Durante a preparação do programa Artista na Cidade 2016, o coreógrafo Faustin Linyekula exprimiu a vontade de apresentar o seu trabalho a públicos dos bairros limítrofes da região da Grande Lisboa. Depois da apresentação memorável de Le Cargo na Cova da Moura em janeiro passado, o Teatro Maria Matos coorganiza este evento: Le Cargo será apresentado numa praça do Bairro Padre Cruz em Carnide, no contexto do primeiro Festival de Arte Urbana.
No próximo dia 2 de maio, pelas 18h, irá decorrer a conferência “Língua Portuguesa, Globalização e Lusofonia”, com o professor Moisés de Lemos Martins, da Universidade do Minho.
´ROSTOS E ESPAÇOS´ é o título da Exposição individual do Fotógrafo Moçambicano Mário Macilau, a sua primeira em Angola, enquadrada na 1ª Edição de ´VIDRUL CONVIDA,´ a inaugurar quinta-feira, dia 21 de Abril no Espaço Luanda Arte (ELA) pelas 19h com Curadoria da Angolana Keyezua.
“Há cinco anos que a ´VIDRUL - VIDREIRA DE ANGOLA, LDA´ apoia fotografia experimental em Angola de forma discreta, mas sólida. Como tal, a ´VIDRUL´ posiciona-se como um modelo a seguir pelo mundo corporativo nacional. ´VIDRUL CONVIDA´ é uma sequência natural e um complemento à plataforma ´VIDRUL FOTOGRAFIA´, e um agradecimento por parte da AM-ARTE pela parceria real desenvolvida. Anualmente, terá a responsabilidade e o privilégio de convidar e expôr o trabalho de um fotografo Pan-Africano.
Nesta 1ª Edição em 2016 o convite recaiu sobre Mário Macilau, um dos Artistas Africanos com mais exposição e louvor internacional nos seus (aparentes) poucos anos de trabalho, tendo desenvolvido a sua narrativa com fotografias socialmente fortes, engajadoras e provocantes, que não deixam qualquer espectador indiferente.
Por isso, é motivo de real orgulho podermos trazer trabalhos das séries ´The Price of Cement´ (2013) e ´Living on the Edge´ (2014) para Luanda. A primeira, mostra a trágica realidade de meninos e meninas que trabalham em operações ilegais de ensacamento de cimento em Moçambique. A segunda, retrata uma lixeira no Kenya - uma das maiores no continente - aonde a queimada e os resíduos não-tratados representam um risco grave para a saúde mas, ao mesmo tempo, uma fonte de renda (importante mas escassa) para milhares que vivem e trabalham na área. Infelizmente, são temas universais em África.”
Exposição em memória de Robert Jakobo, escultor tanzaniano de raízes moçambicanas, que se irá realizar na Polónia (Muzeum Podróżników im. Tony`ego Halika).
This paper reconsiders the way race-politics are made manifest in Afro-Cuban religiosity. Approaching critically the existing literature, it tries to argue that an active effort to make explicit issues of race and how they have mattered historically co-exists with a seemingly contradictory but equally active effort to express that race should not (always) matter. This latter effort, rather than historically, it is materialized mythically and practically or, as Sahlins would have it, mythopractically. Nevertheless, this is not done in competition to the historical dimension but adds to it a very critical edge that has been lacking in conventional understandings of race-politics.
Bionote
Paper presented by Anastasios Panagitopoulos. Post-doctoral researcher in CRIA/FCSH-Universidade Nova de Lisboa. Anastasios did his B.A. in Sociology at the University of Crete, Greece. Then went on by doing his M.A. and PhD at the University of Edinburgh, UK. In his current postdoctoral position, he is focusing on the relation of Afro-Cuban religions and Cuban politics, as well as the transnational dimensions of the former.
A editora Príncipe, no próximo dia 15 de Abril, orgulha-se de lançar o novo disco de Dj Marfox “Chapa Quente”.
DJ Marfox e a Príncipe têm percorrido um feliz e transformador caminho desde o lançamento do seu EP de debute, e da editora, “Eu Sei Quem Sou”, em finais de 2011, onde tornava clara a sua intenção em apresentar as suas raízes culturais, e raízes enquanto ímpeto para uma evolução crítica, criativa, tecnológica e social. A herança de Marlon Silva aka Marfox ascende a São Tomé e Príncipe, tendo começado a produzir e a tocar ao vivo como DJ na adolescência, disseminando a sua música pelo YouTube e lançando de forma independente singles em mp3 a partir da Portela de Sacavém. A compilação “DJs di Ghetto” (2006), produzida com a sua crew com o mesmo nome, ganhou estatuto lendário no Portugal urbano e nas comunidades da diáspora luso-africana pela Europa fora, contribuindo a partir daí para a emergência de uma rede consistente de jovens criativos ávidos por inovações na cultura e som da música electrónica de dança.
O seu som outrora fundamentalmente cru e minimal progrediu para uma rede complexa e rica de influências e realizações, reflexo da vida que informa a sua música, leal às suas bases, mas ciente de onde está e para onde quer ir. “Chapa Quente” transmite um sentimento de uma contínua cena de perseguição numa Nova Lisboa em dinâmica reorganização pela coexistência de diferentes culturas, algo que ressoa com a vida passada de Marfox no entretanto demolido ‘bairro das barracas’ da Quinta da Vitória, onde cresceu entre vizinhos e amigos emigrantes da Índia, Paquistão, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, algo que ele vê como tendo informado a sua música, sonhada e praticada. Uma paragem para apanhar sol (“Tarraxo Everyday”) mas tudo o resto corre mais rápido que todos nós.
Godspeed.
ARTISTA: DJ Marfox
TÍTULO: “Chapa Quente”
EDITORA: Príncipe
FORMATOS: Vinil 12’’ / Digital
CAT#: P014
DATA DE LANÇAMENTO: 15 Abril 2016
PEDIDOS PROMOCIONAIS: andre@filhounico.com
O tema de avanço “2685” está desde hoje em streaming no soundcloud Príncipe: DJ Marfox “2685”
14 de Março, 18h | FCSH-UNL, Edifício ID, Sala 0.06 comunicação de Orazio Irrera (IHC-FCSH/UNL-CEHFCi.UE) comentário de Manuela Ribeiro Sanches (CEC-FLUL)
Cette intervention se propose d’explorer l’espace de problématisation où la philosophie contemporaine et la décolonisation peuvent se rejoindre en mettant en place une décolonisation des savoirs visant à critiquer les rapports entre le colonialisme et les manifestations de vérité sur lesquelles il s’est historiquement appuyé. Il s’agit donc de se demander sous quelles conditions à la fois théoriques, historiques et géopolitiques est-il possible penser la décolonisation comme un véritable événement philosophique, c’est-à-dire comme un événement excédant à la fois les déterminations historiques et géopolitiques du colonialisme qui l’ont produit, mais aussi l’ensemble des savoirs qui ont gardé soigneusement les frontières occidentales du sens et ont permis de penser et de gouverner ce que la modernité européenne avec sa « mission civilisatrice » a appelé l’« Homme » ?
On verra comment le pivot autour duquel pourraient s’articuler les rapports critiques entre philosophie et décolonisation correspond à ce que, dans le sillage de Michel Foucault, je désigne comme « alèthurgie décoloniale », c’est-à-dire un champ historique et philosophique de problématisation visant à mettre en relief sous quelles conditions pratiques le rapport éthique de soi à soi arrive à produire un régime de vérité qui se manifeste à la fois dans un style individuel d’existence et dans la manifestation des effets politiques qui sont de l’ordre de la rupture et de l’interruption du pouvoir colonial.
Across Africa, the struggle between the forces of capitalism and communism sparked coups, revolutions and political divisions, resulting in a huge impact on Africa’s post-independence landscape. In 1960 Moscow rightly judged anti-colonial fervour to be a good fit with Marxism and Soviet embassies were set up in many African countries. But was there a Soviet strategy for taking over Africa? To what extent was the USSR aware of political structures in Africa and the needs of those countries which it supported? What were the impacts of the Cold War on African national identities? Speakers: Dr Miles Larmer, University of Oxford, Dr Christabelle Peters, University of Warwick, Dr Meera Sabaratnam, SOAS, University of London. Chair: Richard Dowden, Director of the Royal African Society
This event was part of Calvert 22’s Red Africa Season. And It can be listened here.
O livro será lançado no dia 18 de março, na Fundação Calouste Gulbenkian (Sala 2), às 18H30, com apresentação da escritora Ana Paula Tavares e do jornalista José Pedro Castanheira. A também compor o painel, a presença dos três organizadores (Iva Cabral, Márcia Souto e Filinto Elísio).
A organização dos Seminários Nómadas em Estudos da performance convida todos a estarem presentes no próximo dia 4 de Março, sexta-feira, pelas 21h no Bar Irreal, para mais um Seminário. Desta vez com Paula Caspão, investigadora, dramaturga, escritora e artista interdisciplinar, e Claire Buisson , investigadora das linguagens do corpo, numa conversa em torno das linguagens, do corpo, das traduções, da documentação e do arquivo.
A diversidade da temática da literatura angolana, manifestada como “um pássaro planando de asas abertas”, é ilustrada no livro “Antologia de Contos”, que reúne textos, na maioria inéditos, dos 40 anos da independência de Angola.
Pássaros de Asas Abertas – Antologia de Contos Angolanos, será lançado em Lisboa a 2 de março no Auditório Armando Guebuza, na Universidade Lusófona, é uma iniciativa conjunta da União dos Escritores Angolanos (UEA) e do Centro de Estudos Comparentistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Os 36 textos, selecionados pelos académicos Margarida Gil dos Reis e António Aquino, que prefaciam a obra, foram escritos por outros tantos autores, destacando-se, entre outros, Agostinho Neto (primeiro presidente de Angola), Luandino Vieira, Ruy Duarte de Carvalho, Pepetela, Ondjaki, João Melo, José Eduardo Agualusa, Jacques dos Santos e Ismael Mateus.
Numa nota aos leitores no início da obra, o secretário-geral da UEA, António Carmo Neto, que também é autor de um dos textos, indicou que o livro de contos é a “primeira parte” de uma homenagem aos 40 anos de Angola (11 de novembro de 1975) e também de quatro décadas da própria associação dos escritores, a que se seguirá um outro: “Antologia da Poesia Angolana”, cuja data de publicação não adianta.
“Tendo privilegiado textos inéditos, pretendíamos que se reunissem aqui alguns contos que ajudam a contar «estórias» das vidas de quatro décadas, vistas por um olhar do século XXI. Quem correr o mundo sob o dorso do pássaro de asas abertas, viajando ao passado, continuará a estar no presente”, escreve Carmo Neto.
10h00 – 10h15 - Welcoming Session / Sessão de Abertura
Sara Araújo (CES -University of Coimbra)
Víctor Manuel Marí (Universidad de Cadíz)
Sofia José Santos (Observare–UAL/CES-University of Coimbra)
10h15 – 11h30 - Sessão 1: Teorias da Comunicação e as Epistemologias do Sul I (moderadora: Sofia José Santos)
Víctor Manuel Marí (Universidad de Cadíz): “Comunicar para transformar y transformar para comunicar en tiempos de transiciones paradigmáticas”
José Manuel Mendes: “Emancipation, imaginaries and the role of media: new public spheres?” (FEUC/CES–University of Coimbra)
Manuel Chaparro (Universidad de Málaga): ”Epistemologías de la alteridad. Desde abajo”
(Coffee Break)
11h45 – 12h45 - Session 2: Communication Theory and the Epistemologies of the South II (moderator: Bia Carneiro)
Florencia Enghel (Stockholm University): “If communication for social change is the answer, what is the question? Rethinking the problem from a South American perspective”
Sofia José Santos (Observare–UAL/CES-University of Coimbra): “Voice matters: the mediascape from the perspective of the epistemologies of the south”
14h30 – 15h45 – Session 3: Peace, Communication and the Epistemologies of the South (moderator: Vítor Manuel Marí)
Cristina Sala (Deusto University) “Communication for Social Change as a tool towards decolonizing peace”
Patrícia Mota Paula (CES - University of Coimbra) “Rádios Comunitárias: novo paradigma de intervenção! Perspectiva comparada: Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste”
Teresa Almeida Cravo (FEUC/CES – University of Coimbra) and Sofia José Santos (Observare–UAL/CES-University of Coimbra) “Debating media intervention in post-conflict settings”
(Coffee Break)
15h45 – 17h15 – Sessão 4: Epistemologias do Sul no Norte Global (moderadora: Teresa Almeida Cravo)
Bia Carneiro (CES -University of Coimbra) “Local action, international repercussions: appropriation of Southern resistance discourses to mobilise in the Global North”
Marta Lança (FCSH-UNL/ Buala) “Dinâmicas de uma plataforma mediática colaborativa entre Portugal, Brasil e África”
Pedro Santos (Academia Cidadã | Citizenship Academy) “Comunicação contra-hegemónica no Sul da Europa: o caso da Panorama da Academia Cidadã”
17h15 – 17h30 – Closing session: challenges and debates /Sessão de encerramento: debates e desafios (moderator/moderadora: Teresa Almeida Cravo)
Sofia José Santos (Observare–UAL/CES-University of Coimbra)
Do Mundo para Lisboa, os Buraka Som Sistema regressam a casa para encerrar as festas populares e despedir-se dos fãs.
Foto de Gonçalo F. SantosDia 1 de julho, na Torre de Belém, os Buraka Som Sistema encerram as Festas de Lisboa com um grande espetáculo de entrada livre. Depois de 800 concertos pelo mundo, Lisboa, onde tudo começou, é o lugar ideal para uma homenagem ao grupo que irá começar uma pausa no seu trabalho em conjunto.
Em dez anos de atividade, o grupo - composto por Branko, Riot, Kalaf, Conductor e Blaya – andou na estrada e levou o novo som eletrónico da Buraca para todo o mundo, deu concertos e cruzou inspiração, géneros musicais, ideias e projetos com inúmeros artistas internacionais, lançou dois EP, três álbuns e dezenas de singles, ganhou prémios nacionais e estrangeiros. A banda regressa agora a Lisboa para se despedir do mundo e dos seus fãs.
A ponte multicultural é a síntese do ADN dos Buraka Som Sistema, grupo que olha o mundo como um todo e lhe apresentou uma sonoridade musical única criada entre Luanda e a Amadora, Lisboa e o Rio de Janeiro, Londres e Nova Iorque. Uma mistura entre o legado cultural português e a «modernidade musical internacional e contemporânea».
Num ano em que as Festas de Lisboa comemoram os 50 anos da Ponte 25 de Abril, os Buraka Som Sistema e a EGEAC preparam um dia e uma noite memoráveis, em que convidam à viagem, à partilha e à criação de pontes entre distintas culturas, idiomas, géneros musicais e estilos de dança.
O NOVO BANCO e o Museu Coleção Berardo anunciam os três artistas selecionados para a edição de 2016 do Prémio NOVO BANCO Photo, o mais importante prémio de arte contemporânea realizado em Portugal – Félix Mula (Moçambique), Mónica de Miranda (Angola) e Pauliana Pimentel (Portugal).
A escolha destes artistas foi da responsabilidade de um júri de seleção representativo do critério geográfico referido, composto por David Santos (Portugal), curador-geral da BF16 (Bienal de Fotografia - VF Xira); Paula Nascimento (Angola), arquiteta, curadora e diretora da Beyond Entropy Africa; e Pompílio Hilário Gemuce (Moçambique), artista; que analisaram o panorama expositivo da fotografia no período a que reporta o prémio.
Félix Mula foi nomeado pelo júri «pela sua exposição coletiva Processos, apresentada em 2014, em Maputo. O processo fotográfico de Félix Mula tem passado de uma maneira discreta no meio artístico moçambicano, pelo facto de tratar a fotografia como um meio para conceptualizar histórias que refletem a sua memória individual em relação à sua família, dentro de um espaço e tempo. As suas fotografias com quase uma ausência da figura humana escondem sempre algo, ao mesmo tempo que revelam as atitudes e a natureza do ser humano. Embora a fotografia tenha sido o meio primário no seu contacto artístico, a sua coerência criativa revela-se também nas suas instalações provocativas.»
Na opinião do júri, Mónica de Miranda «é uma artista cujo trabalho atravessa diversas fronteiras e esboça uma paisagem de identidades plurais, inspiradas pela própria experiência e vivência de uma cultura cada vez mais itinerante. Em Hotel Globo, exposição realizada em 2015, no MNAC - Museu do Chiado, a artista explora a apropriação de um símbolo da arquitetura colonial, o Hotel Globo em Luanda, através de novos modos de ocupação e de uso; levantando questões relacionadas com a memória e com o impacto dos espaços coloniais na vivência atual. Fragmentos da vivência atual revelam uma (nova) teia de relações socioculturais, assim como a (re) construção de identidades e culturas e de múltiplas possibilidades de ser.»
Pauliana Pimentel é nomeada pelo júri «pelo seu projeto expositivo The Behaviour of Being, patente na Galeria das Salgadeiras, em 2016, que apresenta um núcleo de imagens de grande sensibilidade narrativa, baseadas numa forte consistência estético-formal. Esta exposição vem confirmar o caminho de maturidade desta artista que, nos últimos anos, tem revelado uma obra de subtil narratividade, marcada não só pela ambiguidade da significação, como por uma particular e profunda atenção à figura humana no seu envolvimento paisagístico e social.»
Os artistas selecionados apresentarão os seus trabalhos no Museu Coleção Berardo, numa exposição composta por obras inéditas, com inauguração agendada para o dia 18 de maio, sendo o vencedor conhecido durante o mês de junho, em data a anunciar.
Pedro Lapa, presidente do Júri do prémio NOVO BANCO Photo e diretor artístico do Museu Coleção Berardo, acrescenta que «na edição deste ano o prémio passou a estar ainda mais focado no eixo Portugal/países lusófonos africanos, de modo a reforçar a troca e mútuo reconhecimento das práticas fotográficas neste quadro cultural que desejamos vivo e continuado.»
«Entre Dois Impérios - Viajantes Britânicos em Goa (1800-1940)», de Filipa Lowndes Vicente e editado pela Tinta da China, apresenta uma nova visão do Império português na Índia.
«De um lado, a Índia britânica, no auge do seu projecto imperial; do outro, a Índia portuguesa, em declínio acentuado. Para os viajantes britânicos dos séculos XIX e XX, ir à «Índia do lado» significava transpor fronteiras espaciais e, sobretudo, temporais.
Nesta época, a Índia portuguesa — e Goa em particular — sugeria aos ingleses duas perspectivas: tanto servia de lição histórica sobre os erros a evitar para manter a dominação colonial, como era a ruína-relíquia que nas mãos dos britânicos poderia tornar-se um centro de prosperidade.
Em qualquer destas visões, Goa surgia como um lugar diferente, híbrido, com fronteiras fluidas entre o português e o indiano, e com abundantes sinais visíveis dessa mistura — na arquitectura, na música, na roupa, nas práticas religiosas, na língua, na cultura intelectual, no corpo.
Duas viajantes‑escritoras, o príncipe de Gales, a mulher de um cônsul, vários governadores, reverendos anglicanos, diplomatas, militares, funcionários administrativos e cientistas — foram vários os britânicos que fizeram da sua viagem a Goa uma comparação entre dois impérios.»
Palestra performativa a 27 de Fevereiro, pelas 18h, no Auditório do Padrão dos Descobrimentos, construída a partir da recolha de experiências de uma geração que não viveu directamente estes acontecimentos, antes os recebeu pela transmissão familiar, ou pessoas que regressaram muito novas e quase não têm memórias daqueles outros lugares, uma certa ‘geração da pós-memória.’
Investigação, texto, direcção e interpretação: Joana Craveiro
Desenho de luz: Carlos Ramos Produção: Cláudia Teixeira / Teatro do Vestido
Entrada gratuita, sujeita a marcação prévia. Limite máximo: 92 pessoas Reservas: 213 031 950 // info@padraodosdescobrimentos.pt
Para mais informações, por favor consulte o site da EGEAC
Na próxima 2ªfeira, 29 de fevereiro, a kora, um dos instrumentos musicais mais sofisticados da África Ocidental, terá um lugar de destaque no ISCTE-IUL. Este sofisticado cordofone de 21 cordas originário da África Ocidental, tocado pelos jélis (griots, djidius, geweles), grupo de músicos, contadores de histórias, e historiadores, terá em destaque a sua história, que será o ponto de partida para uma apresentação da cultura Mandé e das transformações que sofreu ao longo dos últimos anos. À conferência, a cargo de Lucy Durán (SOAS, University of London), seguir-se-á o concerto do tocador de kora proveniente da Gâmbia, Mbye Ebrima, que será transmistido em direto pela RDPÁfrica.
Avª das Forças Armadas, 1649-026 Lisboa Auditório JJ Laginha, Edifício I Contactos: magdalua.pro@gmail.com | 963 612 816 Organização: Escola de Sociologia e Políticas Públicas (ESPP) – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) CEI - IUL
Muitos países africanos vivem um contexto em que a sociedade defronta-se constantemente contra o Estado ou corporações privadas. Nessa situação, as organizações da sociedade civil tornam-se peça fundamental no xadrez político do continente. Atuando em campos diversos e quase sempre buscando formas não tradicionais de organização, colocam novos desafios à sua análise e interpretação. Para responder a tais desafios, o Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (CEI-IUL) promoverá nos dias 12 e 13 de janeiro de 2017, a Conferência Internacional Ativismos em África, no qual serão debatidos os novos perfis do ativismo social no continente africano e as perspetivas de mudança trazidas pelos mesmos.
Em um continente em rápida transformação no qual a atuação dos Estados é frequentemente insuficiente para satisfazer as necessidades das suas populações, os movimentos da sociedade civil são extremamente importantes. Muitos governantes africanos agem de maneira despótica, geralmente abusando de concentração de poder, usando a violência como instrumento de controle social e negando direitos fundamentais dos seus cidadãos e pessoas sob sua jurisdição.
Em tal situação adversa, os movimentos de ativismo social atuam como movimentos reivindicatórios e como uma resistência à ação do Estado e das grandes corporações. Atuando em diferentes campos, esses movimentos têm um papel crucial para garantir o reconhecimento dos direitos fundamentais consagrados nas constituições nacionais.
Estes movimentos têm uma atividade extensa: defendendo minorias sociais, reivindicando condições de trabalho dignas, buscando o reconhecimento de minorias políticas ou grupos marginalizados, os ativistas da sociedade civil ocupam um espaço cada vez mais relevante no cenário político Africano.
Organizados em formas não tradicionais, utilizam novas tecnologias – especialmente as redes sociais e as comunicações móveis – para chegar a grandes quantidades de público com as suas ações. Desempenham um papel de resistência, mas também de transformação, em mudança permanente.
Bahia Mahmud Awah, Juan Carlos Gimeno Martín, Juan Inacio Robles Picón e Maria Angeles Castaño Madroñal
11 de março de 2016, 16h00, Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL)
Enquadramento
O ‘outro’ lado aqui tão perto, a margem sul do Mediterrâneo, encerra ainda vários episódios coloniais, como este encontra procura discutir. A ficção histórica dominante insiste em associar o Mediterrâneo à Europa, identificando-o como o berço e centro das raízes históricas europeias e, em paralelo, do pensamento moderno. Esta interpretação de cariz universalizante tem vindo a ser problematizada a partir de perspetivas descoloniais, colocando o enfoque na persistência de situações coloniais nesta região, ampliando o foco de análise social à violência das relações coloniais após séculos de epistemicidios. Neste encontro, onde participam colegas que, em Espanha, têm vindo a trabalhar sobre o território e as práticas culturais e políticas de resistência e autodeterminação, o enfoque recairá sobre a persistência da violência da relação colonial nos territórios do Sahara ocidental.
Notas biográficas
Maria Angeles Castaño Madroñal é Professora na Universidade de Sevilha e membro do centro de investigação Grupo para el Estudio de las Identidades Socioculturales en Andalucia (Geisa). Doutorada em Antropologia Social, tem trabalhado e publicado sobre questões de género e migração, interculturalidade racismo e anti-racismo. A sua investigação sobre mulheres equatorianas e marroquinas migrantes em Espanha é de particular relevância para os temas em discussão no segundo semestre letivo do curso, constituindo um contributo importante para os estudantes.
Bahia Mahmud Awah é escritor, poeta e jornalista sarauí. Atualmente, colabora como docente convidado na Universidade autónoma de Madrid, trabalhando num projeto de investigação sobre poesia sarauí e sobre a memória na literatura do Sahara Ocidental. Em 2001 fundou em Madrid o projeto informativo culturalPoemario por un Sahara Libre. O seu trabalho de investigação sobre a literatura saraui e sobre as relações coloniais e pos-coloniais de Espanha com o Sahara Ocidental é de grande relevância para as questões abordadas no doutoramento. A sua colaboração com o Programa será particularmente pertinente pelo facto de trazer à discussão contextos habitualmente marginalizados no debate sobre as questões coloniais/pos-coloniais.
Juan Inacio Robles Picón é docente no Departamento de Antropologia Social da Universidade Autónoma de Madrid. É membro da ONGD Antropología en Acción e do Grupo de Antropologia Audiovisual do Instituto Madrileño de Antropología. É investigador no Grupo de Estudios Coloniales: Sáhara Occidental trabalhando sobre Antropología Audiovisual como técnica de investigação e meio de comunicação e sobre os contextos andinos da América Latina e o Saara Ocidental-Mauritânia, em África. O seu contributo será especialmente relevante para os/as estudantes que desenvolvem as suas propostas de tese sobre cinema ou que esperam recorrer a metodologias audiovisuais de suporte à sua investigação doutoral.
Juan Carlos Gimeno Martín é Doutorado em Filosofia pela Universidade Autónoma de Madrid (UAM) e Professor Titular de Antropologia na UAM. Foi diretor do Departamento de Antropologia Social e Pensamento Filosófico Espanhol (UAM) de 2006-2010. Atualmente é Investigador principal do projeto I+D+i (2013-2015):Consolidación y declive del orden colonial español en el Sahara Occidental (Ifni-Tarfalla-Sahara: 1956-1976).
Atividade no âmbito do Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe) e do Programa de Doutoramento Pós-Colonialismos e Cidadania Global