Onde estava no 25 de Abril? Como alguns angolanos viveram o momento da revolução portuguesa

Onde estava no 25 de Abril? Como alguns angolanos viveram o momento da revolução portuguesa Depois de quinze anos de luta pela libertação e independência – numa guerra iniciada em Angola, que seguiu forte para a Guiné-Bissau e Moçambique -, dá-se o 25 de Abril como um desenlace que muitos esperavam. Em 1974 abre-se um novo capítulo, ainda que polémico, para o processo de descolonização. Como é que algumas personalidades angolanas viveram a Revolução portuguesa que pôs fim ao longo regime ditatorial fascista de Salazar e Caetano? Momentos de emoção ou de apreensão? O que foi dominante: a perplexidade, ou já era previsível? Em que circunstância se encontravam? Que implicações trouxe para a vida de cada um? Qual foi a percepção para o futuro do país? Conforme o lugar de enunciação, o 25 de Abril acabou com a guerra ou foi esta que o desencadeou? Recolhemos vários depoimentos que ajudam a construir este puzzle de memórias, pois para além da História que vem nos livros, interessa-nos as suas entrelinhas.

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28.04.2022 | por Marta Lança

Arquivo audiovisual do BUALA no Youtube

Arquivo audiovisual do BUALA no Youtube O arquivo audiovisual do BUALA está agora disponível no Youtube. Pode encontrar todos os episódios de Temos de Falar, momentos do projeto ReMapping Memories, reportagens feitas no Festival Música do Mundo e muito mais. Subscreva e não perca os conteúdos internacionais das mais vastas áreas.

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28.04.2022 | por vários

Entrevista com Miguel Sermão. “A pergunta que faço é: O que é uma cara africana?”

Entrevista com Miguel Sermão. “A pergunta que faço é: O que é uma cara africana?” Acho que existe um preconceito, não só na sociedade, mas no meio artístico também. Não podemos ter em conta que um personagem tenha a cor de quem a representa, a não ser para certos personagens históricos, que impliquem zelar pelo que escreveu o autor. Qualquer personagem é feito por qualquer outra pessoa, só que, infelizmente, quem dirige ou coordena as companhias, ao pensar num espectáculo não pensam nos actores negros, sejam africanos ou afrodescendentes. Não existe esse pensar de que há no meio artístico português actores negros. Quando se pensa tendencialmente, os pápeis são característicos digamos.

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27.04.2022 | por Sílvia Milonga

Ângelo Varela – “As minhas curta-metragens são reflexões de problemas que me rodeiam e sobre os quais acho que se deve falar”

Ângelo Varela – “As minhas curta-metragens são reflexões de problemas que me rodeiam e sobre os quais acho que se deve falar” As pessoas têm de perceber que a arte não tem de ser adaptada. Ela é uma forma de expressão. Estou muito curioso para ver como serão os próximos tempos e como é que os artistas visuais vão lidar com a nova criação de vídeos na vertical. A adaptação não é algo necessariamente negativo, mas acima de tudo não deveria ser algo que inibisse o artista de ser ele próprio. Uma coisa é certa, apesar de tudo, a sociedade tem aberto mais olhos para as pessoas com menos representação nas esferas sociais e tem havido criações mais diversificadas, com perspetivas mais originais e críticas.

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26.04.2022 | por Arimilde Soares

Cenas do Gueto I My eyes are fucking black

Cenas do Gueto I My eyes are fucking black O ritmo é pesado, a mensagem também. Nem tudo são “flores” na Quinta do Mocho. A música é de Dollar Americanni Strong que, junto com B Fox Kamin, improvisam uma performance de desabafo e transgressão para a câmara.

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22.04.2022 | por Otávio Raposo

Quando a Arte se torna declaradamente dinheiro em Veneza

Quando a Arte se torna declaradamente dinheiro em Veneza Entre os países que se estreiam este ano em Veneza estarão também os Camarões, cujo pavilhão não poderá passar despercebido por várias razões. A principal é que a República dos Camarões não fará a estreia apenas do seu país, mas também de uma forma de fazer arte, e de conceber o seu mercado, de que se fala há alguns anos, mas que nunca tinha encontrado uma localização tão prestigiosa como a Exposição Internacional de Arte de Veneza: NFTs Art.

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22.04.2022 | por Laura Burocco

“O impossível hoje é possível amanhã”.

“O impossível hoje é possível amanhã”. Este é um livro-homenagem a Paulo Freire que se tornou um educador do mundo pela ampla difusão de suas ideias filosóficas, de seu método pedagógico e de sua ação, primeiro no Brasil, depois no Chile, seguindo para países da América Latina, Estados Unidos, Europa, África, Ásia e Oceania. Em relevo estão momentos-chave da trajetória de Paulo Freire e o itinerário internacionalista de um pensamento cuja recepção por largos anos foi marcada pelo interdito, pela censura, por uma circulação clandestina e pelo exílio.

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21.04.2022 | por Adelaide Gonçalves, Débora Dias e Fernando de la Cuadra

As histórias da história de África, entrevista a Isabel Castro Henriques

As histórias da história de África, entrevista a Isabel Castro Henriques A história dos muitos Outros é uma história autónoma, longa no tempo, muito para além da história colonial e dos períodos do colonialismo, que permite compreender todo o seu percurso e todo o seu passado histórico. Já em meados do século XIX, uma das figuras fundadoras da historiografia africana panafricanista e do pensamento africano anticolonial, o afro-antilhês, depois liberiano, Edward Blyden, afirmava que na muito longa história multimilenar africana, a colonização e a dominação colonial europeias, corolário lógico e previsível da escravatura e do tráfico negreiro, não representavam mais do que um momento a ser rapidamente ultrapassado.

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20.04.2022 | por Elisa Lopes da Silva, Bárbara Direito e Isabel Castro Henriques

O pavilhão Sami e o encontro Indígena "aabaakwad" ocupam a Bienal de Veneza

O pavilhão Sami e o encontro Indígena "aabaakwad" ocupam a Bienal de Veneza A 59ª edição da Exposição Internacional de Arte de Veneza verá o Pavilhão Nórdico (Noruega, Suécia e Finlândia) transformar-se no Pavilhão Sámi como reconhecimento ao movimento de soberania Sami ao qual pertencem os três artistas indígenas Pauliina Feodoroff, Máret Ánne Sara, e Anders Sunna. Originários do povo Sami, os três artistas vêm da região de Sápmi, comumente intitulada de Lapônia, da qual, com relutância, tomaram o seu nome. O território inclui agora territórios do norte da Noruega, Suécia, Finlândia e a maioria da Península de Kola na Rússia. Desde a sua estreia, em 1962, é a primeira vez que o Pavilhão Nórdico é inteiramente representado por povos originários, confirmando uma participação que se alastra no mundo da arte.

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20.04.2022 | por Laura Burocco

Romper o silêncio, fazer o luto, Luanda – 30 anos do 27 de maio (2007)

Romper o silêncio, fazer o luto, Luanda – 30 anos do 27 de maio (2007) Já passaram 30 anos. E ainda há quem reviva o desespero da simulação de um fuzilamento. E não poucos têm medo de falar. Mas os angolanos não esquecem. Há uma comoção que atravessa as pessoas ligadas ao 27 de Maio pelas mais variadas razões: a cumplicidade que só a dor e o mistério perpetuam em três décadas de não esquecimento. Nesta grande família reunida, com a evidência das palavras de Martin Luther King e relato da experiência de Michel, o silêncio era mais para ouvir e não para calar.

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19.04.2022 | por Marta Lança

O jardim selvagem de Laura do Céu (ou de Soraia Simões de Andrade)

O jardim selvagem de Laura do Céu (ou de Soraia Simões de Andrade) Hoje, de um modo geral, falta à nossa poesia o fundamental: o diálogo com a vida e com o desconhecido. Nesse género de livros, ditos meta-poéticos, o autor aparece somente como máquina de citações e especialista em pastiches literários. Este livro é diferente. Os poemas de Laura do Céu, em Em/Sem Terra, estão repletos de pessoas e de estarrecimentos vários ante as coisas comezinhas e menos comezinhas da vida. É um livro para os que, como a autora escreve em “Poetagem”: “Amam Gina Lollobrigida e destroem Deleuze”.

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19.04.2022 | por Luís Carlos S. Branco

Cidade (des)continuada: racismo, espaço e mobilidade na AML

Cidade (des)continuada: racismo, espaço e mobilidade na AML A relação entre os corpos e o espaço é inescapável, sendo através do segundo que os primeiros se cumprem enquanto agentes móveis e livres, e exercitam os seus direitos de cidadania. Contudo, o que importa nomear é a privação do pleno acesso ao espaço a determinados corpos, os corpos de pessoas negras, das comunidades ciganas/romenas e migrantes. Partindo da tese de bell hooks acerca da antítese margem-centro, a vedação do acesso ao centro dos corpos racializados atua enquanto instrumento de periferização desses mesmos corpos, segregados pelos caminhos de ferro.

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13.04.2022 | por Catarina Valente Ramalho

Reflectir #2 - Fragmentos, Fragilidades, Memórias | Exposição Coletiva no Museu de Arte Africana, Belgrado

 Reflectir #2 - Fragmentos, Fragilidades, Memórias | Exposição Coletiva no Museu de Arte Africana, Belgrado Em exibição no Museu de Arte Africana de Belgrado, a partir de 13 de Abril, e fruto de uma colaboração entre esta instituição e a Galeria de Arte THIS IS NOT A WHITE CUBE - constrói-se como exposição através da seleção cuidada de obras de artistas angolanos, representativas daquilo que é, num espectro alargado, a produção artística e a reflexão intelectual de uma geração icónica nascida após a independência de Angola, em 1975, sucedendo à afirmação dos movimentos independentistas, à Guerra Colonial Portuguesa e à deposição do regime ditatorial do Estado Novo, em Portugal.

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13.04.2022 | por vários

Manifesto-Haraway PREFÁCIO

Manifesto-Haraway PREFÁCIO "Um Manifesto Ciborgue" foi publicado em 1985. Caiu como um meteoro na academia e nas suas divisões normalizadoras do saber, academia essa que parecia impreparada para o acto de mistura que articulava carne e máquinas, capital e dominação, informática e ligações. Estávamos diante de frases cortantes, que não tinham nenhuma disciplina que as justificasse e as acolhesse. Algo de profundamente novo vinha a caminho nessa escrita fulgurante, que continua o seu percurso agora em português, mas também noutras frases que prolongam o manifesto, que originam outro novo, ou talvez correspondam ao devir-manifesto de Donna J. Haraway.

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11.04.2022 | por José A. Bragança de Miranda

Políticas antigênero em contexto pandêmico na América Latina: um voo de pássaro

Políticas antigênero em contexto pandêmico na América Latina: um voo de pássaro Os estudos compilados nessa coletânea oferecem uma atualização do cenário das políticas antigênero na América Latina, desde 2019, quando foram finalizados os estudos do ciclo anterior. Essa nova rodada contempla sete países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador e Uruguai) e o ambiente da OEA. Essa atualização foi examina a interseção entre as ofensivas antigênero e antiaborto e as condições decorrentes da pandemia de COVID-19. Esse exercício, assim com no caso dos estudos anteriores, exigiu a análise de outras dimensões do contexto regional.

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07.04.2022 | por Sonia Corrêa e Magaly Pazello

Festival Política 2022

Festival Política 2022 Quatro dias de debate e combate à "Desinformação", com o humor de Hugo Van der Ding, a fotografia de Pauliana Valente Pimentel, a estreia do novo documentário de Tiago Pereira dedicado à música cigana, e mais de duas dezenas de propostas de filmes, debates, conversas e cara-a-cara com deputados.

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07.04.2022 | por vários

BIBLIOTERA no Anozero'21—22 Bienal de Coimbra MEIA-NOITE

BIBLIOTERA no Anozero'21—22 Bienal de Coimbra MEIA-NOITE Este projeto de curadoria coletiva é uma biblioteca em construção que, de Coimbra, segue para Malafo, na Guiné Bissau, onde será acolhida pela Abotcha - Mediateca. Os livros, em catalogação e desarrumação permanentes, são acompanhados por leituras, debates, performances, reflexões sobre escrita, oratura, autoria, produção de conhecimento, circulação, apropriação de saberes e, claro, sobre o próprio conceito de biblioteca e seus conflitos.

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06.04.2022 | por Marta Lança, Marinho de Pina e Filipa César

Cenas do Gueto I Fé

Cenas do Gueto I Fé Com igrejas evangélicas, adventista, católica e, inclusive, uma mesquita, a Quinta do Mocho é um lugar de fé. No coração do bairro, a sua praça principal serve de local de culto, em que manifestações rítmicas e corporais traduzem a vontade dos seus participantes de se comunicar no campo espiritual.

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04.04.2022 | por Otávio Raposo