LUANDANDO / Kubanga Kukatula

Exposição de Lino Damião e Nelo Teixeira, com curadoria de Paulo Moreira.

Inauguração 29 Set . 18h - 22h +INFO

Galeria Antecamara, Rua de Cabo Verde 17.

“Kubanga Kukatula” significa “montar e desmontar” em kimbundu, referindo-se à condição de transitoriedade do percurso de vida dos artistas Lino Damião e Nelo Teixeira, ambos ex-moradores do bairro da Chicala, em Luanda.

Seguindo um processo de exploração do arquivo “Observatório da Chicala” e períodos de residência entre Lisboa e Porto, a exposição apresenta um corpo de trabalho sobre a identidade e memória dos artistas.

A exposição é a segunda apresentação pública de um projeto de criação artística e pesquisa, centrado em residências, produção de obras e exposições.

29.09.2021 | by Alícia Gaspar | arte, exposição, Lino Damião, lisboa, Nelo Teixeira, Paulo Moreira, porto

Samson Kambalu: Fracture Empire

Fracture Empire é a primeira exposição do artista visual Samson Kambalu em Portugal e, ao mesmo tempo, a apresentação mais completa da sua obra até à data. O recém-vencedor do Quarto Plinto (Trafalgar Square, Londres), um dos prémios de arte pública mais famosos do mundo, estará na Culturgest, já a partir de 2 de outubro.

inauguração terá lugar no dia 1 de outubro, das 22:00 à meia-noite, com entrada gratuita. No âmbito da exposição, o artista fará uma visita guiada, juntamente com o curador da exposição, Bruno Marchand (2 OUT 16:00), dará uma conferência sobre Cinema Nyau e a sua produção fílmica (17 NOV 18:30) e realiza-se ainda uma conferência centrada nas questões que a obra de Kambalu nos levantam (24 NOV 18:30).

INAUGURAÇÃO
1 OUT 2021SEX 22:00 - 24:00

EXPOSIÇÃO
2 OUT 2021 - 6 FEV 2022TER A SEX 12:00 – 19:00
FIM DE SEMANA 11:00 – 18:00

©Vera Marmelo©Vera Marmelo

Apelidado de provocador, o artista visual do Malawi, Samson Kambalu, é um nome reconhecido internacionalmente e “um dos mais singulares tradutores da cultura sincrética africana para os olhos e para a razão ocidentais. É também um intérprete e um crítico da história conturbada destes dois blocos”, como refere Bruno Marchand, curador desta exposição, que marca a estreia de Kambalu em Portugal, ao mesmo tempo que é a apresentação mais completa da sua obra até à data, a nível internacional.

Altamente requisitado, venceu recentemente a última edição do Fourth Plynth, o prestigiado concurso de escultura pública em Trafalgar Square, Londres, cuja proposta abre a exposição Fracture Empire.

A escultura Antelope, de Samson Kambalu, projeto vencedor para estar em exibição no famoso pedestal da Trafalgar Square, em 2022, é uma reconstituição de uma imagem da era colonial. Retrata uma fotografia de 1914 do padre da Igreja Baptista, John Chilembwe, e do missionário europeu John Chorley.

Samson Kambalu refere que a fotografia original, na qual se baseou para fazer a escultura, o inspirou pela “aparência comum” que tem à primeira vista, “mas quando pesquisamos a fotografia, descobrimos que, na verdade, há ali subversão, porque naquela época, em 1914, era proibido que os africanos usassem chapéus perante os brancos”.

Em Antelope, Chilembwe tem uma escala enorme, enquanto Chorley permanece em tamanho natural. Ao aumentar a escala de Chilembwe, Samson eleva a sua história, revelando as narrativas ocultas dos sub-representados na história do Império Britânico em África e não só. Sobre o Quarto Plinto, Samson refere que a sua proposta seria “sempre um teste do quanto pertenço à sociedade britânica como africano e cosmopolita, e isso enche-me de alegria e entusiasmo, e quis propor algo significativo para mim, como um africano”. 

O trabalho de Kambalu abrange várias vertentes, do desenho à pintura passando pela instalação e pelo vídeo. O humor, o excesso e a transgressão são constantes na obra deste artista que mistura bandeiras de vários países e obriga-nos a testar os limites pré-concebidos sobre história, arte, identidade, religião e liberdade individual.

No dia seguinte à inauguração da sua exposição na Culturgest, o artista e o curador Bruno Marchand, receberão o público para uma visita e uma conversa sobre as obras selecionadas e sobre as suas articulações no espaço. Questões como a noção de máscara e o papel que a indumentária representou em momentos-chave das lutas coloniais do último século, a ideia de oferenda e a sua importância na economia simbólica de várias sociedades africanas, ou a questão da autoria e da distribuição da arte no quadro de fenómenos como o situacionismo terão certamente lugar ao longo da conversa. Uma oportunidade para ouvir, na primeira pessoa, o desvelar de um particular universo intelectual e criativo.

Reconhecido internacionalmente, o seu trabalho foi já exibido em todo o mundo, incluindo o Festival Internacional de Arte de Tóquio em 2009, a Bienal de Liverpool em 2004 e 2016, a Bienal de Dakar em 2014  e 2016 e a Bienal de Veneza em 2015, Art Basel e Frieze.
Nascido no Malawi, em 1975, uma década após a sua independência do Império Britânico, Kambalu estudou na Universidade de Malawi (BA Fine Art and Ethnomusicology, 1995-99); Nottingham Trent University (MA Fine Art, 2002-03) e Chelsea College of Art and Design (PhD, 2011-15) e ganhou bolsas de pesquisa na Yale University e Smithsonian Institution. É professor associado de Belas Artes no Ruskin College e membro do Magdalen College, Oxford University.

Em 2015, a par da sua participação na Bienal de Veneza, foi processado pelo trabalho que mostrou sobre o situacionista italiano, Gianfranco Sanguinetti, que um ano antes tinha vendido o seu arquivo à Biblioteca Beinecke, da Universidade de Yale. Os críticos consideraram esta uma atitude contrária ao espírito situacionista de propriedade pública e doação de presentes. Assim, Kambalu fotografou todo o arquivo e expôs na Bienal de Veneza, com o objetivo de o devolver ao domínio público. A Sanguinetti processou Kambalu e a Bienal exigindo o encerramento da instalação, a destruição do catálogo da Bienal e uma taxa de 20.000 euros por cada dia de atraso. Sanguinetti não ganhou o caso.

CONFERÊNCIA SOCIEDADE SECRETA: CINEMA NYAU E A PROBLEMÁTICA DA OFERENDA COM SAMSON KAMBALU
17 NOV 2021 - QUA 18:30
PEQUENO AUDITÓRIO DA CULTURGEST
Na sequência da abertura da sua exposição nas galerias da Culturgest, Samson Kambalu dará uma conferência no Pequeno Auditório, no dia 17 de novembro, às 18:30 (entrada gratuita sob levantamento prévio de bilhete) acerca da sua produção fílmica em relação ao uso de máscaras nos rituais da irmandade Nyau, uma sociedade secreta do Malawi onde a prática do dom é uma questão central. Olhando para o sincretismo da cultura deste país africano, que Kambalu estende para movimentos filosóficos e artísticos de origem europeia, como o Dadaísmo, o Surrealismo e o Situacionismo, serão cruzados os trajetos de projecionistas de cinema ambulante na época colonial com as histórias de políticas emancipatórias, referindo algumas figuras radicais do pan-africanismo como John Chilembwe (Malawi) e Clement Kadalie (África do Sul).

CONFERÊNCIA SITUACIONISMOS, CINEMAS E OUTRAS HISTÓRIAS COM
CATARINA LARANJEIRO, RAQUEL SCHEFER E RICARDO NORONHA

24 NOV 2021 - QUA 18:30
PEQUENO AUDITÓRIO DA CULTURGEST

Os filmes e instalações de Samson Kambalu impelem-nos a olhar de forma cruzada para o pensamento, a produção de imagens e a história concebidas nos territórios africanos e europeus. Tendo como ponto de partida a exposição deste artista, três investigadores do Instituto de História Contemporânea (NOVA FCSH), juntam-se em conferência para refletirem e debaterem as questões que a sua obra nos coloca. Estarão presentes Ricardo Noronha, investigador na área da história social e económica, com uma pesquisa que passa também pelo Situacionismo, um movimento de referência para Kambalu; Raquel Shefer, realizadora e programadora, professora na Universidade Sorbonne Nouvelle – Paris 3, com investigação na área do cinema africano e da afrodiáspora e Catarina Laranjeiro, que terá também a cargo a moderação deste encontro.

FRACTURE TOWN, DE SAMSON KAMBALU, POR BRUNO MARCHAND

Samson Kambalu nasceu no Maláui, em 1975, numa família de oito irmãos. Uma das mais importantes posses da família durante a sua infância era um armário de livros ao qual chamavam “o díptico.” O díptico albergava uma seleção heterogénea de livros que, no seu conjunto, mapeavam uma parte nada desprezível do conhecimento e do pensamento universal – uma espécie de enciclopédia portátil de fontes primárias. Kambalu mergulhou naquela biblioteca não só como quem tem uma curiosidade inesgotável e uma apetência clara pelo pensamento abstrato, mas também como quem sabia que o mundo era muito maior do que o Maláui, mas que não tinha outros meios para o explorar.

No díptico, o jovem Kambalu encontrou mitos e religiões, ciência e filosofia, antropologia e ocultismo. Assombrou-se por Nietzsche e procurou respostas para as grandes questões da vida. Fundou uma religião – o Holyballism –, encontrou para ela o mantra perfeito – exercise and exorcise – e decidiu ser artista visual, mas apenas após perceber que ser artista marcial ou estrela Pop não estava ao seu alcance. Não que não tenha tentado: emulou, com sucesso, os movimentos de Bruce Lee e de Michael Jackson que via, escondido, em sessões de cinema ao ar livre. Foi aí que se deixou contaminar, também, por uma dada estética cinematográfica, feita de filmes projetados em condições rudimentares e fortemente editados para deixar apenas os momentos de ação. Foi aluno na Kamuzu Academy, a escola secundária de elite com que o “Life President”, Hastings K. Banda, quis imitar Eton em Chimphepo, e, aquando do regresso apoteótico do aluno brilhante à terra onde crescera, submeteu-se ao Gule Wamkulu, um ritual de passagem das tribos Chewa, governado pelas ideias de excesso, oferenda, máscara e jogo.

Fez um curso superior de artes visuais e etnomusicologia e abriu um ateliê onde recebia clientes e outros interessados na sua obra. Susan foi uma dessas visitas e, apesar de esta lhe ter matado o cão inadvertidamente numa marcha atrás, apaixonaram-se e decidiram viver juntos no Reino Unido em 2001. Escreveu um livro de memórias endossado por Gary Indiana e foi selecionado por Okwi Enwezor para a Bienal de Veneza de 2015. Foi processado por um famoso situacionista e ganhou, já em 2021, a última edição do Fourth Plynth. Samson Kambalu é um dos mais singulares tradutores da cultura sincrética africana para os olhos e para a razão ocidentais. É também um intérprete e um crítico da história conturbada destes dois blocos. Fracture Empire é a apresentação mais completa da sua obra até à data.

28.09.2021 | by Alícia Gaspar | arte, bruno Marchand, cultura, Culturgest, exposição, Samson kambalu

Debate Edouard Glissant: One World in Relation - MICAR | SOS RACISMO

A história pós-Colombo assenta numa ideia de globalização e progresso unilateral, racista, antropocêntrica, capitalista, patriarcal e heterossexista. O pós 2ª guerra criou uma ilusão de fraternidade e igualdade, sem que a ordem do poder fosse disputada.

A ordem que até aqui reconhecemos parte do norte global, coloca-o e à sua linhagem no centro, esmaga e apaga a diversidade, distorce a sua presença histórica, confabula a normalidade e prescreve soluções competitivas de felicidade e de sucesso individual.

Este modelo colonial de sociedade e produtividade está em crise. A pandemia confronta-nos com a falência do trabalho, dinheiro e património como metas estruturadoras dos grandes propósitos de vida.

Enquanto sociedade preparamo-nos para um novo capítulo? É possível pensar um futuro inclusivo, justo e sustentável sem saber quem somos no espelho da história? Sem recuperar histórias e conhecimentos de outros centros e protagonistas? Haverá futuro fazível sem plurividência?


NESTA MICAR, PROCURAREMOS AS VOZES E CORPOS CUJAS MEMÓRIAS E VISÃO TÊM SIDO MANTIDAS NAS MARGENS. EXPLORAREMOS O LUGAR DE MULHERES, DE JOVENS E DA ARTE NA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL. PARA COM TODAS AS PESSOAS E ATRAVÉS DELAS RESGATAR O DIREITO À MEMÓRIA PASSADA, DESCOLONIZAR A ORDEM DO MUNDO E REIVINDICAR O DIREITO AO FUTURO.

Todas as sessões têm entrada gratuita, embora sujeita a levantamento prévio de bilhetes, os quais estarão disponíveis na bilheteira do Teatro Municipal do Porto — Rivoli.

w w w . m i c a r. s o s r a c i s m o . p t

28.09.2021 | by Alícia Gaspar | antirracismo, debate, Édouard Glissant, Mamadou Ba, Marta Lança, MICAR

MICAR – Mostra Internacional de Cinema Anti Racista

De 08 a 10 de outubro de 2021, no auditório Isabel Alves Costa do Teatro Municipal do Porto - Rivoli.Todos os filmes e eventos têm entrada gratuita.

PROGRAMA.

O evento é promovido pelo SOS Racismo com apoio da Câmara Municipal do Porto e Teatro Municipal Rivoli e, ao longo das 8 edições consecutivas, com o suporte de diversos parceiros institucionais. 

Durante os três dias do evento são exibidas obras cinematográficas que focam a temática do racismo, da imigração e das minorias étnicas; várias sessões são complementadas por um debate sobre o tema abordado, para os quais contam com alguns convidados especiais.

O Porto tem tradição de festivais de cinema de qualidade. Orgulham-se de participar neste movimento e juntar o melhor dos diversos públicos, para debater a questão do racismo na sociedade e promover o acesso dos cidadãos e cidadãs aos espaços culturais da cidade.

27.09.2021 | by Alícia Gaspar | anti-racismo, cinema, MICAR, porto, rivoli

Jordi Burch: como coisa real por fora, como coisa real por dentro

 'como coisa real por fora'. Impressão Inkjet Epson Ultrachrome K3 s/ papel Hahnemühle Photo Rag 308gms.90 x 70 cm. 2020. 'como coisa real por fora'. Impressão Inkjet Epson Ultrachrome K3 s/ papel Hahnemühle Photo Rag 308gms.90 x 70 cm. 2020.

COMO COISA REAL POR FORA  
COMO COISA REAL POR DENTRO
  

«Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.»
— A Tabacaria, de Fernando Pessoa

«como coisa real por fora, como coisa real por dentro» resulta de uma investigação teórica e formal de Jordi Burch, iniciada há cerca de 2 anos, sobre a fotografia enquanto linguagem e suporte, recorrendo ao exterior da própria imagem e ao fazer fotográfico que aqui se assumem como matéria criativa. Trata-se, no fundo, de uma reflexão sobre a Fotografia e suas fronteiras, sobre o que, por definição, provocação ou da sua prática, lhe é intrínseco.

+ INFORMAÇÃO 

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OPENING: SEPTEMBER 25th

“COMO COISA REAL POR FORA,
COMO COISA REAL POR DENTRO”

Jordi Burch’s exhibition “como coisa real por fora, como coisa real por dentro” will open on the 25th of september.
The images presented here contemplate about the expectation that photography must portrait a world outside of its own language. Therefore, these images reflect, not only, the exhaustion of the realist aesthetics, as well as the importance of the process and its gesture’s production. This brings the images closer to reconfiguration. It is not about creating representations with no language, it is about finding images that can be part of possible worlds.

+ INFO

26.09.2021 | by Alícia Gaspar | como coisa real por fora como coisa real por dentro, exposição, fotografia, Jordi Burch

Doc's Kingdom 2021 - O Movimento das Coisas

Seminário Internacional de Cinema Doc’s Kingdom 2021 
regressa a Arcos de Valdevez de 1 a 5 de Outubro

“O Movimento das Coisas” é o ponto de partida da presente edição do Seminário Internacional de Cinema Doc’s Kingdom, que regressa a Arcos de Valdevez de 1 a 5 de Outubro. O Seminário Doc’s Kingdom é organizado desde 2000 pela Apordoc — Associação pelo Documentário, também responsável pelo Festival Doclisboa.

O único filme realizado por Manuela Serra — “O Movimento das Coisas” (Portugal, 1986/2021), estreado comercialmente 40 anos depois das filmagens em Lanheses, no Alto Minho — inspira o programa da presente edição, que celebra o reencontro no cinema com a presença de Manuela Serra, Jeannette Muñoz, Jessica Sarah Rinland, Naomi Uman e Sílvia das Fadas, entre outras realizadoras a anunciar.

Com um programa secreto até ao início de cada projecção, o Doc’s Kingdom 2021 reúne gestos que nos convocam para uma experiência táctil do cinema, incluindo um programa inédito de sessões especiais em 16mm, a partir do diálogo entre obras e cineastas que imaginam o lugar da comunidade na fragilidade do encontro e na sensibilidade do contacto, aí encontrando a sua força e a sua forma singulares.

O Doc’s Kingdom arranca na tarde de sexta-feira, 1 de outubro, com a conferência “A Vez do Cinema”, organizada em parceria com o Cineclube de Arcos de Valdevez. A conferência reúne delegados de projectos — salas, laboratórios, escolas, livrarias ou residências artísticas — que são exemplares na sua dimensão simultaneamente local e internacional. Estão confirmadas, entre outras, as participações de Ao Norte (Viana do Castelo), Casa do Xisto (Barcelos), Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (Porto), Filmaporto Film Commission(Porto), Laboratório da Torre (Porto), Numax (Santiago de Compostela), Rua Escura (Porto), para além do Flaherty Film Seminar (Nova Iorque, EUA) e La Vulcanizadora (Santa Marta, Colômbia).

Originalmente inspirado pelo seminário Flaherty, o Doc’s Kingdom mantém as mesmas características distintivas desde a sua primeira edição em 2000: ao longo de uma semana, o mesmo grupo vê filmes e conversa informalmente sobre eles; cada jornada inclui sessões de filmes de diferentes cineastas, propondo o diálogo entre os autores presentes e um debate coletivo aberto a todos os participantes, sem distinções hierárquicas entre realizadores, estudantes, professores, espectadores e organizadores; desde 2013, para encorajar a participação integral no seminário e intensificar a experiência de imersão total, o seminário não divulga antecipadamente o programa de filmes; ao longo do programa intensivo de projecções e debates, a experiência passa também pelo encontro com o lugar onde se realiza o Doc’s Kingdom, promovendo a relação com a comunidade local.

Contrariando a dimensão quantitativa dos festivais e a formatação do espaço académico, o que aqui se propõe é uma experiência de cinema e uma experiência humana global, que desejavelmente se tornem uma só coisa. Este encontro visa proporcionar um salto no conhecimento e na visão de quem nele participa. Por um lado, através da experiência concentrada de projecções e debates. Por outro, usando como catalisadores a própria vivência de grupo e a oportunidade de mergulho num lugar inspirador, que extrai os participantes aos seus diferentes contextos habituais, convidando-os para uma experiência de imersão total.

O seminário insiste na dimensão colectiva desta experiência, propondo um programa único para todos os participantes, sem eventos paralelos e sem alinhamento prévio: em cada sessão, o grupo entra na sala de cinema sem mapa, aliando a disponibilidade e o risco para cooperar numa experiência que não pode antecipar.

26.09.2021 | by Alícia Gaspar | cinema, doc's Kingdom, DocLisboa, o movimento das coisas, seminário internacional de cinema

Teatro do Vestido apresenta "Dentro do Arquivo"

Dentro do Arquivo
Uma criação do Teatro do Vestido
dentro do Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

um espectáculo inserido na programação de “O Outro como epifania do belo”

Foto ©SCMLFoto ©SCML

Sessões às 16h e 18h, dos dias 23, 24, 25 e 26 de Setembro
Largo Trindade Coelho
Marcações/informações Serviço de Públicos e Desenvolvimento Cultural Direção da Cultura da SCML 21 324 08 69/87/89 culturasantacasa@scml.pt 

Estreado em Setembro de 2018, integrando a programação “Hospitalidade”, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Dentro do Arquivo é uma performance em percurso, por lugares habitualmente inacessíveis. Como processo, a equipa do Teatro do Vestido trabalhou na investigação e análise do arquivo da Santa Casa da Misericórdia. Depois do trauma da destruição dos arquivos iniciais da instituição no terramoto de 1755, a consciência da importância da memória e da preservação do arquivo instalou-se. Hoje, o arquivo da Santa Casa da Misericórdia fornece-nos um retrato social, político e económico de diversas épocas. Uma viagem intimista aos bastidores da memória, que é também um tributo ao paciente labor dos arquivistas.

Concepção, texto, direcção Joana Craveiro 

Interpretação e co-criação Joana Craveiro e Tânia Guerreiro 

Colaboração criativa João Paulo Serafim 

Iluminação e vídeo João Cachulo 

Montagem técnica e operação João Chicó 

Assistência técnica Ricardo Jerónimo 

Produção Alaíde Costa

Assistência produção Sara Ferrada

23.09.2021 | by Alícia Gaspar | dentro do arquivo, Joana Craveiro, santa casa da misericórdia, teatro, Teatro do Vestido

SOMBRAS DO TEMPO de MÁRIO MACILAU

Inauguração 23 de Setembro - 18h

Temos a honra de convidar para a inauguração da exposição Sombras do Tempo de Mário Macilau, no dia 23 de Setembro, quinta-feira, a partir das 18h, onde será apresentada uma série inédita de fotografias do artista, com curadoria de Ekow Eshun. 

Abertura 18h – 21h 

Até 11.11.2021

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We are honoured to invite you to the official opening of the exhibitionShadows of Time by Mário  Macilau, on Thursday, September 23, from 6pm, presenting a new series of photographs by the  artist, curated by Ekow Eshun. 

Opening 6–9 pm 

On view until 11.11.2021

Galeria MOVART 
Rua João Penha RC 14A 1250-131, Lisboa – Portugal

22.09.2021 | by Alícia Gaspar | arte, cultura, exposição, fotografia, lisboa, Mário Macilau, sombras do tempo

Webinar "O Património é para Todos"

O webinar “O Património é para Todos”, a ser integrado na programação das Jornadas Europeias do Património (JEP), é organizado em parceria com a YOCOCU Portugal e conta com o apoio da Direção Geral do Património Cultural (DGPC) e do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (Universidade Católica Portuguesa, Escola das Artes).

Tratar-se-á de um evento online com a duração de um dia, a decorrer a 24 de setembro, constituído por dois painéis de oradores convidados, seguidos de discussão aberta à participação da audiência. 

Tendo como mote as JEP deste ano, “Património Inclusivo e Diversificado”, para além de um primeiro painel dedicado a refletir, de um modo geral, sobre políticas (mais inclusivas) para o património, contando com a participação da DGPC e IPHAN (Brasil), MINOM e Acesso Cultura, foi preparado um segundo painel que reúne exemplos de projetos que promovem a participação e representatividade de grupos e comunidades diversas. 

Pretende-se, deste modo, colocar em diálogo projetos dinamizados por diferentes atores sociais – instituições, associações e coletivos culturais ou artísticos – representando algumas tendências atuais na aproximação ao património (como a museologia e a os processos de patrimonialização comunitária, a relação do património com a reabilitação urbana, a criação artística e indústrias criativas).

Inscrição no webinar.

Organizado por:

Ana Gago, licenciada em Comunicação (FCSH-UNL) e Mestre em Estudos Regionais e Autárquicos (FL-UL), é atualmente Bolseira FCT no Doutoramento em Estudos do Património (CITAR-UCP), dedicando-se à investigação nos cruzamentos entre criação artística, valorização do património e das comunidades. Com experiência profissional nos domínios da Comunicação Institucional, Publicidade, Produção Cultural e Gestão de Projeto, tem mais recentemente vindo a desenvolver trabalho de investigação, criação e curadoria de projetos de arte e literatura digital.

Ana Temudo, doutoranda em Estudos do Património na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa e investigadora do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR). O seu projeto de doutoramento, intitulado “Políticas de representação do património guineense nos museus portugueses na transição do período colonial para o pós-colonial: histórias, trânsitos e discursos”, é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela União Europeia (UE), através da bolsa individual de investigação REF. 2020.08039.BD.

21.09.2021 | by Alícia Gaspar | cultura, inclusão, património, webinar, yococu

CAMPO DE TREINO: O QUE FAZER JUNTO?

18-22 Outubro 2021, 10h-18h, Beato (Lisboa)
Inscrições abertas até 30 de Setembro.12 vagas. Participação gratuita. Inclui almoço.


A SOS Racismo aliou-se a um grupo de activistas, pessoas da produção cultural e artistas para propor um projecto colaborativo e horizontal de auto-formação anti-colonial, antirracista e contra todos os tipos de discriminação e opressão de pessoas LGBTQIA+, com diversidade funcional e outras vítimas da violência heteropatriarcal branca. Pretende-se aqui reflectir sobre o papel que cúmplices e aliades branques/cis/hetero (etc.) podem ter no combate à discriminação e à violência. Este encontro interseccional inspira-se em modelos de “campos de treino” políticos, do passado e do presente, como espaços de auto-formação militante e de reflexão colectiva. 

Este encontro intensivo reunirá cerca de 10 participantes, acompanhades por um grupo diverso de intervenientes, durante cinco dias inteiros (10h-18h). Serão analisados coletivamente estudos de caso em torno de situações de violência, com o objetivo de imaginar possíveis estratégias para contornar ou combater essa mesma violência. Através da leitura, escuta, performance, exercícios, métodos de reparação, auto-investigação e análise militante colectiva… vamos procurar respostas a perguntas difíceis, não só para as comunidades afectadas pela violência e discriminação, mas para a sociedade no geral: Qual o papel de cada ume na luta activa contra todas as formas de opressão? Como reconhecer os nossos pontos-cegos e como combater a ignorância perante as formas sistémicas de reprodução da violência?

Como estabelecer e inventar relações de aliança, solidariedade e cumplicidade que propiciem a transformação efectiva das situações sociais em que estamos implicades? Como fazer do cuidado um método central na luta política e nos movimentos de resistência?

A equipa do projecto reúne as associações SOS Racismo e Casa T, Mamadou Ba (activista), Filipa César (cineasta e artista), Jota Mombaça (artista), Gisela Casimiro (escritora e artista), José Lino Neves (dirigente na associação Batoto Yetu), Rodrigo Ribeiro Saturnino (pesquisador da Universidade do Minho e artista) e a plataforma de produção de cinema Stenar Projects (com especial enfoque em temáticas queer e decoloniais).

A partir das experiências e ideias desenvolvidas durante o campo de treino, pretende-se criar uma publicação, com a coordenação de Gisela Casimiro. Serão igualmente produzidos conteúdos para campanhas de sensibilização, coordenadas pela SOS Racismo e pela Casa T, com vista a informar e alertar a comunidade para estas questões fulcrais.

NOTA: Os encontros terão lugar num espaço seguro, nos vários sentidos do termo, isto é, um espaço que assegure o devido distanciamento e circulação do ar, disponibilização de máscaras e gel desinfectante; mas também um espaço com privacidade, onde poderemos exprimir livremente e de maneira responsável diferentes subjectividades.

LINK INSCRIÇÃO: https://forms.gle/ChHwqEs6CyXhoyai8 

20.09.2021 | by Alícia Gaspar | evento, inclusão, LGBT, lisboa, SOS Racismo