Des/Codificar Belém

Des/Codificar Belém Des/Codificar Belém é um projecto de cidadania activa do colectivo FACA que problematiza as narrativas e dissensões no espaço público, colocando em diálogo artistas e jovens de corpos outros, tomando Belém como espaço para reflectir a herança colonial através de ações artísticas em co-criação. Os artistas convidados trabalharam em residência artística com jovens, das quais resultaram a criação de objectos artísticos, realizados e apresentados no espaço público.

Cidade

06.02.2024 | por ColectivoFACA

Maximiliano de Habsburgo, o último imperador do México (ou como a História é uma eterna mesmice)

Maximiliano de Habsburgo, o último imperador do México (ou como a História é uma eterna mesmice) Na segunda metade do século XIX, o francês Napoleão III impunha um império no México e oferecia-o a um arquiduque austríaco. Em 1864, chegava ao Porto de Veracruz Maximiliano de Habsburgo, imperador de fantasia de um México invadido por França, com um governo republicano em fuga e sabotado pela Igreja e conservadores. Três anos, durou o absurdo.

Jogos Sem Fronteiras

30.06.2023 | por Pedro Cardoso

Os rituais públicos no império português

Os rituais públicos no império português Rituais públicos como casamentos, aniversários e funerais de reis e da família real, celebrações religiosas, procissões, embaixadas, entradas solenes, entre outros, tiveram um papel fundamental na construção do governo do império português nos séculos XVI-XVIII. Mas por vezes foram também espaços de negociações, tensões e conflitos.

A ler

03.03.2021 | por Sara Ceia e Joana Fraga

O inconsciente colonial

O inconsciente colonial É um lugar-comum dizer-se que a produção de memória arrasta consigo, inevitável e concomitantemente, a produção de esquecimento. Há muitas formas de esquecimento, a mais insidiosa das quais é, sem dúvida, a rasura da memória, a reescrita do passado como parte de uma estratégia deliberada de intervenção no presente.

Jogos Sem Fronteiras

28.02.2021 | por António Sousa Ribeiro

As cores do racismo português: do colonialismo à actualidade

As cores do racismo português: do colonialismo à actualidade Se num período inicial os filósofos ou os autores de livros de viagens elaboraram representações raciais, foram depois os médicos e os cientistas, especialmente antropólogos físicos, a contribuir para essa concepção. Algumas das teorias raciais produzidas anteriormente e em outros países foram adaptadas às populações ultramarinas portuguesas. A política definiu categorias e a ciência engendrou estratégias para apoiar. As cores de pele escuras estiveram associadas ao feio e negativo e as claras ao bonito, inteligente e positivo. Umas foram identificadas com quem era dominado e outras com quem dominava.

A ler

11.02.2021 | por Patrícia Ferraz de Matos

(Des)controlo em Luanda: urbanismo, polícia e lazer nos musseques do Império

(Des)controlo em Luanda:  urbanismo, polícia e lazer nos musseques do Império O racismo entre as duas comunidades dividia, de cima a baixo, a sociedade luandense, do poder judicial ao comércio que se fazia no interior dos musseques. A retórica usada pelo procurador, ao tentar abanar os alicerces sociopolíticos dessa justiça racial e ao pôr a descoberto a hipocrisia, o subjetivismo e a parcialidade dos juízes, invocava três imagens sobre o mesmo espaço: o recorrente dualismo entre a cidade branca e a cidade negra; um roteiro da modernidade urbanística conspurcada pelo terrorismo e a geografia punitiva do império.

Cidade

04.01.2021 | por Bernardo Pinto da Cruz, Nuno Domingos, Diogo Ramada Curto, Juliana Bosslet, Marcelo Bittencourt e Pedro David Gomes

"E manda ainda o Senhor Deus pretos a este mundo"

"E manda ainda o Senhor Deus pretos a este mundo" Relatórios da administração colonial que denunciam "o bafio da escravatura" e uma diplomacia que tenta negar as acusações internacionais e adiar ao máximo a mudança: Portugal e a Questão do Trabalho Forçado, de José Pedro Monteiro, é um testemunho poderoso sobre o ocaso do Império português.

Cara a cara

08.01.2019 | por Fernanda Câncio

Do Tarrafal vê-se o império português (44 anos depois do 25 de Abril)

Do Tarrafal vê-se o império português (44 anos depois do 25 de Abril) O império português usou Cabo Verde como país de degredo desde que “achou” as ilhas, e a escolha deste lugar teve a ver com o isolamento, a facilidade de vigilância e a aridez desoladora, que deveria contribuir para o abatimento dos espíritos aprisionados. (...) É impossível, de facto, pormo-nos no lugar de quem aqui esteve dentro. Mas também é impossível não ver o império português, porque é isso que aqui está.

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23.04.2018 | por Alexandra Lucas Coelho

Um apocalipse comosgónico, sobre "Deus Dará"

Um apocalipse comosgónico, sobre "Deus Dará" “Mas se a história for o arco, o narrador será o arqueiro que liga os mortos aos vivos. Os índios sabem que os mortos dão flor e fruto, e a sombra deles vai longe no horizonte.” Da chegada dos navegadores portugueses e da insistência historiográfica em falar de descoberta (esquecendo a invasão, a mortandade, a exploração, a colonização) às manifestações contra a Copa do Mundo, de Machado de Assis a Caetano Veloso, da prosa mais arrumada ao estilhaçar de géneros literários, com imagens, recortes e tudo, dos emigrantes que ajudaram a definir o Rio de Janeiro às UPP que instauram o estado policial nas favelas, quase nada do que é, foi ou será o Brasil que conhecemos ou queríamos conhecer é estranho a este livro e, mais importante, nada surge aqui por acaso ou vontade de fazer bonito numa qualquer caracterização arrumada do que é ou não esse Brasil.

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05.07.2017 | por Sara Figueiredo Costa

“Estávamos em terreno desconhecido, com hábitos particulares. É preciso ter sensibilidade e ter em conta tudo isso”, entrevista a Bruno Moraes Cabral

“Estávamos em terreno desconhecido, com hábitos particulares. É preciso ter sensibilidade e ter em conta tudo isso”, entrevista a Bruno Moraes Cabral Mesmo nas filmagens correu tudo espantosamente bem. Mas houve também muito cuidado da nossa parte. Estávamos em terreno desconhecido, com hábitos particulares. É preciso ter sensibilidade e ter em conta tudo isso. Tivemos sempre essa preocupação: não era chegar a um sítio e filmar tudo o que nos apetecia como se estivéssemos à porta de nossa casa. Não agimos assim. Tento sempre filmar da mesma forma que filmaria aqui numa aldeia: falar com as pessoas primeiro e perceber que espaço tenho para fazer o que gostaria, e adaptando-me sempre a essas sensibilidades. E fazendo assim as coisas acabam por correr bem.

Cara a cara

14.03.2017 | por Mariana Pinho

“As histórias de crimes do colonialismo neste século estão largamente por contar”, entrevista a Fernando Rosas

“As histórias de crimes do colonialismo neste século estão largamente por contar”, entrevista a Fernando Rosas A série foca-se no ciclo africano do império português, e esse é um século marcado por violência. O colonialismo é uma forma de violência, uma forma de domínio de sociedades que eram dominados pela superioridade militar, técnica e económica das civilizações europeias. E esse domínio exerceu-se de forma violenta. Restringindo e esmagando os direitos das populações autóctones e imponde-lhes um modo de produção injusta, de forma a assegurar a acumulação do sistema colonial.

Cara a cara

06.03.2017 | por Mariana Pinho

A pele de Cavaco e os milagres de Marcelo

A pele de Cavaco e os milagres de Marcelo Grande não seria Portugal romper o ufanismo? De que adianta suturar, unir e rir, se por baixo a coisa continuar preta? Enquanto alguém quiser o pastiche de uma nau ou um museu para “celebrar os Descobrimentos” não teremos avançado. Portugal continuará a repetir os velhos mitos que o confortam e adiam, ora desconfiado, ora ufano, nunca mudando o ponto de vista. Não se trata de celebrar ou largar o passado, mas de o encarar a partir do que investigadores têm feito e, espera-se, continuarão a fazer (...). Incorporar esse refazer da história nas escolas, na política, na diplomacia, sem saudade e sem lamento, seria a coragem que ainda não houve.

Mukanda

13.03.2016 | por Alexandra Lucas Coelho

“Ausência Permanente” de Délio Jasse

“Ausência Permanente” de Délio Jasse São lugares de “decadência imperial” sendo que apresentam vestígios materiais e imateriais, tangíveis e intangíveis de detrito colonial; ou seja, uma espécie de lixo – não só material, mas também ideológico e institucional – que degrada as personalidades que aí habitam. Isto revela-se no modo como as pessoas são forçadas a viver com os efeitos e influências do período pós ou neocolonial. Olhando para as imagens de Jasse, avistamos fragmentos de espaço teimosamente habitados por gente deslocada, forçada a ceder ou encontrar um espaço na cidade comodificada e moldada para o consumo turístico, para o minério e multiplicação de centros comerciais.

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20.11.2014 | por Nancy Dantas

"Rosita" e o império como objecto de desejo

"Rosita" e o império como objecto de desejo Numa ilha no meio de um lago, onde uma fonte luminosa vinha dar um toque de modernidade, qual metáfora do empreendimento português em África, instalaram-se umas dezenas de guineenses, que viviam o seu quotidiano numa aldeia de palhotas, sob o olhar dos visitantes portugueses. O público da exposição podia assim ocupar, mesmo que temporariamente, o olhar e o lugar do colonizador. Um colonizador que, na segurança oferecida por um parque no centro do Porto, podia já beneficiar dos resultados das "campanhas de pacificação" em África

Corpo

14.10.2013 | por Filipa Lowndes Vicente

A fantasia imperial numa história em imagens

A fantasia imperial numa história em imagens Esta “comunidade imaginada” era construída na metrópole, à distância. A “corrida à África” de vários impérios europeus, a partir 1870, culminou na Conferência de Berlim de 1885 e na perda de uma série de territórios ultramarinos “conquistados” pelos portugueses. Este “novo fulgor africanista” levou à organização, pela Sociedade de Geografia de Lisboa, de expedições de exploração ao interior do continente africano, como as de Serpa Pinto, e de Capelo e Ivens. Estas viagens resultaram num manancial de imagens, fotografias, mapas, artefactos recolhidos nas colónias, trazidos pelos exploradores recebidos com glória no regresso a Lisboa.

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22.01.2013 | por Raquel Ribeiro

Para acabar de vez com a Lusofonia

Para acabar de vez com a Lusofonia A lusofonia é a última marca de um império que já não existe. E o último impedimento a um trabalho adulto sobre as múltiplas identidades dos países que falam português. (...) Os portugueses não têm nenhum atributo de excepcionalidade mítica. Não precisamos de uma diplomacia lusófona; do que precisamos é de uma diplomacia de direitos e de igualdades. Este é o momento de conhecer e dar visibilidade às produções culturais e artísticas, às literaturas e aos trabalhos científicos destes países por aquilo que valem, por serem incontornáveis no mundo global, por conterem, até, uma estranheza que é, porventura, consequência da morte dessa mesma lusofonia.

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18.01.2013 | por António Pinto Ribeiro

Salazar vai ao cinema - A “Política do Espírito” no Jornal Português

Salazar vai ao cinema - A “Política  do Espírito” no Jornal Português Os temas que o Jornal Português – produzido de 1938 a 1951 com patrocínio do Estado Novo – abordou clarificam como o regime quis projectar a nação e pensou a relação do cinema com o público. Salazar vai ao cinema - O Jornal Português de actualidades filmadas não pôde desenvolver a análise desses temas nem tão pouco dar conta do caso de intercâmbio noticioso com o congénere espanhol, NO-DO. Salazar vai ao cinema - A “Política do Espírito” no Jornal Português propõe-se complementar, assim, a abordagem a essa colecção de actualidades cinematográficas.

Afroscreen

08.07.2011 | por Maria do Carmo Piçarra

Conspirações de Silêncio: Portugal e o fim do império colonial

Conspirações de Silêncio: Portugal e o fim do império colonial   As versões públicas autorizadas que sancionam o esquecimento destes passados por via da sua integração intencional num esquema de recordação abrangente e trivial, bem como os pactos de silêncio que se mantêm no tecido social, são destabilizados por incómodas e imprevistas erupções da memória que trazem à superfície as ambiguidades dos legados problemáticos.

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06.03.2011 | por Elsa Peralta

O ensino das Literaturas Africanas e Afro-Brasileira e os desafios à práxis educacional e à promoção humana na contemporaneidade

O ensino das Literaturas Africanas e Afro-Brasileira e os desafios à práxis educacional e à promoção humana na contemporaneidade Discorremos neste texto sobre implicações diversas que a colonização portuguesa legou, sobretudo ao Brasil, e algumas de suas injunções à África em termos literários, bem como o surgimento de uma literatura híbrida e centrada, através de forte viés histórico, em fatos oriundos da colonização de negros africanos.

A ler

22.10.2010 | por Robson Dutra