Amérika: Gestos Cinematográficos para Reencantar o Mundo

Amérika: Gestos Cinematográficos para Reencantar o Mundo O ciclo explora os cruzamentos entre o cinema experimental e a etnografia através de uma cartografia de práticas e gestos cinematográficos desenvolvidos histórica e contemporaneamente na América Latina. Dos filmes de Bruce Baillie e Chick Strand realizados no México ao cinema amazónico, que supera e desloca o terreno de intersecção entre o cinema experimental e a etnografia, e da obra do etnógrafo Jorge Prelorán à do cineasta experimental Bruno Varela, passando pelas peças pioneiras de videoarte de Juan Downey e pelos “poemas etnográficos” (Nicole Brenez) de Raymonde Carasco e Régis Hébraud, as treze sessões deste ciclo de três anos propõem um percurso representativo da diversidade visual e epistemológica do continente latino-americano.

Afroscreen

21.11.2023 | por Raquel Schefer

Atores da educação musical: Etnografia nos programas socioculturais El Sistema, Neojiba, Orquestra Geração

Atores da educação musical: Etnografia nos programas socioculturais El Sistema, Neojiba, Orquestra Geração A jovem violetista revela a sua cultura na pergunta que me fez – para quê pensar no futuro? No entanto, ela está inscrita no núcleo e tem diariamente aulas de música. Será que os professores fazem um esforço para compreender quem são os seus alunos, as suas culturas, as suas histórias de vida, os seus percursos? Será que encontram técnicas de ensino que permitem aos alunos atingir resultados no quotidiano? Como preparar um futuro sem o enunciar, concentrando-se apenas na ação prática ahora? Qual a importância do objeto que é o instrumento musical para que haja uma vinculação ao núcleo? Surgem então as questões ligadas à música como instrumento de “transformação pessoal e social”, tal como o enuncia o El Sistema. A música parece ter uma função importante, mas qual? Como é que os professores ensinam? Para atingir que resultados? A música como instrumento (no presente) ou como objetivo a atingir (no futuro)?

A ler

16.09.2022 | por Alix Didier Sarrouy

Vida difícil, vida cansod: o esquecimento paira na Ribeira da Barca

Vida difícil, vida cansod: o esquecimento paira na Ribeira da Barca impact é o nome de um sistema construtivo adaptado à realidade cabo-verdiana, que promove a dignidade no acesso à habitação e ao trabalho com uma reflexão paralela sobre a forma como se tem construído nas últimas décadas. Este é um projecto que se formaliza ao ser selecionado para o Salão Created in Cabo Verde da URDI2020 promovido pelo CNAD - Centro Nacional de Artesanato e Design, e que sintetiza problemáticas extensamente abordadas por Inês Alves e Lara Plácido.

Mukanda

15.07.2021 | por Inês Alves e Lara Plácido

Diário de um etnólogo guineense na Europa (3)

Diário de um etnólogo guineense na Europa (3) O tio Paulo Bano diz que os tugas têm orgulho e vaidade nos símbolos de poder, de violência e de opressão, e não toleram quem não os respeite. Chegaram à Guiné, destruíram todos os símbolos das pessoas, dizendo que eram maus, e colocaram os símbolos deles. Contou-me que os tugas obrigavam toda a gente na Guiné a aprender uma cantiga, para mostrar a sua importância e grandeza, até o próprio mar era nada perante um tuga.

Cidade

14.06.2020 | por Marinho de Pina

Diário de um etnólogo guineense na Europa (2)

Diário de um etnólogo guineense na Europa (2) Fico, tipo: Kumekié, caralho!? N’tão!, vocês vão lá para a Guiné com os vossos padres e as vossas ONGs a falar que devemos nos juntar e mamar como irmãos, e vocês aqui não gostam uns dos outros! Caralho!

Mukanda

13.06.2020 | por Marinho de Pina

"Foi a partir do cinema que me tornei antropólogo". Pensar por imagens.

"Foi a partir do cinema que me tornei antropólogo". Pensar por imagens. No seu momento, Nelisita apontava outros caminhos ou simplesmente recusava um olhar ainda comprometido com vícios da etnologia colonial. A pesquisa e o modo como descreveu os objetos dos seus interesses teve sempre em conta as relações de poder da produção de conhecimento, no ato de fazer filmes, romances ou teses, e os limites e dificuldades de contorná-las, mas foi delimitando a sua “determinada zona de compromisso”.

Ruy Duarte de Carvalho

20.01.2020 | por Marta Lança

Diário de um etnólogo guineense na Europa (1)

Diário de um etnólogo guineense na Europa (1) Não entendia como é que os tugas conseguiam viver na Europa e por que gostavam tanto de escrever sobre problemas. Eu pensava que eles também deviam ter coisas boas, como a música, por exemplo… mas disseram-me que os brancos não sabem dançar, e isso eu não entendia muito bem, visto que também eu li que eles tinham pimba, valsa, passo doble, gavotte, mazurka, dança da roda, branle, quadrilha… entre outros nomes difíceis.

Mukanda

06.05.2019 | por Marinho de Pina

Jean Rouch: o cineasta da máquina de escrever ou o escritor da câmara de filmar

Jean Rouch: o cineasta da máquina de escrever ou o escritor da câmara de filmar Numa parte significativa da sua obra cinematográfica de investigação etnográfica, Jean Rouch estuda exaustivamente o misterioso sistema cosmológico da cultura Dogon (no Mali), as batalhas fluviais dos pescadores Sorko com os hipopótamos (no Níger), as perseguições aos leões protagonizadas pelos caçadores Gaos (no Níger).

Afroscreen

03.09.2014 | por Rui de Almeida Paiva

Fetiche de pregos - Nkisi-nkonde

Fetiche de pregos - Nkisi-nkonde O tema nkisi, aplica-se a diferentes categorias de objectos que se inscrevem num sistema global de representações, exprimindo as relações entre os humanos e o sobrenatural e os homens entre si.

Palcos

15.03.2012 | por Eglantina Monteiro

Discurso etnográfico e representação na ficção africana de língua portuguesa: notas sobre a recepção crítica de Mia Couto e o projeto literário de Ruy Duarte de Carvalho

Discurso etnográfico e representação na ficção africana de língua portuguesa: notas sobre a recepção crítica de Mia Couto e o projeto literário de Ruy Duarte de Carvalho investiga as noções de representação implicadas no uso de materiais etnográficos para estudo das literaturas africanas de língua portuguesa. Discute, inicialmente, como essas literaturas têm, desde suas primeiras manifestações, se aproximado da antropologia, propondo-se como retrato de sociedades não-ocidentais. Analisa, em seguida, como esta expectativa de retrato se insinua na recepção crítica de um romance contemporâneo, Terra Sonâmbula (1992), do moçambicano Mia Couto. Propõe, então, por meio da análise do romance Os papéis do inglês (2000), que o projeto literário do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho resiste a este tipo de expectativa, problematizando-a.

Ruy Duarte de Carvalho

10.10.2011 | por Anita Martins de Moraes

O etnógrafo perante o colonialismo

O etnógrafo perante o colonialismo Este esboço reproduz – numa versão bastante reformulada, mas marcada, contudo, pelas suas circunstâncias de origem – uma exposição, seguida de discussão, realizada a 7 de Março de 1950 na Associação dos Trabalhadores Científicos (secção das ciências humanas) perante um auditório composto, sobretudo, de estudantes, investigadores e membros do corpo docente.

Mukanda

02.06.2011 | por Michel Leiris

Etnografia(s) e territorialidade

Etnografia(s) e territorialidade  O papel de mediação do etnógrafo, o sujeito “ocidental”, o viajante, colocado entre os mundos de partida e as culturas de contacto, apresenta uma flagrante afinidade com o perfil itinerante dos autores de ficções africanas, em diferentes momentos da História recente. De formas distintas, muitos destes autores preocuparam-se em transmitir imagens e conteúdos representativos das culturas a que estavam expostos, tanto a partir de universos de localização regional como de contextos marcados pela experiência urbana, em boa medida cosmopolita.

Ruy Duarte de Carvalho

08.10.2010 | por Ana Maria Mão-de-Ferro Martinho