Africanas!

Africanas!  Submissão, independência, mulheres negras nuas, mulheres brancas de véu, rituais de sacrifício, mulheres solteiras, casamentos poligâmicos, aids, amor: durante uma viagem pela África conheci mulheres de culturas completamente diferentes mas que vivem, igualmente, conectadas em seus espaços e tempos. A partir destes encontros surgirá um documentário longa metragem dando voz a estas mulheres e falando sobre o choque cultural entre estes vários mundos.

Afroscreen

20.06.2011 | por Eliza Capai

A economia moral da feitiçaria: um ensaio em história comparativa - I

A economia moral da feitiçaria: um ensaio em história comparativa - I Duscitir duas ideias bem estabelecidas na literatura académica: economia moral e feitiçaria. A primeira é uma pura abstração que pressupõe explicar a resposta ao capitalismo de várias comunidades, enquanto africanos na era do comércio de escravos e após, insistindo que considerações outras que não as do mercado devem governar e governam a produção e distribuição de bens materiais. A secção do meio deste ensaio irá rever criticamente o debate sobre economia moral para considerar o quão útil poderá ser para compreender a história africana.

A ler

19.06.2011 | por Ralph A. Austen

Tempo de ouvir o ‘outro’ enquanto o “outro” existe, antes que haja só o outro... Ou pré - manifesto neo-animista

Tempo de ouvir o ‘outro’ enquanto o “outro” existe, antes que haja só o outro... Ou pré - manifesto  neo-animista ...... fazendo eu parte, cívica, emotiva e intelectualmente, da categoria geral do OUTRO em relação à Europa, também por outro lado a questão do OUTRO, e dadas as condições fenotípicas e de origem que me assistem, tem feito sempre parte da minha experiência existencial e pessoal dentro do próprio contexto, africano e angolano, em que venho exercendo a vida e ofício...... isso me tem levado, para poder ver se consigo entender o mundo e entender-me nele e com ele, a identificar e a reconhecer uma multiplicidade de OUTROS........ no presente caso retive apenas três categorias de OUTRO, que são as que me parecem capazes de permitir-me tentar expor o que poderei ter para dizer aqui....

Ruy Duarte de Carvalho

17.06.2011 | por Ruy Duarte de Carvalho

O que eu esperava...

O que eu esperava... Ao chegar a Valvys Bay até Swakop, uns 30 quilómetros, de um lado o mar e do outro só dunas, onde se praticam desportos radicais. O mar é lindo, agreste, ondas fortes e água fria, pois ali passa a corrente fria de Benguela. Chegamos a casa cheios de areia, o cabelo crespado, a pele seca, as malas por fora perderam a sua cor natural. O aconchego de sua casa, para descansar e depois continuar.

Ruy Duarte de Carvalho

16.06.2011 | por Eva Carvalho

Políticas, Arte, Brasilidade - entrevista a Afonso Luz

Políticas, Arte, Brasilidade - entrevista a Afonso Luz Segundo Paulo Emílio Salles, ao inventarmos o Brasil desenvolvemos a consciência aguda, de não sermos um povo com identidade positiva. A negatividade começa já na palavra que nos nomeia e guarda sentido depreciativo, bem observado, na atribuição da língua portuguesa ao povo de eiros' (como sapateiros, açougueiros, brasileiros). A rarefação talvez esteja na configuração de um ambiente problematicamente internacional entre nós.

Cara a cara

15.06.2011 | por Afonso Luz

Centro Histórico de Luanda

Centro Histórico de Luanda A génese pluriétnica da cidade de Luanda exige uma visão estratégica que promova a multiculturalidade que, no caso específico, tem sido alvo de polémica em múltiplos sectores da sociedade civil.

Cidade

15.06.2011 | por Ângela Mingas

E quão livres são os imigrantes?

E quão livres são os imigrantes? Redescobrimos no século XXI em Lisboa a cidade cosmopolita, desaparecido durante a maior parte do século XX. Somos morenos, somos louros, somos negros, somos mulatos, somos asiáticos, somos sul-americanos, somos de muitas nacionalidades, somos europeus, somos portugueses. Somos cada vez mais pessoas crescendo com diferentes coordenadas. Um em cada oito bebés que nascem no país tem pelo menos um dos pais estrangeiro. Falar sobre diversidade não é moda; é o nosso futuro. Este é um debate sobre “migração”, “discriminação”, “integração”, entre jovens para os quais estas palavras são o quotidiano.

A ler

15.06.2011 | por Susana Moreira Marques

A estrutura social – mitos e factos

A estrutura social – mitos e factos A relação entre estes dois povos deve ser considerada como básica na analise da estrutura social. Como em qualquer sociedade existem três aspectos essenciais a serem considerados: o político-legal, o económico e o social. Como vimos, o relacionamento politico entre os portugueses e os africanos tem como antecedente a conquista. Os portugueses tentaram controlar o africano por meio da influência ou, em caso de fracasso, através da conquista militar que destruiu directamente a estrutura política africana.

Mukanda

15.06.2011 | por Eduardo Mondlane

Do nosso esforço espiritual

Do nosso esforço espiritual Depois do Egípcio e do Índio, do Grego e do Romano, do Teutónico e do Mongol, o Negro é uma espécie de sétimo filho, nascido com um véu e dotado de uma segunda visão neste mundo americano – um mundo que não lhe concede uma consciência de si verdadeira, mas apenas lhe permite ver-se a si mesmo através da revelação do outro mundo. É uma sensação estranha, esta dupla consciência, esta sensação de estar-se sempre a olhar para si mesmo através dos olhos dos outros, de medir a nossa alma pela bitola de um mundo que nos observa com desprezo trocista e piedade.

Mukanda

15.06.2011 | por William Du Bois

O Homem que chorava sumo de tomates

O Homem que chorava sumo de tomates A Companhia de Dança Contemporânea, mais uma vez, escolhe, porque vai radicalizando na forma e no conteúdo consoante nós vamos atingindo níveis cada vez mais altos de degradação moral e física, os pequenos pormenores, os ínfimos detalhes que passarão despercebidos aos homens a quem sobrou apenas o sumo dos tomates para chorarem, mas que a nós, simples mortais e sempre culpados de qualquer coisa há mais de 30 anos, nos agridem, nos apequenam, nos destroem. As grandes e pequenas manifestações de arrogância.

Palcos

13.06.2011 | por Carlos Ferreira (Cassé)

Pai (Cabé)

Pai (Cabé) O amanhã era já hoje e por aquelas noites fora – no Kilamba, no If, no Kandandu, no Kudissanga, no Chá, no Marítimo, em Carnaxide e depois nos Combatentes, o teu silêncio cúmplice no calor dos papos transpirados mas cheios de verdade e de vontade, faziam-me pensar, estás a ver, o Cabé é o único de nós que aprendeu ser inútil esta vida de queixas e lamúrias. A vida é para viver. Pai (Cabé):

Cara a cara

12.06.2011 | por Carlos Ferreira (Cassé)

O neo-colonialismo em África

O neo-colonialismo em África Embora nominalmente independentes, estes países continuam a viver na relação clássica da colónia com o seu “patrão” metropolitano, isto é, a produzir matérias-primas e a servir-lhe de mercado exclusivo. A única diferença é que agora essa relação está encoberta por uma aparência de ajuda e solicitude, uma das formas mais subtis do neo-colonialismo. Como a França considera que só se poderá desenvolver perpetuando a sua relação actual com os países subdesenvolvidos que se mantêm na sua órbita, isto significa que o fosso entre aquela e estes se irá alargando. Para que este possa vir a ser diminuído, ou mesmo anulado, será necessário renunciar completamente à actual relação de patrão a cliente.

Mukanda

09.06.2011 | por Kwame Nkrumah

Anúncios da Guiné

Anúncios da Guiné Como é um alivio não ter que gramar com anúncios photoshop. É descansativo para a cabeça. Cada um pinta na parede o que tem para oferecer e pronto. E há um verdadeiro mercado de especialistas em pintura de anúncios de parede, e há pátios cheios de chapas de madeira e metal com anuncios de corte de cabelo e venda de unhas de gel prontos a colocar. Entrar num centro de implantação de dentes postiços na penumbra e perceber que está forrado de pinturas do tecto ao chão pode ser um espantamento.

Vou lá visitar

08.06.2011 | por Manuel Bivar

'48': Imagens que gritam - entrevista com Susana de Sousa Dias

'48': Imagens que gritam - entrevista com Susana de Sousa Dias As fotografias de cadastro têm histórias para contar. Em 48, Susana de Sousa Dias dá voz a imagens fixas, para que a memória não se cale. É uma experiência estética e emocional que não deixará ninguém indiferente. E também uma das grandes obras do cinema português recente. A realizadora fala das imagens que nos olham e da forma como nós olhamos as imagens.

Afroscreen

07.06.2011 | por Manuel Halpern

Racismo e cultura

Racismo e cultura Não é, pois, na sequência de uma evolução dos espíritos que o racismo perde a sua virulência. Nenhuma revolução interior explica esta obrigação de o racismo se matizar, de evoluir. Por toda a parte há homens que se libertam, abalando a letargia a que a opressão e o racismo os tinham condenado.

Mukanda

07.06.2011 | por Frantz Fanon

Era uma vez um país

Era uma vez um país 48 anos de ditadura, 37 anos de democracia, um filme – “48”, da realizadora portuguesa Susana de Sousa Dias – sobre a tortura nas prisões da PIDE. Cinco dos participantes de “48” contam histórias de antes e depois da tortura, vidas inteiras que fizeram a história do país tal como o conhecemos hoje.

Afroscreen

07.06.2011 | por Susana Moreira Marques

Reflexo da Viagem

Reflexo da Viagem Com ousadia, embora em condições bem diferentes, cada vez mais jovens brancos se aventuram na África do século XXI. Ignorando pacotes de férias que trancam os turistas em resorts esterilizados, deambulam nas suas próprias explorações, num improviso preparado com informação das redes e guias de bolso. Mochila às costas, circulam por países em paz que admitem algum atrevimento. Esta forma de viajar permite conhecer de perto os africanos e as suas vidas, em vez de se ficar apenas pela convivência com o mar cristalino e os animais selvagens.

Vou lá visitar

04.06.2011 | por Nuno Milagre

Cultura e colonização

Cultura e colonização Do mesmo modo pode falar-se de uma grande família de culturas africanas que merece a designação de civilização negro-africana e que cobre as diferentes culturas próprias a cada um dos países da África. E sabe-se que as transformações históricas fizeram com que o campo dessa civilização, a área dessa civilização, exceda em muito a África; e é nesse sentido que se pode dizer que há no Brasil ou nas Antilhas, tal como no Haiti e nas Antilhas Francesas ou mesmo nos Estados Unidos, se não focos, pelo menos franjas, dessa civilização negro-americana.

Mukanda

04.06.2011 | por Aimé Césaire

Notas em torno da África Urbana de David Adjaye

Notas em torno da África Urbana de David Adjaye O que mais impressiona a quem sobrevoa o continente africano é a força e variedade da sua natureza, nas cinco “categorizações geográficas” claramente apresentadas por David Adjaye na sua exposição e aqui sublinhadas por Cristina Salvador - a floresta, o deserto, a savana, o prado, a montanha, bem como todas as situações híbridas, entre umas e outras. As cidades moldam-se a estas distintas paisagens, mais concentradas na linha do litoral africano, e esboçam, elas próprias, novas paisagens territoriais, também elas diversificadas e crescentes.

Cidade

02.06.2011 | por Isabel Raposo

O etnógrafo perante o colonialismo

O etnógrafo perante o colonialismo Este esboço reproduz – numa versão bastante reformulada, mas marcada, contudo, pelas suas circunstâncias de origem – uma exposição, seguida de discussão, realizada a 7 de Março de 1950 na Associação dos Trabalhadores Científicos (secção das ciências humanas) perante um auditório composto, sobretudo, de estudantes, investigadores e membros do corpo docente.

Mukanda

02.06.2011 | por Michel Leiris