Cenas do Gueto I Muro de Berlim

À boleia da street art, a Quinta do Mocho soube dar a volta aos estereótipos, ressignificando a vida no gueto para exaltar as qualidades do território e de seus habitantes. “Cenas do Gueto, Mocho Tá na Casa” desmonta os discursos de que o bairro não tem cultura, talento, humanidade, ao mesmo tempo que aponta o dedo à exclusão, ao racismo, à violência policial, à pobreza.

Gueto é cidade. Cultura se faz no gueto.

Este seriado de 27 episódios dá a conhecer os habitantes, os artistas e a história da Quinta do Mocho. São micro-documentários etnográficos realizados pelo antropólogo e sociólogo Otávio Raposo, editados pelo antropólogo Filipe Ferraz, e com conceção gráfica e comunicação da antropóloga Gabriela Leal.

Esta série está integrada no projeto de investigação ArtCitizenship, que pesquisa “territórios não-institucionais de construção da cidadania e de participação na esfera pública”, procurando compreender os elos entre arte, criatividade e agência política.

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EP.24

Embora invisível, há um “muro” a separar a Quinta do Mocho da cidade à sua volta. Empurrados para bairros precarizados e segregados, as populações imigrantes e/ou afrodescendentes são guetizadas por políticas públicas promotoras da marginalização social. É o que explica o Sr. Vítor sobre a construção da Quinta do Mocho: “já havia a ideia de se construir um gueto”.

um projeto I CICS.NOVA, NOVA FCSH, CIES_ISCTE, CRIA, Wamãe I Antropologia Pública

pesquisa, realização I Otávio Raposo

montagem I Filipe Ferraz

comunicação e concepção gráfica I Gabs Leal

produção (Wamãe) I Inês Tecedeiro

tornado possível por I FCT, Fundação para a Ciência e Tecnologia

por Otávio Raposo
Afroscreen | 7 Junho 2022 | bairro, cenas do gueto, cenas do gueto mocho tá na casa, comunidade, Lisboa, marginalização social, Otávio Raposo, periferia, Quinta do Mocho, sociedade