Na vertente sul do desejo

Na vertente sul do desejo O desejo é o que nos leva a produzir novas formas, a construir um mundo, a organizarmo-nos de maneiras singulares e inovadoras. Entre o que se espelha e o que se oculta, é a hipótese que sobra de nos libertarmos do pântano jurídico onde nos afogamos. Quando o outro aparece, surge sempre como alguém a ser lido, a descobrir, a tatear, como a figuração do desconhecido sobre a qual projecto as minhas fantasias. O desejo que deflagra num movimento inesperado, numa desigualdade oscilante, numa ondulação caprichosa, nunca será uma uniformização homogénea e igualitária. A igualdade confunde-se com impunidade na sociedade neoliberal, a impunidade é hierárquica. Na perversão capitalista, igualdade significa apenas privilégio.

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04.08.2025 | por Ricardo Norte

Apresentação de "Se Eu Quisesse, Enlouquecia", de João Pedro George

Apresentação de "Se Eu Quisesse, Enlouquecia", de João Pedro George   Sempre haverá, é certo, quem entenda que não precisávamos de saber tanto sobre Herberto Helder. E não me refiro aos aspectos amorosos ou sexuais, falo de pormenores como os cereais do pequeno-almoço ou afins. Simplesmente, tudo isso é próprio das grandes biografias, podendo eu, se quisesse, dar dezenas de exemplos de dezenas de biografias que utilizam esta mesma técnica para seduzir o leitor (sim, para além de um encontro de obsessivos, este livro é também um encontro de sedutores, de sedutores que usam ou usaram o verbo como a arma principal do seu arsenal erótico).

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14.06.2025 | por António Araújo