Apesar de ser autónoma financeiramente e não se sentir pessoalmente descriminada, Maria Eugénia da Cruz era sensível à «condição colonial» inspirada pela sua consciência política, motivando-a a tomar ação perante as circunstâncias do seu tempo, facto que a torna uma mulher invulgar, não só naquela época específica, mas em qualquer época que exija rejeição da convenção e conformismo perante uma ordem social injusta. Maria Eugénia não foi guerrilheira, nem enfermeira, nem conselheira política do movimento nacionalista. Juntou-se aqueles que queriam mudar o destino de Angola. Foi camarada, foi companheira e esposa de um nacionalista angolano.
Vou lá visitar
06.02.2025 | por Aida Gomes
Eu defendo que é na e pela música popular urbana, produzida esmagadoramente nos musseques de Luanda, que os homens e mulheres angolanos forjaram a Nação e articularam expectativas sobre o nacionalismo e sobre a soberania política, económica e cultural. Fizeram-no pelas relações sociais que se desenvolveram em torno da produção e do consumo de música. O conteúdo lírico e o som musical importavam, mas o público e os músicos davam-lhes um significado dentro do contexto. Por outras palavras, a música, no fim da Angola colonial, moveu as pessoas para uma Nação e de encontro ao nacionalismo, porque as aproximou de novos espaços urbanos, de novas maneiras, através de linhas de classe e etnia, através da política íntima e pública do género.
Palcos
13.07.2023 | por Marissa Moorman
O Negro ergueu-se contra «iniquidades, opressões e tiranias», exigiu da 1ª República o fim da desigualdade racial, reivindicou uma África que fosse «propriedade social dos africanos» e não retalhada pelas nações e pessoas que a conquistaram, roubaram e escravizaram.
A ler
09.03.2021 | por Cristina Roldão, Pedro Varela e Falas Afrikanas
O projecto “Angola nos Trilhos da Independência“ tem atiçado a curiosidade de muita gente. Foram 57 meses, 900 horas de material audiovisual recolhido em território angolano e internacional, que contem cerca de 700 depoimentos de protagonistas da luta anticolonial. Tudo isto destinado a preservar a memória de um período na História que diz respeito a Angola e à luta de todos os povos sob ocupação colonial cujas memórias padecem ainda de ser registadas e pensadas.É uma epopeia de grande fôlego que implicou muitas viagens, adversidades, muita poeira e entusiasmo. Através dele, a equipa (e futuramente nós) ficou a conhecer um país sob todas as suas diversas camadas. O resultado sai em 2015 na senda das comemorações dos 40 anos da Dipanda.
Afroscreen
07.01.2015 | por Marta Lança
O projecto Paragens começou em Angola: uma sociedade de arquitectos apoia através de espaços artistas que contribuem também para a decoração dos seus edifícios levando artistas a lugares onde possue escritórios. As exposições são o resultado da liberdade de criação nessa residência artística. Lino Damião foi um dos escolhidos, juntamente com o Nelo Teixeira, o Hamílton, o Sabby, a Zizi. Pudemos ver a “Primeira paragem: Lisboa” até ao final de Janeiro, sendo a próxima paragem Maputo e com um desvio em direcção a Macau onde Lino se dirigiu a convite do festival de literatura.
Cara a cara
29.02.2012 | por Marta Lança