Cenas do Gueto I My eyes are fucking black

Cenas do Gueto I My eyes are fucking black O ritmo é pesado, a mensagem também. Nem tudo são “flores” na Quinta do Mocho. A música é de Dollar Americanni Strong que, junto com B Fox Kamin, improvisam uma performance de desabafo e transgressão para a câmara.

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22.04.2022 | por Otávio Raposo

Quando a Arte se torna declaradamente dinheiro em Veneza

Quando a Arte se torna declaradamente dinheiro em Veneza Entre os países que se estreiam este ano em Veneza estarão também os Camarões, cujo pavilhão não poderá passar despercebido por várias razões. A principal é que a República dos Camarões não fará a estreia apenas do seu país, mas também de uma forma de fazer arte, e de conceber o seu mercado, de que se fala há alguns anos, mas que nunca tinha encontrado uma localização tão prestigiosa como a Exposição Internacional de Arte de Veneza: NFTs Art.

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22.04.2022 | por Laura Burocco

“O impossível hoje é possível amanhã”.

“O impossível hoje é possível amanhã”. Este é um livro-homenagem a Paulo Freire que se tornou um educador do mundo pela ampla difusão de suas ideias filosóficas, de seu método pedagógico e de sua ação, primeiro no Brasil, depois no Chile, seguindo para países da América Latina, Estados Unidos, Europa, África, Ásia e Oceania. Em relevo estão momentos-chave da trajetória de Paulo Freire e o itinerário internacionalista de um pensamento cuja recepção por largos anos foi marcada pelo interdito, pela censura, por uma circulação clandestina e pelo exílio.

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21.04.2022 | por Adelaide Gonçalves, Débora Dias e Fernando de la Cuadra

As histórias da história de África, entrevista a Isabel Castro Henriques

As histórias da história de África, entrevista a Isabel Castro Henriques A história dos muitos Outros é uma história autónoma, longa no tempo, muito para além da história colonial e dos períodos do colonialismo, que permite compreender todo o seu percurso e todo o seu passado histórico. Já em meados do século XIX, uma das figuras fundadoras da historiografia africana panafricanista e do pensamento africano anticolonial, o afro-antilhês, depois liberiano, Edward Blyden, afirmava que na muito longa história multimilenar africana, a colonização e a dominação colonial europeias, corolário lógico e previsível da escravatura e do tráfico negreiro, não representavam mais do que um momento a ser rapidamente ultrapassado.

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20.04.2022 | por Elisa Lopes da Silva, Bárbara Direito e Isabel Castro Henriques

O pavilhão Sami e o encontro Indígena "aabaakwad" ocupam a Bienal de Veneza

O pavilhão Sami e o encontro Indígena "aabaakwad" ocupam a Bienal de Veneza A 59ª edição da Exposição Internacional de Arte de Veneza verá o Pavilhão Nórdico (Noruega, Suécia e Finlândia) transformar-se no Pavilhão Sámi como reconhecimento ao movimento de soberania Sami ao qual pertencem os três artistas indígenas Pauliina Feodoroff, Máret Ánne Sara, e Anders Sunna. Originários do povo Sami, os três artistas vêm da região de Sápmi, comumente intitulada de Lapônia, da qual, com relutância, tomaram o seu nome. O território inclui agora territórios do norte da Noruega, Suécia, Finlândia e a maioria da Península de Kola na Rússia. Desde a sua estreia, em 1962, é a primeira vez que o Pavilhão Nórdico é inteiramente representado por povos originários, confirmando uma participação que se alastra no mundo da arte.

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20.04.2022 | por Laura Burocco

Romper o silêncio, fazer o luto, Luanda – 30 anos do 27 de maio (2007)

Romper o silêncio, fazer o luto, Luanda – 30 anos do 27 de maio (2007) Já passaram 30 anos. E ainda há quem reviva o desespero da simulação de um fuzilamento. E não poucos têm medo de falar. Mas os angolanos não esquecem. Há uma comoção que atravessa as pessoas ligadas ao 27 de Maio pelas mais variadas razões: a cumplicidade que só a dor e o mistério perpetuam em três décadas de não esquecimento. Nesta grande família reunida, com a evidência das palavras de Martin Luther King e relato da experiência de Michel, o silêncio era mais para ouvir e não para calar.

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19.04.2022 | por Marta Lança

O jardim selvagem de Laura do Céu (ou de Soraia Simões de Andrade)

O jardim selvagem de Laura do Céu (ou de Soraia Simões de Andrade) Hoje, de um modo geral, falta à nossa poesia o fundamental: o diálogo com a vida e com o desconhecido. Nesse género de livros, ditos meta-poéticos, o autor aparece somente como máquina de citações e especialista em pastiches literários. Este livro é diferente. Os poemas de Laura do Céu, em Em/Sem Terra, estão repletos de pessoas e de estarrecimentos vários ante as coisas comezinhas e menos comezinhas da vida. É um livro para os que, como a autora escreve em “Poetagem”: “Amam Gina Lollobrigida e destroem Deleuze”.

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19.04.2022 | por Luís Carlos S. Branco

Cidade (des)continuada: racismo, espaço e mobilidade na AML

Cidade (des)continuada: racismo, espaço e mobilidade na AML A relação entre os corpos e o espaço é inescapável, sendo através do segundo que os primeiros se cumprem enquanto agentes móveis e livres, e exercitam os seus direitos de cidadania. Contudo, o que importa nomear é a privação do pleno acesso ao espaço a determinados corpos, os corpos de pessoas negras, das comunidades ciganas/romenas e migrantes. Partindo da tese de bell hooks acerca da antítese margem-centro, a vedação do acesso ao centro dos corpos racializados atua enquanto instrumento de periferização desses mesmos corpos, segregados pelos caminhos de ferro.

Cidade

13.04.2022 | por Catarina Valente Ramalho

Reflectir #2 - Fragmentos, Fragilidades, Memórias | Exposição Coletiva no Museu de Arte Africana, Belgrado

 Reflectir #2 - Fragmentos, Fragilidades, Memórias | Exposição Coletiva no Museu de Arte Africana, Belgrado Em exibição no Museu de Arte Africana de Belgrado, a partir de 13 de Abril, e fruto de uma colaboração entre esta instituição e a Galeria de Arte THIS IS NOT A WHITE CUBE - constrói-se como exposição através da seleção cuidada de obras de artistas angolanos, representativas daquilo que é, num espectro alargado, a produção artística e a reflexão intelectual de uma geração icónica nascida após a independência de Angola, em 1975, sucedendo à afirmação dos movimentos independentistas, à Guerra Colonial Portuguesa e à deposição do regime ditatorial do Estado Novo, em Portugal.

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13.04.2022 | por vários

Manifesto-Haraway PREFÁCIO

Manifesto-Haraway PREFÁCIO "Um Manifesto Ciborgue" foi publicado em 1985. Caiu como um meteoro na academia e nas suas divisões normalizadoras do saber, academia essa que parecia impreparada para o acto de mistura que articulava carne e máquinas, capital e dominação, informática e ligações. Estávamos diante de frases cortantes, que não tinham nenhuma disciplina que as justificasse e as acolhesse. Algo de profundamente novo vinha a caminho nessa escrita fulgurante, que continua o seu percurso agora em português, mas também noutras frases que prolongam o manifesto, que originam outro novo, ou talvez correspondam ao devir-manifesto de Donna J. Haraway.

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11.04.2022 | por José A. Bragança de Miranda

Políticas antigênero em contexto pandêmico na América Latina: um voo de pássaro

Políticas antigênero em contexto pandêmico na América Latina: um voo de pássaro Os estudos compilados nessa coletânea oferecem uma atualização do cenário das políticas antigênero na América Latina, desde 2019, quando foram finalizados os estudos do ciclo anterior. Essa nova rodada contempla sete países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador e Uruguai) e o ambiente da OEA. Essa atualização foi examina a interseção entre as ofensivas antigênero e antiaborto e as condições decorrentes da pandemia de COVID-19. Esse exercício, assim com no caso dos estudos anteriores, exigiu a análise de outras dimensões do contexto regional.

Corpo

07.04.2022 | por Sonia Corrêa e Magaly Pazello

Festival Política 2022

Festival Política 2022 Quatro dias de debate e combate à "Desinformação", com o humor de Hugo Van der Ding, a fotografia de Pauliana Valente Pimentel, a estreia do novo documentário de Tiago Pereira dedicado à música cigana, e mais de duas dezenas de propostas de filmes, debates, conversas e cara-a-cara com deputados.

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07.04.2022 | por vários

BIBLIOTERA no Anozero'21—22 Bienal de Coimbra MEIA-NOITE

BIBLIOTERA no Anozero'21—22 Bienal de Coimbra MEIA-NOITE Este projeto de curadoria coletiva é uma biblioteca em construção que, de Coimbra, segue para Malafo, na Guiné Bissau, onde será acolhida pela Abotcha - Mediateca. Os livros, em catalogação e desarrumação permanentes, são acompanhados por leituras, debates, performances, reflexões sobre escrita, oratura, autoria, produção de conhecimento, circulação, apropriação de saberes e, claro, sobre o próprio conceito de biblioteca e seus conflitos.

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06.04.2022 | por Marta Lança, Marinho de Pina e Filipa César

Cenas do Gueto I Fé

Cenas do Gueto I Fé Com igrejas evangélicas, adventista, católica e, inclusive, uma mesquita, a Quinta do Mocho é um lugar de fé. No coração do bairro, a sua praça principal serve de local de culto, em que manifestações rítmicas e corporais traduzem a vontade dos seus participantes de se comunicar no campo espiritual.

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04.04.2022 | por Otávio Raposo

Los Cabos Russos

Los Cabos Russos Em tempos de guerra, o paraíso de Los Cabos, em Baixa Califórnia Sul, no México, está em voga entre os multimilionários russos. Os iates de luxo que flutuam nas marinas último modelo contrastam, porém, com os acampamentos improvisados de russos e ucranianos que esperam em Tijuana para entrar nos Estados Unidos. À medida que EUA e Rússia disputam uma vez mais a influência política na América Latina, a região olha, com espanto, para uma Europa frágil e assustada.

Jogos Sem Fronteiras

31.03.2022 | por Pedro Cardoso

Cenas do Gueto I Tempo para estar com os filhos

Cenas do Gueto I Tempo para estar com os filhos O tempo tem os seus contrastes na Quinta do Mocho: da mãe que de emprego em emprego pouco tempo dispõe para estar com os filhos, às densas sociabilidades entre vizinhos que fazem da entrada dos seus prédios um ponto de encontro. Com tempo ou sem tempo, uma coisa é certa no bairro: a rotina deve ser quebrada.

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30.03.2022 | por Otávio Raposo

Rosa Parks e Frantz Fanon no Rap Moçambicano

Rosa Parks e Frantz Fanon no Rap Moçambicano "Pantera” é a mais recente colaboração do rapper moçambicano Duas Caras com Azagaia e Ras Haitrm. Faz parte do álbum Afromatic do músico e chamou a minha atenção pelo facto de versar entre a ancestralidade e atualidade, e pelas referências aos grandes pensadores que sustentam o antirracismo.

Palcos

30.03.2022 | por Magda Burity da Silva

Ayrson Heráclito: tem dendê

Ayrson Heráclito: tem dendê Em Regresso à pintura baiana, de 2002, Ayrson Heráclito revê o meio de expressão com o qual iniciou sua experimentação artística, bem como o contexto a partir do qual tem atuado desde meados da década de 1980. Ele redimensiona não apenas algumas questões que mobilizaram a pintura no século XX — muralismo e all over, monocromo e minimalismo, pintura de ação e automatismo — mas também a história da arte local.

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28.03.2022 | por Roberto Conduru

Quando a dor se transforma em cor | Exposição “Sinergia de Emoções”

Quando a dor se transforma em cor | Exposição “Sinergia de Emoções” Numa altura em que quase que nos obrigam, como mulheres negras, a manifestar e a reclamar a nossa “Identidade”, como se tudo o que escrevemos, falamos, desenhamos, pintamos e fazemos tem de ser africano esbarro-me com a explosão de cores da expressão de Nalia Agostinho onde me revejo, apenas, como mulher. Também revejo um universo feminino de décadas com várias outras parceiras de caminhada nas lágrimas, gargalhadas, partilhas, conversas, dúvidas e certezas. Ou apenas tentarmos abraçar um imbondeiro e simplesmente sentir-me nua e livre como as obras “Colibri” e “Corpos Insubmissos”.

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25.03.2022 | por Magda Burity da Silva

Cenas do Gueto | Aniversário Kebrada 55

Cenas do Gueto | Aniversário Kebrada 55 Antigo coletivo de artistas da Quinta do Mocho, Kebrada 55 tornou-se também o nome de um bar, onde DJs, rappers e kuduristas se reúnem para conviver e pôr em ação as suas inovações musicais.

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17.03.2022 | por Otávio Raposo