Lisboa mesma outra cidade (vol.2)

As transformações vividas por Lisboa nos últimos 15 anos, impulsionadas pelas políticas de austeridade (2011–2015) e pelos processos ainda em curso de turistificação e financeirização, alteraram profundamente os usos dos espaços públicos e privados na cidade. As consequências sociais e económicas destes processos tornam Lisboa uma cidade cada vez mais tipificada, encenada e hostil para quem nela vive — ou nela gostaria de viver. Neste mesmo período, a imagem da cidade também se transformou. O postal a preto e branco de uma cidade parada no tempo — pitoresca, romântica e meio em ruínas —, que persistiu até ao final do século XX, deu lugar a imagens de uma cidade modernizada e higienizada, projectada pelo marketing imobiliário e turístico para atrair investimento e visitantes. 

Foi nesse contexto que surgiu o primeiro volume de Lisboa Mesma Outra Cidade, publicado em 2023, com ensaios fotográficos de António Júlio Duarte, Beatriz Banha, Hugo Barros, Mariana Viegas, Pauliana Valente Pimentel e Pedro Letria, e com textos de Djaimilia Pereira de Almeida, Joana Braga e Patrícia Portela. O livro afirmava a necessidade de propor representações alternativas, produzidas por olhares contemporâneos, rompendo com a ideia de uma cidade-produto, desligada da vida quotidiana da maioria das pessoas que nela vive e trabalha. 

Este segundo volume intervém num contexto social e político diferente. A imagem promovida pelo marketing para seduzir investidores e turistas continua bem presente, mas em paralelo, sobretudo através dos canais noticiosos 24 horas e das redes sociais, tem emergido uma nova narrativa visual — muitas vezes racista e xenófoba — que associa Lisboa a uma criminalidade violenta e/ou generalizada. Se a primeira se orientava para fora, esta segunda é produzida para consumo interno, com o intuito de gerar medo e alarme social. Embora descrevam o mesmo território — Lisboa —, estas construções visuais apresentam-no, na sua concepção e caracterização, como duas cidades completamente diferentes e incompatíveis. E, ainda assim, salvo excepções pontuais, parecem conseguir conviver, de forma paralela, sem se tocarem e, no entanto, ambas procuram impor uma imagem total da cidade.

Lisboa Mesma Outra Cidade procura contrariar essas visões totalizantes da cidade, propondo contra-imagens que revelem outras Lisboas. Com esse propósito, convidámos a participar nesta edição sete fotógrafa·o·s que já vinham a fotografar Lisboa — com um tema ou um território em mãos —, pertencentes a gerações mais jovens e com uma relação mais directa e vivida com a rua. Entre 2024 e 2025, desenvolveram os seus ensaios num processo que incluiu reuniões de acompanhamento, discussões de grupo e uma sessão pública no Museu de Lisboa, onde foram apresentados os projectos em curso.

O livro abre com Relógio, de Tiago Amorim, sobre a Feira do Relógio. A série — a única realizada previamente à nossa encomenda — capta a vitalidade desta feira dominical, marcada por um espírito local em que se cruzam habitantes dos bairros vizinhos, feirantes profissionais e pequenos agricultores. Longe das lógicas de consumo induzidos pelos centros comerciais, a feira é um lugar de encontros, rotinas e resistências tácitas. Em Pagar o Chão, Fábio Cunha acompanha jovens confrontados com a dura realidade de alugar casa na capital. Entre protestos, rostos e lugares, documenta a politização crescente da luta pelo direito à habitação, num contexto marcado pela especulação imobiliária e pelo impacto de plataformas como o Airbnb. Passagem, de Laura Palma, podia ser algumas páginas arrancadas a um diário visual íntimo sobre o que significa viver Lisboa com 25 anos: a precaridade económica, o apego aos amigos, a noite como espaço de liberdade. A série capta os gestos de quem ocupa os interstícios urbanos e desafia às normas implícitas que regulam quem pode ou não estar ali. Em Trabalho, Cristiana Ortiga retrata os trabalhadores da construção civil no centro da cidade. Revela a realidade de quem trabalha em condições muitas vezes precárias, envolvido nas engrenagens da reabilitação urbana. Realizadas em interiores fechados, as fotografias dão rosto a estas figuras frequentemente invisibilizadas, expondo as assimetrias geracionais e raciais que atravessam este universo. Em Qual a melhor forma de sentir calor?, Olivia Borges acompanha grupos de amigo·a·s brasileira·o·s, explorando espaços de encontro e convivência onde o íntimo e o colectivo, o privado e o público se entrelaçam. Documenta formas de ocupação do espaço, ou eventos como o Carnaval, que reinventam e dinamizam modos de viver e habitar Lisboa. Casal Ventoso Sempre, de Cristiana Morais, documenta a persistência de realidades sociais nos territórios ligados ao antigo Casal Ventoso, com foco na Quinta do Loureiro e na Quinta do Cabrinha. À margem e, ao mesmo tempo, no centro da cidade, estas zonas revelam carências estruturais e dinâmicas comunitárias, entre vestígios do passado e intervenções que tentam redesenhar a sua imagem. O livro encerra com Senhor Roubado, de Diogo Simões — uma série dedicada à vida em torno de uma tenda de circo, que acolhe artistas e visitantes num espaço comunitário. Fora da cidade formal, este espaço funciona como abrigo e ponto de encontro para quem passa por Lisboa ou procura formação em artes circenses.

Calor, Olívia BorgesCalor, Olívia Borges

Convidámos as escritoras Gisela Casimiro, Golgona Anghel e Tatiana Salem Levy a partilharem a sua experiência pessoal da cidade, a partir da observação das suas vivências quotidianas. Cada uma escreveu uma crónica original sobre o modo como habita Lisboa, a partir de olhares marcados pela migração e por geografias múltiplas. 

Ao dar visibilidade a realidades habitualmente menos representadas, Lisboa Mesma Outra Cidade procura alargar as imagens possíveis da cidade e abrir espaço a outras formas de a imaginar. A actualização contínua das representações urbanas — desses lugares em constante transformação e reinvenção — parece-nos não só necessária, mas cada vez mais pertinente, num tempo em que discursos de exclusão ganham protagonismo. Não se trata apenas de deixar documentos visuais para o futuro, mas de olhar com atenção o presente e de contribuir para a construção de uma cidade capaz de ser, com renovada vitalidade, um espaço de convivência e de trocas entre diferentes formas de pensar e de viver o comum.

Historial do projecto (2019-2024)

Lisboa Mesma Outra Cidade é simultaneamente um projeto editorial e um projeto de investigação sobre as representações da cidade de Lisboa. Partindo da fotografia como campo de observação, propõe-se ativar modos de ver e pensar a cidade para além das imagens dominantes, com o objetivo de contribuir para a formação de um imaginário plural e aberto.

Entre 2019 e 2021, o projeto desenvolveu-se como um ciclo de encontros públicos no Teatro do Bairro Alto, organizado por Catarina Botelho e David-Alexandre Guéniot, a convite e com a cumplicidade de Ana Bigotte Vieira. Sob o título Lisboa: Olhares Fotográficos, os encontros juntaram fotógrafo·a·s, urbanistas, arquiteto·a·s, artistas e habitantes da cidade para refletir coletivamente sobre o modo como Lisboa tem sido fotografada nas últimas décadas — e sobre o que esses olhares revelam ou silenciam.

Reparar no olhar: Lisboa Anos 90
20 de dezembro de 2019, Teatro do Bairro Alto

O ponto de partida do primeiro encontro foi o livro Lisboa Anos 90 – Imagens de Arquivo, publicado pelo Arquivo Municipal de Lisboa em 1999. Última encomenda pública para fotografar Lisboa, a publicação mostra uma cidade marcada por uma política voluntária e intervencionista, impulsionada pelos fundos estruturais europeus. No entanto, algumas séries realizadas nessa década contrastam com a ideia de uma “cidade prestes a entrar no século XXI”, mostrando outras realidades e a persistência de sinais de degradação e precariedade.

Com projetos de Ângela Ferreira, António Júlio Duarte, António Pedro Ferreira, Augusto Brázio, Eurico Lino do Vale, Luís Pavão, Michel Waldmann, Patrícia Almeida, Paula Figueiredo, Paulo Catrica, Pedro Letria

Lisboa entre a crise e a atualidade: Olhares fotográficos
19 de dezembro de 2020, LUX-Frágil

O segundo encontro centrou-se no período de 2000 a 2015, marcado pela crise financeira, económica e política que deu origem à implementação de políticas de austeridade e ao desenvolvimento acelerado de fenómenos socioeconómicos inéditos, como o alojamento local via Airbnb, as companhias aéreas low cost, os Vistos Gold, a entrada de fundos de investimento no mercado imobiliário ou a falência em série do pequeno comércio tradicional. Os projetos apresentados mostraram como as transformações globais passaram a ser percecionadas à escala da cidade, e como esta pode ser articulada como espaço político, alargando a noção de cidade para dentro das vidas.

Com projetos de Augusto Brázio, Isabel Brison, Margarida Correia, Mariana Viegas, Martim Ramos/Kameraphoto, Patrícia Almeida, Pauliana Valente Pimentel, Rui Dias Monteiro, Sandra Rocha/Kameraphoto, Uncle C.

Lisboa Ano Zero: Olhares fotográficos 2015–2021
18 de dezembro de 2021, Teatro do Bairro Alto

O terceiro encontro desdobrou-se em duas sessões: uma apresentação de projetos fotográficos realizados entre 2015 e 2021, e uma discussão sobre alterações estruturais na cidade. Realizados maioritariamente por uma geração de jovens fotógrafo·a·s, os projetos puseram em evidência as consequências das políticas de austeridade implementadas na década de 2010. A explosão do turismo e o acentuar de lógicas de exclusão deixaram a cidade dividida entre a exaltação de um lado e o esquecimento do outro. À exceção das zonas onde se concentra o turismo e dos bairros em processo de gentrificação, o resto da cidade parece ter sido relegado para segundo plano.

Com projetos de Anabela Mendes, Beatriz Banha, Daniela Ângelo, Hugo Barros, Humberto Brito, Luísa Ferreira, Mag Rodrigues, Nuno Andrade, Pedro Jafuno, Tiago Lopes. Discussão com Patrícia Robalo (arquitecta), Nuno Rodrigues (geógrafo) e Patrícia Pereira (socióloga).

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A partir de 2022, o projeto entra numa nova fase, agora com foco editorial. O percurso iniciado com Lisboa: Olhares Fotográficos ajudou a consolidar a abordagem crítica e editorial, que ganha continuidade em Lisboa Mesma Outra Cidade, através de publicações que reúnem encomendas fotográficas e literárias.

Lisboa Mesma Outra Cidade (vol.1)

Editores: Catarina Botelho e David-Alexandre Guéniot. Fotografias: António Júlio Duarte, Beatriz Banha, Hugo Barros, Mariana Viegas, Pauliana Valente Pimentel, Pedro Letria. Textos: Djaimilia Pereira de Almeida, Joana Braga, Patrícia Portela. Editora: GHOST Editions, Lisboa.

A publicação foi lançada no Teatro do Bairro Alto, dia 20 de Maio de 2023, com a presença dos·as fotógrafo·a·s e escritoras, bem como dos editores, acompanhados pela arquitecta Patrícia Robalo e pela investigadora Ana Bigotte Vieira, num encontro que combinou projeções, leituras e conversa.

Lisboa: Um Olhar Imediato
12 de outubro de 2024, Museu de Lisboa – Palácio Pimenta

 No contexto da preparação do segundo volume, abriu-se o processo de criação e edição com a partilha de seis dos sete projetos fotográficos encomendados que se encontravam ainda numa fase de desenvolvimento. O encontro permitiu discutir a fotografia como ferramenta para pensar o estado da cidade, reafirmar a importância de produzir olhares regulares e informados — capazes de contrariar a homogeneização das representações visuais de Lisboa — e questionar os fatores e elementos que participam na formação de um olhar fotográfico.

Com projetos de Cristiana Morais, Cristiana Ortiga, Diogo Simões, Fábio Cunha, Laura Palma, Olivia Borges e intervenções de Pedro Letria (fotógrafo), Ana Bigotte Vieira (investigadora), Susana S. Martins (investigadora) e de Catarina Botelho e David-Alexandre Guéniot (editores).

Sobre “Lisboa Mesma Outra Cidade” (vol.1)

um projecto de Catarina Botelho e David-Alexandre Guéniot

com fotografias de António Júlio Duarte, Beatriz Banha, Hugo Barros, Mariana Viegas, Pauliana Valente Pimentel, Pedro Letria e textos de Djaimilia Pereira de Almeida, Joana Braga, Patrícia Portela. GHOST Editions, 2023.

Link: https://ghost.pt/Lisboa-Mesma-Outra-Cidade

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Extractos do texto de apresentação do livro “Lisboa Mesma Outra Cidade”,

por Patrícia Robalo, arquiteta e curadora, Teatro do Bairro Alto, Lisboa.

20 de Maio 2023

“Lisboa Mesma Outra Cidade” é um momento final (ou será intermédio?) de um projecto inquieto com o vazio de representação de Lisboa, e consequentemente, com o reconhecimento, retrato e urbanidade da cidade, incluindo porque quem nela vive. Mas este é também um projecto de resistência, e desculpem se esta perspectiva é abusiva, por termos enquanto cidadãos e sociedade um olhar múltiplo sobre uma cidade que nos aparece cada vez mais tipificada, rígida, esvaziada de vida, encenada e hostil para quem quer cá viver ou vive. Num paradoxo triste, de ser mais fechada e segregada quando é suposto estar mais aberta ao mundo.

Os ensaios deste livro lembram-nos que somos todes pessoas à procura do seu lugar, do seu espaço, do seu corpo e de alguma noção de felicidade. Relacionamo-nos directamente com os lugares em que vivemos, criando e recriando o que somos, pessoal e colectivamente. Uma relação que, para existir e significar, carece de representação, símbolos, histórias e memória, mas também da sua socialização.

Num tempo em que os manifestos se banalizaram, este livro, sem o afirmar ou pressupor, é um manifesto de resistência. Explora as relações de intimidade de que é feita a urbanidade - essa noção que vemos como pública - mas feita do afecto pelos lugares por onde a nossa vida passou, do conforto da vizinhança ou de uma ideia de comunidade, da dor que a sua memória nos pode causar, do sentimento de exclusão dos lugares em que vivemos, do desafio a projectos de poder autoritários, coloniais e antidemocráticos que moldam as nossas ruas e bairros.

As cidades são obras inacabadas em permanente transformação. A presente fase de mudança veloz e violenta de Lisboa adensa problemas que já existiam sem procurar resolvê-los e conduz a ao desejo da mesma, outra cidade. Existem nas fotografias e palavras do livro pontes recorrentes entre o passado e o presente mostrando que a apropriação do léxico e conceitos próprios da construção de cidades mais igualitárias, diversas, inclusivas e democráticas é, muitas vezes, somente isso - o esvaziamento de combates cívicos e sociais através da apropriação das suas agendas e sentido. Vulgarizam-se as ideias através da sua utilização oca e sem propósito em cumpri-las. Distorce-se o debate público através da parasitagem de propostas que, afinal, não se acompanha.

Como podemos, em democracia, renovar formas de segregação sócio-urbanística com base nas desigualdades sociais que dizemos querer combater? Como podemos, em democracia, renovar símbolos coloniais no espaço público? Como podemos, em democracia, aceitar que o embelezamento das áreas mais turísticas da cidade, que mobilizou quantias significativas de investimento público, conviva com carências habitacionais elementares mas duradouras. Pessoas sem tecto em casas municipais, o aumento do número de pessoas que não tem casa, negligência sobre o espaço público há décadas, iniciativas pop-up, só em certos bairros, quando existem problemas estruturais?

Entre a cidade, seus espaços e formas, e as palavras e imagens que a descrevem e representam há uma relação de interdependência. Como a que existe entre nós e a cidade que habitamos.

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Recensão do livro “Lisboa Mesma Outra Cidade” por Raquel Schefer Maio 2023

A cidade como um corpo tangente

Ao longo de mais de duas centenas de páginas, os fotógrafos António Júlio Duarte, Beatriz Banha, Hugo Barros, Mariana Viegas, Pauliana Valente Pimentel e Pedro Letria e as escritoras Djaimilia Pereira de Almeida, Joana Braga e Patrícia Portela debruçam-se sobre as transformações do tecido urbano e social e da morfologia da cidade de Lisboa durante a última década. Compõem, através de imagens e palavras — e da tensão entre esses elementos —, contra-representações visuais e textuais fundadas na experiência vivida da cidade e na sua rememoração. Com conceção gráfica de vivóeusébio, esta edição bilingue, em português e inglês, não só oferece um contraponto às representações dominantes de Lisboa, descentrando formas representativas situadas num quadro de “turistificação” e “financeirização” da infraestrutura urbana, como faz emergir outras experiências fenomenológicas da cidade, itinerários rasgados no espaço e no tempo enquanto possibilidade de resistência à estandardização dos modos percetivos e cognitivos operada pelo sistema capitalista.

A citação em epígrafe no prólogo — “Nem totalmente a mesma, nem totalmente outra” —epitomiza a démarche da obra. Os nove ensaios fotográficos e literários inventariam espaços, tempos, figuras e relações, procedimento perecquiano, tornando sensíveis variações impercetíveis e ritmos desiguais, hiatos e desajustes, camadas do passado que persistem no presente e margens que se estendem para o centro, em rutura com dualismos e oposições. Esse procedimento é de natureza figurativa e figural. Se os ensaios explicitam fenómenos que são da ordem da observação e, logo, da visualidade — a figuração e a descrição da mudança e da variabilidade da própria mudança —, situam-se além desta ao colocar em tensão diferentes modos de experiência da cidade, subjetivos e coletivos. Não só operam entre a esfera do visível e o campo do invisível, a percepção e a imaginação, como franqueiam um fora de campo histórico — as diferentes fases do processo de transformação de Lisboa, temporalidades que coexistem no presente, apontando para uma temporalização do espaço (e vice-versa) —, experiencial e mnemónico — capas de experiência e memória, entre o “eu” e o outro, o autor e o leitor. Através de um sistema de encadeamento de perspetivas, os ensaios, enquanto lugar de encontro, dão a ver mais do que aquilo que neles é efetivamente visível, a Lisboa “real” e as cidades imaginárias, um tecido palimpséstico que abarca a história e a memória, o passado e o presente, a experiência subjetiva e a coletiva.

“Lisboa mesma outra cidade” propõe diferentes modalidades de ver, dar a ver, rever e saber, afirmando o elo indissociável entre perceção, representação e pensamento. E, se Lisboa mesma outra cidade reivindica a dimensão performativa da imagem e da palavra, isto é, a sua capacidade para desencadear a ação e, logo, a transformação, assumindo-as como um campo de resistência estético e político —, os modos de figuração dos ensaios assentam na experiência da cidade como um corpo tangente, vivido e percorrido, amado e abandonado, essa Lisboa onde Pereira de Almeida morre pela primeira vez, o décor das deambulações dos ‘New Age Kids’ de Valente Pimentel e dos encontros de Viegas. A cartografia histórica e estética de “Lisboa mesma outra cidade” emerge, precisamente, da confluência entre experiências vividas e revividas, sistemas de emoções e afetos.

Fotografias

Tiago Amorim

Nascido em Viana do Castelo (Portugal), em 1993, Tiago Amorim estudou Realização e Imagem na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa. A sua primeira curta-metragem 78.4 (2017) estreou no FEST - Festival Novos Realizadores Novos Filmes e viajou nacional e internacionalmente, onde ganhou inúmeros prémios e menções honrosas, incluindo o de Melhor Ensaio Nacional no Festival Caminhos do Cinema Português. Desde então, realizou mais duas curtas-metragens - Movimento Perpétuo (2018) e Fragmentos Para Um Dia Normal (2021), ambas com estreia em Portugal - e tem trabalhado em Realização e Produção com algumas das figuras mais aclamadas do cinema e da televisão portuguesa, tanto da velha como da nova geração. Em 2020, concluiu uma pós-graduação em Antropologia - Culturas Visuais, na NOVA - FCSH. Ultimamente, tem vindo a desenvolver o seu trabalho artístico nas áreas da Fotografia e das Artes Visuais. Em 2021 autopublicou a zine ONE TIME BEFORE THE LAST TIME WE SAW EACH OTHER. Encontra-se a terminar um Mestrado em Fotografia na ULHT, em Lisboa.

Relógio, Tiago Amorim Relógio, Tiago Amorim

Diogo Simões formou-se em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, obtendo o grau de Mestrado. Além disso, concluiu a Licenciatura em Fotografia no Instituto Politécnico de Tomar e a Pós-Graduação em Fotografia, Projeto e Arte Contemporânea no Instituto Politécnico de Aveiro (IPA). A sua trajetória artística é marcada por uma participação constante em diversas exposições de renome, destacando-se a mOstra’20 (Lisboa, 2020), a XVIII Bienal de Cerveira (Vila Nova da Cerveira, 2015), o Levante-12 mai (Paris, 2015) e o Ciclo Fotografia Portuguesa – MuMA (Curitiba, 2013). Em 2014, realizou a sua primeira exposição individual intitulada “NOCT” no Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. Em 2023, inaugurou a exposição “Terra Livre”, com curadoria de Natxo Checa e António Júlio Duarte, na Galeria Zé dos Bois, Lisboa, que aborda um corpo de trabalho fotográfico compreendido entre 2011 e 2020. Nas palavras da editora Pierre Von Kleist, o seu trabalho apresenta um “registo humanista, poético e politicamente engajado de um território com forte passado industrial e pós-colonial”. O seu primeiro livro “A ZONA” retrata a Margem Sul, uma designação que, para os habitantes da região de Lisboa, engloba as terras e bairros sociais ao longo da margem Sul do rio Tejo. O livro conquistou um reconhecimento crítico e profissional ao vencer a 1ª Edição do Prémio do Livro de Fotografia da Associação Arte deste Século em 2020. A obra de Diogo Simões é um testemunho visual e sensível da complexidade e diversidade do seu território, zona repleta de contrastes que preservam os diálogos entre os ritmos do campo e os da urbanidade.

Pagar o chao, Fábio CunhaPagar o chao, Fábio Cunha

Fábio Cunha é artista visual e fotógrafo. Completou o Mestrado em Arquitetura na Universidade do Porto em 2009 e o Mestrado em Fotografia Autoral na EFTI - Madrid em 2014. O seu trabalho é motivado pelo cruzamento do retrato com o lugar. Como principais projectos e distinções destacam-se: “Sala de Aula” (2022), a convite da residência artística Vivificar, produzida pela Ci.CLO - plataforma de fotografia. “Liepa” (2022), com apoio conjunto do Instituto Camões e da Kaunas Photo Gallery, Lituânia. “Rua Fonte do Mundo” (2021), a convite da residência artística do Festival Encontros da Imagem - Braga e da residência “Flâneur ao Centro” da Procur.arte Associação Cultural. “All the Mountains” - selecionado para a Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira 2018. “Zona” (2017), fotolivro que recebeu o DocField Dummy Award – Fundació Banc Sabadell - Barcelona, publicado pela editora espanhola Phree e a Universidade de Cadiz/La Kursala, sendo selecionado como um dos melhores livros do ano pelo festival internacional PhotoEspaña. Desde 2016 expôs regularmente em festivais, galerias e museus em Portugal, Espanha, Noruega, Sérvia, Hungria, Lituânia, Croácia e Espanha. É coordenador do curso de Fotografia da ETIC - Escola de Tecnologias, Inovação e Criação, em Lisboa.

Oliva Borges nasceu no Rio de Janeiro em 1987. A sua formação abrange uma licenciatura em Comunicação Social com ênfase em cinema pela PUC-RIO (2005-2010), um curso de extensão de fotografia para cinema na School of Visual Arts de Nova Iorque (2013) e cursos avançados de fotografia na Ar.Co (2017-2023). Com uma trajetória profissional centrada no cinema, trabalhou como assistente de realização em produções brasileiras desde 2008, contribuindo para os filmes “Getúlio” de João Jardim e “Deslembro” de Flávia Castro. Em Portugal, colaborou na produção “El auge del Humano 3” de Teddy Williams, que estreou em Locarno. Desde que imigrou para Portugal em 2017, passou a dedicar-se à prática da fotografia na escola Ar.Co em Lisboa. Em 2019, foi laureada pela mesma instituição com o Prémio Bolsa Bruno Costa Cabral no curso avançado de fotografia pela sua obra A Caixa. Utilizando principalmente películas a preto e branco como suporte, conduz todo o processo de seu trabalho fotográfico, desde a revelação até a impressão. Sua obra envolve a investigação do quotidiano, dando especial atenção à intimidade estabelecida com os indivíduos e a paisagem. Trabalha como assistente de impressão analógica em grande formato, colaborando com artistas notáveis como Francisco Tropa, contribuindo para a exposição “Amanhã de Manhã”, de Mauro Restiffe, na galeria Zé do Bois em Lisboa. Além de participar em exposições coletivas, destacou-se com a sua primeira exposição individual, “Jardim de Muitos Canteiros”, na Galeria Lapso em 2022.

Cristiana Ortiga concluiu a Licenciatura em Artes Plásticas - Pintura e Intermédia no Instituto Politécnico de Tomar, em 2008, seguida pela Licenciatura em Design Gráfico e Multimédia na Escola Superior de Artes e Design, Caldas da Rainha, em 2011. O seu interesse pela fotografia levou-a a integrar o Ar.Co - Centro de Artes e Comunicação Visual, em Lisboa, em 2019, para ampliar e aperfeiçoar os seus conhecimentos e a participar no programa de intercâmbio Erasmus, obtendo uma Licenciatura em Fotografia na Estonian Academy of Arts, Estónia, em 2022. Enriqueceu a sua formação através de masterclasses ministradas por renomados artistas, como Sophie Thun e Paulius Petraitis. O seu trabalho foi orientado por professores de destaque, incluindo Marge Monko, Reimo Vosa e Maris Karjatse. Destacando-se no cenário artístico internacional, participou em diversas exposições individuais e coletivas na Estónia, apresentando obras que exploram a fotografia conceptual analógica e abordam questões sociais, como na exposição “Meeting Fear” na EKA Gallery, Estônia. Além das exposições, Cristiana Ortiga participou em residências artísticas, incluindo a Kaunas Artist Residence na Lituânia. As suas colaborações incluem o desenho de exposições com artistas como Noah Emanuel Morrison e Silvia Sosaar, bem como incursões em performance e música experimental com Ignas Andriuskevicius e Zan Hoffman, demonstrando a sua versatilidade artística.

Laura Palma (Vila Franca de Xira, 1998) começou a sua formação em fotografia na Escola Secundária António Arroio. Aqui foi iniciada ao audiovisual, mas o que marcou foi sem dúvida a fotografia, principalmente a analógica. Teve a oportunidade de explorar e trabalhar no arquivo da escola, numa documentação fotográfica e audiovisual de várias décadas. Surgiu então a vontade em explorar um ponto de vista individual e pessoal, de mostrar como o mundo presente e íntimo se refletia (e dialogava) no mundo passado e colectivo do arquivo. Desde então tem eleito a relação entre a exploração da sua identidade individual com a compreensão da escala colectiva e política na qual se inscreve como um eixo principal da sua investigação e do seu trabalho criativo. Estudou fotografia no Ar.co, em Lisboa, antes de prosseguir os seus estudos em fotografia na Universidade Lusófona de Tecnologias e Humanidades de Lisboa. Daqui surgiu a oportunidade de trabalhar na Associação Tira-Olhos, espaço de partilha e de formação técnica e teórica em fotografia, com particular interesse numa fotografia lenta e experimental. Participou no festival de fotografia ‘Lesma’ organizado pela Associação Tira-Olhos e que ocupou durante 3 dias a Cooperativa A Padaria do Povo. Em termos práticos e artísticos, explora técnicas variadas como a cianotipia, lifting de emulsão de polaroids e antotipia. Estes suportes oferecem a possibilidade de explorar conceitos como a metamorfose e efemeridade de forma objetiva. Procura que a fotografia seja um reflexo de si, mostrando aquilo que a rodeia.

Cristiana Morais Nascida em 1987 em Portimão, começou a fotografar aos 11 anos quando comprou a sua primeira camera. Tirou o curso de Fotografia no IPF em Lisboa e depois de terminar em 2008, fez o curso de Restauro de Pintura e Pintura Decorativa. Atualmente trabalha como fotógrafa de moda e explora os autorretratos como uma afirmação da falta de representação de corpos que não correspondem às habituais expectativas e padrões corporais. Imersos numa atmosfera íntima, os retratos que compõe assumem um caráter performático. O styling, a composição e as cores formam uma tríade cuidadosamente elaborada, onde momentos espontâneos parecem meticulosamente encenados. Colaborou com uma ampla variedade de artistas, instituições e marcas bem conhecidas pelo público nacional, e internacional, como ModaLisboa, Anna Prior, Dino D’Santiago, Ana Moura, Adidas, Boiler Room, Casino Solverde ou ainda o Teatro Nacional D. Maria II. Colabora regularmente em publicações de renome, como Gaze Magazine, Umbigo, Inter Magazine, Time Out Lisboa, Revista Cais, Trippin World e Revista Gerador, onde recebeu destaque com a capa da edição 41 em 2023. A originalidade da sua abordagem foi objeto de entrevistas e artigos em diversas revistas, das quais vale a pena referir a Revista Gerador, Time Out Lisboa e no documentário Young European Photographers da Blind Magazine, onde teve um episódio dedicado ao seu trabalho. Começou a mostrar o seu trabalho em exposições coletivas nos Anjos 70 em 2021 e no Rove em 2022, ambas em Lisboa.

Textos

Gisela Casimiro é uma escritora, artista e performer luso- guineense. Formou-se em Estudos Portugueses e Ingleses. Publicou os livros “Erosão” (Editora Urutau, 2018), “Giz” Editora Urutau, 2023), e “Estendais” (Editorial Caminho, 2023). É autora do texto e dramaturgia de “Casa com Árvores Dentro” (2022), com encenação de Cláudia Semedo. Traduziu “Sister Outsider/Irmã Marginal” de Audre Lorde (Orfeu Negro, 2023). Fez apoio à dramaturgia do espectáculo ”Blackface!”, de Marco Mendonça (festival Alkantara, Teatro do Bairro Alto, 2023). Publicou textos em várias revistas e antologias, com destaque para «Reconstituição Portuguesa», vencedora do Grand Prix de Design em Cannes (França). Foi convidada de eventos literários, culturais e residências artísticas em Portugal, Turquia, Macau, Moçambique, Alemanha, Angola, Brasil, Cabo Verde, Espanha, Roménia, Croácia, Bélgica e Guiné-Bissau. Actuou em espectáculos de Ana Borralho & João Galante, Mala Voadora, Romeo Castellucci. Foi uma das co-criadoras e atrizes de “SET THE TABLE” (2022), de Raquel André e Cristina Carvalhal, realizado no âmbito do projecto europeu Be SpectACTive! Participou de exposições no Armário, Balcony, Galeria ZDB, Galerias Municipais do Porto e Lisboa, Galeria de Arte de Almada, Museu de Arte Contemporânea de Elvas. Integra a Colecção António Cachola. Co-coordena o Clube de Leitura do Batalha Centro de Cinema. Fez parte do INMUNE, e é membro fundador da UNA - União Negra das Artes.

Tatiana Salem Levy é escritora, ensaísta e investigadora na Universidade Nova de Lisboa. Nasceu em Lisboa em 1979, neta de judeus turcos e filha de brasileiros exilados durante a ditadura brasileira. Com o seu romance “A Chave de Casa” (Cotovia, 2007), recebeu o Prémio São Paulo de Literatura como autora estreante em 2008. Foi ainda eleito pelo The Guardian entre os melhores livros de 2015. Publicou ainda os romances “Dois rios” (Tinta-da- china, 2012), “Paraíso” (Tinta-da-china, 2016) e “Vista Chinesa” (Todavia, 2021), livro finalista do Prémio Oceanos e do Prémio São Paulo de Literatura. É regularmente convidada em festivais literários nacionais e internacionais e foi selecionada entre os Melhores Jovens Romancistas Brasileiros de 2012 pela revista Granta. Publicou os livros de ensaios “A experiência do fora: Blanchot, Foucault e Deleuze” (Civilização Brasileira, 2011) e “O mundo não vai acabar” (José Olympio, 2017). Publicou dois livros infantis, “Curupira Pirapora” (Tinta da China, Prémio Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil, 2013) e “Tanto Mar” (prémio da Academia Brasileira de Letras de Literatura Infantojuvenil, 2014). Participou de antologias de contos em diversos países, como Suécia, Finlândia, México, França, Israel, Estados Unidos, Alemanha, entre outros. Os seus livros foram publicados em 14 países. É investigadora da FCSH/UNL, membro do IFILNOVA. Atualmente, está a coordenar, em parceria com a Faculdade de Letras da PUC-Rio, a coleção Ensaio Aberto, uma publicação de livros que articulam a relação entre filosofia e literatura. Escreve para o jornal brasileiro Valor Econômico. De nacionalidade brasileira, vive entre o Rio de Janeiro e Lisboa.

Golgona Anghel é uma escritora e poeta romena que ganhou o Prémio P.E.N. Clube Português de Poesia em 2013 com o livro “Como Uma Flor de Plástico na Montra de Um Talho” publicado na Assírio & Alvim. Nasceu na Roménia em 1979 e mudou-se para Portugal com o pai, que era cônsul na embaixada romena em Lisboa. Licenciou-se em 2003, em Estudos Portugueses e Espanhóis na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde, mais tarde, iria concluir o Doutoramento (2009) em Literatura Portuguesa Contemporânea. É actualmente Professora Auxiliar no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e Investigadora no Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da mesma faculdade. Publicou livros de ensaios — Eis-me acordado muito tempo depois de mim, uma biografia de Al Berto (Quasi Edições, 2006), Cronos decide morrer, viva Aiôn, Leituras do tempo em Al Berto (Língua Morta, 2013), A forma custa caro. Exercícios inconformados (Documenta, 2018) — e preparou uma edição diplomática dos Diários do poeta Al Berto (Assírio & Alvim, 2012). Publicou vários livros de poesia: Vim porque me pagavam (Mariposa Azual, 2011), Como uma flor de plástico na montra de um talho (Assírio & Alvim, 2013), Nadar na piscina dos pequenos (Assírio & Alvim, 2017). Colabora regularmente com a edição portuguesa da revista GRANTA, editada pela Tinta da China.

Direcção artística do projecto

Catarina Botelho

Sou fotógrafa e investigadora independente. Interessam-me as relações entre os espaços, lugares, arquitecturas, e os seus usos e vivências que desafiam as lógicas productivistas. Ao longo dos anos tenho colaborado com diferentes serviços educativos e organizado actividades de programação pública como encontros, ateliers, ou cursos, em diferentes instituições, de que são exemplos recentes: o cineclube do MACBA (Museu de Arte Contemporânea de Barcelona), 2019 ; o ciclo Artista no Museu no MAAT 2015/2018 ou o ciclo de conversas “Reparar o Olhar” (2019/2021) no Teatro do Bairro Alto. Exponho desde 2005, em diferentes lugares como: Elba Benitez en Kvadrat, Madrid ; Sesc Pinheiros, São Paulo; Villa Iris, Fundación Botín, Santander; Haus der Photographie, Hamburgo; Fundação EDP - Museu da Electricidade, Lisboa; Fundação Gulbenkian, Lisboa; Casa de Serralves – Fundação de Serralves, Porto; La Casa Encendida, Madrid. Nos últimos anos recebi bolsas da Fundación “La Caixa”2018/2019, Fundação Gulbenkian 2017/2018, Generalitat da Catalunya, 2020 e Ayntamiento de Barcelona 2021 e estive em residência na Cité des Arts de em Paris, 2020. Em 2017 realizei o Programa de Estudos Independentes do MACBA Museu de Arte Contemporânea de Barcelona e actualmente sou residente da Escocesa, Fabrica de Criação Analógica, em Barcelona. Vivo entre Lisboa e Barcelona.

David Guéniot

David-Alexandre Guéniot, formado em Ciências Políticas e Filosofia, é o diretor artístico da editora GHOST (www.ghost.pt), fundada em 2011 com a fotógrafa Patrícia Almeida (1970-2017). Desde então, editou mais de 40 livros de artistas visuais, fotógrafos, performers e investigadores portugueses. As suas edições têm sido frequentemente integradas em exposições e premiadas, destacando-se o Prémio de Design de Livro do Ministério da Cultura em Portugal (2018, 2019 e 2021), o Prémio de Melhor Livro de Investigação Histórica da PhotoEspaña (2024), e a inclusão nas shortlists dos Rencontres Photographiques d’Arles (2024), do Prémio de Melhor Livro de Fotografia do Ano da PhotoEspaña (2023) e do Best Book Design from all over the World (2022 e 2025). Como autor, coassinou com Patrícia Almeida os livros “All Beauty Must Die” (2011), “LWTUA”, “Não Tenho Medo” (2012), “Ma vie va changer” (2015) e “Eu fotografo-te a fotografa-lo a fotografar-me” (2017). Em 2022, publicou “O Livro da Patrícia” que alterna fotografias, documentos, recortes e reflexões sobre as relações entre a memoria, a ausência e a fotografia.

Ficha técnica

Direcção artística

Catarina Botelho / David-Alexandre Guéniot

Coordenação editorial

David-Alexandre Guéniot

Fotografias

Tiago Amorim, Olivia Borges, Fábio Cunha,

Cristiana Morais, Cristiana Ortiga, Laura Palma, Diogo Simões

Textos

Gisela Casimiro, Golgona Anghel, Tatiana Salem Levy

Concepção gráfica

vivóeusébio

Apoios

República Portuguesa – Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes

Lisboa Cultura / Museu de Lisboa

Câmara Municipal de Lisboa

Parceria

Museu de Lisboa

Editora

GHOST Editions

www.ghost.pt

Tiragem

650 cópias

ISBN 978-989-36209-1-5

280 páginas

166 fotografias

27,5 cm x 20,5 cm (vertical)

Preço: 40,00€

por David-Alexandre Guéniot e Catarina Botelho
Cidade | 18 Setembro 2025 | Fotografia, Lisboa, Quem mora nesta Buala