Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais

©Renato Parada©Renato Parada

Antropóloga, escritora, editora e consultora brasileira, Heloisa Pires Lima estará no CCB, no dia 6 de abril, às 18h30, a apresentar a conferência Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais, na qual irá falar sobre as dinâmicas do circuito livreiro infantojuvenil, destacando o caso da origem continental africana.

Esta palestra inaugura o ciclo Visualidades Negras, com curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), que propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude, com Billy Woodberry (13 abril), Deborah Willis (27 abril), Kenneth Montague (4 maio) e Ruth Wilson Gilmore (18 maio).

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

20% desconto para estudantes (mediante apresentação de cartão de estudante ou comprovativo. Desconto válido apenas para bilhetes de sessão)

31.03.2022 | by Alícia Gaspar | heloisa pires lima, infância, literatura, representações culturais

AMPLA - Mostra de cinema: exibição "Alcindo"

2 de Abril, pelas 15h, na Culturgest

A Ampla, na sua primeira edição, é uma mostra de cinema que reúne uma seleção de filmes premiados em 2021 nos principais festivais em Portugal, entre eles Curtas Vila do Conde, Fantasporto, MOTELX, Festival Queer, MONSTRA, Doclisboa, IndieLisboa. Constitui uma oportunidade única para ver o melhor cinema português e mundial, entre curtas e longas-metragens, de documentários a filmes de terror, sem esquecer sessões dirigidas ao público mais novo Esta mostra é organizada pela Horta Seca - Associação Cultural, com a co-produção da Culturgest e a consultoria da Acesso Cultura, tendo como parceiros a Fundação Liga, a Bengala Mágica, a Associação Cultural de Surdos da Amadora e a APPDA Lisboa.

Para ser o mais inclusiva possível, todos os filmes que compõem a mostra são exibidos com recursos de acessibilidade.Desta forma, o filme “Alcindo” será exibido com legendas descritivas, interpretação em língua gestual portuguesa e audiodescrição, convidando também as pessoas com necessidades específicas a desfrutarem das sessão. Está também contemplada a acessibilidade no espaço físico para as pessoas que utilizam cadeiras de rodas.

 

31.03.2022 | by Alícia Gaspar | alcindo, ampla, Culturgest, documentário

Cápsula 5 — Segundo encontro

Bases para uma educação antirracista, com Luciana Alves e Keyna Eleison

O eurocentrismo e norteamericanismo que pautaram a educação no Brasil vêm sendo revistos graças à implantação da Lei 11.645, que obriga o ensino-aprendizagem das culturas afro-brasileiras e indígenas nas escolas. No sábado passado, Luciana Alves expôs suas reflexões em torno de três eixos: branquitude/negritude, raças e sistemas de poder. Já no próximo encontro, Keyna Eleison aborda espaços de socialização, analisando, em especial, a recepção de públicos de exposições. Será possível ultrapassar os limites impostos por um sistema de poder racista usando ferramentas educacionais criadas por esse mesmo sistema? Com quais interlocutores estabelecer alianças estratégicas e sustentáveis?
coordenação curatorial: Lisette Lagnado e Mirtes Marins de Oliveira

O evento também será transmitido no Youtube

Sobre as convidadas:

Luciana Alves é pedagoga, mestre em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e doutoranda em educação na Universidade de Campinas (Unicamp). Luciana é ativista do movimento negro e Pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis na Unifesp (São Paulo). Dedica-se a pesquisas sobre desigualdades educacionais, com especial enfoque nos temas branquitude, políticas públicas para equidade racial e infância. É autora do livro Ser branco, publicado pela editora Hucitec e de artigos científicos sobre relações raciais.

 

Keyna Eleison é curadora, narradora, cantora e cronista social ancestral. Junto com Pablo Lafuente, é Diretora Artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). Tem mestrado em História da Arte e leciona na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro). Integrante da Comissão da Herança Africana da região do Cais do Valongo (Rio de Janeiro) e colaboradora da revista Contemporary & Latin America. Co-curadora da primeira edição da Bienal Amazônia, em 2022, com Sandra Benites, Flavya Mutran e Vania Leal (Belém, PA).

 

Local: Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 443, São Paulo

Encontro: 02.04, Sábado, 11h—12h30

Saiba mais

31.03.2022 | by arimildesoares | Bases para uma educação antirracista, Capsula 5, Keyna Eleison, Luciana Alves, são paulo

FALA SÓ

Fala Só reúne dez artistas angolanos, residentes essencialmente em Lisboa e Luanda que, num reencontro casual na cidade de Lisboa, decidem reunir obras que expressem ou traduzam as suas interpretações de vários temas globais, africanos, angolanos e outros assuntos que por várias razões não são abertamente abordados.

A expressão “Fala só” muito usada em Angola quer basicamente impulsionar o interlocutor a falar sem tabus, sem entraves, sem papas na língua, a expressar livremente os seus pensamentos. 

Com inspiração na fala livre de Bonga Kwenda na sua mais recente faixa “Ti Zuela” do álbum Kintal da Banda, lançado em 2022, que ao fim de cada estrofe diz “…estou falar só”, estes artistas decidiram também “falar só” sobre as suas inquietações, experiências e vivência, nestes tempos modernos cada vez mais desafiadores.

As obras são predominantemente em pintura e ainda escultura, cerâmica, fotografia e video-arte. Os artistas envolvidos representam várias gerações, várias formas de estar e de pensar, e desenvolvem os seus trabalhos recorrendo a técnicas diferentes umas das outras.

Curador: Lino Damião

Artistas: 

Lino Damião

Don Ruelas

Indira Mateta

Nelo Teixeira

Jorge Sistelo

Erika Jamece

Grácia Ferreira

Anna Rocheta

Armanda Alves

Silvestre Quizembe

8 de abril - 8 de maio 

Galeria Artistas de Angola | Rua Sousa Lopes 12 A | Lisboa 

31.03.2022 | by arimildesoares | Bonga Kwenda, Fala Só, Galeria Artistas de Angola, lisboa

JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa

A JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, irá regressar finalmente em Maio. Forçada a adiar as últimas edições nos anos da pandemia, a feira que aposta em artistas emergentes volta a acontecer nas datas normais, ou seja, em maio, entre os dias 19 e 22, desta vez no Centro de Congressos de Lisboa, em Belém.


A congénere lisboeta da feira JUSTMAD que se realiza em Madrid há 13 anos, é um evento especial com uma importante aposta em novas galerias e artistas contemporâneos que permitem descobrir novos talentos. A JUSTLX é já considerada uma feira muito relevante dentro daquela que se está a tornar a Art Week de Lisboa, coincidindo com outras eventos culturais na cidade, e que trazem um grande impulso e visibilidade ao panorama artístico português.

A terceira edição da JUSTLX conta com a direção artística de Semíramis González e Óscar García que também dirigem a feira JUSTMAD em Madrid. Ambos lideram um projeto curatorial de grande qualidade técnica e artística, e que aposta na excelência estética tanto na seleção de galerias como dos artistas que estas apresentam.

“Apesar das circunstâncias globais que nos obrigaram a adiar a JUSTLX, temos agora toda a energia concentrada numa grande edição em 2022 que fortaleça as vendas das nossas galerias em grandes coleções, e continue o trabalho de disseminar a arte contemporânea emergente entre colecionadores nacionais e internacionais.”, assinalam Semíramis González e Óscar García, Diretores Artísticos da Feira.

Para o espaço no Centro de Congressos de Lisboa, a JUSTLX irá trazer um máximo de 28 galerias oriundas de diversos países, nomeadamente Portugal, Espanha, França, EUA, Venezuela e China.

A edição contará ainda com uma instalação artística colaborativa que combina sustentabilidade ambiental e um compromisso com o mundo rural. Trata-se da obra “Acequia 41”, criada na residência artística RAS DE TERRA, em Villanueva de la Vera, Cáceres, por Isabel Flores, Tamara García, Natasha Lelenco e Rafael Blanco, sob a direção criativa da artista Mónica Sánchez-Robles. Ras de Terra faz parte da New European Bauhaus, um pacto verde promovido pela Comissão Europeia, que abre novas oportunidades de desenho e criação. A peça resultante do trabalho conjunto será exposta na feira JUSTLX de 19 a 22 de Maio.

Com esta presença diversificada, a JUSTLX consolida, uma vez mais, a internacionalização da cidade de Lisboa no âmbito das feiras de arte.

A JUSTLX é organizada pela Art Fairs, uma empresa espanhola promotora de feiras de arte e eventos culturais, e que organiza, desde 2009, as feiras Madridfoto (Feira Internacional de Fotografia), a JUSTMAD (Feira Internacional de Arte Emergente), a Justmadmia (Feira Internacional de Arte Emergente de Miami) e a Summa (Feira Internacional de Arte Contemporânea).

30.03.2022 | by Alícia Gaspar | arte, feira de arte contemporânea, JUSTLX, lisboa

Com outros olhos | Uma nova visão da Lisboa joanina (1707-1750)

O Museu de Lisboa - Palácio Pimenta organiza três encontros apresentados pela historiadora da arte Giuseppina Raggi (CES-UC), que revelam uma nova visão sobre a cidade durante o reinado de D. João V (1707-1750). Para além das três conversas, o ciclo termina com um passeio de barco pelo Tejo.

Nestes encontros, nos quais a historiadora da arte apresentará uma nova visão sobre a cidade no tempo barroco, os participantes são levados a ver uma Lisboa como nunca teriam imaginado: a cidade planeada entre 1717 e 1719 por um dos maiores arquitetos italianos do seu tempo: Filippo Juvarra (Messina 1678 – Madrid 1735).

Desde o papel crucial das mulheres no processo de renovação cultural ao grandioso projeto urbanístico e arquitetónico idealizado por Juvarra para a cidade de Lisboa, que incluía o palácio-convento de Mafra, em cada encontro, um convidado irá conversar com a historiadora da arte e com o público sobre diferentes e inesperadas facetas da Lisboa joanina, uma época tão marcante para a história das artes, da arquitetura e do urbanismo português, como da própria cidade de Lisboa.

Conversas | 6, 12 e 20 ABR 2022 18H

  • Passeio de barco | 27 ABR ou 11 MAI 16H

20€ (inclui três conversas e passeio de barco)

Bilhetes disponíveis em Blueticket.pt

30.03.2022 | by arimildesoares | Museu de Lisboa, palácio pimenta, renovação cultural, Rio Tejo

Polén no ar

O Pólen é um projeto audiovisual de documentação e difusão de conflitos ambientais, iniciado em março de 2018, pela documentarista e antropóloga Rita Brás e pela fotógrafa e historiadora Inês Abreu, e que conta com o apoio da associação cultural Fogo Posto, sediada em Lisboa.

Tem como base um mapeamento de mais de 120 conflitos ambientais, do projeto exploratório “Portugal: Ambiente em Movimento”, constituído em 2015, por pesquisadores e ativistas da Oficina de Ecologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais de Coimbra, da Universidade de Lisboa e do Brasil.

Pólen tem vindo a explorar os temas da mineração de lítio, combustíveis fósseis, poluição do Rio Tejo e afluentes, e a acompanhar as ações de movimentos sociais e ambientalistas como a Greve Climática Estudantil, entre outros, com o objetivo de divulgar as respostas dos cidadãos nas suas variadas formas de resistência: protestos, ações, discussões e soluções.

Sem filiação partidária, o projeto apoia todos os movimentos que encaram este tempo como o tempo da urgência, da inquietação com a tecnologia e a especulação financeira sobre os recursos do planeta e os seus habitantes, constituindo-se como um arquivo em permanente atualização, aberto e disponível para todos.

28.03.2022 | by Alícia Gaspar | ambiente, Manifestação, polén no ar, Portugal

Entre ideias e reflexões — Alice Marcelino

No episódio de março, Alícia Gaspar conversou com a fotógrafa Alice Marcelino sobre comunidades negras, violência policial, e a celebração do cabelo. Foram também discutidos e explicados dois dos seus projetos: “Black Skin White Algorithms” e “Kindumba”.

Podem acompanhar o trabalho de Alice Marcelino em www.alicemarcelino.com

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Alice Marcelino é uma fotógrafa baseada em Londres. A artista vive e trabalha entre Londres e Lisboa. Nasceu em Luanda, Angola a 1980.

Em 2016 Alice formou-se na Universidade de Londres em Fotografia. Atualmente frequenta um mestrado em Meios Digitais na Universidade de Goldsmiths.

O seu trabalho explora a cultura, tradição, migração e identidade, reflectindo sobre o seu significado no nosso mundo globalizado em constante mudança.

Episódio já online no Spotify e outras plataformas.

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25.03.2022 | by Alícia Gaspar | alice marcelino, black skin white algorithms, buala podcast, comunidades negras, entre ideias e reflexões, fotografia, kindumba, negritude, podcast, Violência policial

Vencedores da 1ª Open Call - Lisbonweek’22

Catarina Lopes Vicente (Portugal), Inês Neves (Portugal), José Cereceda (Chile), Leonor Sousa (Portugal), Maura Grimaldi (Brasil), Virgílio Pinto (Angola), são os artistas vencedores da 1ª Open Call Lisbonweek para o Programa de Residências Artísticas em Marvila, o bairro selecionado para a edição deste ano.

A organização da LW’22 manifesta a sua enorme satisfação pela resposta ao desafio lançado e que se traduziu no elevado número de candidaturas, com projetos inovadores e de grande qualidade técnica e artística. No total foram apurados seis artistas, tendo a organização decidido atribuir mais duas residências às quatro inicialmente previstas.

As mais de quarenta propostas recebidas foram avaliadas por um Júri composto por Xana Nunes, diretora da Actu e fundadora da Lisbonweek, Filipa Oliveira, curadora e programadora, Brooke Waterhouse, fundadora do Project One, e Georges Zorgbibe, colecionador. Ficaram apurados como finalistas 11 artistas, e depois de uma fase de entrevistas foram escolhidos os seis vencedores.

“Esta primeira Open Call da Lisbonweek teve uma adesão extraordinária. É preciso mais instituições e projetos que promovam o trabalho criativo e uma relação muito próxima com a cidade, os seus bairros e os seus habitantes.” refere Filipa Oliveira, curadora da LW’22.

Xana Nunes, fundadora da Lisbonweek, considera que “o resultado desta Open Call reflete bem a diversidade de nacionalidades a viver em Lisboa.”, e acrescenta ainda que “não foi fácil a escolha entre mais de duas dezenas de artistas estrangeiros que concorreram, o que mostra que Lisboa neste momento é, sem dúvida, umas das cidades de eleição para as gerações criativas.”

Durante o mês de abril os seis artistas irão “mergulhar” em Marvila e na história incrivelmente rica deste bairro. As residências terão lugar no espaço do Prata Riverside Village e os projetos daí resultantes serão exibidos durante a 7ª edição da LW’22, em maio, e que o público poderá descobrir num circuito artístico que irá percorrer diversos locais emblemáticos da freguesia, como a Fábrica do Braço de Prata, o Palácio da Mitra, a Igreja de Marvila, os jardins do Prata Riverside Village, entre outros.

A convocatória foi lançada no início de fevereiro e dirigiu-se a todo o tipo de práticas artísticas, desde artes visuais, passando pela dança, música, artes digitais ou mesmo NFT’s, e que respondessem ao tema central desta edição: “O Trabalho”. A Open Call - Residências LW’22 pretende contribuir para a nova criação artística contemporânea, e chamar a atenção para o património histórico e contemporâneo deste bairro lisboeta.

Sobre os artistas vencedores da Open Call LW’22

Catarina Lopes Vicente (Lisboa, 1991) – Foi vencedora da Bolsa de Artes Visuais da Fundação Gulbenkian, é colecionadora de objetos e imagens e apaixonada pelas suas formas. Pretende mergulhar no histórico de maquinaria agrícola e industrial de Marvila de forma a poder representá-lo e dar continuidade ao seu trabalho.

Inês Neves (Lisboa, 1995) – Artista performer e designer, o seu trabalho foca-se no cruzamento de disciplinas através da transdisciplinaridade e da colaboração. Através da Residência LW, a artista pretende desenvolver a investigação sobre o corpo, espaço, desenho e movimento, numa performance/desenho.

José Cereceda (Chile) – Artista circense que propõe a realização de uma performance integrando as artes circenses performativas e plásticas. A corda e o seu emaranhado serão o seu material e forma de expressão, através da qual irá refletir sobre as origens do bairro de Marvila.

Leonor Sousa (Lisboa, 1996) – Artista com atelier em Marvila, desenvolve um trabalho nos campos da pintura e da instalação, e tem como projeto mapear a experiência do trabalho em Marvila.

Maura Grimaldi (São Paulo, 1988) – Nascida em São Paulo e a residir em Lisboa, é uma artista investigadora multidisciplinar e que vai desenvolver um projeto de pesquisa e de experimentação convidando co-criadores para refletir sobre a ideia do trabalho e do nãotrabalho como espaço de reflexão crítica.

Virgílio Pinto (Angola, 1993) – Artista com formação em cinema vídeo e multimédia, já com algumas curtas-metragens no seu percurso. Focando no tema do “Trabalho”, irá deambular com a sua câmara pelo bairro de Marvila, o que resultará num projeto cinematográfico.

Se quiser acompanhar ao vivo as Residências Artísticas LW’22, poderá contactar a organização através do email: contact@lisbonweek.com

Catarina Lopes VicenteCatarina Lopes VicenteLeonor SousaLeonor Sousa

 

Inês NevesInês NevesVirgilio PintoVirgilio Pinto

 

Maura GrimaldiMaura GrimaldiJosé CerecedaJosé Cereceda

 

Sobre a 7ª Edição LW’22 – Marvila (01 a 31 maio)

No ano em que celebra o seu 10º Aniversário, a Lisbonweek irá centrar as atenções no Bairro de Marvila. Durante todos os fins de semana de maio, Marvila será palco de uma intensa programação cultural e turística, com exposições de arte, visitas guiadas, conversas, ateliês, e muito mais.

A Lisbonweek arranca no dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, data simbólica que marca a 7ª edição dedicada ao “Trabalho”. O que significa o trabalho nos dias de hoje? Como tem evoluído, e como será no futuro? É precisamente este o desafio lançado aos artistas vencedores da Open Call, sob a curadoria de Filipa Oliveira. E o bairro de Marvila dará o mote: a Marvila moderna, das artes, dos coworks, ligada ao rio e às suas linhas contemporâneas com os projetos de arquitetura que já a habitam, nunca esquecendo a sua origem industrial, das fábricas, dos operários, do porto, do ferro, dos tonéis de vinho, e dos mercados ambulantes. Em maio, a Marvila antiga e contemporânea dar-se-á a conhecer com a Lisbonweek.

A LW’22 é desenvolvida em parceria com o Prata Riverside Village em Marvila - o único projeto em Portugal do Prémio Pritzker Renzo Piano, e conta ainda com o apoio habitual da Câmara Municipal de Lisboa, e da Junta de Freguesia de Marvila nesta edição.

Mantendo a premissa de dar a conhecer espaços nunca antes vistos e histórias nunca antes contadas, a Programação da 7.ª edição da Lisbonweek irá incluir as habituais visitas culturais quer a locais icónicos de Marvila, como a Fábrica do Braço de Prata, a Praia de Marvila, ou o Páteo Marialva, quer a espaços que não estão acessíveis ao público, como o magnífico Palácio da Mitra. O percurso das visitas culturais será mais uma vez concebido pelo historiador Pedro Sequeira, em Português e Inglês.

Para além da descoberta do património de Marvila, haverá ainda o percurso das artes criado pela curadora Filipa Oliveira e que terá várias dimensões. De um lado, a apresentação das obras resultantes do programa de residências, espalhadas por diversos locais emblemáticos de Marvila, e por outro, as ações Meet the Artist a decorrer em várias galerias, como a Francisco Fino, a .insofar, ou a Bruno Múrias, em que o público poderá contactar com o artista/curador que está a expor, ou outra atividade em exclusivo para a Lisbonweek. Desta forma, a LW’22 propõe um projeto de pesquisa artística, resposta e impulsionamento do próprio bairro que não só apresenta propostas inéditas, como procura envolver e colaborar com os diversos agentes e promotores artísticos de Marvila.

Todos os fins de semana da LW’22 serão ativados com conversas e ateliês sobre arte, arquitetura e cidades, e está prevista uma grande festa de encerramento na Fábrica do Braço de Prata a 28 de maio.

A programação completa da LW’22 ficará disponível no início de abril, assim como os bilhetes para as visitas culturais, conversas e ateliês, com a possibilidade de comprar bilhete individual ou combinado para cada uma das atividades, em Português e Inglês

23.03.2022 | by Alícia Gaspar | Lisbonweek, Marvila, open call, residências artísticas

Simpósio "Memórias e Narrativas (Pós) Coloniais I Mindelo

Mindelo 24 e 25 de março 2022


Programação

Dia 24 de março

9h abertura por João Branco e Marta Lança

9h 30 - 10h 10 Marta Lança - editora e programadora cultural. “Processos de memorialização e falsos consensos.”

10h 15 - 10 h55 Gisela Casimiro - artista e escritora. “O Museu e eu: cápsula do tempo sobrevivido.”

11h -11h40  Celeste Fortes - antropóloga e professora.  “Trabalho intelectual no feminino: da busca pelo brancoportencimento ao vozativismo do feminismo negro.”

DEBATE até as 12h30

Dia 25 de março

9h 5- 9h 45 João Pedro George - escritor e sociólogo. “Revivalismo pós-colonial e produção literária.”

9h 55 - 10h 35 António Tavares - coreógrafo e agente cultural.  “CONTRA_danca. Um corpo enfermo.”

10h 40 às 11h 20 José J. Cabral - escritor e investigador. “Destapando um dos Tarrafais do império.”  

DEBATE até às 12h30

Depois do primeiro passo com o Maio Doc em dezembro, que trouxe  visualidades e distintas abordagens ao tema do colonialismo, apresentamos dois dias de intervenções e debates que desvelam mais leituras a partir do período colonial, os seus meandros e impactos.

As intervenções para debate provêm de investigadores e artistas portugueses e cabo-verdianos, que trazem uma grande diversidade de perspectivas:

O escritor e investigador José Cabral destapa a história sombria de um dos Tarrafais do Império, S. Nicolau: “Com teses e dissertações publicadas, é sobejamente conhecida a fase da deportação para Cabo Verde a partir de 1936 (Tarrafal de Santiago); o mesmo não acontece com a fase anterior, iniciada em 1931, na sequência da Revolta da Madeira, em que, depois de breve estadia num lazareto na Praia, os deportados são enviados para o “Campo de Concentração de Presos Políticos em São Nicolau”, servindo-se do edifício do ex-semanário, mais tarde ampliado com a edificação um outro campo em Tarrafal, na mesma ilha: Notórios português (precursores do 25 de abril 1974, no dizer do Dr. Mário Soares),  que passaram por lá, permanecem no anonimato, e suas histórias e legado, a carecer de exumação.”

José Cabral José Cabral Celeste FortesCeleste Fortes

António TavaresAntónio TavaresGisela CasimiroGisela Casimiro

A escritora e artista Gisela Casimiro, na apresentação “O Museu e Eu: Cápsula do tempo sobrevivido” cria um diálogo entre o seu trajecto artístico e militante e o de outros artistas negros da diáspora, à luz de acontecimentos recentes que marcaram a sociedade, a luta antiracista e a forma como a literatura e a arte têm lidado com os mesmos.  

A antropóloga e professora Celeste Fortes aborda o Trabalho intelectual no feminino: “Num dos armários do meu corpo em libertação, estavam escondidos vários desejos. Um deles era o de conhecer a minha história. O amor-próprio exige que falemos de nós. Mas como, se não conhecemos a nossa história? Como, se filhas do silêncio e removidas da história – masculinizadas na voz e nos protagonistas exclusivos –  não conseguimos transpor as barreiras do silêncio e vencer as amarras da história única.  No meu país, as mulheres são vítimas do esquecimento coletivo e da história oficializada. ”

O bailarino e coreógrafo António Tavares avança com uma ideia de CONTRAdança: “É neste corpo enfermo, aprisionado nas grilhetas da dúvida, da culpa, do castigo e do medo, que está alojado essa multa ou contradança…”

O escritor e sociólogo João Pedro George “Revivalismo Pós-colonial e produção literária” explica como a história dos 15 anos anteriores à queda do domínio colonial português (1960-1975) se  tornou “recentemente objeto de uma tendência revivalista na produção de obras literárias de grande sucesso comercial. Manifestação social, política e comercial da nostalgia de muitos portugueses em relação ao estilo de vida nas ex-colónias, este revivalismo tem sido instrumentalizado por estruturas empresariais altamente profissionalizadas — conglomerados editoriais —, através de uma mistura de intensidade emocional, informações históricas parciais e simplificadas e glorificação de um passado nacional coletivamente significativo.”

A editora e programadora cultural Marta Lança aborda práticas de memorialização do colonialismo. “Como se efetiva o processo de fixar o passado, por vezes traumático e violento, como se tem questionado e como se pode produzir novas memórias trazendo novas visibilidades. Falaremos de lugares, atos de memória e transmissão da História revisitando as controvérsias de algumas políticas de memória atráves de práticas culturais: memoriais, museus, toponímias, práticas artísticas e vestígio nas cidades. Defendemos a memorialização como processo de constante resignificação da memória, enquanto ação que se dá no presente e se articula às políticas atuais.”

Coorganização Centro Cultural Português e BUALA 

João Branco e Marta Lança 

22.03.2022 | by Alícia Gaspar | Centro Cultural portugues, Mindelo, pós-colonialismo, simpósio