Colecção de contos "Cabeças Cortadas"

Cabeças Cortadas não é uma ficção visionária; é uma obra assente em realidades ferozes que nem pandemias nem guerras substituem.  Explorando um mundo de disfunções que se têm tornado estruturantes, revela-o nos meandros mais impensados das relações sociais.

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Livros Flauta de Luz | distribuição Antígona

Escrito mais de dez anos antes da eclosão da pandemia de covid-19 e da catástrofe sanitária e moral daí resultante, este conjunto de contos de Pedro Bravo manifesta perturbantes premonições do que passou a estar em curso no mundo: uma continuada repetição de desastres consubstanciais ao desenvolvimento.

Mas, abarcando também épocas anteriores à nossa, Cabeças Cortadas não é uma ficção visionária; é uma obra assente em realidades ferozes que nem pandemias nem guerras substituem, embora as empiorem. Explorando um mundo de disfunções que
se têm tornado estruturantes, revela-o nos meandros mais impensados das relações sociais, quer se trate, por exemplo, de experiências médico-farmacêuticas com o corpo humano ou da necessária dependência mortal de drogas psicotrópicas.

Livro ilustrado, Cabeças Cortadas constrói-se sobre uma geometria visual de palavras e ideias não pacíficas de que decorre um paradoxal realismo semântico. Acoplamentos voluntários no ritmo dos contos desvendam, num delírio negro, duplos sentidos e amiúde miríades de significados. Mas a poderosa e ágil estrutura da composição literária não deixa que desta miríade decorra confusão. O sentido devém acção. Sexual, sem nunca ser descritivo, vibrante de fúria e imaginação, Cabeças Cortadas – cuja personagem central é o corpo humano – deixa-nos o registo de que as nossas sociedades assentam numa violência grandemente oculta.

Pedro Bravo publicou anteriormente os livros Verbo Vermelho, na Fenda, e Manual de Resistência Civil, na Letra Livre.

Desenhos da capa e do interior: Miguel Carneiro. Grafismo e paginação: Pedro Mota.

31.08.2022 | by Alícia Gaspar | antígona, cabeças cortadas, guerra, livros flauta de luz, novo livro, pandemia, pedro bravo

"Fanun Ruin", de Zia Soares

Sáb, 10 set 2022 / 19:30 – 20:30
Bilhetes

Concebido no âmbito da programação paralela da exposição Europa Oxalá, este espetáculo prolonga reflexões sobre o passado colonial e os seus efeitos no presente, suscitando questões em torno da memória, da identidade e do luto.

Cortesia António Castelo.Cortesia António Castelo.

FANUN RUIN começa no encontro com os crânios timorenses em Coimbra. Começa no revoltoso timorense desterrado para Angola e na angolana que se desterra. Começa nas perguntas.

Como eram os rostos dos decepados? Onde estão os restos dos corpos dos crânios?

Quando retornam os ossos usurpados? Quem os espera?

Quem ainda se lembra? Quem quer esquecer?

Como encarnar os ossos?

A atriz fala. Põe na voz a vida.

0: Ritos de Lorosae.
1882: Desterramento.
35: Crânios.
1959: Revoltosos.
1959: Desterramento.
1974: Autodesterramento.
2021: Ossos usurpados.
2022: FANUN RUIN

Cortesia Neusa TrovoadaCortesia Neusa Trovoada

Ficha Técnica

Autoria, Direção e Interpretação Zia Soares

Direção de arte Neusa Trovoada

Cocriação de vídeos António Castelo

Música Xullaji

Cocriação de movimento Lucília Raimundo

Iluminação Mafalda Oliveira

Elenco de vídeo Agostinho de Araújo, Aoaní Salvaterra, Domingos Soares, Fátima Guterres, Lídia Araújo, Lucília Raimundo, Manuel de Araújo, Priscila Soares

Assistência à cenografia Carlos Trovoada, Nig d’Alva

Técnico de som Luís Moreira

Fotografia António Castelo

Assistência geral Aoaní d’Alva

Cabelos Zu Pires

Maquilhagem Ana Roma

Produção Fundação Calouste Gulbenkian, SO WING

Apoios Centro Cultural da Malaposta, Polo Cultural Gaivotas Boavista

Zia Soares é uma artista apoiada pela apap – Feminist Futures, um projeto cofinanciado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia

Agradecimentos Domingos Soares e Priscila Soares, Agostinho de Araújo, Ana Alves, António Soares Nunes, Bruno Sena Martins, José Amaral, Luís Costa, Manuel de Araújo

 

31.08.2022 | by Alícia Gaspar | cultura, europa Oxalá, fanun ruin, Fundação Calouste Gulbenkian, Identidade, luto, memória, Zia Soares

"Factory of Disposable Feelings", de Edson Chagas

Inauguração: 23 setembro, 18h 

24 setembro a 5 novembro (quarta a sábado, das 15h às 19h)
entrada livre

Hangar - Centro de Investigação Artística.

Com curadoria de Ana Balona de Oliveira, esta exposição apresenta uma das mais recentes séries fotográficas do artista, realizada no bairro Cazenga em Luanda, entre 2017 e 2018. Tendo sido anteriormente mostrada a solo apenas na Cidade do Cabo, na África do Sul, em 2019, “Factory of Disposable Feelings” é apresentada agora pela primeira vez em Lisboa numa nova configuração, incluindo imagens inéditas.

Esta série dá continuidade às indagações que singularizam a obra de Chagas, nomeadamente a atenção às relações vivenciais e afetivas que os sujeitos estabelecem com objetos e espaços quotidianos, contrariando rápidos ritmos de consumo através de um olhar desacelerado que perscruta em proximidade matérias, formas e texturas descartadas. 

Contudo, a série marca simultaneamente uma espécie de viragem, na medida em que, ao contrário de séries anteriores realizadas em vários espaços públicos urbanos a Norte e a Sul, vagamente identificados (as ruas e praias de Luanda, Veneza, Londres e Newport, etc.), nesta série, pela primeira vez, o fotógrafo concentrou-se nos espaços interiores e exteriores de uma arquitetura específica. Trata-se da Fábrica Irmãos Carneiro no Cazenga, em Luanda, uma antiga fábrica têxtil fundada no período colonial, que, pertencendo a uma família luso-angolana, continuou a laborar após a independência de Angola e durante as várias fases da guerra civil (1975-2002), produzindo lençóis, fraldas e uniformes militares, etc. Mais recentemente, foi redirecionada para a produção de utensílios agrícolas, tendo sido parcialmente abandonada.

Através da sua própria experiência corpórea e afetiva do espaço e de conversas não só com os seus donos, mas principalmente com os seus antigos trabalhadores, muitos dos quais se tornaram seguranças do edifício após o encerramento da fábrica, Chagas compôs uma espécie de retrato em sequência aberta, simultaneamente íntimo e dialógico, de um espaço múltiplo: situado algures entre as particularidades desta arquitetura e as dinâmicas alargadas do bairro, da cidade e do país; entre a história coletiva e a memória individual; entre a objetividade concreta da matéria e da máquina (tanto a fabril como a fotográfica) e a subjetividade da experiência e do olhar. A intensidade das vivências partilhadas impregnou de memória os objetos e o espaço, que, embora evidenciando perda, se transmutaram em arquivos afetivos excedendo poeticamente os limites do visível e do documentável. Símbolo do próprio país em suspenso e dos vários projetos de suposta modernidade e modernização que atravessaram a sua história, a fábrica abandonada nunca deixou de ser reocupada, reapropriada e reativada por um ativo labor de memória e desejo, incluindo as futuridades passadas e presentes que falta cumprir.  

31.08.2022 | by martalanca | angola, arte contemporânea, Edson Chagas, exposição

Doc's Kingdom 2022: Sneak Preview

Com a presença de MARIANA CALÓ e FRANCISCO QUEIMADELA, ALEXANDRA CUESTA, PAULA GAITÁN, BORIS LEHMAN e JOÃO VIEIRA TORRES, o Doc’s Kingdom 2022 inicia às 18h de quinta-feira, 1 de setembro e termina ao meio-dia de terça-feira, 6 de setembro.

As inscrições estão abertas ao público, por ordem de chegada, no formulário de inscrição.

A inscrição (190€) inclui todo o programa do Doc’s Kingdom 2022 em Arcos de Valdevez (sessões de cinema, debates, refeições, passeios e outras actividades), entre 1 e 6 de setembro. A inscrição diária (50€) inclui todo o programa do dia correspondente.

O seminário Doc’s Kingdom é concebido como uma experiência imersiva, com três sessões de cinema por dia a partir das 10h, um programa surpresa até ao início de cada projecção, debates ao ar livre com e entre cineastas, refeições de convívio e passeios.

A cineasta e fotógrafa Alexandra Cuesta vive e trabalha entre o Equador e os Estados Unidos. Os seus vídeos e filmes em 16mm são retratos de lugares públicos, paisagens urbanas e das pessoas que os habitam. Reminiscente de práticas documentais como a fotografia de rua, o trabalho de Cuesta está enraizado na sensibilidade poética e lírica da vanguarda, combinando práticas documentais e antropologia visual, investigando a reciprocidade do olhar na representação baseada no tempo.

Ao longo de cerca de 45 anos, o cineasta belga Boris Lehman realizou e produziu mais de 75 filmes, entre curtas e longas-metragens, documentário e ficção, ensaios e autobiografias, trabalhando essencialmente em 8mm, super8 e 16mm. A obra de Lehman invade espaços pessoais – a sala de estar, o estúdio do artista, o álbum de fotografias. Contrastando com essa intimidade está uma nota quase etnográfica, trazida pela forma como o pessoal se torna o universal.

João Vieira Torres, artista franco-brasileiro, vive e trabalha em Paris desde 2002. Vieira Torres utiliza diversas formas de expressão artística: a fotografia, o cinema, a videoarte e a performance. Um dos principais eixos do seu trabalho é a questão do “ser-se estrangeiro” e as formas de instabilidade e rupturas de perspectiva que nelas se originam, a dificuldade de estabelecer raízes ou âncoras, sejam elas em relação ao território, à identidade, ou ao próprio corpo.

Mariana Caló e Francisco Queimadela são artistas pluridisciplinares que trabalham como dupla desde 2010, desenvolvendo a sua prática através do uso privilegiado da imagem em movimento, tanto na realização de filmes como em conjugação com o desenho, a pintura, a fotografia ou a escultura em contextos expositivos. O interesse pelo diálogo entre o biológico, o cultural e o vernacular é recorrente no seu trabalho.

Paula Gaitán, artista plástica, fotógrafa, escritora e realizadora, começou a trabalhar em cinema em 1978 quando, a convite de Glauber Rocha, fez a direcção de arte no filme “A Idade da Terra” (1980). Entre curtas e longas-metragens, realizou cerca de 15 filmes como, entre outros, “Uaka” (1988) ou “Exilados do Vulcão” (2013). Em 2021, foi homenageada na Mostra de Tiradentes e estreou o épico “Luz nos Trópicos” (2020) na Berlinale. Em 2022, foi artista convidada da DAAD, em Berlim. Transgredindo normas e convecções, a obra radical de Gaitán fortalece um diálogo com as artes visuais, a fotografia e o som, transitando entre uma abordagem pessoal e intimista e uma perspectiva etnográfica.

Boas Vindas ao Doc’s Kingdom 2022 com The Netherlands Film Academy e Stereo Editions

O acolhimento do Doc’s Kingdom 2022 tem lugar na sala de debates do seminário, no Centro Paroquial de Arcos de Valdevez, dia 1 de setembro às 18h, com a presença do cineasta galego Alberte Pagán, para a apresentação do seu livro “Emotional Materials/Personal Processes”, publicado pela Stereo Editions, que junta seis entrevistas com cineastas experimentais como Peter Kubelka ou Ken Jacobs, realizadas ao longo de várias edições do mítico S8 — Festival de Cinema Periférico, realizado anualmente na vizinha Corunha.

Em colaboração com o novo Master of Film, artistic research in and through cinema da Netherlands Film Academy, um grupo de sete estudantes, acompanhado pela professora e cineasta galega Diana Toucedo, apresenta uma conversa colectiva sobre processos criativos, observação, escuta e atenção, inaugurando o círculo de debates do Doc’s Kingdom 2022.

O encontro de boas vindas ao Doc’s Kingdom 2022 realiza-se no âmbito do programa de residências e bolsas Dear Doc, desenvolvido com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Paula Gaitán, Mariana Caló e Francisco Queimadela na sessão de abertura do Doc’s Kingdom 2022

A primeira sessão do Doc’s Kingdom 2022, dia 1 de setembro, às 22h, na Casa das Artes de Arcos de Valdevez, apresenta uma miniatura burlesca de Mariana Caló e Francisco Queimadela, seguida de uma viagem sónica guiada pelos gestos indomáveis do encontro entre a câmara de Paula Gaitán e a guitarra de Arto Lindsay, num filme que é um retrato do músico radicado no Brasil, mas antes de tudo um documentário sobre a própria ideia de som e sobre a relação entre o corpo e a música.

Centenário NANOOK com The Flaherty Film Seminar

Allakariallak no filme Nanook of the North (1922)Allakariallak no filme Nanook of the North (1922)

Em colaboração com o Flaherty Film Seminar, fundado por Frances Flaherty em 1954, o Doc’s Kingdom 2022 organiza uma sessão especial de Nanook of the North (1922), de Robert Flaherty, no domingo 4 de setembro, seguida de debate com a participação de José Manuel Costa, director da Cinemateca Portuguesa, fundador do seminário Doc’s Kingdom e participante no 25th Flaherty Film Seminar, em 1979.

Residentes Dear Doc com o apoio da Fundação Gulbenkian

O programa Dear Doc, desenvolvido desde 2016 com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, cria um contexto internacional de colaboração para um grupo de residentes no seminário Doc’s Kingdom. Em 2022, para além do grupo de residentes com bolsa, o programa Dear Doc inclui uma série de sessões online e uma colaboração com o Master of Film, artistic research in and through cinema da Netherlands Film Academy.

São residentes Dear Doc 2022:

Agnieska Szeffel  Curadora independente, fundadora e programadora da secção “Lost Lost Lost” no festival internacional de cinema New Horizons, na Polónia. Agnieska é autora do livro “Pedro Costa: An Unwritten Story” (2018) e encontra-se a preparar um programa de cinema português para a edição de 2023 do festival New Horizons.

Cátia Rodrigues  Programadora no Festival Curtas Vila do Conde e no CineNova, editora e crítica no CINEblog IFILNova. Licenciada em Filosofia pela U. Porto, Cátia está actualmente a escrever a sua dissertação de Mestrado em Estudos Artísticos na U. Nova de Lisboa em torno do gesto de mostrar enquanto gesto ético-estético fundacional no cinema de Abbas Kiarostami.

Clara Jost — Realizadora, licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Autora do premiado “Meine Liebe” (2020), Clara terminou recentemente o seu novo filme por estrear, “Cosas bonitas y un par de tragedias”, no âmbito do Mestrado em Artes Audiovisuais que realizou na KASK, em Ghent, na Bélgica, com o apoio da bolsa de estudos da Fundação Gulbenkian.

Fernando Restelli — Realizador argentino a viver e a trabalhar em Lisboa, onde se encontra a realizar o seu projecto final do DocNomads Masters in Documentary Film Directing. Fernando terminou recentemente o seu novo filme por estrear, “Searching for Boris Lehman”.

Ghada Fikri — Realizadora egípcia a viver e a trabalhar em Bruxelas e Lisboa, onde se encontra a terminar o DocNomads Masters in Documentary Film Directing. Realizadora do premiado “As you can see” (2020), Ghada licenciou-se e foi depois professora na German University in Cairo.

Helena Gouveia Monteiro — Artista visual e e realizadora de cinema experimental, vive e trabalha em Dublin, onde co-dirige o LUX Critical Forum. Helena é co-fundadora da Stereo Editions, que publicou recentemente “Emotional Materials/Personal Processes - Six Interviews with Experimental Filmmakers”, de Alberte Pagán.

Kinga Nguyen — Finalista de Sociologia na Universidade de Varsóvia, prepara uma tese onde analisa a identidade social criada através do humor por grupos de extrema direita na Polónia. Kinga é polaca, de origem vietnamita, e encontra-se a estagiar na produtora portuguesa Kintop, como assistente de montagem no novo filme de Susana de Sousa Dias.

Maria Patrão — Realizadora, licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Realizou o filme “Meia Luz” (2021), vencedor do Prémio Pedro Fortes para Melhor Filme Português na secção Verdes Anos do festival Doclisboa. Maria encontra-se actualmente na Elías Querejeta Zine Eskola, onde dá continuidade ao seu trabalho sobre o cineasta António Reis no Mestrado em Film Preservation Studies, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Teresa Chow — Artista visual, licenciada em escultura pela Faculdade de Belas Artes da U. Porto, pós-graduada em motion design na ESAD Matosinhos. Teresa desenvolve uma prática artística transdisciplinar, em imagem em movimento, edição, escultura ou publicação, tendo colaborado recentemente com o Cineclube Campo Aberto.

A Cinemateca com o Doc’s Kingdom

Depois do seminário em Arcos de Valdevez, Boris Lehman apresenta duas sessões na Cinemateca Portuguesa, a 8 e 9 de setembro: “Symphonie” (1978) e “L’Art de s’égarer” (2014); “Funérailles - De l’art de mourir” (2016). As duas sessões constituem mais uma oportunidade de revisitar o trabalho de Lehman, de conversa e discussão com o realizador.

25.08.2022 | by Alícia Gaspar | cinema, cultura, doc's Kingdom, evento

Exposição "Desvairar 22"

27 de Agosto, a partir das 11h30, no SESC-Pinheiros, em São Paulo.

Curadoria: Marta Mestre, Eduardo Sterzi, Veronica Stigger

Sinopse:
“Desvairar 22” é uma exposição que interroga a imaginação do tempo no modernismo brasileiro e na “Semana de Arte Moderna” (1922). Esta interrogação surge através de uma “trama” de imagens, acontecimentos e produção literária ancorada numa imagem inesperada e extemporânea: o Egipto. Desvairando com os modernistas daquela época, a exposição constitui-se a partir de mais de 250 obras e de uma montagem “desierarquizada” que procura desordenar, com delírio, o modo como percepcionamos a história. “Desvairar 22” é uma contribuição especulativa para as leituras possíveis do modernismo, da modernidade e da modernização, desdobrando-se num prólogo e capítulos (1. Saudades do Egito; 2. Ossos do Mundo; 3. Meios de Transporte; 4. “Índios Errantes”).

Artistas:

Tarsila do AmaralVicente do Rego Monteiro
Flávio de Carvalho
Laerte
Haroldo Lobo e Antônio Nássara
V. Penansson
Lygia Pape
Vivian Caccuri
Graça Aranha
Menotti del Picchia
J. Pascal Sébah
Antonio BeatoFernando PessoaPagu
H. Délié & E. Béchard
Angelo Agostini
Antonio Garcia Moya
Marcel Gautherot
Glauber RochaPedro Neves Marques
Mário de Andrade
Alex CervenyJoão Modé
Blaise Cendrars
Cristiano Lenhardt
Ana Prata
Joãozinho da Goméia como Ramsés
Jorge de Lima
Gabriel Haddad e Leonardo Bora
Abdias do Nascimento
Luiz Gonzaga de Sousa
Darks Miranda & Pedro França
Claudia Andujar
Bernard Bouts
Johann Baptiste von Spix e Carl von Martius
Leonilson
Rosana Paulino
Regina Parra
Fernando Lindote
Denilson Baniwa
Fernand Léger

etc…

22.08.2022 | by Alícia Gaspar | Brasil, cultura, desvairar, eduardo sterzi, exposição, marta mestre, são paulo, veronica stigger

Call for Papers - Colonial and Post-Colonial Landscapes

The aim of this congress is to extend the debate on the repercussions of the decisions aken by the colonial states in the area of territorial infrastructures – in particular through the disciplines of architecture and urbanism – in post-independence development models and the formation of new countries with a colonial past.

The infrastructure of the colonial territories obeyed the logic of economic exploitation territorial domain and commercial dynamics among others that left deep marks in the built landscape. The rationales applied to the decisions behind the construction of infrastructures varied according to the historical period, the political model of colonial administration and the international conjuncture.

This congress seeks to bring to the knowledge of scientific community the dynamics of occupation of colonial territory, especially related to the war effort, and that involve not only agents related to architecture and urbanism but to the military, and its repercussions in the same territories as independent countries.

It is hoped to address issues such as how colonial infrastructure, in this case housing production during armed conflict, has conditioned the current development models of the new countries or what options taken by colonial administrations have been abandoned or otherwise strengthened after independence.

More information.

22.08.2022 | by Alícia Gaspar | architecture, call for papers, colonial and Post-Colonial Landscapes, colonialism war, international congress, post-colonialism

Gisela Casimiro à conversa com Gilda Barros

Gisela Casimiro, escritora e artista, conversa com a artista mural Gilda Barros na sua cidade natal, Mindelo.

Ligadas pelo livro “Raízes Negras”, escrito por Lúcia Vicente, ilustrado por Gilda Barros, e apresentado por Gisela Casimiro, este é o seu primeiro encontro presencial. A conversa decorreu no Centro Cultural do Mindelo e estendeu-se aos lugares onde Gilda fez a sua formação e tem intervido artisticamente nos últimos anos. As temáticas abordadas são:

- A sua colaboração com o Centro Cultural Português

- As tensões entre o design corporativo e a arte de rua

- A relação entre a nova geração de artistas e a tradição estabelecida

- A influência das mulheres da sua vida na arte

- As lutas feministas e LGBTQIA+ em Cabo Verde

Ouçam aqui o episódio.

 

22.08.2022 | by Alícia Gaspar | arte, cultura, gilda barros, Gisela Casimiro, LGBTQIA+, lutas feministas, Mindelo, raízes negras, street art

Aldeia-ilha de Djobel

Vimos pedir-vos que nos ajudem a melhorar as condições de vida da aldeia-ilha de Djobel, situada no norte da Guiné-Bissau, que se encontra em risco eminente de desaparecer, devido às mudanças climáticas. Os seus cerca de 500 habitantes eram tradicionalmente grandes produtores de arroz e pescadores, mas a subida do nível do mar e as fortes tempestades marinhas das últimas décadas destruíram progressivamente o grande dique em torno da aldeia. Apesar das múltiplas tentativas de reconstrução dos diques principal e secundários, e da plantação de árvores de mangal nos campos de arroz destruídos pelas marés, a insegurança alimentar foi crescendo. Este facto obriga os habitantes a dedicarem cada vez mais tempo à pesca, deixando de parte a reconstrução dos diques e lavoura.Além disso, as mudanças climáticas trouxeram também uma enorme escassez de água potável. Enquanto os homens pescam, as mulheres são obrigadas a armazenar água das chuvas e, quando esta acaba, a remar mais de 10 km até outra aldeia. Djobel não tem palha para cobrir as casas e, desde 2017, quase 20 casas foram destruídas pelas chuvas torrenciais. Até há 2 meses, as crianças iam a nado para a escola, onde tinham de deixar os livros e cadernos.O projeto de investigação-ação e co-produção de conhecimento Malmon (www.malmon-desira.com) fez já uma pequena angariação de fundos, entre amigos e família dos estudantes de doutoramento e da coordenadora, e, com a ajuda de jovens agricultores e pesquisadores de outras aldeias, apoiou Djobel a construir um grande dique que liga os diferentes bairros entre si. Contudo, os rendimentos da pesca são cada vez menores e o tempo que têm de dedicar à atividade tem aumentado, devido à pilhagem dos seus recursos pesqueiros por frotas Europeias e Asiáticas. Os habitantes estão, assim, perante um dilema: sem arroz, têm de se dedicar à pesca. Por outro lado, para terem auto-suficiência alimentar, têm de reconstruir os diques e lavrar, durante a época das chuvas.A nossa ideia passa por conseguir angariar, pelo menos, 10 000 euros para assegurar os custos de alimentação deste povo, durante o período de produção de arroz, que começou agora. Com a sua ajuda, temos a certeza de que conseguimos!

Nome: AJUFAELDIBAN: PT50 0007 0000 0056 5732 6162 3

22.08.2022 | by martalanca | Djobel, Guiné Bissau

Mudança Estrutural em África

Um livro que desafia as «narrativas» sobre África

Os debates sobre desenvolvimento africano continuam a menorizar as conquistas do continente: o desempenho económico é subestimado e mantém‑se a percepção de um continente propenso a conflitos. As políticas que foram impostas aos países africanos a partir de fora, sem ter em conta contextos específicos, pouco fizeram pela sua transformação.

A partir de fontes diversas, esta obra aprofunda o conhecimento sobre África e apresenta soluções práticas — baseadas em factos — para um desenvolvimento bem‑sucedido e sustentado num continente complexo e dinâmico. Alargando o debate político e propondo uma visão alternativa dos elementos‑chave para o pleno alcance das oportunidades de transformação socioeconómica africana, os autores deslocam o debate do campo da retórica para o da realidade.

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18.08.2022 | by Alícia Gaspar | Africa, Carlos Lopes, george kararachi, mudança estrutural em áfrica

Artistas em Cena no Teatro Romano

Museu de Lisboa - Teatro Romano

30 junho a 31 dezembro 2022

Terça a domingo, das 10h às 18h

Créditos Tiago MouraCréditos Tiago MouraCelebrando o património humano do território envolvente do teatro romano, a nova exposição temporária apresenta obras de 36 artistas que habitam, nasceram ou aqui trabalham.

Esta exposição é o resultado de um processo colaborativo com uma comunidade de artistas que vive e trabalha na envolvente do monumento que é o palco mais antigo de Portugal.

Entre artes plásticas, música, ourivesaria, fotografia, pintura, cerâmica, teatro, prosa e poesia, este território caracteriza-se pela sua riqueza, arqueológica e patrimonial, mas, especialmente, pelo valor humano dos que o habitam e aqui trabalham e pelos que aqui viveram.

Resgatando o génio criativo deste lugar ancestral, devolve-se ao público a produção artística hoje produzida neste território. Uma mostra de artistas feita por muitos e para muitos.

Artistas: Alexandre O’Neill, Alexandre Delgado O’Neill, António Jorge Gonçalves, António Gedeão, Ary dos Santos, Augusto Rosa, Carlos No, Cátia Pessoa, Cláudia Chaves, Constança Pinto Gonçalves, Fernanda Fragateiro, Fernando Calhau, Henrique Pavão, Inês Simões, João Cristino da Silva, João Pimentel, Joana Passos, José Faria, Marcos Magalhães, Marta Araújo, Marta Mateus, Menez, Nininha Guimarães, Nuno Cera, Nuno Saraiva, Paula Delecave, Pedro de Castro, Pedro Reis Gomes, Pierre Pratt, Ronaldo Bonachi, Rui Moreira, Rui Sanches, Rute Reimão, Sara Domingos, Teresa Pavão e Tomaz Hipólito.

16.08.2022 | by Alícia Gaspar | arte, artes plásticas, exposição temporária, fotografia, lisboa, música, pintura, poesia, teatro romano