulher e negra no contexto dos lugares estanques da escravatura. O percurso do espectáculo é afinal uma provação como via para a consciência. Entre o imaginário, o simbólico e o real, Daniel, Gio e Zia avançam em direcção à lucidez - na 1ª pessoa, na 3ª pessoa, por vezes em ambas - à própria palavra que gera uma voz e um corpo mineral, vegetal, animal.
Rogério de Carvalho, encenador

A Coisa impossível - traumática provém do Espaço Interior. Inicialmente tudo o que vemos é o Vazio - o Céu escuro, infinito, o abismo sinistramente silencioso do Universo, com estrelas cintilantes dispersas, que são menos objectos materiais do que pontos abstractos; depois, de súbito, ouvimos um som por detrás de nós, do nosso fundo mais íntimo, a que vem juntar-se o objecto visual, a origem desse som - a gigantesca versão dos barcos que transportam escravizados. O objecto - Coisa é assim transmitido como parte de nós mesmos que expelimos para a realidade… Também buscamos. Esta intrusão da Coisa parece trazer o alívio, suprimindo o horror de contemplar o vazio infinito do Universo.

Encenação Rogério de Carvalho Texto selecção e montagem colectiva Actores Daniel Martinho, Gio Lourenço, Zia Soares

Design de som Chullage

Design de luz Jorge Ribeiro

Apoio ao movimento Cláudia Bonina

Espaço cénico e figurinos Teatro GRIOT Fotografia Sofia Berberan Produção Teatro GRIOT

Duração aprox. 1h30  M/14

27.11.2018 | by martalanca | Rogério de Carvalho, teatro griot

Posso saltar do meio da escuridão e morder

O que vive abaixo da superfície da sujeição? A ausência de liberdade pode fazer morrer uma alma? A insubmissão surge como a única possibilidade de sobrevivência para uma mulher, que se descobre mulher e negra no contexto dos lugares estanques da escravatura. O percurso do espectáculo é afinal uma provação como via para a consciência. Entre o imaginário, o simbólico e o real, Daniel, Gio e Zia avançam em direcção à lucidez - na 1ª pessoa, na 3ª pessoa, por vezes em ambas - à própria palavra que gera uma voz e um corpo mineral, vegetal, animal. 

Encenação Rogério de Carvalho Texto selecção e montagem colectiva Actores Daniel Martinho, Gio Lourenço, Zia Soares

Design de som Chullage

Design de luz Jorge Ribeiro

Apoio ao movimento Cláudia Bonina

Espaço cénico e figurinos Teatro GRIOT

Fotografia Sofia Berberan

Produção Teatro GRIOT

Duração aprox. 1h30 

M/14

Em cena no Teatro do Bairro - Rua Luz Soriano, 63 (Bairro Alto),1200-246 Lisboa 5 a 16 de Dezembro qua a sáb, 21h30; dom, 17h RESERVAS: 21 347 33 58 | 91 321 12 63 (15h - 19h) Bilhetes:10€, normal7,50€, c/desconto5€, grupos +10 pax

13.11.2018 | by martalanca | teatro griot

OS NEGROS, de Jean Genet, com encenação de Rogério de Carvalho, Teatro GRIOT

Co-produzido por Teatro GRIOTSão Luiz Teatro Municipal, estreado em Lisboa em Outubro de 2017 na Sala Luís Miguel Cintra do São Luiz, OS NEGROS apresenta-se agora no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, dia 4 de Outubro pelas 21h30.

fotografia de Sofia Berberan e Mário Césarfotografia de Sofia Berberan e Mário César

OS NEGROS 

O espectáculo delineia uma configuração topológica, constituída por três patamares, dispostos verticalmente: o espaço onde se situa a corte e a Rainha, que representa o espelho do domínio do colonizador; o espaço onde se situa a Felicidade, uma negra imponente; e a plataforma de base, que representa os colonizados, ocupada pelas restantes personagens. Esta estrutura topológica define as relações de poder entre as personagens e é nela que se constrói o espaço do drama, onde as vozes, os coros e os risos orquestrados dos negros, conferem ao espectáculo o grotesco, atingindo as fronteiras da paródia. 

Uma urdidura complexa, que se compõe numa atmosfera de ritual, de cerimónia. Uma espécie de liturgia paródica.  

ficha artística 

texto Jean Genet - tradução Armando Silva Carvalho - encenação Rogério de Carvalho - actores Angelo Torres, Binete Undonque, Daniel Martinho, Gio Lourenço, Júlio Mesquita, Laurinda Chiungue, Matamba Joaquim, Miguel Sermão, Odete Mosso, Orlando Sérgio, Renée Vidal, Sandra Hung, Zia Soares - cenografia José Manuel Castanheira; assistente de cenografia: Pedro Silva; assistentes estagiários de cenografia: Ana Sofia Lacerda, Inês Carrilho, Filipe Alexandre Fernandes - luz Jorge Ribeiro - figurinos Catarina Graça com execução de Aldina Jesus - adereços Mónica de Miranda - desenho de som Chullage - voz e elocução Luis Madureira - coreografia Rose Mara da Silva - fotografia Sofia Berberan e Mário César – vídeo teaser David Cardoso - produção executiva Urshi Cardoso - co-produção Teatro GRIOT e São Luiz Teatro Municipal

M/14

Duração (aprox.): 2h30 c/intervalo

Local: Teatro Constantino Nery

Morada: Av. Serpa Pinto 242, 4450-263 Matosinhos

Data: 4 de Outubro (apresentação única) 

Horário: 21h30 

Reservas: 229392320 (10h - 18h) 

Bilhetes: normal, 7,50€; c/desconto, 5€

Jean Genet, autor 

Volto a repetir: esta peça, escrita por um Branco, destina-se a um público de Brancos. Mas se por um acaso muito estranho for representada para um público de Negros, será necessário, em cada sessão, convidar um Branco - homem ou mulher. O produtor do espectáculo deverá recebê-lo com a maior solenidade, fazer com que se vista de cerimónia e conduzi-lo ao seu lugar, de preferência na primeira fila da plateia. Os actores irão representar só para ele. E durante todo o espectáculo um projector incidirá sobre este Branco simbólico.

E se nenhum Branco estiver disposto a isso? Então distribuam à entrada máscaras de Brancos ao público negro. Se os Negros recusarem as máscaras dos Brancos, usem um manequim.

Rogério de Carvalho, encenador 

Uma situação de choque, turbulência através de uma representação alegórica, a ironia de um ritual que termina em massacre. O espectáculo abre, para os negros, ao nível da consciência, a busca de uma identidade que não seja a imagem que o branco tem do negro. O negro quer libertar-se dessa mácula, o que lhe daria liberdade. É nessa ilusão que a peça encontra o tema da negritude. O horror do espectáculo está em tratá-lo de uma forma irónica, atingindo as fronteiras da paródia. 

Nunca se deixa de ter a percepção de que a verdade do palco significa jogo por parte dos actores. Vive-se o ritual. Trata-se de um espectáculo cerimonioso, de momentos ritualísticos. Basta dizer que a representação é ritual? Que fronteira entre a representação teatral e a ritualização? Que papel conferimos aos espectadores sejam eles brancos ou negros? É necessário que a cena seja legível, em que termos para cada uma das cores? O que é ser negro quando não se vive num país negro?

 

24.09.2018 | by martalanca | Jean Genet, os Negros, teatro griot

Que ainda alguém nos invente, inspirado na vida da Rainha Njinga Mbandi

É um ritual que vacila entre o orgulho e o remorso. Entre o conflito e a confidência fundem-se os papéis de rainha e mulher. Deixa-se de se distinguir quem é quem na glória e na vaidade, pois o atrevimento também é próprio da conquista.

Njinga Mbandi invoca os seus mortos numa conversa consigo mesma, fala do que foi e do que poderá nunca ter sido, não esgota o seu transe em estórias reféns do seu tempo. Resistindo sempre, dissimuladamente. Atormentando e perseguindo à vez ora homens ora vontades, as suas e as dos a si entregues, guerreiros, escravos e traidores. Filha, irmã e amante, Njinga terá tempo de contar a sua versão, escusando-se ao logro de um passado forjado, divinizado e imaculado no seu desígnio. 

Teatro Griot I texto dramático inédito: Ricardo P. Silva

encenação: Paula Diogo I actores: Daniel Martinho, Gio Lourenço, Matamba Joaquim, Zia Soares I  movimento: Vânia Gala I  materiais cénicos: Francisco Vidal I espaço cénico e figurinos: Mariana Monteiro I luz: Pedro Correia I música original: DJ Marfox e DJ N.K. design de som: Chullage assistência de encenação: Carlos Alves tradução para kimbundo: Galiano Neto

fotografia: Sofia Berberan vídeo teaser: David Cardoso

produção executiva: Urshi Cardoso

co-produção: Teatro GRIOT, Teatro Municipal do Porto

Duração aprox. 1h30 M/14

Em cena no Teatro do Bairro (Rua Luz Soriano, 63 (Bairro Alto),1200-246 Lisboa)13 a 23 de Setembroqua a sáb, 21:30; dom, 17h

RESERVAS: 21 347 33 58 | 91 321 12 63 (15h - 19h)
Bilhetes:10€, normal7,50€, c/desconto5€, grupos +10 pax

Ricardo P. Silva, autor

“ Que Ainda Alguém Nos Invente é um texto inspirado na vida da Rainha Njinga Mbandi, soberana do Reino do Ndongo e da Matamba e o resultado de um intenso processo de filtragem de informação, baseada em narrativas deixadas ao longo de mais de três séculos por intervenientes reféns da sua própria agenda política, fins religiosos ou meros compromissos comerciais. A peça determina por isso que prevaleçam apenas os indícios, os prenúncios e os sintomas do que poderá ter sido. Sabe-se hoje e saber-se-ia então que a distorção premeditada de narrativas, de maneira a influenciar a perceção de modos de vida diversos, faz com que não seja possível distinguir com segurança facto, mito ou manipulação. A discussão académica sustentada em grande parte pela documentação produzida pelo padre capuchinho Cavazzi de Montecúccolo e pelo historiador e militar português António de Oliveira de Cadornega, ambos coevos de Njinga Mbandi, ou pelos estudos mais recentes de historiadores como John Thornton ou Joseph C. Miller, assim como tantos outros artigos de investigação de inúmeros autores contemporâneos, deixa bem claro que não existe consenso em relação a muitas das famosas ocorrências relatadas e que ao longo destes 350 anos se têm vindo a sedimentar no imaginário coletivo. Mas para além da fantasia subsiste, porém, sempre algo que resiste, para além da apologia e da censura, independente. Permanece, no caso, o carácter extraordinariamente forte, hábil e intempestivo de Njinga Mbandi. E é por via desta certeza que a peça se desenvolve, através de um constante jogo de insinuações e especulação, conflitos e confidências entre quatro personagens, todos vivos e todos mortos, Njinga e o seu pai Ngola Kiluanji, Ngola Mbandi, irmão, ambos de origem Mbundu e ainda Kaza, o seu marido-aliado, de origem Imbangala. 

Guerreira e adivinha, déspota e heroína, protectora dos seus, comerciante de escravos, letrada e vaidosa, cruel, orgulhosa e imprevisível, Njinga aterrorizava – perseguindo – e enquanto perseguida, resistindo, jamais se rendeu.”

Paula Diogo, encenadora

O convite dos Griot para esta “conversa” com a Rainha Njinga do Ricardo, já vem de longe, acho que passaram pelo menos três anos desde que falámos pela primeira vez do projecto. 

Rebecca Solnit no livro “The Faraway Nearby” diz que contar uma história pressupõe empatia, colocar-me no lugar do outro, fazer um movimento deste lugar para aquele. Nesta reflexão sobre a figura de Njinga Mbandi, o primeiro movimento foi o de tentar conhecer uma personagem sobre a qual sabia pouco e essa primeira aproximação abriu caminho a outras aproximações a territórios igualmente desconhecidos: à história de um país que começa a escrever a sua História em nome próprio, à história de um povo que quer participar da escrita da sua própria História, à história de uma língua materna que não cabe na boca porque nunca nos foi ensinada, à história de uma geração que nasceu entre dois países e que não tem a nacionalidade necessariamente escrita no passaporte.

Ao olhar agora para o espectáculo que criámos juntos continuo a descobrir linhas de pensamento sobrepostas que seguramente continuarão a desmultiplicar-se no momento da chegada do público.

O espaço cénico do espectáculo foi construído seguindo uma lógica de pilhagem, que reproduz o espaço do atelier do artista visual Francisco Vidal invadido pelas palavras de Ricardo P. Silva e pelos corpos dos actores em luta com o movimento da coreógrafa Vânia Gala. Esta ideia de pilhagem permitiu-nos pensar sobre a figura de Njinga fora da lógica do herói das histórias que nos são contadas em criança, mas como personagem de facto, movida por vontades, convicções, culpas e desejos.

“Que ainda alguém nos invente” é também uma guerra. Os corpos são obrigados a manter-se em movimento, avançando e recuando, varrendo o espaço ou sendo varridos, reinventando territórios e fronteiras e convocando periferias invisíveis. A música de DJ Marfox marca o compasso dessa latência e apela constantemente à resistência e ao delírio.

“Desobediência. Por todo o tempo que haja que dure.” 

30.08.2018 | by martalanca | Rainha Njinga Mbandi, teatro griot

Que Ainda Alguém Nos Invente - Teatro Griot

Francisco VidalFrancisco VidalO espectáculo é um ritual que vacila entre o orgulho e o remorso. Entre o conflito e a confidência fundem-se os papéis de rainha e mulher. Deixa-se de se distinguir quem é quem na glória e na vaidade, pois o atrevimento também é próprio da conquista.Njinga Mbandi invoca os seus mortos numa conversa consigo mesma, fala do que foi e do que poderá nunca ter sido, não esgota o seu transe em estórias reféns do seu tempo. Resistindo sempre, dissimuladamente. Atormentando e perseguindo à vez ora homens ora vontades, as suas e as dos a si entregues, guerreiros, escravos e traidores. Filha, irmã e amante, Njinga terá tempo de contar a sua versão, escusando-se ao logro de um passado forjado, divinizado e imaculado no seu desígnio.

Texto dramático inédito Ricardo P. Silva - encenação Paula Diogo - coreografia Vânia Gala - actores Daniel Martinho, Gio Lourenço, Matamba Joaquim, Zia Soares - espaço cénico e figurinos Mariana Monteiro - materiais cénicos Francisco Vidal - luz Pedro Correia - música original DJ Marfox e DJ N.K. - desenho de som Chullage -assistência de encenação Carlos Alves - fotografia Sofia Berberan - produção executica Urshi Cardoso

Co-produção Teatro GRIOT e Teatro Municipal do Porto

2 Março, 21h30 - Conversa pós-espectáculo com Ana Paula Tavares (historiadora e poetisa)

3 Março,19h00

Teatro Campo Alegre

M/14

1h30 aprox. 

 

RESERVAS E INFORMAÇÕES 

Rua das Estrelas, 4150-762 Porto

Tel. 22 606 30 00 (Seg a Dom: 14h30 – 19h00; 19h30 – 22h30)

Email - bilheteira.tmp@cm-porto.pt

11.02.2018 | by martalanca | teatro griot

Teatro GRIOT ESTREIA ​OS NEGROS Jean Genet encenação Rogério de Carvalho

Os negros. Treze actores negros. Uma peça escrita por um branco. Para um público de brancos. Mas afinal o que é ser negro? O que é ser negro quando não se vive num país negro? E antes de tudo, qual é a cor de um negro?

encenação: Rogério de Carvalho

tradução: Armando Silva Carvalho
actores: Angelo Torres, Binete Undonque, Cleo Tavares, Gio Lourenço, Igor Regalla, Júlio Mesquita, Laurinda Chiungue, Matamba Joaquim, Mauro Hermínio, Orlando Sérgio, Renée Vidal, Sandra Hung, Zia Soares

cenografia: José Manuel Castanheira

luz: Jorge Ribeiro

figurinos: Catarina Graça

adereços: Mónica de Miranda

desenho de som: Chullage

voz e elocução: Luis Madureira

fotografia: Sofia Berberan e Mário César

apoio à produção: Underground Railroad

produção executiva: Urshi Cardoso

co-produção Teatro GRIOT e São Luiz Teatro Municipal

 

5-15 Outubro

qua a sáb 21:00  dom 17:30

Sala Luis Miguel Cintra - São Luiz Teatro Municipal

informações do bilhete

18.09.2017 | by martalanca | os Negros, Rogério de Carvalho, teatro griot

Faz Escuro nos Olhos, Teatro Griot com encenação de Rogério de Carvalho

foto de Pauliana Valente Pimentelfoto de Pauliana Valente Pimentel

O Teatro GRIOT apresenta Faz Escuro nos Olhos, com encenação de Rogério de Carvalho, em cena no Teatro do  Bairro de 22 a 26 de Março, de quarta a sábado às 21:30, domingo às 17:00.

“Nem todas as vozes se ouvem, mesmo as mais angustiantes e desesperadas podem ser vozes não ouvidas. Pode ser que no silêncio apareça uma outra voz mais premente, a voz interna, uma voz que não se pode fazer calar.”  Rogério de Carvalho

Encenação: Rogério de Carvalho; Interpretação: Ana Rosa Mendes, Daniel Martinho, Giovanni Lourenço, Margarida Bento, Matamba Joaquim e Zia Soares; Desenho de Luz: Jorge Ribeiro; Fotografia: Pauliana Valente Pimentel; Design Gráfico: Sílvio Rosado; Produção: Teatro GRIOT.

20.03.2017 | by martalanca | Faz Escuro nos Olhos, Rogério de Carvalho, teatro griot

Teatro Griot | Luminoso Afogado

Teatro GRIOT vem por este meio dar a conhecer e solicitar a divulgação da sua próxima produção, LUMINOSO AFOGADO, monólogo a partir de Al Berto, encenação e interpretação de Zia SoaresEstreia no Teatro da Trindade a 7 de Dezembro de 2016.
LUMINOSO AFOGADO é uma espécie de linha da sombra, onde num confronto com o espelho, com a morte e com a passagem do tempo, uma mulher/um homem não se reconhece, está entre ser o que é e outro irrecuperável e ausente. Um espectáculo onde o “silêncio é definitivo”, onde se oscila entre a vida e a morte, entre a memória e o esquecimento mais absoluto. Um mergulho onde se suspende a respiração noutro tempo, noutro lugar onde Zia Soares revisita, 20 anos depois, Al Berto com quem trabalhava na adaptação e encenação de “O Lunário” na altura da sua morte.


Ficha Artística
Texto: Al Berto
Adaptação e Encenação: Zia Soares
Actriz: Zia Soares
Dramaturgia de voz: Filipe Raposo
Elocução: Chullage
Design de luz: Eduardo Abdala
Cenário e Figurino: Inês Morgado
Fotografia: Pauliana Valente Pimentel
Design Gráfico: Sílvio Rosado
Produção: Teatro GRIOT
Apoio à Produção: Underground Railroad
Em cen​a
Local: Sala Estúdio do Teatro da Trindade
Morada: ​R. Nova da Trindade 9, 1200-301 Lisboa
Data 7 a 30 Dez (interrupção entre 19 a 25 Dez)
Hora qua a sáb 21h45; dom 17h00
Preço 8€ (normal)​ ​5​€ (quinta-feira)​
M/16​
Informações| Reservas 213 420 000 (ter a sáb 14h às 18h); bilheteira.trindade@inatel.pt
* Conversa com o público ​15 Dez (após espectáculos
 Apoios: Polo Cultural GaCâmara Municipal de Lisboa, INATEL, UR, CEC_FLUL, Hostel Graça 28, El Corte Inglês. 

21.11.2016 | by marianapinho | Al Berto, Luminoso Afogado, teatro griot, Zia Soares

Teatro GRIOT O lugar por onde a vaca passou

- Tu quem és?

- Que raça? 

O lugar por onde a vaca passou - a partir de Prometeu, Rascunhos e Agrilhoado - é uma produção do Teatro GRIOT com encenação de João Fiadeiro

O Teatro GRIOT convidou o coreógrafo João Fiadeiro, o artista visual Francisco Vidal e o designer de luz Eduardo Abdala para a criação de um espectáculo que procura o “território do meio, do intervalo e da suspensão...” (João Fiadeiro) como lugar de eleição, onde o espectador tem a sensação de ter entrado numa peça já em andamento e sem fim. Partindo de duas traduções distintas de “Prometeu Agrilhoado” de Ésquilo, especificamente do encontro com Prometeu, João Fiadeiro propõe-nos uma espécie de meta-diálogo entre traduções (entre tradutores), que se aproximam, se afastam e se cruzam, chegando mesmo a sobrepor-se de quando em quando.  Num deslocamento do foco, coloca-se o protagonismo na exilada vaca que se atravessa na vida do prisioneiro Prometeu.

- Pelo resto dos tempos

- Para sempre ficará entre os mortais

- os mortais contarão histórias acerca desta tua travessia.

- a grande fama da tua travessia.

- Ao lugar chamarão Bósforo

- Dela tirará o nome de Bósforo,

- por tua causa.

- a passagem da vaca.

- O lugar onde passou a vaca.

“Este teatro* não é bem um teatro*: é apenas uma ruína. Ruíram as palavras de uma língua que já ninguém fala e a que mesmo a mais escrupulosa erudição dos filólogos não mais voltará a dar inconsciente consciência de quem a falou; ruíram os textos corrompidos por copistas, corrompidos pela química, desfeitos para sempre; e se são ruínas sempre as palavras que noutra língua substituem as primeiras, é este teatro* ruína de uma ruína, corroído pelo tempo, pelas línguas, pela História.”  (Obra Completa de Ésquilo, Introdução Jorge Silva Melo)

*no original lê-se “livro”.

Data | De 20 a 31 de Julho’16 
Local | Teatro do Bairro
Morada | Rua Luz Soriano N.º 63 (Lisboa)
Hora | 21H30 (Qua. a Sáb.) 17H (Dom.)
Preço | 10€ (Normal) 7,50€ (C/desconto) 5€ ( +10 pax)
Reservas | 213 473 358 ou 913 211 263 (das 15H às 20H)
Encenação: João Fiadeiro;  Actores: Ana Rosa Mendes, Giovanni Lourenço, Margarida Bento, Matamba Joaquim; Cenografia: Francisco Vidal; Assistência a cenografia: Micael Costa; Design de luz: Eduardo Abdala; Figurinos: Inês Morgado; Sonoplastia: Carlos Neves; Fotografia: Magda Fernandes; Comunicação: UPF| Comunicação e Relações Públicas; Produção: Teatro GRIOT; Apoio à produção: Underground Railroad

13.07.2016 | by martalanca | Ésquilo, João Fiadeiro, teatro griot

Teatro GRIOT - programação 2016

Através de concurso para a cedência de espaço promovido pela Câmara Municipal de Lisboa, o Teatro GRIOT encontra agora uma casa na Escola das Gaivotas.
Neste pólo de criação cultural, para além da sala de escritório onde passa a estar sedeado o Teatro GRIOT, existem também salas de ensaio - música, teatro, dança e performance – e de formação, bem como um auditório que permite a realização de algumas conferências/mesas-redondas que sempre acompanham cada uma das produções da companhia. 
Sendo o Teatro GRIOT uma companhia de actores que a cada trabalho convida encenadores e outros criadores para integrarem projectos, encontra disponível, através das Residências da Boavista, um conjunto de apartamentos para receber artistas, nacionais e estrangeiros, não residentes em Lisboa, que se encontrem na cidade, em processo de criação artística. 

O Teatro GRIOT é uma companhia de actores, constituída maioritariamente por afro-descendentes, que explora as possibilidades, expressões e implicações da diferença como herança histórica, social e politica,  no discurso e na estética teatral.

A identidade e as dinâmicas inter-identitárias, entre o africano e o europeu e a simbiose dos dois, são o eixo das actividades desenvolvidas pela companhia, que se reflectem tanto na programação, como na escolha dos textos, dos encenadores e dos actores.
Para 2016, a companhia tem programadas novas criações como Prometeu Agrilhoado, com encenação de João Fiadeiro, a exibir no segundo semestre; Platonov, de Anton Tchékhov, com encenação de Chantal Morel e ainda Njinga, num texto inédito de Ricardo P. Silva com encenação de Paula Diogo.
O Teatro GRIOT regressa ao palco da Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, no mês de Fevereiro, dia 13 às 21H30 e dia 14 às 16H, com a peça As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino

 

 

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino, a partir da obra homónima do Sul-africano Breyten Breytenbach, adaptação e encenação de Rogério de Carvalho, co-produção Teatro GRIOT/Programa Gulbenkian Próximo Futuro. 

Data | 13 e 14 de Fevereiro
Hora | 21H30 e 16H (respectivamente)
Local | Sala Experimental teatro Joaquim Benite
Morada | Av. Professor Egas Moniz 2804-503 Almada
Telefone (+351) 212739360 
E-mail | geral@ctalmada.pt

18.01.2016 | by martalanca | teatro griot

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino, do sul-africano Breyten Breytenbach com encenação de Rogério de Carvalho e interpretação do Teatro Griot, em palco de 2 a 4 de Setembro, às 21h30 no Teatro do Bairro, em Lisboa.

No livro As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino, Breyten Breytenbach escreve sobre as suas memórias do cárcere: a excruciante narrativa da sua viagem através da máquina infernal do sistema prisional sul-africano, com todo o seu cortejo de horrores, histórias inacreditáveis, figuras humanas.

É uma reflexão do prisioneiro isolado de todas as suas ligações com o mundo, que acaba por duvidar da realidade daquilo que vive. Um texto que é ao mesmo tempo um testemunho dramático e uma obra literária de grande qualidade poética.

«Como dizer este texto de Breytenbach? Como manifestar a carga poética que o livro transporta? Que tipo de realidade dramática se pode construir? Exclamativa (tragédia)? Narrativa? Afirmativa? A questão do Teatro como Arte tem sido sempre encontrar os meios justos para dizer e traduzir o que vivemos: o que tem lugar não se pode dizer com a língua que se fala vulgarmente – é necessário encontrar outras modalidades de palavras para dizer o que nos acontece coletivamente. E esta é a razão fundamental para a escolha de As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino de Breyten Breytenbach.»

Intérpretes: Ana Rosa Mendes, Daniel Martinho, Giovanni Lourenço, Maria Duarte, Matamba Joaquim, Miguel Eloy e Zia Soares. Co-produção entre o Teatro GRIOT e Programa Gulbenkian Próximo Futuro.

27.08.2014 | by martalanca | Breyten Breytenbach, Rogério de Carvalho, teatro griot

A Raça forte, de Wole Soyinka, pelo Teatro Griot - LISBOA

O Teatro Griot estará em cena de 31 outubro a 10 de novembro no Teatro do Bairro com a sua mais recente produção, A Raça forte, de Wole Soyinka, encenação de Nuno M Cardoso. 

 

29.10.2013 | by martalanca | teatro griot, Wole Soyinka