Cenas do Gueto I Barril de Pólvora

À boleia da street art, a Quinta do Mocho soube dar a volta aos estereótipos, ressignificando a vida no gueto para exaltar as qualidades do território e de seus habitantes. “Cenas do Gueto, Mocho Tá na Casa” desmonta os discursos de que o bairro não tem cultura, talento, humanidade, ao mesmo tempo que aponta o dedo à exclusão, ao racismo, à violência policial, à pobreza.

Gueto é cidade. Cultura se faz no gueto.

Este seriado de 27 episódios dá a conhecer os habitantes, os artistas e a história da Quinta do Mocho. São micro-documentários etnográficos realizados pelo antropólogo e sociólogo Otávio Raposo, editados pelo antropólogo Filipe Ferraz, e com conceção gráfica e comunicação da antropóloga Gabriela Leal.

Esta série está integrada no projeto de investigação ArtCitizenship, que pesquisa “territórios não-institucionais de construção da cidadania e de participação na esfera pública”, procurando compreender os elos entre arte, criatividade e agência política.

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EP.23

A história do Sr. Vítor encontra muitos paralelos com a de outros imigrantes, marcada pelo trabalho nas obras, as dificuldades em continuar os estudos e a habitação precária. A história da Quinta Mocho, onde vive o Sr. Vítor, tem muitas semelhanças com a de outros “bairros sociais” da periferia de Lisboa. O modelo de realojamento ali adotado não incorporou a opinião dos moradores e acabou por reproduzir as lógicas de silenciamento, imposição e exclusão entre aqueles que vivem em regime de subalternidade urbana.

um projeto I CICS.NOVA, NOVA FCSH, CIES_ISCTE, CRIA, Wamãe I Antropologia Pública

pesquisa, realização I Otávio Raposo

montagem I Filipe Ferraz

comunicação e concepção gráfica I Gabs Leal

produção (Wamãe) I Inês Tecedeiro

tornado possível por I FCT, Fundação para a Ciência e Tecnologia

por Otávio Raposo
Afroscreen | 18 Maio 2022 | antropologia, cenas do gueto, cenas do gueto mocho tá na casa, documentário, Lisboa, Quinta do Mocho, subalternidade urbana