Coral dos Corpos sem Norte, criação de Kiluanji Kia Henda

20 sáb, 19h e 21 dom, 16h na Sala Estúdio Valentim de Barros / Jardins do Bombarda (Lisboa)

No deserto angolano, outrora o fundo de um mar, viajantes que retornam às suas terras podem ser alvos de “pemba”, feitiço que os impede de sair novamente. Coral dos Corpos sem Norte pensa a migração como um processo da pemba. Uma maldição que acompanha o indivíduo a cada passo e o leva de regresso ao ponto de partida. Um caminho de círculos concêntricos sem início e sem final.
A condição de diáspora, forçada ou escolhida, faz parte da condição humana. Nesse movimento, ao invés de paraísos, os migrantes que acreditam numa vida possível no continente europeu encontram uma realidade atroz.
Esta obra confronta a imagem de razão, paz e moralidade projetada pela Europa, desde o chamado Iluminismo. Uma imagem em contraste com a realidade de uma força supremacista que colonizou o continente africano e de um Mar Mediterrâneo que se tornou um cemitério para todos os que foram mortos durante a tentativa de travessia.

 

 

texto Kiluanji Kia Henda e Lucas Parente
criação Kiluanji Kia Henda apoio à dramaturgia Zia Soares
interpretação Lua Aurora, Natacha Campos
coreografia Vânia Doutel Vaz, Natacha Campos, Kiluanji Kia Henda 
figurinos Neusa Trovoada
desenho de luz Iorgos Konstantinidis
modelação e modelagem em gesso Eva Lopes
música Michel Figueiredo (aka Zumbi Albino)
técnico de som Bernardo Barata edição de vídeo Lucas Parente desenho técnico Lilianne Kiame construção e instalação Forsemat Lda
comissão e produção BoCA - Biennial of Contemporary Arts (Lisboa)coprodução Teatro Nacional D. Maria II, MAAT

16.09.2025 | par martalanca | kiluanji kia henda