Greve Geral: o direito a existir, participar e transformar o país.
Em dia de Greve Geral, as ruas tornaram-se arena de recusa coletiva ao retrocesso social, animada por uma heterogénea “aliança de corpos” feita de diferentes idades, origens, profissões e trajetórias de vida que ocuparam o espaço público com vozes e gestos de resistência. O motivo imediato desta mobilização foi o “novo pacote laboral” apresentado pelo Governo, cuja fragilização da negociação coletiva, facilitação dos despedimentos, expansão do outsourcing, aumento da precariedade, redução dos direitos de parentalidade e limitação do direito à greve mereceram a resposta firme de três milhões de trabalhadores em greve (segundo a CGTP) e muitos milhares nas ruas.
Apesar de o Governo ter qualificado a greve como “inexpressiva”, o país mostrou exatamente o contrário: uma luta expressiva, em que cada corpo presente e cada cartaz ampliaram a força coletiva da contestação. Os cartazes reunidos nesta galeria são testemunho dessa expressividade: ecoam a vitalidade que se multiplicou pelas ruas, a criatividade que brotou nas palavras improvisadas, a crítica mordaz, o apelo ético, a disputa pelo sentido do trabalho e da democracia, a resistência que se afirmou e a imaginação política que ali se projetou. Juntos, constroem um léxico popular capaz de denunciar injustiças, afirmar dignidade e esboçar futuros mais justos. Nesta ocupação das ruas afirmou-se, de forma coletiva e vibrante, o direito a existir, participar e transformar o país.




















