Arquiteturas Film Festival anuncia os filmes vencedores deste ano

Já são conhecidos os vencedores da secção de competição. No próximo ano, o festival decorrerá no Batalha Centro de Cinema, entre outros espaços da cidade.

©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

De 27 de Setembro a 1 de Outubro, o Arquiteturas Film Festival decorreu pela primeira vez no Porto, e reafirmou-se como uma relevante plataforma para a disseminação da cultura arquitetónica. Celebrou práticas espaciais que abordam a ideia de “abrandamento” na arquitetura contemporânea. O festival, organizado pelo INSTITUTO, decorreu em vários espaços da cidade, como a Casa Comum, a FAUP, a Fundação Marques da Silva, o INSTITUTO e o Cinema Passos Manuel, sob quatro eixos: Programa Oficial, Programa da Instituição Convidada, Programa Experimental e Programa de Competição. 

Para além da apresentação de filmes, o festival potenciou conversas, masterclasses e uma exposição, que possibilitaram debates mais aprofundados sobre as temáticas e as pesquisas inerentes à produção dos filmes. Pela primeira vez, o festival contou com uma Instituição convidada, o Centre for Documentary Architecture, que apresentou um ciclo de filmes, debates e uma exposição na Fundação Marques da Silva, patente até ao dia 22 de outubro.  

Já são conhecidos os vencedores da secção de Competição do festival, em cinco categorias: a nova categoria Consciência Social, bem como Documentário, Experimental, Ficção, Talento Emergente e Prémio do Público. 

Entre os filmes premiados, destacam-se duas produções portuguesas: “Luz de Presença” (Ficção), de Diogo Costa Amarante, com uma protagonista da vida noturna da cidade do Porto, e “Lugares de Ausência” (Talento Emergente), de Melanie Pereira, um filme biográfico sobre a questão da emigração entre Portugal e Luxemburgo. De destacar também a nova categoria de prémio de Consciência Social, que premiou o filme “Neighbors in my backyard”, que apresenta um dispositivo de segregação entre dois bairros da cidade de Montreal, no Canadá, construído em 1960 e ainda presente nos dias de hoje. O público do festival votou como melhor filme “What Shall We Do With These Buildings?”, de Jonathan Ben-Shaul, filmado em Kharkiv pouco tempo antes do conflito que viria a marcar a vida e a paisagem urbana da Ucrânia. Desde que o filme foi filmado, a cidade foi bombardeada, tornando-se este um retrato de uma Ucrânia esperançosa em lidar com os seus conflitos latentes. O ator-bailarino do filme, Igor Klyuchnik, é um dos fundadores do grupo de voluntários Evacuate Kharkiv, que já evacuou da cidade mais de 5000 civis. 

O Arquiteturas Film Festival destaca assim filmes que abordam questões de justiça e igualdade social e espacial. Afirma-se, assim, como plataforma para promover causas relevantes que afetam as cidades, o ambiente construído, e a sociedade atual.

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©Renato Cruz Santos©Renato Cruz Santos©Ivo Tavares Studio©Ivo Tavares Studio

Eis os filmes galardoados:

Categoria Consciência Social — “Neighbors in my backyard”

Realizador: Eli Jean Tahchi

País: Canada

 

Categoria Ficção — “Luz de Presença” 

Realizador: Diogo Costa Amarante

País: Portugal 

 

Categoria Novo Talento — “Lugares de Ausência” 

Realizador: Melanie Pereira

País: Portugal

 

Categoria Documental — “Concrete Forms of Resistance”

Realizador: Nick Jordan

País: United Kingdom / Lebanon

 

Categoria Experimental —Terrain Vague

Director: Edward Kihn

País: United States

 

Prémio do Público —  What Shall We Do With These Buildings?

Realizador: Jonathan Ben-Shaul

País: Ucrânia

 

Menção Honrosa — Per voi oggi la luce del sole non splenderà

Realizador: Andrea Bordoli

País: Switzerland

No próximo ano, o festival decorrerá mais cedo e em co-produção entre o INSTITUTO e o renovado Batalha Centro de Cinema, sob um tema a anunciar em breve, envolvendo novamente uma rede de espaços da cidade. As datas já estão definidas: 27 de junho a 1 de julho de 2023.

©Renato Cruz Santos©Renato Cruz Santos

04.10.2022 | by Alícia Gaspar | arquitecturas film festival, batalha centro de cinema, cinema, documentários, filmes vencedores, instituto, Paulo Moreira, slow down

Festival Imaterial | Património pensado e vivido

1 — 9 OUT 2022
Évora, Portugal

Em época de globalização, é comum pensar-se que o mundo cabe no ecrã de qualquer telemóvel. Mas a imensa riqueza das culturas e dos povos que se espalham pelo planeta, e as suas formas de expressão só são verdadeiramente partilhadas quando público e artistas se olham e estabelecem um diálogo real.

O Imaterial acredita que é nessa presença que a escuta se apura, que as barreiras se destroem, que as diferenças e as afinidades se tornam uma ponte capaz de ligar duas margens. Uma ponte entre lugares e visões da vida, mas também entre passado e presente, entre os legados recebidos de gerações anteriores e reinventados para o agora.

No Imaterial, o “outro” só existe enquanto espelho de cada um. Só existe na descoberta de que o muito que nos separa é, afinal, aquilo que mais nos aproxima.

Programa


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03.10.2022 | by Alícia Gaspar | artes, ciclos de cinema, cinema, conferências, cultura, évora, festival imaterial

Céline Sciamma abre ciclo de cinema no Porto, a 24 de setembro

Entre setembro de 2022 e janeiro de 2023, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, em parceria com o Cinema Trindade, vão promover sessões de cinema seguidas de debate com nomes fundamentais do cinema contemporâneo. Os realizadores Céline Sciamma, Lucrecia Martel, Atom Egoyan, Marco Martins e João Canijo integram o programa.

No dia 24 de setembro, às 21h30, será exibido o filme Retrato da Rapariga em Chamas (2019), com a presença de uma das mais promissoras realizadoras francesas Céline Sciamma. No final da sessão, a realizadora participará numa conversa com o público. Um filme de 2019, que conta a história de Marianne, uma pintora encarregue de fazer o retrato de casamento de Héloïse, uma jovem que acaba de sair do convento. Com este filme, a cineasta surpreendeu o mundo cinéfilo, fazendo um drama queer no universo do filme de época (final do século XVIII), que estreou na competição oficial de Cannes. Outras obras que demonstram uma vontade de olhar para o universo feminino e para a fluidez das suas identidades são os filmes Bando de Raparigas (2014) ou Petite Maman (2021).

“Mais uma vez, a Escola das Artes, agora em parceria com a Fundação Gulbenkian, proporciona, ao público do Porto, o contacto direto com obras e autores tão relevantes como Lucrecia Martel, Céline Sciamma ou Atom Egoyan. É um verdadeiro privilégio tê-los connosco e partilhar com eles as suas visões do cinema,” salienta Daniel Ribas, coordenador do Mestrado em Cinema da Escola das Artes.

Esta iniciativa da Escola das Artes e da Fundação Calouste Gulbenkian, com o Cinema Trindade, tem início a 24 de setembro, às 21h30, no Cinema Trindade, no Porto. Em outubro será a vez de Lucrecia Martel, em novembro de Atom Egoyan, em dezembro de Marco Martins e em janeiro de 2023 o ciclo de cinema termina com João Canijo (janeiro 2023).

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16.09.2022 | by Alícia Gaspar | céline sciamma, cinema, cultura, escola das artes, universidade católica do porto

Retrospetiva Ariel De Bigault Na Cinemateca

Inserida no programa da Temporada Portugal-França 2022, “Margens Atlânticas” desdobra-se em duas programações paralelas. Para além do ciclo de filmes exibidos pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, entre 19 e 24 de setembro, é apresentada, no Espaço Espelho d’Agua, uma exposição de Ariel de Bigault e Francisco Vidal (17-29 de setembro).

Ariel de Bigault é uma realizadora francesa, profunda conhecedora da história e da cultura portuguesas, que tem levado a cabo uma das mais consistentes e empenhadas indagações cinematográficas sobre a história do racismo que liga Portugal ao resto do mundo lusófono. Remonta aos retratos que fez de artistas afro-brasileiros, em 1987, ÉCLATS NOIRS DU SAMBA, entre eles, de Paulo Moura e Gilberto Gil, esse questionamento crítico das raízes da discriminação racial que ainda hoje persiste e, com essa tomada de consciência, sobreveio a vontade de dar visibilidade às comunidades em sofrimento e marginalizadas.

De qualquer modo, antes de ter partido para o Brasil, a sua primeira preocupação foi a de filmar, em registo de cinema vérité, MULHERES EM LUTA (título raro, filmado em 8 mm, que por razões de preservação não será exibido neste ciclo), no Portugal sob o efeito da Revolução de Abril; documentou ainda o mundo de duas crianças com síndrome de Down, numa produção que intitulou EDUARDO E FERNANDO, e, por fim, em ESTÃO A VER-NOS?, deu expressão aos sonhos de uma criança cega. O título deste filme é premonitório de muito do que se seguiu, ainda que seja sobretudo na voz, e não nos olhos, que Bigault encontrou as principais formas de resistência ao racismo. Aliás, a arte costuma surgir nos seus filmes como um modo de libertação e denúncia de situações, mais ou menos veladas, de injustiça, de desespero e de pobreza.

Não menos importante que o seu trabalho no cinema são as duas coletâneas de música caboverdiana e angolana que ajudou a editar nos anos 90 do século passado. Por “estar tudo” na música cantada por homens e mulheres africanos ou descendentes de africanos, Bigault preencheu uma parte importante da sua carreira “colecionando” as vozes de quem se expressa fundamentalmente através de canções: em MARGEM ATLÂNTICA, após um retrato multigeracional de imigrantes africanos vivendo em Lisboa chamado AFRO LISBOA, Bigault regressou à capital para falar com músicos de ascendência africana, ao passo que, em CANTA ANGOLA, encontrou em Luanda ecos do passado esclavagista e tons que vibram perante o sofrimento dos nossos dias. FANTASMAS DO IMPÉRIO, em certa medida, substituiu a música pelas imagens do cinema, aquelas que ainda vão resistindo ao processo de não-inscrição do passado colonial no nosso imaginário coletivo: um filme que diz “olhem para o passado” ou, citando o seu filme iniciático, “estão a vê-lo?”. 

Aquando da passagem de FANTASMAS DO IMPÉRIO, em 2020, na Cinemateca Portuguesa, Ariel de Bigault explicitou deste modo o que constitui para si o espaço do documentário: “O filme é um espaço de encontro e de diálogo de obras, de pessoas, de criadores. Todos os meus filmes são muito diferentes na forma, mas não têm comentário, porque é o meu olhar, não é um ponto de vista. O meu olhar abrange vários olhares. (…) Através desses diálogos, o espectador pode criar o seu ponto de vista.” 

Programa

 

Segunda-feira 19, 19h00

Fantasmas do Império (2020) 112 min

 

Terça-feira 20, 19h30

Eclats Noirs Du Samba (série) 1987

Cariocas, Les Musiciens De La Ville – 58 min

Paulo Moura, Une Infinie Musique – 56 min

duração total 114 min

 

Quarta-feira 21, 19h30

Eclats Noirs Du Samba (série) 1987

Gilberto Gil, La Passion Sereine – 57 min

Zézé Motta, La Femme Enchantée – 56 min

duração total: 113 min

 

Quinta-feira 22, 19h30

Eduardo e Fernando 1981- 45 min

Estão a Ver-nos? 1982 - 60 min

duração total 105 min

 

Sexta-feira 23, 19h30

Canta Angola 2000 – 59 min

Si Manera e Feia 1990– 2 x 4 min

Tito Paris 2002 – 12 min

Madredeus, La Sirène Du Tage 2005 – 15 min

duração total 95 min

 

Sabado 24, 18h

Esplanada da Cinemateca

Debate: Das Margens para o Foco

 

Sabado 24, 19h30

Afro Lisboa, 1996 – 60 min

Margem Atlântica, 2006 – 58 min

duração total 118 min

 

**Todos os filmes são em português, alguns legendados em francês**

13.09.2022 | by Alícia Gaspar | Ariel de Bigault, cinema, cinemateca portuguesa, cultura, evento, Francisco Vidal, pós-colonialismo

Panorama #22

Exposições, sessões de cinema e concertos abrem ao público na Escola das Artes


Entre 16 e 17 de setembro, a Escola das Artes vai apresentar os projetos artísticos dos estudantes finalistas em exposições, sessões de cinema, concertos e conversas. Um momento de partilha onde também será apresentado o Anuário 21-22. A entrada é gratuita e as sessões vão decorrer em vários espaços da Escola das Artes da Universidade Católica no Porto.

O que une todas e todos é a forma como cada um dos projetos finais que agora apresenta, e que simbolicamente são o elemento de conclusão da sua passagem por esta universidade, expressam a diversidade, a liberdade e a permanente experimentação artísticas, que são valores axiais do projeto pedagógico e cultural da EA,” salienta Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes, reforçando que “O Panorama #22 não celebra unicamente o percurso que os finalistas fizeram na Escola das Artes da Universidade Católica, mas projeta-os no futuro.”

Entre concertos, performances musicais, exposições e talks, a comunidade da Escola das Artes da Universidade Católica irá mostrar os trabalhos dos seus estudantes finalistas nas mais diferentes áreas: Conservação e Restauro; Animação; Cinema; Fotografia; Indústrias Criativas; New Media Art; Sound, Art e Design; e Som e Imagem.

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13.09.2022 | by Alícia Gaspar | anuário, cinema, concerto, conversa, Escola de Artes, exposição, panorama, universidade católica do porto

Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental

Sarah Maldoror, Maya Mihindou, Chloé Quenum, Anna Tje.

Patente até 27.11.2022

Horário: Terça a domingo das 10h-13h e 14h-18h

Local: Torreão Nascente da Cordoaria Nacional

As Galerias Municipais apresentam no Torreão Nascente da Cordoaria a exposição “Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental”, organizada pelo Palais de Tokyo, Paris, e pelas Galerias Municipais, Lisboa, no âmbito da programação da Temporada Portugal – França 2022. A exposição foi apresentada no Palais de Tokyo entre 25/11/2021 e 13/03/2022.

A obra da cineasta Sarah Maldoror encontra-se associada às lutas de libertação de várias nações do continente africano nas décadas de 1960 e 1970, as quais constituem o tema e pano de fundo de muitos dos seus filmes. Nascida em Gers, em 1929, a cineasta emerge na cena cultural parisiense em meados da década de 1950, utilizando já o nome adotado de Maldoror em alusão ao herói maléfico dos Cantos de Maldoror (1868) do Conde de Lautréamont, redescobertos e celebrados pelos poetas surrealistas e nos quais Aimé Césaire encontrava “o homem de ferro forjado pela sociedade capitalista” (in Discurso sobre o Colonialismo, 1950).

À época, Sarah Maldoror fundava Les Griots, a primeira companhia de teatro de atrizes e atores afrodescendentes em França, que se tornou famosa com a escandalosa produção de Os Negros, de Jean Genet. Porém, Maldoror já se encontrava noutro lugar, a Leste e a Sul: em África, com o seu parceiro Mário Pinto de Andrade, em Moscovo para estudar cinema, e depois em Argel, antes de se instalar em Saint-Denis, perto de Paris, a partir de onde continuaria a viajar, pelas Caraíbas e pelos continentes africano e americano.

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10.09.2022 | by Alícia Gaspar | cinema, cinema tricontinental, cultura, pós-colonialismo, Sarah Maldoror

Doc's Kingdom 2022: Sneak Preview

Com a presença de MARIANA CALÓ e FRANCISCO QUEIMADELA, ALEXANDRA CUESTA, PAULA GAITÁN, BORIS LEHMAN e JOÃO VIEIRA TORRES, o Doc’s Kingdom 2022 inicia às 18h de quinta-feira, 1 de setembro e termina ao meio-dia de terça-feira, 6 de setembro.

As inscrições estão abertas ao público, por ordem de chegada, no formulário de inscrição.

A inscrição (190€) inclui todo o programa do Doc’s Kingdom 2022 em Arcos de Valdevez (sessões de cinema, debates, refeições, passeios e outras actividades), entre 1 e 6 de setembro. A inscrição diária (50€) inclui todo o programa do dia correspondente.

O seminário Doc’s Kingdom é concebido como uma experiência imersiva, com três sessões de cinema por dia a partir das 10h, um programa surpresa até ao início de cada projecção, debates ao ar livre com e entre cineastas, refeições de convívio e passeios.

A cineasta e fotógrafa Alexandra Cuesta vive e trabalha entre o Equador e os Estados Unidos. Os seus vídeos e filmes em 16mm são retratos de lugares públicos, paisagens urbanas e das pessoas que os habitam. Reminiscente de práticas documentais como a fotografia de rua, o trabalho de Cuesta está enraizado na sensibilidade poética e lírica da vanguarda, combinando práticas documentais e antropologia visual, investigando a reciprocidade do olhar na representação baseada no tempo.

Ao longo de cerca de 45 anos, o cineasta belga Boris Lehman realizou e produziu mais de 75 filmes, entre curtas e longas-metragens, documentário e ficção, ensaios e autobiografias, trabalhando essencialmente em 8mm, super8 e 16mm. A obra de Lehman invade espaços pessoais – a sala de estar, o estúdio do artista, o álbum de fotografias. Contrastando com essa intimidade está uma nota quase etnográfica, trazida pela forma como o pessoal se torna o universal.

João Vieira Torres, artista franco-brasileiro, vive e trabalha em Paris desde 2002. Vieira Torres utiliza diversas formas de expressão artística: a fotografia, o cinema, a videoarte e a performance. Um dos principais eixos do seu trabalho é a questão do “ser-se estrangeiro” e as formas de instabilidade e rupturas de perspectiva que nelas se originam, a dificuldade de estabelecer raízes ou âncoras, sejam elas em relação ao território, à identidade, ou ao próprio corpo.

Mariana Caló e Francisco Queimadela são artistas pluridisciplinares que trabalham como dupla desde 2010, desenvolvendo a sua prática através do uso privilegiado da imagem em movimento, tanto na realização de filmes como em conjugação com o desenho, a pintura, a fotografia ou a escultura em contextos expositivos. O interesse pelo diálogo entre o biológico, o cultural e o vernacular é recorrente no seu trabalho.

Paula Gaitán, artista plástica, fotógrafa, escritora e realizadora, começou a trabalhar em cinema em 1978 quando, a convite de Glauber Rocha, fez a direcção de arte no filme “A Idade da Terra” (1980). Entre curtas e longas-metragens, realizou cerca de 15 filmes como, entre outros, “Uaka” (1988) ou “Exilados do Vulcão” (2013). Em 2021, foi homenageada na Mostra de Tiradentes e estreou o épico “Luz nos Trópicos” (2020) na Berlinale. Em 2022, foi artista convidada da DAAD, em Berlim. Transgredindo normas e convecções, a obra radical de Gaitán fortalece um diálogo com as artes visuais, a fotografia e o som, transitando entre uma abordagem pessoal e intimista e uma perspectiva etnográfica.

Boas Vindas ao Doc’s Kingdom 2022 com The Netherlands Film Academy e Stereo Editions

O acolhimento do Doc’s Kingdom 2022 tem lugar na sala de debates do seminário, no Centro Paroquial de Arcos de Valdevez, dia 1 de setembro às 18h, com a presença do cineasta galego Alberte Pagán, para a apresentação do seu livro “Emotional Materials/Personal Processes”, publicado pela Stereo Editions, que junta seis entrevistas com cineastas experimentais como Peter Kubelka ou Ken Jacobs, realizadas ao longo de várias edições do mítico S8 — Festival de Cinema Periférico, realizado anualmente na vizinha Corunha.

Em colaboração com o novo Master of Film, artistic research in and through cinema da Netherlands Film Academy, um grupo de sete estudantes, acompanhado pela professora e cineasta galega Diana Toucedo, apresenta uma conversa colectiva sobre processos criativos, observação, escuta e atenção, inaugurando o círculo de debates do Doc’s Kingdom 2022.

O encontro de boas vindas ao Doc’s Kingdom 2022 realiza-se no âmbito do programa de residências e bolsas Dear Doc, desenvolvido com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Paula Gaitán, Mariana Caló e Francisco Queimadela na sessão de abertura do Doc’s Kingdom 2022

A primeira sessão do Doc’s Kingdom 2022, dia 1 de setembro, às 22h, na Casa das Artes de Arcos de Valdevez, apresenta uma miniatura burlesca de Mariana Caló e Francisco Queimadela, seguida de uma viagem sónica guiada pelos gestos indomáveis do encontro entre a câmara de Paula Gaitán e a guitarra de Arto Lindsay, num filme que é um retrato do músico radicado no Brasil, mas antes de tudo um documentário sobre a própria ideia de som e sobre a relação entre o corpo e a música.

Centenário NANOOK com The Flaherty Film Seminar

Allakariallak no filme Nanook of the North (1922)Allakariallak no filme Nanook of the North (1922)

Em colaboração com o Flaherty Film Seminar, fundado por Frances Flaherty em 1954, o Doc’s Kingdom 2022 organiza uma sessão especial de Nanook of the North (1922), de Robert Flaherty, no domingo 4 de setembro, seguida de debate com a participação de José Manuel Costa, director da Cinemateca Portuguesa, fundador do seminário Doc’s Kingdom e participante no 25th Flaherty Film Seminar, em 1979.

Residentes Dear Doc com o apoio da Fundação Gulbenkian

O programa Dear Doc, desenvolvido desde 2016 com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, cria um contexto internacional de colaboração para um grupo de residentes no seminário Doc’s Kingdom. Em 2022, para além do grupo de residentes com bolsa, o programa Dear Doc inclui uma série de sessões online e uma colaboração com o Master of Film, artistic research in and through cinema da Netherlands Film Academy.

São residentes Dear Doc 2022:

Agnieska Szeffel  Curadora independente, fundadora e programadora da secção “Lost Lost Lost” no festival internacional de cinema New Horizons, na Polónia. Agnieska é autora do livro “Pedro Costa: An Unwritten Story” (2018) e encontra-se a preparar um programa de cinema português para a edição de 2023 do festival New Horizons.

Cátia Rodrigues  Programadora no Festival Curtas Vila do Conde e no CineNova, editora e crítica no CINEblog IFILNova. Licenciada em Filosofia pela U. Porto, Cátia está actualmente a escrever a sua dissertação de Mestrado em Estudos Artísticos na U. Nova de Lisboa em torno do gesto de mostrar enquanto gesto ético-estético fundacional no cinema de Abbas Kiarostami.

Clara Jost — Realizadora, licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Autora do premiado “Meine Liebe” (2020), Clara terminou recentemente o seu novo filme por estrear, “Cosas bonitas y un par de tragedias”, no âmbito do Mestrado em Artes Audiovisuais que realizou na KASK, em Ghent, na Bélgica, com o apoio da bolsa de estudos da Fundação Gulbenkian.

Fernando Restelli — Realizador argentino a viver e a trabalhar em Lisboa, onde se encontra a realizar o seu projecto final do DocNomads Masters in Documentary Film Directing. Fernando terminou recentemente o seu novo filme por estrear, “Searching for Boris Lehman”.

Ghada Fikri — Realizadora egípcia a viver e a trabalhar em Bruxelas e Lisboa, onde se encontra a terminar o DocNomads Masters in Documentary Film Directing. Realizadora do premiado “As you can see” (2020), Ghada licenciou-se e foi depois professora na German University in Cairo.

Helena Gouveia Monteiro — Artista visual e e realizadora de cinema experimental, vive e trabalha em Dublin, onde co-dirige o LUX Critical Forum. Helena é co-fundadora da Stereo Editions, que publicou recentemente “Emotional Materials/Personal Processes - Six Interviews with Experimental Filmmakers”, de Alberte Pagán.

Kinga Nguyen — Finalista de Sociologia na Universidade de Varsóvia, prepara uma tese onde analisa a identidade social criada através do humor por grupos de extrema direita na Polónia. Kinga é polaca, de origem vietnamita, e encontra-se a estagiar na produtora portuguesa Kintop, como assistente de montagem no novo filme de Susana de Sousa Dias.

Maria Patrão — Realizadora, licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Realizou o filme “Meia Luz” (2021), vencedor do Prémio Pedro Fortes para Melhor Filme Português na secção Verdes Anos do festival Doclisboa. Maria encontra-se actualmente na Elías Querejeta Zine Eskola, onde dá continuidade ao seu trabalho sobre o cineasta António Reis no Mestrado em Film Preservation Studies, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Teresa Chow — Artista visual, licenciada em escultura pela Faculdade de Belas Artes da U. Porto, pós-graduada em motion design na ESAD Matosinhos. Teresa desenvolve uma prática artística transdisciplinar, em imagem em movimento, edição, escultura ou publicação, tendo colaborado recentemente com o Cineclube Campo Aberto.

A Cinemateca com o Doc’s Kingdom

Depois do seminário em Arcos de Valdevez, Boris Lehman apresenta duas sessões na Cinemateca Portuguesa, a 8 e 9 de setembro: “Symphonie” (1978) e “L’Art de s’égarer” (2014); “Funérailles - De l’art de mourir” (2016). As duas sessões constituem mais uma oportunidade de revisitar o trabalho de Lehman, de conversa e discussão com o realizador.

25.08.2022 | by Alícia Gaspar | cinema, cultura, doc's Kingdom, evento

Mundo de Aventuras de José Fonte Santa I Évora

Curadoria de José Alberto Ferreira

Fundação Eugénio de Almeida I Centro de Arte e Cultura, Piso 2


Horário

MAIO - SETEMBRO
De terça-feira a domingo, 10h00-13h00 / 14h00-19h00

OUTUBRO - ABRIL
De terça-feira a domingo, 10h00-13h00 / 14h00-18h00

Entrada livre

João Fonte Santa é um dos artistas mais representativos da sua geração. O seu trabalho aborda a incessantemultiplicação de instâncias produtoras de imagens, a sua circulação na cultura de massas e a legibilidadeideológica destes processos. Fonte Santa apropria-se habitualmente de imagens — da banda desenhada aosjornais, da pintura à fotografia, da iconografia popular ao cinema — a partir das quais interroga sentidos,filiações, sensibilidades e identidades.As imagens e os seus modos de circulação integram as formações discursivas que produzem narrativasde poder e de saber. Por elas tanto se mitificam identidades como se caucionam relatos históricos ouhegemonizam discursos. É talvez por isso que elas são o campo privilegiado de questionação e de desafio,análise, desconstrução ou insubmissão por parte de muitos artistas. E é seguramente por isso que estesgestos de apropriação, transformação, re-significação e leitura instalam o acto de criação num territórioonde se cruzam crise e crítica, ética e estética, arte e sociedade.No percurso artístico de João Fonte Santa, a problematização das mitologias nacionais e a desconstruçãoda história, como acontece neste Mundo de Aventuras, tem sido uma constante. Nesta exposição, comefeito, interrogam-se narrativas identitárias em torno de três núcleos. No primeiro, aborda-se a identidadenacional, entre o Berço da nação e A portuguesa, duas peças que tensionam o tempo histórico atravessandoo espaço expositivo.Num segundo núcleo, abordam-se as imagens publicadas no relato dos exploradores portuguesesHermenegildo Capelo e Roberto Ivens, De Angola à contra-costa. As grandes telas que abrema exposição representam imagens daquele livro, originalmente publicado em 1886. Elas evocam a leituraaventurosa desta Descrição de uma viagem através do continente africano compreendendo narrativasdiversas, aventuras e importantes descobertas, como reza o subtítulo encantatório da obra, onde a faunae a flora são analisadas, fotografadas e reproduzidas ilustrando cada passo da travessia continental.Na exposição, é a fauna africana que domina as escolhas do artista, cujas telas de cores fortes e traçopreciso convidam a ler a evidência do mundo natural, submetido pelas armas e pela caça aos exploradoreshumanos. Não um paraíso, mas um paraíso selvagem que as armas domesticam e ordenam.É nesse contexto que se inscreve o terceiro núcleo, no qual o artista trabalha sobre um original debanda-desenhada português anónimo, sem título, datado de 1977, no qual se mitifica o herói branco emação numa África em guerra. A análise, apropriação, re-produção (isto é, literalmente, produção de novo)de vinhetas deste objecto contraria abertamente o eufórico mundo de aventuras que dá título à exposição.Em rigor, desafia-nos a mergulhar nos 31 desenhos da série, em chave serial, iterativa, elíptica e traumática.A exposição apresenta-se como um exercício de desmontagem das imagens de dominação, no queMarie-José Mondzain caracteriza como «descolonização do imaginário». Num mundo fortemente dominadopela imagem, o gesto de criação de (mais) imagens só pode recusar a lógica da acumulação e verter-se emanalítica do imaginário, desafiando-nos a reler as narrativas à luz das suas e das nossas contradições.É este o mundo de aventuras que lhe propomos.

José Alberto Ferreira, curador



Programa Inaugural

Sábado, 9 de julho | 16h00

Alice Geirinhas e José Alberto Ferreira conversam com João Fonte Santa sobre a exposição, seguindo-se uma visita guiada

Entrada livre, limitada à lotação do espaço

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João Fonte Santa

Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Clássica de Lisboa. Começou por se dedicar à produção de banda-desenhada underground no contexto do surgimento de fanzines. Lentamente, contudo, o seu trabalho afirmar-se-ia no campo da pintura. Trabalhando a partir de um extenso fundo de imagens e referências de cultura pop, edificaria uma obra que tem tanto de visualmente atraente como de pertinente no modo como apresenta uma visão do mundo particularmente crítica.  

Expõe regularmente desde meados dos anos 90. Das suas exposições individuais, destacam-se: 

Frozen Yougurt Potlash, Galeria VPF Cream Art, Lisboa;

O Aprendiz Preguiçoso, Festival Sonda, Atelier-Museu António Duarte, Caldas da Rainha;
Do Fotorrealismo à Abstração, Salão Olímpico, Porto.
Pintura Para Uma Nova Sociedade, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira;
TODOS OS DIAS A MESMA COISA – CARRO – TRABALHO – COMER – TRABALHO – CARRO – SOFÁ – TV – DORMIR – CARRO – TRABALHO – ATÉ QUANDO VAIS AGUENTAR? – UM EM CADA DEZ ENLOQUECE – UM EM CADA CINCO REBENTA!, Galeria VPF Cream Art, Lisboa;
O Colapso da Civilização, VPF Cream Art, Lisboa;
Bem-vindos à Cidade do Medo, MAAT, Lisboa

Algumas exposições coletivas:

Zaping Ecstazy, CAPC, Coimbra
Plan XX!, G-Mac, Glasgow
Terminal, Fundição de Oeiras, Oeiras
Gabinete Transnatural de Domingos Vandelli, Museu de História Natural da Universidade de Coimbra, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Café Portugal
, Design Factory, Bratislava; FEA, Évora
Glocalização ou Colapso, Obras na Coleção MG, espaço Adães Bermudes, Alvito
Portugal Portugueses, Museu Afro-Brasil, São Paulo
Utopia/Dystopia, MAAT, Lisboa
Studiolo XXI, FEA, Évora
A Incontornável Tangibilidade do Livro ou o Anti-Livro, MNAC, Lisboa
Cosmo/Política #7, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira;

José Alberto Ferreira
Docente convidado da Universidade de Évora, onde leciona disciplinas da área da história e teoria do teatro. Tem colaboração dispersa em vários jornais e revistas, nacionais e internacionais.  Dirigiu e produziu o Festival Escrita na Paisagem (2004-2012), no âmbito do qual programou projetos e criações de artistas nacionais e internacionais na área do teatro e do transdisciplinar. Foi o curador português do projeto INTERsection: Intimacy and Spectacle, integrado na Quadrienal de Praga. Dirigiu e programa Ciclos de São Vicente, em Évora (2011-2017). É o Director Artístico do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida desde 2018. 

Publicou, além de textos dispersos por catálogos e revistas, Uma Discreta invençam (2004), sobre Gil Vicente, Por dar-nos perdão (2006), sobre teatro medieval, Da vida das Marionetas, sobre os Bonecos de Santo Aleixo (2015). Editor e coeditor de vários títulos, de que destaca Escrita na paisagem (2005), Autos, passos e Bailinhos (2007), Tradução, Dramaturgia, Encenação  (2014), Perpectivas da investigação e(m) artes: articulações (2016), Teatro do Vestido. Um dicionário (2018). Colabora com várias organizações ministrando cursos e seminários.

08.08.2022 | by Alícia Gaspar | banda desenhada, cinema, Descolonização, exposição, fotografia, joão fonte sana, jornais, mundo de aventuras

Cine Eco | Festival de resistência regressa com cinema de impacto para refletir e (re)agir

São 70 os filmes incluídos na Seleção Oficial da 28ª edição do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que decorre em Seia entre os dias 8 e 15 de outubro. Mais de 25 países estão representados na edição deste ano, sendo Portugal, França, Espanha e Alemanha, os que têm maior número de trabalhos a concurso. Novas ‘pandemias’, doenças emergentes, fraudes alimentares, pecuária sustentável, luta de povos nativos, são algumas das temáticas abordadas.

Após um périplo por Cabo Verde e Portugal (incluindo os Açores) com várias extensões já realizadas este ano em diversas cidades portuguesas, e da participação no Fórum Mundial da Água, no Senegal, no mês de março, avizinha-se uma das mais representativas edições do festival Cine Eco em Seia, após dois anos de Pandemia que, ainda assim, não impediram a realização deste icónico Festival em 2020 e 2021.

Na sua 28ª edição entram em concurso 70 filmes sobre temáticas tão pertinentes como polémicas e que inscrevem o Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela “como um evento de charneira para a divulgação das mais recentes produções documentais sobre os mais prementes desafios ambientais e societais, mas também como um importante espaço de debate e contacto com realidades que imaginávamos pertencer apenas à dimensão das distopias”, afirma a Organização do Cine Eco.

Na Competição Internacional de Longas-Metragens figuram 11 documentários. Será possível ver o filme sensação da edição deste ano do Festival de Cannes, a adaptação do clássico de Robert Bresson, “Au Hasard Balthazar”. O mundo é um lugar misterioso quando observado pelos olhos de um burro e, no filme “EO”, do veterano realizador polaco Jerzy Skolimowski, o animal é libertado de um circo por um movimento de defesa dos animais explorados e, ironicamente, vai parar às mãos de um novo dono e alvo de maus tratos. O animal acaba por observar, em silêncio, o sofrimento, a raiva, o desespero e a solidão humana.

Do coração da Papua Nova Guiné chega o filme de Céline Rouzet sobre “tribos locais presas entre rivalidades de clãs, políticos corruptos e multinacionais aparentemente cínicas” em “140 KM À L’OUEST DU PARADIS” (França; Bélgica). No filme “TAMING THE GARDEN” (Suíça; Alemanha; Geórgia), a realizadora Salomé Jashi leva-nos numa viagem ‘delirante’ de uma árvore centenária transplantada, que atravessa o mar Negro para viver o resto dos seus dias no jardim particular do excêntrico milionário e ex-primeiro-ministro da Geórgia. Em “Aya” (Bélgica; França), o realizador Simon Gillard aborda o dilema interno de uma jovem menina confrontada com a inevitabilidade – abandonar a ilha de Lahou, na Costa do Marfim, devido à subida do nível da água do mar. Do Brasil para o Cine Eco chega a luta dos Yanomami em “A Última Floresta” de Luiz Bolognesi e “A Serra do Roncador ao Poente” de Armando Lacerda. Neste último documentário, o realizador conduz-nos pela arte rupestre dos clãs Xavante, os guardiões da Serra, que materializam os espíritos que os defendem quando “a civilização” se rebela contra eles e as suas terras. Estruturado na narrativa pessoal dos nativos da Virgínia Ocidental, “DEVIL PUT THE COAL IN THE GROUND” (EUA) de Peter Hutchinson e Lucas Sabean retrata o sofrimento e a devastação provocada pela indústria do carvão, a economia em colapso, as feridas provocadas pela epidemia dos opiáceos, a pobreza, a degradação ambiental e o desaparecimento dos Apalaches. Na Competição Internacional de Longas-Metragens concorrem ainda “LA FABRIQUE DES PANDÉMIES” (França) de Marie-Monique Robin, uma viagem por 3 continentes - Ásia, América e África - com a atriz Juliette Binoche. Depois de contactarem com mais de 20 cientistas, as evidências parecem claras: “sem uma rápida resposta, o mundo irá enfrentar uma epidemia de pandemias!”. AMUKA - L’ÉVEIL DES PAYSANS CONGOLAIS (França; Bélgica) de Antonio Spanò enquadra-nos na vida dos “ceifeiros da esperança”, os agricultores da República Democrática do Congo que lutam diariamente contra inimigos invisíveis. Do país vizinho para o Cine Eco chegam ainda dois documentários.

PEDRA I OLI (STONE AND OIL) de Àlex Dioscorides, uma imersão documental sobre o desaparecimento do olival de montanha, na Serra de Tramuntana em Maiorca, e o abandono do trabalho do campo. Já “GANADO O DESIERTO (LIVESTOCK OR DESERT)” de Francisco Vaquero Robustillo retrata o papel do gado na regeneração das pastagens, dos solos, das florestas e da água e documenta o papel do maneio e a pecuária sustentável como solução para o restauro dos ecossistemas e economias rurais.

Na Competição Internacional de Curtas Metragens participam 26 documentários e filmes de ficção de vários países como Irão, Senegal, Chile, Rússia, Austrália, Sérvia, Cuba e vários países europeus. A categoria Séries e Reportagens Televisivas integra 11 trabalhos que versam sobre temáticas tão diversas como a agricultura intensiva, fraude alimentar, novas oportunidades da agricultura sustentável, educação ecológica subaquática, o degelo, o papel das abelhas. Na Competição de Longas-Metragens em Língua Portuguesa figuram 4 películas de Portugal e Brasil; na Competição de Curtas Metragens concorrem 13 filmes e, já na Competição Panorama Regional, estão a concurso 5 trabalhos.

Os programadores deste ano do Cine Eco’22 são Cláudia Marques Santos, Tiago Fernandes Alves e Daniel Oliveira.

Sobre o CineEco

O CineEco é membro fundador e faz parte da direção da Green Film Network, uma plataforma de 40 festivais de cinema ambiental.

O CineEco 2022 é organizado de forma ininterrupta há 27 anos pelo Município de Seia e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República e do Departamento de Ambiente das Nações Unidas.

Mais informações.

02.08.2022 | by Alícia Gaspar | cine eco, cinema, cinema ambiental, ecologia, festival de resistência, planeta, serra da estrela

Cinalfama | Lisbon International Film Festival

25 julho a 29 julho 2022

Grupo Sportivo Adicense

O Bairro de Alfama recebe a primeira edição do Cinalfama – Lisbon International Film Festival. Um evento anual de cinema, com diversas categorias competitivas, programação indoor e outdoor e um programa educativo. O objetivo é celebrar o cinema e o Bairro, convocando realizadores de todo o mundo e dinamizando espaços e recantos esquecidos deste lugar histórico da cidade.

O Festival decorre em locais emblemáticos do Bairro de Alfama, como a histórica sede do Grupo Sportivo Adicense, as Escadinhas de São Miguel, o Beco do Loureiro e a Rua dos Corvos.

Programação completa aqui.

25.07.2022 | by Alícia Gaspar | alfama, bairro, bairro de alfama, bairros de lisboa, cinalfama, cinema, lisbon international film festival

Seeing Being Seen: Territories, Frontiers, Circulations 2022 – IV — María Rojas Arias

Hangar - Centro de Investigação Artística (Rua Damasceno Monteiro 12, 1170-108 Lisboa), sexta-feira, 24.06.22, 19h

Entrada livre

Projecção do filme “Abrir Monte” (Colômbia-Portugal, 2021, 25’, 16 mm. Transfer 4K) seguida de uma conversa entre María Rojas Arias e Raquel Schefer.

Uma programação de Raquel Schefer.

Still do filme 'Abrir Monte'Still do filme 'Abrir Monte'

Iniciado em 2020, o programa “Seeing Being Seen: Territories, Frontiers, Circulations”, uma proposta de Raquel Schefer, procura indagar as questões que atravessam a produção cinematográfica e artística latino-americana contemporânea. Através de formas cinematográficas experimentais, os filmes do programa figuram situações sensoriais de exposição do observador ao olhar do outro, um “ver sendo visto”, experiências de co- presença próximas de um modelo de co-representação que excede o binarismo sujeito/objecto. Os processos de activação, agenciamento e circulação de pontos de vista (humanos e não-humanos: maquínicos, animais, vegetais, minerais) atravessam as obras do programa. Todas elas superam as representações coloniais da paisagem, da natureza e da figura humana, num quadro de reciprocidade e de desantropocentrização, aspecto fundamental num período de catástrofe ecológica iminente — e de ameaça aos povos ameríndios.

Sinopse

A 19 de Julho de 1929, numa aldeia da Colômbia, um grupo de sapateiros planeou uma revolução para transformar as relações de classe e propriedade no país – auto- intitulavam-se “Os Bolcheviques do Líbano Tolima”. Não há registo dessa tentativa revolucionária que durou um só dia. As mulheres da vereda encontram-se com Aura, uma anciã anarquista, com a convicção de que a rebelião se encontra ainda em curso.

Biografias

María Rojas Arias (Bogotá) é uma artista visual e cineasta, formada na Escola de Artes KASK de Gante. O seu trabalho artístico foca-se na imagem em movimento em contextos audiovisuais e instalativos. Trabalha com material de arquivo oficial e não-oficial, procurando articular de maneira expandida as relações com acontecimentos específicos do passado que constituíram, entre outros aspectos, discursos nacionais, políticas de guerra, fundação e colonização de espaços. É co-fundadora de La Vulcanizadora, Laboratorio de Creación en Cine, Artes Visuales y Teatro Expandido.
Recebeu o prémio Next Generation da Fundação Príncipe Claus (Holanda) pelo seu trabalho audiovisual relacionado com a memória da primeira guerrilha da América Latina. O filme Abrir Monte foi exibido em diferentes festivais, tais como Documenta Madrid, Ji.lhava, Beijing, FICUNAM, Oberhausen, Bogoshorts, MIDBO, FICValdivia e Kinoforum. Abrir Monte foi galardoado com o Prémio Short Joy do Ji.hlava International Documentary Film Festival e com o Prémio para a Melhor Curta-Metragem Latino-Americana do Festival Internacional de Cine de Valdivia.

Raquel Schefer é investigadora, realizadora, programadora e docente na Universidade Sorbonne Nouvelle — Paris 3. Doutorada em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais pela Universidade Sorbonne Nouvelle com uma tese dedicada ao cinema revolucionário moçambicano, é mestre em Cinema Documental pela Universidad del Cine de Buenos Aires e licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Publicou a obra El Autorretrato en el Documental na Argentina, bem como diversos capítulos de livros e artigos em Portugal e no estrangeiro. Foi Professora Assistente na Universidade Grenoble Alpes, docente nas Universidades Paris Est — Marne-la-Vallée, Rennes 2, na Universidad del Cine de Buenos Aires e na Universidad de la Comunicación, na Cidade do México, e investigadora convidada na Universidade da Califórnia, Los Angeles. É bolseira de pós-doutoramento da FCT no CEC/Universidade de Lisboa, no IHC/Universidade Nova de Lisboa e na Universidade do Western Cape e co-editora da revista de teoria e história do cinema La Furia Umana. No CEC, é coordenadora do grupo “Visual Culture, Migration, Globalization and Decolonization” e, no IHC, da Oficina de História e Imagem. É conselheira de programação do International Documentary Film Festival Amsterdam (IDFA).

22.06.2022 | by Alícia Gaspar | abrir monte, cinema, exibição de filme, fronteiras, HANGAR, maría rojas arias, Raquel Schefer, seeing being seen, territórios

VI Encontro de Cinematecas Ibéricas

Entre 6 e 7 de junho de 2022, às 19h, a Cinemateca acolhe o VI Encontro de Cinematecas Ibéricas, dedicado ao tema Cinema e educação, que serve de pretexto para a exibição numa sessão pública, com apresentação, do filme Révolution École 1918-1939, de Joanna Grudzinska.


Sinopse:

A história de um sonho e da sua parcial (temporária?) derrota. Com base em documentos de arquivo hoje em grande parte esquecidos, Joanna Grudzinska analisa as tentativas radicais de concetualização e construção de uma nova escola que nasceram na Europa no rescaldo da Primeira Guerra Mundial, que foram rapidamente interrompidas pelo contexto da Segunda, e que só parcialmente foram retomadas depois. São abordadas as ideias e as experiências de Rudolf Steiner, Maria Montessori, Célestin Freinet, Alexander S. Neill, Ovide Decroly, Paul Geheeb ou Janusz Korczak – “estes pedagogos que, a contracorrente dos dogmas da sua época, inventam uma educação mista e livre em que a realização plena da criança triunfa sobre a disciplina” (Pierre Ancery).

06.06.2022 | by Alícia Gaspar | cinema, cinemateca, cinematecas ibéricas, educação, história

EcoImagens - Festival de Cinema Indígena da Amazônia

Em parceria com o Doclisboao Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra apresenta o EcoImagens - Festival de Cinema Indígena da Amazônia.

O festival, que decorre nos dias 1 e 2 de Junho (15h) na Casa de Cinema de Coimbra e no dia 3 de Junho (19h), na Cinemateca Portuguesaapresenta uma seleção de olhares cinematográficos sobre a Amazônia que se concentra no vínculo dos povos da região com a sua terra, em diálogo com produções indígenas do resto do Brasil. 

Numa época de globalização, desterritorialização e desmaterialização das relações humanas, este cinema chama a atenção para a centralidade dos laços físicos e emocionais com determinados lugares e seres humanos e não-humanos que dão sentido à nossa existência. Nas imagens que estes filmes nos trazem, a Amazônia deixa de ser um lugar longínquo, idealizado e objetificado pelo olhar externo ocidental, e transforma-se numa realidade concreta e palpável através do registo do quotidiano de povos indígenas intimamente ligados aos lugares e seres da sua região.

É através da imagem cinematográfica que as/os cineastas documentam as suas vidas e nos apresentam a sua perspetiva sobre a sua terra, reconfigurando a Amazônia e o Brasil como lugares onde pessoas, animais e plantas convivem há milénios e onde lutam por continuar a co-existir neste mundo ameaçado pela destruição ambiental.

A programação tem a curadoria de Graciele Guarani, Ailton Krenak, Rodrigo Lacerda, Martiniano Neto, Patrícia Vieira e conta ainda com a participação especial de Kamikia Kisêdjê.

Programa

Parentes na Resistência

1 de junho de 2022, 15h00, Casa do Cinema de Coimbra 

Parente – A Esperança do Mundo, de Graciela Guarani
A serpente e a Canoa, de Anne Dantes (em colaboração com Ailton Krenak) 
Última Volta do Xingu, de Kamikia Kisedje e Wallace Nogueira 
Mesa-redonda com: Ailton Krenak, Graciela Guarani e Kimikia Kisedje

Cosmovisões Indígenas

2 de junho de 2022, 15h00, Casa do Cinema de Coimbra

Shuku Shukuwe – A Vida é para Sempre, de Pajé Agostinho Manduca Mateus Kaxinawá e Ikã Nas Bai Muru Huni Kuin
Mulheres Indígenas Universo de um Novo Mundo, de Graciela Guarani
Wotko and Kokotxi – Uma História Tapayuna, de Kamikia Kisedje
Mesa-redonda com: Graciela Guarani, Kimikia Kisedje

Do Presente para o Futuro

3 de junho de 2022, 19h00, Cinemateca Portuguesa

Amne Adji Papere Mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20, de Kamikia Kisedje
Nossos Espíritos Seguem Chegando - Nhe’ẽ Kuery Jogueru Teride Kuaray Poty/Ariel Ortega e Bruno Huyer, com Pará Yxapy, Kerechu Miri/Elza Ortega e Pará Reté/ Elsa Chamorro
Nhemongueta Kunhã Mbaraete: Conversas n. 4, de Michele Kaiowá, Graciela Guarani, Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Sophia Pinheiro
Mesa-redonda com: Ailton Krenak, Graciela Guarani e Kimikia Kisedje

31.05.2022 | by Alícia Gaspar | amazônia, cinema, Cinema Indígena, ecolmagens, festival de cinema, kamikia kisêdjê

MDOC organiza curso de verão sobre Antropologia Visual e Cinema

Festival minhoto regressa a Melgaço entre 1 e 7 de agosto

A ter lugar entre os dias 1 e 6 de agosto, o Fora de Campo abriu já o seu período de inscrição. O curso parte de projetos de pesquisa e narrativas digitais e audiovisuais para propor um debate em torno das relações entre a antropologia e o cinema, abrindo espaço para a troca de ideias e o contacto entre o contexto académico, as redes profissionais, as associações científicas e os cineastas. A ter lugar em paralelo ao festival, este curso de verão destina-se a agentes culturais, educadores, documentaristas e curiosos das temáticas das identidades. O curso é coordenado por José da Silva Ribeiro, membro da AO NORTE e ID+. Os preços e programa podem ser consultados em detalhe no website do evento.

Com um corpo de orientadores composto por investigadores portugueses e estrangeiros, o Fora de Campo 2022 dará particular atenção a questões relacionadas com as metodologias audiovisuais participativas, destacando o lugar do documentário e da antropologia visual na criação de novos espaços para uma compreensão crítica da realidade, capaz de desconstruir discursos hegemonicamente textualizados pelos processos de colonização. Em discussão estarão ainda os processos de aproximação a comunidades e o lugar das práticas artísticas comunitárias na área do cinema, assim como a reflexão sobre a forma como o uso de acervos e arquivos audiovisuais podem abrir novos espaços de compreensão histórica e os pontos de conexão entre os olhares dos antropólogos e dos cineastas.

O programa formativo do Fora de Campo está organizado em torno de momentos Ponto e Contra-Ponto. No Ponto, os convidados apresentam projetos resultante da sua investigação pessoal ou prática artística, no Contra-Ponto novos convidados questionam, a partir da investigação ou das práticas e experiências que têm, o que foi apresentado. O Fora de Campo integra ainda um dia de programa intensivo, Salto a Melgaço, que inclui a projeção de filmes, visitas guiadas às exposições, ao Museu de Cinema Jean-Loup Passek e ao Espaço Memória e Fronteira, assim como momentos de encontro e convívio.

O Fora de Campo é uma iniciativa da AO NORTE, através do seu Grupo de Estudos de Cinema e Narrativas Digitais e do ID+ Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura em colaboração a Câmara Municipal de Melgaço, o Museu Nacional de Etnologia a Red de Investigación en Antropología Audiovisual / Rede de Pesquisa em Antropologia Audiovisual (RIAA), a Universidad Rey Juan Carlos (URJC), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife.

Fora de campo: programa resumido

SEG, 1 AGO

Estreia dos documentários realizados na Residência Cinematográfica PLANO FRONTAL

TER, 2 AGO

Metodologias Audiovisuais Participativas

PONTO

. Mariano Baez Landa (CIESAS): Retrospetiva das minhas experiências na produção de vídeos com jovens de duas regiões indígenas do México

. Thor Morales (Connected Stories Hub): Change the Approach, uma reflexão sobre o ideal participativo baseado em experiências de vídeo participativas com comunidades indígenas em África e na América

. Verónica Vazquez Valdez (Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia - México): Fotografia para Investigação Social e Intervenção Comunitária

. Ivan Deance Bravo e Troncoso e Ricardo García Arrañaga (Sistema Nacional de Investigadores do México): Sonomemoria: memória sonora e etnografias de som participativas

CONTRA-PONTO

Convidado em confirmação (Rede de etnografias audiovisuais participativas)

José da Silva Ribeiro (AO NORTE e ID+)

QUA, 3 AGO

Olhar do Antropólogo/ Olhar do Documentarista

PONTO

. Alfonso Palazón Meseguer (Universidade Rei D. Juan Carlos, Madrid):A observação da encenação

. Klaus Schriew e Manuel Nicolas Meseguer (Universidade de Múrcia): Múrcia: no pomar da Europa

. Gonzalo Ballester (European Film College da Dinamarca): Do outro lado do olhar

CONTRA-PONTO

Cornélia Eckert - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil)

Manuela Penafria - Universidade da Beira Interior

QUI, 4 AGO

Projetos em comunidade: Mapeamentos afetivos e recolhas em comunidade

COMUNICAÇÕES

. Manuela Matos Monteiro (MIRA FÓRUM): Mapa Emocional de Miraflor

. Helena Elias – Universidade Nova de Lisboa: Projeto Re(com)figurações

. Olívia Marques da Silva (ESMAD): Interdisciplinaridade Metodológica da Fotografia Documental Contemporânea e a Antropologia Visual: Memória e Lugar

MESA REDONDA

Quem somos os que aqui estamos?

Participantes: Albertino Gonçalves, Álvaro Domingues, Daniel Maciel e João Gigante

SEX, 5 AGO

Arquivos fílmicos, memórias e autoetnografia

PONTO

. Paulo Ferreira da Costa - Museu Nacional de Etnologia

. Renato Athias - Universidade Federal de Pernambuco

. Mina Rad - Festival International du Film Documentaire Après Varan

CONTRA-PONTO

Rodrigo Lacerda - CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia

José da Silva Ribeiro - AO NORTE e ID+

SAB e DOM, 6 e 7 AGO

Salto a Melgaço

Nos anos sessenta, milhares de portugueses emigraram para França “a salto”, assim se chamava a viagem clandestina dos que procuravam um novo destino. Nos dias 6 e 7 propomos, não uma viagem acidentada como a dessa época, mas composta por um programa intensivo com projecção de filmes, visita ao Museu Jean-Loup Passek e ao Espaço Memória e Fronteira, assim como momentos de encontro e convívio.

23.02.2022 | by Alícia Gaspar | antropologia visual, cinema, curso de verão, documentário, MDOC, melgaço

Primeira co-produção Blablabla Media / SIC chega esta semana aos ecrãs

Estreia já este Sábado, dia 19, o primeiro episódio da mais recente coprodução da Blablabla Media com a SIC, realizada com o apoio à Inovação do Instituto do Cinema e do Audiovisual. Realizada por Sofia Pinto Coelho, com direção de fotografia de Pedro Castanheira e consultoria de arquivos de Maria do Carmo Piçarra, DESPOJOS DE GUERRA revela histórias extraordinárias de espionagem, patriotismo, sobrevivência e romance tendo como pano de fundo a guerra colonial portuguesa em África. Com recurso a imagens de arquivo inéditas e pela primeira vez colorizadas, esta série documental vem dar voz às encruzilhadas que inesperados protagonistas anónimos enfrentaram em tempo de guerra e de descolonização. Para acompanhar na OPTO.

Sebastiana, “a informadora”

Espisódio 1 | No auge da guerra colonial em Angola, uma comerciante e o marido avisavam a PIDE quando os guerrilheiros iam à sua loja abastecer-se de mantimentos. Sebastiana Valadas revela qual era o seu nome de código, quanto recebiam pelas informações e como prendiam os “turras”. Depois da descolonização, um deles ajustou contas e mandou prendê-la.

Mais informação aqui.

17.02.2022 | by Alícia Gaspar | Blablabla Media, cinema, guerra colonial, PIDE, Portugal, SIC

Streams of Memories — 28-30 January 2022

A free online screening programme of Black experimental cinema curated by CAS as part of a residency with The Showroom at Metroland Studio


Schedule:

S. Pearl SharpBack Inside Herself, 1984, 4 minutes

Barbara McCulloughWater Ritual #1: An urban rite of purification, 1979, 6 minutes

Kym RagusaDemarcations, 1992, 5 minutes

Omah DieguAfrican Women, U.S.A., 1980, 20 minutes

Martina AttilleDreaming Rivers, 1988, 30 minutes

Please note that Demarcations (1992) and African Woman, U.S.A (1980) contain references to rape so viewer discretion is advised.

Please note that you must book via the eventbrite link below.
https://www.eventbrite.co.uk/e/streams-of-memories-tickets-230343442437

About this event

Streams of Memories is a free online screening programme curated by us at the culmination of our curatorial research residency with The Showroom at Metroland Studio, Kilburn, 2021.

The programme presents five experimental short films by S. Pearl Sharp, Barbara McCullough, Kym Ragusa, Omah Diegu, and Martina Attille; exploring the ways in which these experimental filmmakers weave and unravel stories, fears and hopes across the African continent and diaspora, between generations and over time.

Each film touches upon the sociality and sensuality of gathering; heightened by being shown together as part of this programme in company and dialogue with one another. S. Pearl Sharp’s film Back Inside Herself (1984) is a visual poem on self-invention and shows a Black woman finding her own sense of self while rejecting white hegemonic societal expectations of who she should be and how she should behave. Barbara McCullough extends the poetics of cinema in Water Ritual #1: An urban rite of purification (1979) to enact the spiritual and psychological journey of a Black woman as she (re)connects with the African continent and the Caribbean on a cosmological level. A different sense of wandering and wondering is conveyed in Kym Ragusa’s Demarcations (1992) through mediations on how the trauma of rape leaves its inflictions on the body yet does not determine self-identity. African Women, U.S.A. (1980) by Omah Diegu further explores misogynoir and transnational complexities by addressing family, labour and gender power relations. Dreaming Rivers (1988) by Martina Attille reflects and recalls the ghosts of love, loss and kinship.

Together these short films pull, release and upsurge the histories, experiences and lives of Black women. Rather than merely presenting how they are viewed, particularly by the white gaze, these films - or memories - intervene in dominant Western cinematic aesthetics and redirect vision towards how Black women themselves view the structures, relations and intimacies of their lives. These five filmmakers look at the camera not for recognition, but to confront and impose their looking onto and against the camera.

It is this ambivalence to visibility and wildness to capture that led us to accompany the screening programme with the essay Why Black Cinema? (1987) by the late poet, writer, and social activist Toni Cade Bambara. The text and film programme will be discussed in an accompanying reading group at The Showroom. This follows our s ongoing work to both explore and host discussion framed by the intersectional relations between contemporary art practice and (Black) literary theory.

The programme is free to attend, although booking via Eventbrite will be essential. after which you will receive a link to watch the films online over full the screening programme weekend, Friday 28–Sunday 30 January 2022.

With thanks to each of the filmmakers and to distributors Cinenova, Third Worlds Newsreel, UCLA Film Archive and LUX.

About CAS

CAS is an interdisciplinary curatorial platform founded in 2013 that foregrounds archival research to facilitate institutional as well as public awareness and engagement with past and present artistic productions from the African continent and diaspora. Core to CAS’s work is creating access to these knowledge productions and artistic curricula, including hosting trans-geographical dialogues that centre critical pedagogies and decolonial paradigms to bring into focus the historiography, theory, and practices of Black cultural workers for exhibition projects and public programming.

About Awa Konaté

Awa Konaté is a London and Copenhagen based curator, researcher, and founder of CAS. Her curatorial practice foregrounds archives, decolonial thought, and interdisciplinary frameworks of artistic productions from the African continent and diaspora with a focus on lens-based practices. Konaté has worked with The Showroom and The Danish Film Institute to mention a few. Her writings have been published in Third Text, Phaidon, Paletten Art Journal, and more.

About The Showroom

The Showroom is a contemporary art space focused on collaborative and process-driven approaches to cultural production; be that art work, exhibitions, events, discussions, publications, knowledge and relationships, within its locality
 and beyond.

About Metroland Studio

A new site for research, experimentation and production, the new Metroland Studio residencies carry forward the core aims of Metroland Cultures to make new places for artists and art in Brent; and to build a legacy for the borough and its surrounding spaces, institutions and organisations.

28.01.2022 | by Alícia Gaspar | black cinema, black movies, cinema, culture, films, online events, online screening

Alkantara Festival arranca no sábado com quatro espetáculos no mesmo dia

Os primeiros dias do festival são marcados pelas criações de Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral e Faustin Linyekula.

Alkantara Festival – Festival Internacional de Artes Performativas, que este ano decorre entre 13 e 28 de novembro, arranca no próximo sábado (13 de novembro) com quatro espetáculos, que serão apresentados em quatro palcos lisboetas, nomeadamente da Culturgest, Centro Cultural de Belém (CCB), Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) e Teatro do Bairro Alto (TBA). O arranque do festival será assinalado pela festa de abertura Meio Fio, com curadoria de Cigarra, que se realiza no Estúdio Time Out (no Time Out Market), a partir das 21h00.

O primeiro momento do festival está a cargo da artista portuguesa Clara Amaral, que apresenta She gave it to me I got it from her na Biblioteca Palácio Galveias, nos dias 13, 14, 16 e 17 de novembro, uma coprodução do Alkantara com o Teatro do Bairro Alto e a Veem House for Performance (Amesterdão). Clara Amaral tem desenvolvido um trabalho feminista, interseccional e interdisciplinar para explorar o aspeto performativo da leitura e da linguagem. Nos dias 13 e 14 de novembro há sessões às 15h, 16h30, 18h30 e 20h. Na terça e quarta-feira, 16 e 17 de novembro, as sessões decorrem às 17h, 18h30, 20h30 e 22h. No dia 13 de novembro às 18h30 e no dia 16 de novembro às 16h30 as sessões terão interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
She gave it to me I got it from her, de Clara Amaral @The Book PhotographerShe gave it to me I got it from her, de Clara Amaral @The Book Photographer
Também com apresentação no primeiro dia do festival, a coreógrafa holandesa Cherish Menzo leva Jezebel ao CCB nos dias 13, 14 e 15 de novembro, às 19h. Aqui, a criadora e intérprete assume-se como protagonista de um universo musical controlado por homens, o hip hop, para desconstruir estereótipos associados ao corpo hipersexualizado da mulher. No dia 15 de novembro, após o espetáculo, haverá, na Black Box do CCB, uma conversa (falada em inglês) com Cherish Menzo e a rapper Chonk Kwong mediada pela tradutora, jornalista e ativista cultural angolana Carla Fernandes.

Jezebel, de Cherish Menzo @Bas De BrouwerJezebel, de Cherish Menzo @Bas De Brouwer

Já no Teatro Nacional D. Maria II, estará Chiara Bersani com Gentle Unicorn  de 13 a 16 de novembro (sábado, segunda e terça-feira, às 19h; domingo às 16h30). A artista italiana reflete sobre o significado político do seu próprio corpo, assumindo-se como agente na criação da imagem que o mundo terá dela. Após a sessão de domingo, dia 14, haverá na Sala Estúdio do TNDMII, uma conversa entre Chiara Bersani e a artista portuguesa Diana Niepce, com moderação de Carla Fernandes. A conversa será em inglês.

Gentle Unicorn, de Chiara Bersani @Alice BrazzitGentle Unicorn, de Chiara Bersani @Alice Brazzit

Ainda no primeiro dia do festival, às 21h00, já na Culturgest, dá-se o espetáculo de abertura oficial do festival, com o bailarino e coreógrafo congolês Faustin Linyekula. Linyekula, que em 2016 foi o artista convidado da Bienal Artista na Cidade, em Lisboa, estreia em Portugal História(s) do Teatro II, peça que revisita a nação congolesa nos anos 70 e a criação do Ballet National du Zaïre com três dos seus membros originais. O espetáculo pode também ser visto no sábado, dia 14 de novembro, às 19h00.

História(s) do Teatro II, de Faustin Linyekula ©Agathe PoupeneyHistória(s) do Teatro II, de Faustin Linyekula ©Agathe Poupeney

Uma festa de abertura repleta de performances

Na noite de sábado, 13 de novembro, o Time Out Market acolhe a festa de abertura da edição deste ano do Alkantara Festival, com curadoria de Cigarra (Ágatha Barbosa) e intitulada Meio Fio. Durante 5 horas, Meio Fio será mais do que uma festa ou pista de dança, assumindo-se como espaço performativo. O programa inclui música, performances, instalações e “degustações sinestésicas” preparadas por Cigarra, Jajá Rolim, Kurup, Jaçira, Eubrite, Muleca XIII, Judas, Paulo Fluxuz_, entre outros artistas. A festa acontece no espaço do Estúdio Time Out, entre as 21h e as 02h. A entrada é livre.

Até ao dia 28 de novembro, a programação do Alkantara Festival vai circular pelas salas dos habituais parceiros do festival, como o Centro Cultural de Belém, a Culturgest, o São Luiz Teatro Municipal, o Teatro do Bairro Alto e o Teatro Nacional D. Maria II, assim como pelo Espaço Alkantara, em Santos, e a Casa da Dança, em Almada.

Os bilhetes para os espetáculos, cujos preços variam entre os 7 e 16 euros, podem ser adquiridos nas bilheteiras, físicas e online, dos teatros parceiros. Há ainda várias atividades de entrada livre, como performances ou ensaios abertos. A programação completa encontra-se disponível no site do Alkantara Festival: https://alkantara.pt

11.11.2021 | by Alícia Gaspar | alkantara festival, arte, cinema, conversas, cultura, espetáculos, teatro

Festival InShadow regressa a Lisboa com a 13ª edição

De 15 de novembro a 15 de dezembro, tem lugar a 13a edição do InShadow decorre no Museu da Marioneta, Teatro do Bairro, Cinemateca Portuguesa, Espaço Santa Catarina, Espaço Cultural Mercês, Cisterna da Faculdade de Belas Artes, Livraria Ler Devagar, Biblioteca de Alcântara, Fnac Chiado, Museu das Comunicações, Galeria Note e conta com várias propostas e encontros imprevisíveis entre cinema, dança e tecnologia.

Esta edição teve o seu início no Museu da Marioneta, nos dias 7, 8 e 12 de outubro com o LittleShadow, que consistiu na exibição dos filmes de animação e o LAC – Laboratório de Atividades Criativas, com todas as sessões esgotadas.

Num ano em que o número de inscrições aumentou e a qualidade dos filmes fez-se notar, a Competição Internacional de DOCUMENTÁRIO decorre no Museu das Comunicações a 30 de novembro a 2 de dezembro, às 11h e às 15h, com a exibição de várias sessões de filmes que retratam percursos documentais em torno da relação do corpo com a dança, tecnologia e performance. Já a Competição Internacional de VÍDEO-DANÇA decorre no Teatro do Bairro de 6 a 10 de dezembro.

A cerimónia de entrega de prémios será no Teatro do Bairro no dia 11 de dezembro, junto com a performance Dance is my heroine da coreógrafa espanhola Cristina Gomez. A 10 de dezembro a coreógrafa dará um workshop onde relaciona a dança e o vídeo ao espaço público e às redes sociais.

Contaremos ainda com a presença da coreógrafa Salud Lopez nos dias 26 e 27 de novembro com a performance Danzáfono na Biblioteca de Alcântara, e realizará 2 workshops de escrita coreográfica a 24 e 25 de novembro. Performances inseridas na programação da Mostra de Espanha em Portugal.

Rita Vilhena apresenta a 24 de novembro, na Cisterna FBAUL a performance e vídeo instalativo do projecto Pele a nossa Pele. Na Livraria Ler Devagar a 8 dezembro às 17h a artista italiana Madalena Ugulini irá apresentar a sua nova performance com o colectivo Dança Imaginal.

Esta edição do Festival contará com uma Mostra de filmes Argentinos, centrada no conceito do festival parceiro Movimiento en Foco, uma sessão do Panorama América em parceria com a Mostra Internacional de Vídeo-Dança de São Carlos (Brasil) e uma curadoria em parceria com o Festival Choreoscope de Barcelona.

De 2 a 4 de dezembro, na Cinemateca Portuguesa, uma homenagem a Jorge Salavisa, figura incontornável da dança, que nos deixou no ano passado, e teve uma relação pessoal com o InShadow, contribuindo também para o seu nascimento.
Celebraremos a dança através do cinema, com a exibição do Documentário Keep Going, de Marco Martins, o filme Hotel Müller, de João Salaviza e Lissabon Wuppertal Lisboa, de Fernando Lopes e uma sessão retrospetiva do InShadow, fazendo uma simbólica homenagem a Rolf Hepp com o filme realizado pela Nicola Hepp (filha), Echo. Serão 3 sessões seguidas de conversas com convidados que partilharão as suas experiências com a arte de programar do Jorge Salavisa.

InShadow destaca-se internacionalmente na área do vídeo-dança e performance assumindo um caminho essencialmente de risco no cruzamento de áreas artísticas do corpo e da imagem.

InShadow, o corpo imagina-se na sombra.

Toda a programação estará disponível em breve no site da VOARTE e no novo site InShadow.



A Vo’Arte, projeto inovador que em 1998 nasceu da vontade de produzir, promover e valorizar a criação contemporânea, através do cruzamento de linguagens artísticas, que se desenvolvem em projectos nacionais e internacionais. Promove o diálogo, o intercâmbio e a transdisciplinaridade na criação entre artistas emergentes e consagrados e a descentralização cultural, com vista ao estreitamento das relações entre comunidades e à formação e desenvolvimento de novos públicos. Com direcção artística de Ana Rita Barata (coreógrafa) e Pedro Sena Nunes (realizador).

05.11.2021 | by Alícia Gaspar | arte, cinema, cultura, dança, festival inshadow

Olhares diaspóricos e pós-coloniais sobre Portugal contemporâneo

27 de Outubro | Início às 15h

As conferências fazem parte das actividades realizadas no âmbito do projecto de investigação “Narrativa afroeuropeia no Portugal e na Itália pós-imperiais: a descolonização dos ‘colonialismos inocentes’ em Djaimilia Pereira de Almeida e Igiaba Scego”, desenvolvido por Alice Girotto na Universidade Ca’ Foscari de Veneza (Itália), que visa examinar, através da análise de dois pares de obras das duas escritoras, como a ficção afroeuropeia contribui para a descolonização do imaginário de Portugal e Itália, duas nações que são ao mesmo tempo marginais no campo dos estudos pós-coloniais e cuja auto-representação como antigas metrópoles benevolentes impede uma verdadeira reelaboração do passado colonial.

As três conferências enriquecem este tema com três olhares complementares sobre Portugal contemporâneo. Em particular, Patrícia Martinho Ferreira irá ligar a prosa poética da escritora contemporânea Djaimilia Pereira de Almeida à literatura africana anti-colonial da primeira metade do século XX. Enrique Rodrigues-Moura, por outro lado, centrará a sua atenção na construção da democracia portuguesa entre retornados, comemoração dos descobrimentos e lusofonia. Finalmente, Marta Lança irá oferecer uma perspectiva interessante sobre questões pós-coloniais no contexto artístico contemporâneo, problematizando alguns exemplos nos campos das artes visuais, artes performativas e cinema na última década.

25.10.2021 | by Alícia Gaspar | artes visuais, cinema, colonialismo, conferência, Djaimilia Pereira de Almeida, literatura africana, poscolonialismo

WORKSHOP RE-IMAGINAR O IMPÉRIO. PROJECÇÕES (ANTI-)COLONIAIS NO CINEMA

MÓDULO I (Online via Zoom) 

Feitiço do império © Cinemateca PortuguesaFeitiço do império © Cinemateca Portuguesa

Artista / Educador: Maria do Carmo Piçarra 

Início: 7 de Outubro 

Datas: 7, 8 e 9 de Outubro 

Horários: 7 e 8 Outubro das 18h-21h (Lisboa) e 9 de Outubro das 10h30 às 13h30 (Lisboa) 

Preço: 75€ um módulo, 100€ dois módulos (O presente curso é composto por dois módulos, caso se inscreva em ambos os módulos o valor monetário será de 100€) 
Máximo de 20 participantes (Online) 

O Estado Novo usou o cinema para impor, interna e externamente, a imagem de um país pluricontinental e multirracial. Muitas ideias propagadas nunca foram questionadas após o restabelecimento da democracia e após as independências dos países de língua portuguesa. 
Este curso livre discutirá como é que a propaganda – e a censura - do Estado Novo determinou as representações relativas aos países de língua portuguesa, incluindo os casos da “Ásia Portuguesa”. Debaterá ainda as evidências da (im)possibilidade de um outro olhar sobre as ex-colónias portuguesas em obras de autor do Cinema Novo que foram censuradas e proibidas e abordará os usos do cinema pelos diferentes movimentos políticos, durante as lutas de libertação em África. 

MÓDULO II (Presencial)

Rodagem Catembe. © Faria de AlmeidaRodagem Catembe. © Faria de Almeida

Artista / Educador: Maria do Carmo Piçarra

Início:30 de Outubro

Datas: 30 de Outubro e 6 de Novembro

Horários:30 Outubro das 10h30-13h30/14h30-17h30 (Lisboa) e 6 de Novembro das 10h30 às 13h30 (Lisboa)

Preço: 75€ um módulo
Máximo de 12 participantes (Presencial)

Na sequência do curso livre “Re-imaginar o império. Projecções (anti-)coloniais no cinema” I, este segundo curso livre aprofundará os usos do cinema pelos diferentes movimentos políticos, durante as lutas de libertação africana e particularizará os casos de Goa, Macau e Timor. Analisará ainda a emergência de projectos de cinema nacional em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau e aprofundará os contributos de alguns autores. Fará uma panorâmica sobre as cinematografias actuais nos países africanos de língua portuguesa particularizando também os casos orientais. 
Mais informações sobre o curso em https://hangar.com.pt/workshop-reimaginar-o-imperio-projeccoes-anti-coloniais-no-cinema/ 

01.10.2021 | by Alícia Gaspar | cinema, curso, pós-colonialismo, workshop