Desde 2014, centenas de angolanos estão em marcha desesperada pela selva, montanhas e desertos da América, em migração clandestina para os Estados Unidos ou Canadá. Fogem da insegurança e da crise económica no país, num caminho perigoso onde vários angolanos já perderam a vida.
Jogos Sem Fronteiras
29.01.2020 | por Pedro Cardoso
A dança foi Introduzida há vários séculos na costa de Moçambique por comerciantes arabes-swahili. Possui forte raízes religiosas. Na origem, era apenas praticada em rituais e momentos festivos associados à religião muçulmana, mas com o tempo a dança foi-se massificando.
Palcos
29.01.2020 | por Hélio Nguane
A memória fraturada irlandesa mostra outros contextos de memória dilacerada e conflituosa em que, do trânsito geracional, pode emergir um lugar de elaboração comunitário com as gerações testemunhais e além delas. E pode também emergir um outro modo que permita ultrapassar a escassa moralidade da memória e, assim, fundar, através de rituais renovados, uma ética coletiva das relações memoriais que mostre como o uso do passado fraturado deve ocorrer a partir de um sentido de responsabilidade público e não privado, presente e não passado.
A ler
28.01.2020 | por Roberto Vecchi
Num Moçambique cada vez mais aberto para o capital internacional neoliberal, entendedor da cultura como entretenimento e empreendedorismo, o direito dos músicos de se reconhecerem como trabalhadores, se fortalecerem a partir de um coletivo e se expressarem da forma como consideram adequados é um caminho de resistência política e transformação social.
Palcos
28.01.2020 | por Priscila Dorella e Matheus Pereira
O problema é que dentro de um sistema desse tipo, poucos e quase nada exercem um verdadeiro ofício crítico útil para a sociedade, vindo-se assim a esgotar qualquer função civil da cultura. Acaba assim por se construir na cena cultural uma contra-narrativa apenas superficial do populismo e do racismo reinante, que exerce uma função auto-reconfortante alimentada pela constante autopromoção do que se escreve, se filma, se pinta, se encena etc.
A ler
27.01.2020 | por Lívia Apa
A cidade surge, no livro, frequentemente perspectivada a partir das periferias, ou mostrada a partir de espaços intersticiais no que diz respeito à representação, hoje tão claramente tipificada, do centro histórico, (e ali praticamente ausente, tal como as Avenidas Novas). “O que é que pomos no nome Lisboa?”, questionou-se a dada altura na conversa, referindo-se também que a sua paisagem (e aqui inclui-se os ditos espaços verdes), surge em muitas das imagens na condição de espaço desabitado ou circunscrito ao olhar de um único indivíduo.
Cidade
24.01.2020 | por Ana Gandum
O conceito de conflito ambiental deriva da existência de processos de oposição, de resistência e mobilização coletiva suscitados por situações de efetivo ou potencial dano ambiental, social, ou à saúde (contaminação ambiental, perda de biodiversidade ou outros bens naturais, perda de qualidade de vida e autonomia local, entre outros).
Jogos Sem Fronteiras
23.01.2020 | por vários
Idris Elba como James Bond, Halle Berry no papel de uma Bond Girl, Ariel em modo pequena sereia negra ou Julia Roberts como Harriet Tubman: surrealismos unilaterais, aparentemente. Fazemos piadas com a coisa. Com as coisas que nos assolam. E a verdade é que nós, negros, temos um humor muito peculiar que pode, por vezes, chocar quem esteja de fora. O que é que ainda te ofende?
Cara a cara
23.01.2020 | por Gisela Casimiro
No seu momento, Nelisita apontava outros caminhos ou simplesmente recusava um olhar ainda comprometido com vícios da etnologia colonial. A pesquisa e o modo como descreveu os objetos dos seus interesses teve sempre em conta as relações de poder da produção de conhecimento, no ato de fazer filmes, romances ou teses, e os limites e dificuldades de contorná-las, mas foi delimitando a sua “determinada zona de compromisso”.
Ruy Duarte de Carvalho
20.01.2020 | por Marta Lança
A suprema fantasia seria pensar, ingenuamente, que o reconhecimento do sangue negro na base de nações-imperiais e pós-imperiais pudesse cumprir-se deixando no mesmo lugar as pedras que sustentam e adornam a ideia de nação.
A ler
18.01.2020 | por Bruno Sena Martins
A atualidade francesa tem sido regularmente marcada por casos que envolvem agentes da Polícia na morte de jovens de ascendência africana. Este tema da morte violenta ligada à colonialidade do poder inscreve-se numa longa história.
A ler
18.01.2020 | por Rachida Brahim
Num momento político em que a presença evangélica está tão demarcada e estabelecida em nosso país, precisamos aprender a lidar com esses corpos. Se pensarmos que também podemos usar a câmera para reagir a essa conjuntura que estamos passando, produzindo contra-narrativas discursivas e imagéticas, que nossos olhares sejam capazes de deslocar territórios já estabelecidos, (re)criando possibilidades outras de representação.
Afroscreen
13.01.2020 | por Lorenna Rocha
Como tomar posição, ou seja, não ficar no impasse, mas ao mesmo tempo não impor? E também, como não permitir que a franqueza vire uma exposição desmedida, como não desproteger-se completamente? A franqueza envolve exposição, mas não tem de ser um desnudamento, não é uma exibição. É muito possível sucumbir a essas corruptelas da coisa: a honestidade radical virar metralhadora opinativa ou desresponsabilização afectiva; a exposição virar exibição... Ou seja, tudo versões variadas da indiferença.
Cara a cara
10.01.2020 | por Marta Lança e Fernanda Eugénio
Do dia para a noite, o caudilho virou um desses heróis disputado por duas bandeiras. Hasteiam-no os que defendem a masculinidade como força vital, símbolo da tradição, moralidade e poder; e os que vêem nele um revolucionário que não saiu do armário. Cem anos depois de traição que o matou, Zapata vive.
Corpo
07.01.2020 | por Pedro Cardoso
A geografia não é tudo na proposta de Lavrar o Mar – um projeto com direção artística de Madalena Vitorino e Giacomo Scalisi — mas inspira e bombeia o coração da programação que, desde 2016, tem apresentado espetáculos em circulação pela Europa e criações originais na área da dança, do teatro e da música, “no alto da serra e na costa vicentina”.
Vou lá visitar
06.01.2020 | por Carla Baptista
Como documentarista, tenho o privilégio de poder voltar às minhas imagens, e agradecer o olhar que estas pessoas me lançaram, uma e outra vez. Ao longo dos filmes, dos depoimentos e das paisagens, estes sorrisos e estas histórias me acompanham como uma prova de fé.
Mukanda
06.01.2020 | por Rita Brás
Como diferenciar a implicação em função da origem, cidadania, classe, raça, género, prática política ou trajeto biográfico? Qual a relação entre implicação e capital (económico e simbólico), no quadro de um sistema-mundo profundamente desigual? Qual o estatuto de implicação daqueles que, não beneficiando das cadeias de dominação nem se (auto)definem como vítimas, são sujeitos prejudicados pelos mecanismos produtores de injustiça e opressão?
A ler
05.01.2020 | por Miguel Cardina
Descentrar o olhar sobre a nação pareceu o caminho mais adequado e, vieram, assim, os pescadores da ilha de Luanda e a epifania dos Kuvale e do Namibe. Situar-se, com os pés firmes no chão angolano, começando o processo de aprendizagem do espaço nacional enquanto indivíduo, para depois ampliar o espaço do registo e passar a observar como e onde se colocam os outros.
Ruy Duarte de Carvalho
03.01.2020 | por Lívia Apa
A cara dos nossos textos de ontem, a sua voz, é descabida, inepta, ridiculamente grave, esganiçada. Não importa o que se tem para dizer, aquilo que se quer tentar perceber, mas que apenas amanhã seremos justos com o que somos hoje — valentes e livres como nos sonhamos.
Por isso é tantas vezes insuportável ler em voz alta ou regressar ao que se escreveu. A voz do ano passado (da semana passada; de anteontem) é burra ou amarga — e nós tão sublimadas, resolvidas, tão perenes agora.
Mukanda
02.01.2020 | por Djaimilia Pereira de Almeida
Rodear-me de mulheres neste filme foi uma decisão consciente. Acho que é importante. São pequenos passos e espero que um dia não seja preciso, que seja natural haver mais mulheres a trabalhar em cinema, em Angola principalmente. Muitas vezes as mulheres não estão no mesmo patamar que os homens porque não tiveram as mesmas oportunidades, mas nós temos que ir crescendo juntas.
Cara a cara
02.01.2020 | por Iolanda Vasile