Os novos navegadores da memória cultural portuguesa

Os novos navegadores da memória cultural portuguesa A história portuguesa tem sido reimaginada e reenquadrada por escritores, artistas, críticos, e curadores do final do século XX e XXI que trabalham em contextos lusófonos, desconstruindo discursos recalcitrantes, enfrentando ondas de “nostalgismo”, confrontando tradições e discursos cada vez mais traiçoeiros, ultrapassando os limites de consciência. Eu imagino-os como os “novos navegadores”.

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13.10.2019 | por Sharon Lubkemann Allen

Os Barcos Negros e dizem as velhas na praia que não voltas. São loucas!

Os Barcos Negros e dizem as velhas na praia que não voltas. São loucas! Assim, resta-me acrescentar que me gamaram nas andanças em que me meteu a minha empresa. O meu cartão do cidadão e, mais tarde, em sequência o meu laptop e docs oficiais que comprovam que por maluqueira sou do género masculino e tenho assim o direito de me chamar o que bem entender. Tal como a Pepper. Foi-se tudo e agora depois de ter da minha empresa respostas cada vez mais estranhas que implicam ficar nas mãos de sabe-se lá quem e onde.

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10.10.2019 | por Adin Manuel

A realidade em estado de palavra: notas a partir d’os Papéis do Inglês, de Ruy Duarte de Carvalho, e de fragmentos conradianos

A realidade em estado de palavra: notas a partir d’os Papéis do Inglês, de Ruy Duarte de Carvalho, e de fragmentos conradianos Gostaria de propor que o recurso a duplos parece sugerir que perceber a si envolve fazer-se outro. Ou seja, se ao falar do outro digo de mim, apenas tomo contato com minha própria existência na relação de alteridade e configurando “outros”. Estas seriam, em minha opinião, algumas das proposições que surgem da trilogia: 1) ao dizer do outro, digo de mim; 2) para me conhecer, necessito me dizer ao outro; 3) para me perceber no mundo, preciso tornar-me, também, uma alteridade.

Ruy Duarte de Carvalho

08.10.2019 | por Anita Martins de Moraes

Encarceramento e sociedade

Encarceramento e sociedade Neste contexto, a branquitude como sistema de poder instituído determina, em países com um historial de escravatura e/ou colonização, a hegemonia dos brancos em todas as esferas da sociedade e impõe, do outro lado, lugares sociais marginalizados e subalternizados para os corpos racializados dos negros, dos latinos, dos não-brancos e das minorias em geral. Um dos lugares reservados a corpos subalternizados é a prisão.

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07.10.2019 | por vários

O "novo" Teatro do Bairro Alto - entrevista com Francisco Frazão

O "novo" Teatro do Bairro Alto - entrevista com Francisco Frazão O projeto do TBA é novo, com um foco específico na experimentação e no emergente, mas não quer dissociar-se desse lastro, seja pela relação com o espaço em que a Cornucópia trabalhou durante décadas, seja porque cerca de metade da equipa é proveniente do Maria Matos.

Palcos

04.10.2019 | por Frederico Bernardino

Wallace

Wallace Uma ponte em Paris... Umas pessoas dançam, outras observam, sorrindo. Uns filmam nos telefones, outros dão um tímido passo e deixam uma moeda no estojo da viola. Wallace e Youmi continuam a cantar no melhor escritório do mundo...

Cara a cara

02.10.2019 | por Sinem Taş

Divertimentos sinistros de verão:
 da “responsabilidade dos intelectuais” (I)

Divertimentos sinistros de verão:
 da “responsabilidade dos intelectuais” (I) (...) Governo de Sua Majestade neste momento está a tentar expandir a silly season eternamente. A decisão do Supremo Tribunal, anunciada na manhã de terça-feira, 24 de Setembro, de que o conselho dado à Rainha pelo Primeiro Ministro, para encerrar o Parlamento, foi ilegal e, portanto, a suspensão do Parlamento foi nula e sem efeito, não podia ser nem mais clara nem mais incisiva e representa um ato de resistência ao ataque direto contra o princípio de democracia na Europa. Eis a imagem final do veredicto, sóbria e majestosa ao mesmo tempo: “Isto significa que quando os Comissários Reais entraram na Câmara dos Lordes, foi como se entrassem com uma folha de papel em branco.

A ler

01.10.2019 | por Paulo de Medeiros

À espera do próximo futuro (II)

À espera do próximo futuro (II) Próximo Futuro termina abrindo para o futuro: piscando o olho à Europa e ao seu eurocentrismo que pouco tem considerado a banda desenhada, o género policial, a ficção científica ou o cinema de animação africanos e latino-americanos; lançando o desafio dos museus e as exposições virtuais de que o projeto-exposição Unplace, Arte em Rede: Lugares-entre-Lugares é exemplo e experiência; lançando a ideia das zonas de contato como espaços de ideias, conhecimentos, pessoas e artefactos em mobilidade...

A ler

24.09.2019 | por Margarida Calafate Ribeiro

I am not here. eu estou aquI notas sobre um corpo-lugar acidental

I am not here. eu estou aquI notas sobre um corpo-lugar acidental Estados patológicos como «doença da terra», «doença da cabeça cansada» ou ainda «doença feita com-a-mão» aludem aos estados de ansiedade, precariedade e vulnerabilidade destas comunidades, mas também de perda de localização em relação ao espaço cultural e geográfico que os sujeitos ocupam. Traduzem igualmente o estado de negociação intensa entre as «forças sobrenaturais negativas» e as estruturas sociais e políticas desiguais, num lugar a meio caminho entre a terra de origem e a terra de chegada.

Vou lá visitar

23.09.2019 | por Rita Fabiana

Maternidade, Mãe, e o Monstro do Lago Mess

Maternidade, Mãe, e o Monstro do Lago Mess Estas neuroses tornaram-se um pouco a imagem de marca das mães recentemente: mães que são mães mas que, mais ou menos abertamente, sentem ou podem sentir, como a Júlia, que não querem ser mães o tempo todo. Ao tornarem-se marcas, as mães, ou uma ideia de mães, também se torna mercadoria, e há uma certa ideia de quotidiano – e de mãe - que é vendida.

Corpo

20.09.2019 | por Patrícia Azevedo da Silva

Os triângulos de Ruy Duarte de Carvalho

Os triângulos de Ruy Duarte de Carvalho …a estória, então, ou a viagem que tenho para contar começaria assim: tem um lugar, dizia eu, tem um ponto no mapa do Brasil, tem um vértice que é onde os Estados de Goiás, de Minas Gerais e da Bahia se encontram, e o Distrito Federal é mesmo ao lado. Aí, sim, gostaria de ir…

Ruy Duarte de Carvalho

18.09.2019 | por Sonia Miceli

sobre as sessões Re-imaginar o arquivo (pós)colonial. Reflexões/refrações

sobre as sessões  Re-imaginar o arquivo (pós)colonial. Reflexões/refrações O que se busca é uma consciência crítica das representações calcificadas ou ausentes dos arquivos, fomentando o debate sobre modos de reimaginação e abordagens éticas não só às imagens que se fazem imagem-arquivo mas também aos arquivos de imagens na sua materialidade.

Afroscreen

18.09.2019 | por Maria do Carmo Piçarra

À espera do próximo futuro

À espera do próximo futuro Estes movimentos visíveis e invisíveis, transparentes ou subterrâneos, levaram a uma nova visão sobre a presença da cultura negra no mundo, em muitos locais para além de África, e do próprio olhar sobre África. A partir de Portugal, que de facto tinha, historicamente, aberto as portas de primeiras globalizações, e olhando o futuro, como realidade e desejo, o programa Próximo Futuro abria com uma interrogação. Nas suas palavras do seu programador-geral: Podemos intervir no futuro, no próximo futuro? Podemos, certamente.

A ler

14.09.2019 | por Margarida Calafate Ribeiro

Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação

Gentrilogy: Trilogia da Gentrificação O projeto levantou uma discussão crítica sobre o papel de artistas, instituições culturais e seus operadores (trabalhadores do conhecimento) sobre a transformação urbana. O fenômeno da gentrificação está associado à difusão de economias em transformação, motores de capitalismo cognitivo, parte de um sistema econômico unificado de que nós mesmos, como trabalhadores do conhecimento, somos parte.

Cidade

12.09.2019 | por Laura Burocco

Quando quebra queima, no Porto

Quando quebra queima, no Porto Fruto da primavera secundarista, 16 corpos insurgentes deslocam para a cena a experiência que tiveram dentro das escolas ocupadas durante meses, criando uma narrativa coletiva e comum a partir da perspectiva de quem viveu o dia a dia dentro deste movimento que foi um dos grandes acontecimentos políticos dos últimos anos. A peça, que está na fronteira entre performance e teatro, é uma “dança-luta” coletiva construída a partir da experiência de luta e afeto de cada performer.

Palcos

12.09.2019 | por vários

Peixe-coragem e o Narciso engoliu o oceano

Peixe-coragem e o Narciso engoliu o oceano Sob linha recta catapultou o peixe no escuro da queimada. Sob linha recta o barco deixou o marinheiro. Uma pedra atirada. O homem que caminha além mar (em coma) foi levado pela poligamia da areia. Está em coma profundo. É morte profunda também, tão funda como o céu enegrecido da noite.

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12.09.2019 | por Indira Grandê

Let's Not Make Hollyood Great Again - ou o último Tarantino numa sala de cinema perto de si

Let's Not Make Hollyood Great Again - ou o último Tarantino numa sala de cinema perto de si Se o Once Upon a Time... é mesmo o Make America Great Again do Tarantino, com os seus dois super-heróis ‘trumpistas’ avant la lettre, brancos, machistas e racistas quanto baste – ou que sobretudo apostam no regresso a ‘'tempos mais simples'’, então eles (o Rick e o Cliff) bem podiam ser o duplicado (ou o duplo) desse par de hillbillies sinistros que aparecem no final do Easy Rider a salvarem-nos dos hippies, dos motards e da contracultura como de outros tantos drogados, criminosos e psicopatas.

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10.09.2019 | por Nuno Leão

A memória e a história inscritas nas tecnologias genéticas de combate ao crime

A memória e a história inscritas nas tecnologias genéticas de combate ao crime O projeto EXCHANGE (2015-2020) assume como missão académica refletir criticamente sobre a perpetuação do “sonho europeu” de comunidade solidária, em que as diferenças nacionais, linguísticas e culturais se unem para produzir um espaço no qual os cidadãos se movimentam livremente e com segurança. As tecnologias de vigilância, que o projeto Exchange estuda, revestem-se de uma particularidade: são tecnologias genéticas que servem o propósito de identificação individual com intenções de persecução criminal, mais concretamente bases de dados informatizadas que contêm milhares de perfis genéticos. Estas bases de dados genéticos são usadas pelas autoridades policiais para obter informações de correspondência.

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07.09.2019 | por Sheila Khan e Helena Machado

Arquivos cinematográficos: filmes e debates interrogam heranças coloniais e o seu futuro

Arquivos cinematográficos: filmes e debates interrogam heranças coloniais e o seu futuro De 24 a 27 de setembro, o Goethe-Institut de Lisboa promove, em parceria com a Culturgest, o ciclo de cinema e debates que aborda o confronto de vários artistas com a herança colonial dos países europeus através dos arquivos cinematográficos, no âmbito do projeto internacional "Tudo passa, exceto o passado".

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06.09.2019 | por vários

A Peregrinação cabo-verdiana de José Luís Hopffer Almada

A Peregrinação cabo-verdiana de José Luís Hopffer Almada é partindo desta componente africana que José Luís Hopffer Almada projecta no universal a luta e história do povo cabo-verdiano enquadrando-as nas lutas dos povos africanos contra a opressão colonial e pela liberdade.

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31.08.2019 | por Adolfo Maria