Davi Kopenawa
Artigos com a etiqueta Davi Kopenawa
Arquivo de Etiquetas
- 27 de maio
- 32ª Bienal de São Paulo
- academia
- Adilson
- afro-brazilian
- ambiente
- Ana Vieira
- anthropology
- António Cabrita
- Arco
- arquivo audiovisual
- Arrepio
- Artemisa Ferreira
- Autograph ABP
- bana
- Benjamin Levabre
- bibliografia
- botânica
- branqueamento
- branquite
- Cairo
- caminhos de ferro
- canções comerciais
- Carlos Tavares
- cartazes
- Casa Fernando Pessoa
- centro cultural de Belém
- Coro da Achada
- curadoria
- dança dos diabos
- David Livingstone
- décoloniser
- diáspora africana
- dissidência
- dj lucky
- Eduardo Galeano
- Eduardo Lourenço
- elikia m'bokolo
- entrevistas
- environmental sustainability
- escultura
- estética militante
- estudantes
- estudos do subalterno
- ewuare I
- explorador
- Fantasmas da minha vida
- Faria de Almeida
- Fifa
- fim
- financiamento
- Francisco Vidal.
- gravidez
- Hicham Ayouch
- identidades
- introspecção
- iran
- irma estopina
- Jamaica
- Kepha Oiro
- life
- Maria João Carvalho
- Marielle
- Mark Fisher
- Matchume Zango
- memories
- mercado afrolink
- multiculturalismo
- museu do aljube
- musique brésilienne
- náufrago
- Nuno Sousa Vieira
- Octavia Butler
- ossos
- pandemic
- pão
- pensamento
- propaganda
- raquellima
- República
- revistas
- Rogério de Carvalho
- samba
- Sebastião Alba
- seminários
- Síria
- soberania alimentar
- sociedade angolana
- subjectividade
- tradicação mazateca
- Tribuna Negra
- tristany
- Uma Delicada Zona de Compromisso
- Venâncio Mondlane
- verdade
- violência sexual
- votações 2021
- W.E.B. Du Bois
- zezé gamboa
- “the portuguese prison photo project”
 O novo filme dedicado ao povo indígena Yanomami, A Queda do Céu (2024), dos realizadores brasileiros Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha, começa com um extraordinário plano-sequência que transcende a sua função de prólogo de abertura, afirmando-se como um plano merecedor de um lugar de destaque na história do cinema que aborda a Amazónia. Trata-se de uma poderosa representação cinematográfica dos povos indígenas amazónicos, guardiões culturais e espirituais da terra-floresta. Com este primeiro plano estabelece-se uma dialética, mediada pela cosmologia Yanomami, entre o visível e o invisível, entre o céu e a terra, oferecendo-se ao espetador um atalho para um melhor entendimento da luta indígena contra a emergência climática que enfrentamos.
				O novo filme dedicado ao povo indígena Yanomami, A Queda do Céu (2024), dos realizadores brasileiros Gabriela Carneiro da Cunha e Eryk Rocha, começa com um extraordinário plano-sequência que transcende a sua função de prólogo de abertura, afirmando-se como um plano merecedor de um lugar de destaque na história do cinema que aborda a Amazónia. Trata-se de uma poderosa representação cinematográfica dos povos indígenas amazónicos, guardiões culturais e espirituais da terra-floresta. Com este primeiro plano estabelece-se uma dialética, mediada pela cosmologia Yanomami, entre o visível e o invisível, entre o céu e a terra, oferecendo-se ao espetador um atalho para um melhor entendimento da luta indígena contra a emergência climática que enfrentamos.		 Davi Kopenawa destaca, no documentário Escute: A Terra Foi Rasgada, a importância de continuar a denunciar e a construir alianças, não só com outros povos originários, mas também com parceiros não-indígenas, tanto no Brasil como fora: “Pessoal não fiquem tristes. Nós ainda estamos vivos. Não é hora de chorar. É hora de lutar. De continuar a viajar, denunciar. (…) Eu preciso do meu povo vivo e que permaneça no seu lugar. (…) Eu estou-me sentindo forte, porque nós estamos unidos. Estamos fazendo a aliança para ficar uma luta só. Sem luta, ninguém vai sobreviver”.
				Davi Kopenawa destaca, no documentário Escute: A Terra Foi Rasgada, a importância de continuar a denunciar e a construir alianças, não só com outros povos originários, mas também com parceiros não-indígenas, tanto no Brasil como fora: “Pessoal não fiquem tristes. Nós ainda estamos vivos. Não é hora de chorar. É hora de lutar. De continuar a viajar, denunciar. (…) Eu preciso do meu povo vivo e que permaneça no seu lugar. (…) Eu estou-me sentindo forte, porque nós estamos unidos. Estamos fazendo a aliança para ficar uma luta só. Sem luta, ninguém vai sobreviver”.		 O filme de Bodanzky é o que mais expõe os conflitos sociais gerados pela atividade clandestina e ecoa a urgência do seu combate. O documentário revela como o garimpo afeta, de forma catastrófica, o meio ambiente e a saúde dos povos originários através da contaminação por mercúrio - metal usado ilegalmente pelos garimpeiros na extração do ouro.
				O filme de Bodanzky é o que mais expõe os conflitos sociais gerados pela atividade clandestina e ecoa a urgência do seu combate. O documentário revela como o garimpo afeta, de forma catastrófica, o meio ambiente e a saúde dos povos originários através da contaminação por mercúrio - metal usado ilegalmente pelos garimpeiros na extração do ouro. 		 As palavras do líder e porta-voz do povo indígena Yanomami, Davi Kopenawa Yanomami, são amazónicas; estão no livro A Queda do Céu, estão nos filmes em que participou, acompanham a exposição retrospetiva da fotógrafa Claudia Andujar, estão nos meios de comunicação social e nas redes sociais. São palavras que transmitem um conhecimento profundo dos mitos ancestrais e de como estes podem atuar na contemporaneidade; são advertências e denúncias, que se transformam em manifesto e, por vezes, em profecia. Kopenawa dirige-as ao povo da mercadoria, mas não são para trocar por estas, sugerem uma inversão de sentido no pensamento dos não-indígenas em direção à Natureza e à Amazónia, em particular.
				As palavras do líder e porta-voz do povo indígena Yanomami, Davi Kopenawa Yanomami, são amazónicas; estão no livro A Queda do Céu, estão nos filmes em que participou, acompanham a exposição retrospetiva da fotógrafa Claudia Andujar, estão nos meios de comunicação social e nas redes sociais. São palavras que transmitem um conhecimento profundo dos mitos ancestrais e de como estes podem atuar na contemporaneidade; são advertências e denúncias, que se transformam em manifesto e, por vezes, em profecia. Kopenawa dirige-as ao povo da mercadoria, mas não são para trocar por estas, sugerem uma inversão de sentido no pensamento dos não-indígenas em direção à Natureza e à Amazónia, em particular.		



