É preciso voltar a olhar para o que está presente e ver os futuros que brotam, a abundância da qual pode provir o futuro. Para deixar em aberto as suas possibilidades, instalemo-nos no presente quotidiano, naquilo que está mais à mão de semear. Sejamos permeáveis ao que vive, quer viver e contraria a ausência de futuro. O que pode romper com o “realismo”, essa espessa cortina que oculta as possibilidades de futuro.
A ler
14.09.2024 | por Liliana Coutinho
"Afro-Amazônia" é um projeto visual, idealizado e dirigido por Miguel Pinheiro, que dá visibilidade à cultura preta quilombola. É uma pauta cultural que destaca a diversidade cultural do povo preto que vive na maior floresta tropical do mundo. Pouco se sabe sobre comunidades quilombolas que vivem na Amazônia, porém existem e resistem.
Esta é uma pequena série multimídia, que combina o audiovisual com a fotografia, viaja na procura de depoimentos e cantigas e conta a história preta ao longo dos anos.
Afroscreen
29.10.2021 | por Miguel Pinheiro
Promover a diversidade, a representatividade e a igualdade são pilares desta missão conjunta, através da qual nos dedicamos a ser agentes ativos no fortalecimento e na criação de pontes por via da aproximação e da partilha de experiências, valorizando o respeito pelo “outro”, tendo como veículo a educação e a aprendizagem intercultural. É este o mote da Lisboa Criola, que nos une na diferença, abraçando o desafio de, através das artes e da cultura, aproximarmos e promovermos o diálogo entre pessoas de comunidades, culturas e origens diversas.
Cidade
29.06.2021 | por vários
Museus que lidam com histórias de vida, com acontecimentos políticos, com traumas, com conflitos, com ódios, com o ‘nós’ e ‘os outros’, com pessoas. Visito-os sempre com a enorme curiosidade de ver se aceitaram o desafio e de que forma lidaram com ele.
Vou lá visitar
18.04.2012 | por Maria Vlachou
Enquanto os filósofos africanos gastam um energia louca e vão a correr atrás da sombra, Edouard Glissant afronta Hegel de forma oblíqua. A esta visão totalizante, pretensamente universal, Edouard Glissant opõe a Opacidade, o Diverso, o Rizoma e, sobretudo, a Relação. Esta recusa dos sistemas constituirá ao longo de toda a sua vida, a sua marca. Deste ponto de vista, o pensamento de Glissant, que é uma ode à fraternidade, corrobora, em alguns aspectos, os de Derrida e Levinas: dois pensamentos do Outro, mas também dois discursos da opacidade. Mas enquanto os filósofos profissionais propõem tratados, Glissant apresenta o fragmento, o estilhaço, o aforismo, subvertendo os géneros
A ler
21.02.2011 | por Boniface Mongo-Mboussa
Há mais de quarenta anos que ando pelos trópicos e há mais de vinte e cinco anos que me fixei na Guiné. Percorri toda a África desde a Argélia à África do Sul, desde o Egipto a Marrocos, utilizando aviões, comboios, vapores, carros e canoas. Dormi nesses maravilhosos hotéis que o engenho humano criou e dormi também nas mais modestas palhotas das mais modestas tabancas africanas.
Bebi aquela água barrenta, de aspecto leitoso, que se colhe nos poços das povoações perdidos no mato; atravessei rios e pântanos sob um calor escaldante; torneei florestas densas e subi montanhas abruptas; percorri as areias imensas dos desertos africanos; tiritei de frio e abrasei-me e longamente conversei com Tcherno Bokar, a quem Teodoro Monod, com aquele sentido de penetração das coisas africanas que só ele possui, chamou «um homem de Deus».
Mukanda
03.01.2011 | por Artur Augusto Silva