"Nunca me faltou o sonho de expor na minha terra", entrevista a Nú Barreto

"Nunca me faltou o sonho de expor na minha terra", entrevista a Nú Barreto Não existem infraestruturas culturais, tanto educativas como promocionais. Por mais que sejam organizados, os artistas plásticos guineenses, na Guiné, vivem num “anonimato” absurdo, onde só se salvará o ajudado. É de certeza uma caricaturada forma de ver a situação. A bem ver, não existe sequer um espaço cultural, onde os artistas poderiam exibir as suas criações. Num país sem nenhum Centro Cultural Nacional, nenhum museu e nenhuma galeria, é complicado estabelecer qualquer que seja diálogo entre o vazio e o público. Anedoticamente, vira um cemitério sem campa. Talvez uma curta história verídica para ilustrar o grau do sofrimento: Encontrei uma senhora que me reconheceu por me ter visto na televisão, dia antes. Depois duma longa conversa sobre o estado das artes na Guiné, disse-me: «Não é que somos todos iguais. O facto de não haver, não significa que somos todos iguais, mas precisamos para a nossa instrução. O silencio expõe a ignorância».

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13.02.2022 | por Sumaila Jaló

Daqui e acolá: poéticas relacionais na produção cinematográfica africana e afrodiaspórica

Daqui e acolá: poéticas relacionais na produção cinematográfica africana e afrodiaspórica O programa coloca a hipótese de estéticas africanas e afrodiaspóricas em contraponto às formas visuais dominantes, apelando mesmo a uma releitura das declinações históricas do par dialético hegemonia/subalternidade. Nestes filmes, o ato de centrar decorre, em larga medida, de um processo de descentramento: descentramento histórico e formal, acompanhado do descentramento das posições enunciativas e cognitivas convencionais através de poéticas relacionais que deslocam a reflexão sobre as categorias de identidade e alteridade rumo a um pensamento da relação nos sistemas de representação.

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30.11.2018 | por Raquel Schefer