Margot, filme de Catarina Alves Costa

2022/Portugal/72’


Entre 1958 e 1961, Margot Dias integrou quatro missões etnográficas ao extremo Norte de Moçambique. Filmou e gravou centenas de minutos, registos visuais e sonoros únicos da cultura makonde. Essa viagem mudou a sua vida. Procura-se retratar a mulher por detrás dos registos destas viagens, da sua juventude na Alemanha dos anos 1920 ao encontro e casamento com o etnólogo português Jorge Dias e às missões que fizeram juntos à então colónia portuguesa. No reencontro com os makondes de hoje, devolvendo-lhes estas imagens, a realizadora procura o olhar da outra realizadora, que conheceu no fim da sua vida.

DocLisboa, 11 Out — 19:00 / 72’Culturgest Auditório Emílio Rui Vilar, Q&A, 16 Out — 22:00 / 72 Culturgest Pequeno Auditório

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29.09.2022 | par martalanca | etnografia, Jorge Dias, maconde, Margot Dias, Moçambiquem Alemanha

Ruy Duarte de Carvalho | 80 anos | ciclo de conversas online

Passam, em Abril, 80 anos sobre o nascimento de Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010). Escritor, antropólogo, cineasta, professor universitário, Ruy Duarte de Carvalho deixou publicada uma extensa obra, atravessada de abordagens cruzadas e géneros inclassificáveis, da literatura à antropologia ou ao cinema.

Cartaz de Alejandro Levacov.Cartaz de Alejandro Levacov.
Procurando dar conta da dimensão multifacetada do seu trabalho, propomos um ciclo de conversas online* com um conjunto de investigadoras que se têm dedicado ao estudo da sua obra.
* Sala de Zoom cedida pelo c.e.m. – centro dm movimento.
https://zoom.us/j/2302601308?pwd=ZjhNRVlDc2VVeUdxeWsvTVZQblJQUT09
Meeting ID: 230 260 1308
Passcode: 123

Uma Abertura à Experiência: a Fotografia de Ruy Duarte Carvalho ao Longo do seu Projecto Etnográfico sobre os Pastores do Sul Rural de Angola | Conversa com Inês Ponte
Quarta-feira, 7 de Abril, às 18h30
Esta conversa aborda as vidas da produção fotográfica de Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010), antropólogo angolano nascido em Portugal que, a meio da prolongada guerra civil no país (1975-2002), se envolveu com os pastores transumantes Ovakuvale da região semiárida do Sul de Angola. Durante os anos 90, Carvalho utilizou a fotografia analógica para documentar o seu trabalho de campo entre os pastores, e posteriormente empreendeu várias experiências com elas para fins etnográficos. Partindo da actual remontagem do seu arquivo pessoal após a sua morte, exploro usos públicos das suas imagens sobre os pastores durante a sua vida, para discutir as formas como as articulou através de diversos modos expressivos e iniciativas – tais como aguarelas, distintas publicações ilustradas, em duas exposições temporárias e numa peça de teatro. Oferecendo a oportunidade de nos rendermos a uma prática experimental ampla que torna o seu projeto etnográfico sobre os Ovakuvale particularmente revelador, abordo através de materiais de arquivo as orientações seguidas na apresentação dessas imagens, e dimensões temporais salientes entre o seu método de produção e esses usos e reusos posteriores, em contexto pós-colonial.
Inês Ponte é investigadora associada no ICS-ULIsboa. É antropóloga, tem pesquisado sobre fotografia e cinema, e suas relações com as ciências sociais, em particular com a antropologia, cruzando investigação com vídeo.

Ler a Nação no Cinema de Ruy Duarte de Carvalho | Conversa com Inês Cordeiro Dias
Quarta-feira, 14 de Abril, às 18h30
Esta apresentação pretende pensar os filmes de Ruy Duarte de Carvalho a partir de alguns dos seus textos sobre cinema, reunidos no livro A câmara, a escrita e a coisa dita… Vamos dar particular atenção às construções da ideia de nação nos filmes realizados nos anos 70, e de como estes pensam o que significa ser angolano num país tão diverso como é Angola.
Inês Cordeiro Dias é Professora Auxiliar de Estudos Lusófonos na Universidade de Leeds. Tem um doutoramento da UCLA e a sua pesquisa inclui cinema brasileiro, moçambicano, angolano e português.

A Realidade em Estado de Palavra: uma Conversa sobre a Escrita Dialógica de Ruy Duarte de Carvalho | Conversa com Anita Moraes
Quarta-feira, 21 de Abril, às 18h30
A produção literária de Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010) chama a atenção pela maneira como lida com o complexo problema da representação. Já o título do seu primeiro romance, Os papéis do inglês(2000), que inaugura a trilogia Os filhos de Próspero, anuncia o carácter palpável que a palavra (na materialidade sugerida por “papéis”) tende a adquirir na sua escrita. Nesta conversa, procurarei apresentar como entendo tal processo de evidenciação da palavra nas narrativas de Ruy Duarte de Carvalho, algo perceptível desde os contos de Como se o mundo não tivesse leste (1977). Pretendo, ainda, tratar de seu permanente diálogo com os pastores Kuvale e abordar, ainda que brevemente, alguns aspectos do “Decálogo neoanimista”, texto-manifesto publicado pelo autor em 2009.
Anita Moraes é professora de Teoria da Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF). Os seus interesses de pesquisa voltam-se para as literaturas de língua portuguesa e envolvem as relações entre Literatura, Antropologia e os Estudos Pós-Coloniais.

30.03.2021 | par Alícia Gaspar | angola, ciclo de conversas online, cinema, escrita dialógica, etnografia, fotografia, livraria tigre de papel, Ruy Duarte de Carvalho

Apresentação do livro " The Protean Web. Literature and Ethnography in Lusophone Africa" de Ana Maria Martinho Gale

13.12.2011 | par joanapires | Africa, etnografia, lançamento livro, literatura

“Razões Práticas: alguns debates etnográficos” no ICS - LISBOA

Encontro PERMOB 29 de Março - Instituto de Ciências Sociais

No processo etnográfico, o analista encontra-se perante situações em que tem que atribuir causalidades às acções dos etnografados.  Essas atribuições tomam em conta tanto com uma apreciação do contexto para a acção tal como avaliado pelo etnógrafo no decorrer do trabalho de campo como com uma relação entre esse contexto e as justificações causais que os etnografados explicitaram.  Em suma, no processo etnográfico existe um entrelaçamento entre duas formas de atribuição de razão para a acção (de “razão prática” como diriam alguns filósofos).  Ora, se aceitarmos que a condição humana é uma de sobredeterminação – isto é, em que não há limite para todas as determinações/causas que contribuíram para um qualquer gesto individual – então, somos confrontados com a necessidade de escolher razões.  Como validamos nós as razões que nos foram dadas? 

Esta questão, por demais abstracta e geral, poderá parecer muito distante do nosso empenho etnográfico quotidiano.  Contudo, ela está presente em tudo o que escrevemos.  O desafio que vos damos é resultante da leitura dos vossos projectos e de verificarmos que, em todos os vossos projectos, emergia uma preocupação em explicar as razões que as pessoas vos davam para agir.  Propomos que peguem em algum exemplo etnográfico que já tenham em mãos e que o venham discutir connosco, no sentido de nos ajudar a todos a pensar as formas como, nas nossas etnografias, lidamos com as atribuições (nossas e dos nossos etnografados) de razões práticas.

 

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24.03.2011 | par martalanca | etnografia

Seminário “Compreender o ‘Espaço do Lar’ na cidade Africana - Maputo”

 

28 de Setembro de 2010, 14.00 – 17.30

No Centro de Estudos Africanos do ISCTE, em Lisboa

Este projecto interdisciplinar e longitudinal de investigação procurou compreender as formas emergentes de ‘urbanismo enquanto modo de vida’ nas cidades africanas de urbanização acelerada. 

Os investigadores apresentarão no Seminário as conclusões iniciais de duas das três linhas de pesquisa em torno das quais este projecto se estrutura: (i) estudo dos espaços edificados e habitacionais e das condições socioeconómicas dos agregados familiares, realizado em áreas representativas das zonas peri-urbanas da cidade de Maputo (ii) estudo aprofundado de carácter etnográfico, focalizado num conjunto de famílias seleccionadas da amostra total e que tem como objectivo investigar o ‘Espaço do Lar’ enquanto construção social.

Inscrições (até 15 de Setembro), morada e programa

AQUI

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“Understanding Home Space in the African city; the case of Maputo”,

28th September 2010, 14.00 -17.30, The Centre for African studies, ISCTE-IUL, Lisbon.

Through this, the international project seeks to understand the nature of emerging forms of ‘urbanism as a way of life’ in rapidly urbanizing cities in Africa, using Maputo as a detailed case study.

The researchers will present the initial conclusions of two of the three research areas that structure the project: (i) the longitudinal built environment and household socio-economic study for a representative section of the peri-urban areas of Maputo city and (ii) the in-depth ethnographic study of a smaller sample of households vis-à-vis the wider family and social construction of home.

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Arquivo BualaArquivo Buala

11.09.2010 | par martamestre | espaço, etnografia, Maputo, urbanismo