Na seleção “Outros Olhares” do Festival Caminhos Cinema Português, dedicada a abordagens mais experimentais e procura de novas linguagens no cinema, serão apresentados, entre outros, “Indiginatu”, de Welket Bungué, “Cesária Évora”, de Ana Sofia Fonseca, “Objetos de Luz”, de Marie Carré e Acácio de Almeida, e “Um Corpo que Dança”, de Marco Martins. “Um diálogo imersivo em três partes (ou repetições), com as limitações do cinema enquanto discurso visual e estético. A natureza não precisa de traduções. Mas nós sim, porque somos tempo e espaço.” O INDIGINATU, filme ensaio-ficção-experimental é realizado por Welket Bungué, estreia em sessão única na Casa do Cinema de Coimbra no domingo, 6 de Novembro às 21h30. “Um diálogo imersivo em três partes (ou repetições), com as limitações do cinema enquanto discurso visual e estético. A natureza não precisa de traduções. Mas nós sim, porque somos tempo e espaço.”
Nation states and self-acclaimed ‘global cities’ increasingly come under pressure to decolonise their commemorative landscapes. Civil society actors and social movements are facing-up to a difficult colonial past that appears strangely absent and yet omni-present. The CITCOM sub-group Legacies of Empire of the Center for Comparative Studies (Faculty of Art and Humanities, University of Lisbon) is organising a new and interactive seminar cycle entitled ‘Memory, Culture and Citizenship in Post-Colonial Nations’, which will run until the end of the academic year in May, 2023. Thought of as an open space for discussion, we invite scholars, city planners, artists and campaigners to examine urban public space, migration experiences, transculturality and contemporary art through a critical postcolonial lens. The series’ trans-disciplinary case-studies reach across Portugal, Europe, Brazil and Luso-Africa. This first session, “Gentrification and Coloniality of Space in Lisbon”, welcomes António Brito Guterres (Dinâmia-CET, Instituto Universitário de Lisboa) and Eduardo Ascensão (CEG, Universidade de Lisboa) to discuss informal settlements, segregation and post-colonial urbanism in Lisbon. It will be moderated by Ana Rita Alves (CES, Universidade de Coimbra).”
‘O Riso dos Necrófagos’ com Direcção e Encenação de Zia Soares, Co-produção Teatro GRIOT, Culturgest
O Riso dos Necrófagos – direcção e encenação de Zia Soares, co-produção Teatro GRIOT/ Culturgest - foi distinguido como “Melhor Espectáculo 2021/2022” no âmbito da XIII Edição do Premio Internazionale Teresa Pomodoro, promovido pelo Spazio Teatro No´hma de Milão, Itália.
Presidido por Livia Pomodoro, directora artística do Spazio Teatro No’hma, o distinto júri internacional que atribuiu o prémio de “Melhor Espectáculo 2021/2022” ao O Riso dos Necrófagos, é composto por: Lev Abramovič Dodin (diretor artístico de Malyj Dramatičeskij Teatr de São Petersburgo), Stathis Livathinos (encenador grego), Enzo Moscato (fundador e diretor artístico da Compagnia Teatrale Enzo Moscato), Lluís Pasqual (encenador espanhol), Tadashi Suzuki (Diretor da Suzuky Company of Toga – SCOT no Japão), Peter Stein (encenador alemão), Oskaras Koršunovas (fundador e diretor artístico do Oskaro Koršunovo Teatras de Vilnius – OKT), Muriel Mayette-Holtz (diretor do Théâtre National de Nice), Fadhel Jaïbi (diretor artístico do Théâtre National Tunisien) e Gábor Tompa (presidente dos Teatros da União Europeia e Diretor do Teatro Húngaro de Cluj, Roménia).
Zia Soares, diretora artística do Teatro GRIOT e também encenadora deO Riso dos Necrófagos, e parte da equipa artística do espectáculo - Benvindo Fonseca, Daniel Martinho, Mick Trovoada, Neusa Trovoada e Xullaji - rumaram a Milão para participarem na cerimónia Premiazione Xlll Edizione Premio Internazionale (que tem lugar no dia 3 de novembro no Teatro No´hma), e para receberem o prémio.
Após a estreia em Lisboa, no Grande Auditório da Culturgest, em abril de 2021, o aclamado espectáculo apresentou-se no mesmo ano em Coimbra, no Convento São Francisco, e em 2022 no Teatro No´hma e na Bienal de São Tomé e Príncipe.
O Riso dos Necrófagos começa nos vestígios da Guerra da Trindade encontrados na ilha de São Tomé, pela encenadora Zia Soares e pelo músico Xullaji, nas bocas dos que a viveram e dos que a ouviram contar.
Nesta guerra os mortos foram amontoados em valas comuns ou no fundo do mar, num exercício de violência, perpetrado pelo invasor que acredita que, ao despojar os mortos dos seus nomes, os condena ao esquecimento. Mas para os santomenses, são presenças na ilha como símbolo encarnado e, para celebrá-los, anualmente no dia 3 de fevereiro, cumprem um itinerário ritualístico, desfilando ao longo de várias horas numa marcha amplificadora de falas, cantos, risos e sons que saem de corpos convulsos.
A utopia de esvaziar o mar | Zia Soares, encenadora
O Riso dos Necrófagos transporta a esfera carnavalesca do desfile para o chão da performance construindo a isocronia no corpo dos atuantes; é prolongamento do percurso celebratório, entrópico, onde os atuantes manipulam imagens, desossam e riem do delírio na convergência de todos os tempos que evoluem por via de mecanismos do transe e da possessão — o corpo transfigura a cena à medida que os vestígios e os fragmentos da carnificina são devorados pelos atuantes-necrófagos.
Elenco: Aoaní Salvaterra, Benvindo Fonseca, Binete Undonque, Daniel Martinho, Lucília Raimundo, Mick Trovoada, Neusa Trovoada, Vera Cruz, Xullaji, Zia Soares
Música: Xullaji
Cenário e Figurinos: Neusa Trovoada
Design de luz: Jorge Ribeiro
Movimento: Lucília Raimundo
Apoio ao movimento: Marcus Veiga
Tradução para forro: Solange Salvaterra Pinto
Construção de cenário: Carlos Caetano - Construções Ilimitadas
Confeção de figurinos: Aldina Jesus Atelier
Operação de som: Luís Moreira
Vídeo: António Castelo
Design gráfico: Neusa Trovoada
Produção executiva: Noé João
Produção: Teatro GRIOT
Co-produção: Culturgest
Apoios: Academia Arte&Dança, Associação Mén Non, Batoto Yetu, Cacau, Câmara Municipal Moita, Carlos Caetano - Construções Ilimitadas, Casa da Dança, DeVIR/CAPa - Centro de Artes Performativas do Algarve, Foundation Obras, Fundação Alda Espírito Santo, Hangar, Junta de Freguesia Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista, República Democrática de São Tomé e Príncipe - Embaixada em Portugal, ROÇAMUNDO-Associação para Cultura e Desenvolvimento, TerranoMedia
Agradecimentos: Ana Torres, Benvindo Semedo, Carlos Espírito Santo, Célia Pires, elenco “Machim Gang”, Jair Pina, João Carlos Silva, Lamine Torres, Luís Moreira, Luisélio Salvaterra Pinto,Noé João, Olavo Amado
O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa // Zia Soares é uma artista apoiada pela apap - Feminist Futures, um projeto cofinanciado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.
No âmbito de celebração dos 200 anos da independência do Brasil, o Coliseu do Porto criou o MPB - Movimento Porto Brasil, que inclui uma Mostra de Cinema Documental Brasileiro. A Mostra é complementada por um ciclo de mesas-redondas. Neste contexto modero uma mesa-redonda, com Denise Pollini e Raquel Ribeiro, que decorrerá após a exibição do documentário “Fevereiros” (2017), de Marcio Debellian.
Colóquio no ISCTE promove debate sobre passado, presente e futuro do brasil
Dias 10 e 11 de novembro de 2022
“Bicentenário da Independência brasileira: reflexões e perspetivas” terá a presença dos historiadores brasileiros Ana Flávia Magalhães Pinto, Edson Kayapó e Tâmis Parron e do jornalista e escritor Laurentino Gomes
O Iscte – Instituto Universitário de Lisboa vai assinalar o bicentenário da Independência do Brasil com o colóquio “Bicentenário da Independência brasileira: reflexões e perspetivas”. O evento incluirá várias iniciativas, que promoverão um amplo debate sobre o passado e a atualidade do Brasil. O colóquio, organizado em conjunto pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) e pelo Centro de Estudos Internacionais (CEI-ISCTE), terá lugar no Iscte nos próximos dias 10 e 11 de novembro de 2022.
No dia 10 de novembro, a conferência de abertura desta iniciativa será proferida pelo Senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa, Doutor Augusto Santos Silva. No dia seguinte, o encerramento da iniciativa ficará a cargo do investigador brasileiro Dawisson Belém Lopes, doutorado em Ciência Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor de Política Internacional da Universidade Federal de Minas Gerais.
Entre uma série de investigadores nos painéis, estarão presentes no Iscte quatro investigadores radicados no Brasil: Ana Flávia Magalhães Pinto, professora da Universidade de Brasília (UnB), coordenadora da regional Centro-Oeste do Grupo de Trabalho Emancipações e Pós-Abolição da Associação Nacional de História (Anpuh); Edson Kayapó, professor do Instituto Federal da Bahia (IFBA); Tâmis Parron, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde coordena o Núcleo de História Comparada Mundial (COMMUN); e Alexandre L. Moreli, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo.
Da comunidade académica portuguesa, teremos Ana Cristina Araújo, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigadora do Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC); Carmen Fonseca, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Univ. Nova de Lisboa e investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais-NOVA; Pedro Seabra, professor do Iscte e investigador do CEI-Iscte; e Sarita Mota, investigadora do CIES-Iscte.
O segundo dia do evento abrirá espaço aos jovens investigadores que se dedicam à História ou às Relações Internacionais do Brasil. No final do dia 11, teremos ainda uma conferência do jornalista e escritor brasileiro Laurentino Gomes, autor da trilogia Escravidão e dos best-sellers 1808, 1822 e 1889. Vencedor de seis Prémios Jabuti de Literatura, o principal prémio literário do Brasil, Laurentino Gomes proferirá uma conferência sobre a escravidão e as suas implicações no Brasil atual, bem como uma pequena apresentação sobre os seus livros.
Ainda para assinalar os 200 anos de Independência do Brasil, o colóquio “Bicentenário da Independência brasileira: reflexões e perspetivas” incluirá uma exposição bibliográfica sobre a História do Brasil, organizada pela Biblioteca do Iscte, que estará patente ao público durante todo o mês de novembro, de 2ª a 6ª feira das 9H00 às 21H00 e aos sábados das 10H00 às 18H00. Com a colaboração da Casa do Brasil, estará patente durante a semana de 7 a 11 de novembro uma exposição sobre a imigração brasileira em Portugal.
Programa integrado no Ciclo Impérios com curadoria de Liliana Coutinho. Curadoria da sessão: Inês Beleza Barreiros, Patrícia Martins Marcos, Pedro Schacht Pereira e Rui Gomes Coelho
04 NOV 2022 16:00 – 18:00: Descentrar o Império
Em contexto português, as visões mais críticas do colonialismo centraram o seu estudo no último ciclo imperial, no período contemporâneo, também chamado de “império Africano”. Até tempos recentes, esta dinâmica tem sido pautada pelo pouco envolvimento com a história do imperialismo moderno, enclausurando o seu estudo em visões nacionalistas, ancoradas no protagonismo narrativo do espaço e dos agentes da metrópole portuguesa. Ao tomar Portugal como epicentro da história, o contributo de processos e agentes não-metropolitanos tem sido minimizado sistematicamente. No ano em que se assinalam os 200 anos da independência do Brasil, esta mesa-redonda procura densificar a perspetiva histórica a partir de um olhar de longa duração sobre a formação do maior país da América Latina, considerando processos de dimensão transoceânica e trans-hemisférica. Deste modo, é lançado um desafio a paradigmas historiográficos de feição lusotropicalista e que, teimosamente, continuam a sobreviver à implantação da democracia tanto no Brasil, como em Portugal.
Luiz Felipe de Alencastro, Escola de Economia de São Paulo/FGV e Sorbonne Université
Patrícia Martins Marcos, University of California, San Diego
Victor de Barros IHC, Universidade Nova de Lisboa
Moderação: Pedro Schacht Pereira, The Ohio State University
18:30 – 20:30: Reparar o Futuro
A história do império é inevitavelmente a história das reparações. O labor das reparações começou no momento de expropriação e nunca realmente terminou. Não se trata apenas de acautelar os direitos dos descendentes de espoliados e escravizados, trata-se também de interromper a renovação dessa violência inicial e assegurar o direito a um mundo plural e diverso. Nesta mesa pensa-se a questão das reparações históricas, a partir do contexto português, em articulação com os debates que ocorrem noutros contextos, nomeadamente os da memorialização da Escravatura, da restituição de objetos, do desmantelamento de estátuas racistas ou da produção de contra arquivos.
Ana Lucia Araujo, Howard University
Cristina Roldão, Escola Superior de Educação de Setúbal
A talk by Ugochukwu-Smooth C. Nzewi at FLAD Nov 3, 2022, 6pm “Over the past several years, MoMA has sought to redress the ways in which African art and artists are presented and represented in global art history. In addition to making key acquisitions to amplify the presence of African artists at the Museum, it has organized important monographic exhibitions, such as Bodys Isek Kingelez: City Dreams in 2018 and more recently, Frédéric Bruly Bouabré: World Unbound in 2022. My talk examines MoMA’s history with African modernism that began in 1960 when the institution acquired Men Taking Banana Beer to Bride, a 1956 painting by the East African modernist Sam Ntiro. It will address MoMA’s recent collecting strategies that seek to connect this consequential period of modernist flourish in Africa and contemporary practices by African artists.” Ugochukwu-Smooth C. Nzewi is the first Steven and Lisa Tananbaum Curator in the Department of Painting and Sculpture at MoMA, New York. You can find Smooth’s full bio on our website.
O Alkantara Festival 2022 aproxima-se. De 11 a 27 de novembro, criamos espaços para a fruição, reflexão e participação em 13 espetáculos, 5 conversas - 4 após espetáculos e uma ágora junto ao rio-, 3 workshops e 3 conferências, 2 festas e ainda 3 partilhas de processos de criações que estreiam no próximo ano. Propostas para que em conjunto possamos observar, caminhar, dançar, experimentar e refletir sobre como podemos agir sobre o passado e construir novos futuros.
Nesta edição procuramos ainda identificar e diminuir barreiras para que uma maior diversidade de pessoas possa acompanhar o programa, apresentando vários espetáculos com recursos de audiodescrição, LGP e legendas para pessoas surdas. Temos também sessões descontraídas e políticas de bilhetes acessíveis.
Conhece o programa do Alkantara Festival 2022 em alkantara.pt.
From the myriad of cinematic movements of the 20th century, the L.A. Rebellion - also known as Los Angeles School of Black Filmmakers - is certainly one of the most revolutionary currents. Between the 60s and 80s, a generation of filmmakers, associated with UCLA - University of California, created a new Black Cinema, independent from the stereotypical Hollywood conventions and attentive to the real african-american lived experiences. At the time of the Civil Rights movement in the USA, these filmmakers’ contributions challenged the white hegemony in the cinema industry, while expanding the aesthetic and social reach of cinema to circumstances overlooked until that time.
In the most comprehensive European retrospective of the movement to date, LEFFEST celebrates the irreverent qualities of the L.A. Rebellion’s filmography. Directors such as Charles Burnett, Billy Woodberry, Ben Caldwell, Julie Dash and Haile Gerima - special guests of this year’s festival - compose a landscape of dozens of filmmakers, with scenes as remarkable as the painfully stilted dance of a married couple in Burnett’s Killer of Sheep (1978), the visionary intergenerational tour-de-force in Dash’s Daughters of the Dust (1991) and the mythical singular-cut confluence of past and present in Gerima’s Sankofa (1993).
Featuring screenings by fourteen distinct L.A. Rebellion directors, unprecedented in Portugal, LEFFEST 2022 will hold further debates with the invited filmmakers and a retrospective-exhibition about this movement’s generation. With the artistic perspective and work by the emblematic Ben Caldwell, the exhibition’s vernissage will be held on the 13th of November, at MU.SA in Sintra.
No próximo dia 29 de outubro, sábado, convidamos todas as pessoas a participar na apresentação final de MULHERES DO VALE.
Esta atividade resultou de uma parceria da Associação Agropecuária do Calhau e Madeiral e o projeto independente Neve Insular e foi financiado pelo Instituto Camões, Cooperação Portuguesa.
Junte-se às 7 mulheres do Madeiral que participaram, estes meses, no Ciclo de Algodão-Agroecologia para uma tarde que reserva alguma conversa, atividades focadas em práticas que podem ser levadas para casa, bem como a partilha de um momento de ritual, entre outras surpresas.
A produção disponibilizará transporte coletivo gratuito. A partida será às 15h00, em frente ao atelier/loja Vanessa Monteiro Design, na Rua da Moeda, nº 22A. Caso esteja interessado, pfv, confirme presença até 28 de outubro, 12H, em neve.insular@gmail.com, via DM no instagram ou através do contacto telefónico 5897958.
Parte 2 Padrão dos Descobrimentos Inauguração: 29 de outubro, 17h00
Demolição da Fábrica do Gás em Belém
A segunda parte da exposição “Sombras do Império. Belém, - Projetos, Hesitações e Inércia. 1941-1972”, patente ao público a partir de 30 de outubro, revisita alguns projetos do Estado Novo para a Praça do Império e orla ribeirinha de Lisboa.
Sombras do Império. Belém - Projetos, Hesitações e Inércia. 1941-1972, inaugurada a 2 de maio, dá a conhecer a sucessão de planos urbanísticos e projetos de arquitetura cujo centro foi a Praça do Império. Menorizados ou até esquecidos pela historiografia, estes projetos revelam-se hoje particularmente significativos, pela escala e natureza das transformações que anteviam, pela orientação programática que preconizavam, pelo investimento de meios que implicariam, pela extensão do seu período de elaboração, em contraponto com o pouco que foi concretizado.
A partir de documentação de natureza diversa – desenhos e memórias descritivas, pareceres, ofícios, legislação, fotografias, bibliografia da época – e de investigação académica recente, a exposição apresenta um percurso cronológico centrado nos projetos para a Praça do Império e área envolvente e para os designados “Palácio do Ultramar” e “Museu do Ultramar”, considerando ainda outras propostas para grandes edifícios públicos a localizar na orla ribeirinha de Lisboa.
Estes projetos são a base para abordagens diversas e complementares, apresentadas por investigadores de diferentes formações disciplinares, que irão aprofundar a contextualização e ensaiar propostas de leitura crítica: Urbanismo, Arquitetura, Paisagismo, Arte Pública, Património, Propaganda e Ideologia Coloniais.
Na segunda fase desta exposição são revistas algumas realizações integradas nos planos para a zona:
. a envolvente da Torre de Belém e a sua extensão à ermida de São Jerónimo, no Restelo;
. o Museu de Marinha com o planetário, anexo ao Mosteiro dos Jerónimos;
. a reconstrução do Padrão dos Descobrimentos, sobrepondo-se ao projeto vencedor do concurso para um monumento ao Infante D. Henrique, a materializar no promontório de Sagres.
A exposição encontra-se organizada em sete núcleos: Cronologia 1941 -1972; Da Praia do Restelo à Praça do Império; A Exposição do Mundo Português e mais além; Uma praça para o Império todo; Da Torre de Belém à ermida de São Jerónimo; Museu de Marinha e Planetário; “Não haverá Mar Novo”.
Sombras do Império Belém - Projetos, Hesitações e Inércia 1941-1972 2 de maio de 2022 - 30 de janeiro de 2023 Todos os dias das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h30)
João Paulo Martins – Arquiteto, Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, CIAUD. Equipa de Investigação Joana Brites – Historiadora da Arte, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, CEIS20 Natasha Revez – Historiadora da Arte Pedro Rito Nobre – Arquiteto Sebastião Carmo-Pereira – Arquiteto Paisagista Sofia Diniz – Historiadora da Arte Animações digitais Planos de Belém Alice Vieira João Abrunhosa Teresa Fernandes
Fotografia Demolição da Fábrica do Gás em Belém Câmara Municipal de Lisboa. Repartição dos Serviços Culturais. Secção de Propaganda e Turismo 7 de junho de 1950 PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/SPT/000036 Arquivo Municipal de Lisboa
Esta programação inclui conversas, concertos, performances, sessões de poesia e outras práticas artísticas em torno de reflexões sobre as dimensões imateriais e espirituais da ecologia.
Com a participação de profissionais de várias áreas, «Ecologias Imateriais» procura pensar as práticas extrativistas para lá do seu significado material, criando um espaço para a partilha e para a discussão de dimensões imateriais e invisibilizadas que nos permitam imaginar outros mundos.
The residency on the theme of social engagement is tailor-made for each invited personality and is conceived as an opportunity to showcase their work and commitment to the largest possible audience. For this first edition, Filipa César and her collaborator Marinho de Pina have been invited to share their cinematographic work in the field, which manifested in the creation of a media library for film and literature that they co-founded with the filmmaker Sana na N’Hada, in the village of Malafo, Guinea Bissau. It is a community run platform for sharing mundializing and traditional knowledges through practices in the fields of performing arts, archival practices, agroecology, moving image and digital media.
Filipa César is an artist and filmmaker interested in the porous relationship between the moving image and its reception by the public, the fictional aspects of documentary, and the politics and poetics inherent in the production of moving images. A large part of her films focus on the specters of resistance within the geopolitical history of Portugal. Through the creation of performative spaces, she proposes a subjective approach to knowledge and questions the mechanisms of production of the great national narratives as well as the erasure of events and gestures of minorities.
Since 2011, she has made several films that take as their matrix the first hours of the cinema of struggle and liberation in Guinea-Bissau, like fragments of a lost heritage whose potential she seeks to reanimate through a collective research, Luta ca caba inda (The struggle is not yet over). In 2017, Spell Reel, her first feature film that traces this adventure, had its world premiere at the Berlinale (Forum) and then showed in festivals and museums around the world, where it received numerous awards.
César has also shown her work regularly in contemporary art venues such as SAAVY (Berlin), Khiasma (Paris), Tensta konsthall, e-flux, Mumok, MoMA, Harvard Museum of Cinema. She was granted the AFIELD fellowship for art and social engagement in support of the project Mediateca Onshore.
Marinho Pina is currently pursuing a PhD at the University Institute of Lisbon (ISCTE-IUL), focusing on city planning in Bissau, the capital of Guinea-Bissau. He researches Guinea-Bissauan architecture and has a masterʼs degree in vernacular architecture and clay building. He is also a performing artist and a writer. Since 2016 he has been working in the public management of AJASS, a social organization in Sonaco, which aims to improve the quality of local education, to fight against female genital mutilation and HIV/AIDS, and against ecological destruction such as deforestation. Marinho de Pina is part of the collective developing the space Abotcha – Mediateca Onshore in Guinea Bissau, and has been collaborating in the New Alphabet research project at HKW, Berlin.
The Delegation in France is the European branch of the Calouste Gulbenkian Foundation, a Portuguese foundation for all mankind, dedicated to promote human knowledge and improving the quality of life of people through arts, science and education. Established by the will of Calouste Sarkis Gulbenkian, the Foundation has a perpetual character and develops its activities from its headquarters in Lisbon and its delegations in Paris and London. In France, its activities include the co-production of exhibitions, an annual project call for French art institutions to present Portuguese visual artists in their programming, a call for artists engaged in collaborative practices, the organisation of meetings and debates throughout the year, partnerships with civil society organisations, and the provision of an important Portuguese language library.
KADIST believes contemporary artists make an important contribution to a progressive society, their work often addressing key issues of our time. KADIST, a non-profit organization dedicated to exhibiting the work of artists represented in its collection, encourages this engagement and affirms contemporary art’s relevance within social discourse. KADIST’s local hubs in Paris and San Francisco present exhibitions and events, and organize residencies and educational initiatives, as well as producing projects online and via social media. Concurrently, KADIST is actively establishing networks across five areas—North America, Europe, Middle East & Africa, Asia and Latin America—inviting new artists into the collection and initiating collaborative programs, especially exhibitions with museums of each region. Together, they aim at facilitating new connections across cultures and creating vibrant conversations about contemporary art and ideas.
Dois anos depois do lançamento do livro O Brasil Contemporâneo e a Democracia (Outro Modo, 2020), o Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa e a Livros Outro Modo promovem um encontro para reflexão e ação sobre a atual encruzilhada brasileira. No próximo dia 26/10, às 18h30, na Fundação José Saramago (Lisboa) será realizado o ato-debate Brasil: que futuros em disputa?, onde reúnem-se pensadores brasileiros e portugueses num alerta sobre as implicações da atual conjuntura.
Convidados já confirmados: João Pedro Stédile, Adelaide Gonçalves, Chico Diaz, Ana Chã, Susana Matos Viegas, Carlos Latuff, Ladislau Dowbor, Graziella Moretto, Pedro Cardoso, Fernando Walcacer, Isabel Araújo Branco, João Luís Lisboa, Danilo Moreira, Mabel Cavalcante, Pedro Cardim, Adriano Karipuna. Com inserções de Guilherme Boulos e mediação de Carlos Alberto Jr.
Ato-debate na Fundação José Saramago, presencial e online.
“Brasil, que futuros em disputa?”
Por Ariadne Araújo
No passado, nas aldeias grandes e pequenas desse mundo, um sino de bronze acordava o povo para acudir às catástrofes – as cheias dos leitos dos rios, os incêndios que se propagavam rapidamente, os desabamentos e derrocadas de pedras, os perigos vindos das mãos dos homens. Hoje já não tocam mais. Ou, pelo menos, não por isso. Os tempos são outros. Os perigos são outros. Os sinos também são outros. Os sinos de hoje, no dizer do escritor português José Saramago (1922-2010), Prêmio Nobel de Literatura, não repicam o badalo no bronze frio, mas, sim, em vozes – milhares delas, cada vez mais fortes. Vozes que ressoam alertas atuais e convocam o povo para novas urgências. Estes sinos contemporâneos são “os múltiplos movimentos de resistência e ação social, que pugnam pelo (re)estabelecimento de uma nova justiça”.
Sendo assim, às vésperas do segundo turno no Brasil, um repique de sinos-vozes vai ecoar na próxima quarta-feira, na Casa dos Bicos, ali na Rua dos Bacalhoeiros, bem no boliço do centro de Lisboa, onde hoje funciona a Fundação José Saramago. Em umas das salas desta velha casa, contruída no século 16, as vozes deste novo sino vão levar aos portugueses e aos brasileiros uma pergunta crucial para os tempos em que vivemos: “Brasil, que futuros em disputa?”. Sentado na primeira fila de bancos, haverá de estar o espírito desencarnado de Saramago, também homenageado por esse ato-debate, por sua obra e pensamento crítico. Nas narrativas e personagens de seus livros – de lembrança, os alentejanos Mau-Tempo e sua mulher Sara da Conceição -, a denúncia da exploração, do desemprego e da pobreza extrema dos trabalhadores rurais, em Portugal. Não teria o Brasil de agora e suas vidas severinas também um tantinho do Alentejo, do Levantado do Chão?
O escritor, que nunca aceitou a resignação, é “bússola” para estas vozes que, pela persistência e determinação, hão de “acordar o mundo adormecido” ou pelo menos transformar-lhes os sonhos. Como “pontes sonoras sobre rios e mares”, gritando que a atual encruzilhada brasileira não é um problema só nosso. Longe disso. Pois, o resultado das urnas no Brasil terá impacto planetário. Já que estão em jogo importantes questões ambientais com a situação do desmatamento da floresta Amazônica - aumentou assustadoramente desde que o presidente Jair Bolsonaro iniciou seu mandato -, e vem batendo recordes a cada novo mês.
O enfraquecimento das políticas de proteção ambiental, a defesa de implantação de mineradoras e alargamento de áreas destinadas à agricultura em zonas de floresta são, portanto, de interesse de todos. Por outro lado, uma coisa está ligada à outra, há a ameaça ao sistema democrático brasileiro. Problema que puxa o debate sobre a fragilização da democracia no mundo - minada por “estratégias de domínio”, nas palavras de Saramago. Interesses que “nada têm a ver com o bem comum a que, por definição, a democracia aspira”. Ou será que, como deixou proposto no prefácio do livro Terra, de Sebastião Salgado, teremos um dia de retirar o Cristo Redentor e, “no lugar dele, colocar quatro enormes painéis virados às quatro direções do Brasil e do mundo, e todos, em grandes letras, dizendo o mesmo: UM DIREITO QUE SE RESPEITE, UMA JUSTIÇA QUE SE CUMPRA”. Talvez.
Se Saramago será o sineiro desta reflexão, os sinos terão mistos sotaques, do Brasil e de Portugal, reunindo artistas, historiadores, antropólogos, economistas e pensadores da conjuntura brasileira. Porque, afinal, como nos lembram os escritos do dono da casa, votar só não basta. Temos de abrir os olhos, os ouvidos e a voz diante do poder econômico e financeiro mundial, a “real força que governa o mundo – e, portanto, o seu país e a sua pessoa”. E que, pela mesma via, transforma governos em meros “comissários políticos”. A Amazônia que o diga. Contra estas forças, que nos enrolam de propagandas e “açúcares”, temos o dever de multiplicar os sinos e as badaladas, que elas cheguem o mais longe possível. “Para que uma justiça pedestre, `companheira e quotidiana dos homens´, não seja declarada defunta”. E não tenhamos de pranteá-la, lamentando não ter acudido a tempo a catástrofe desta morte anunciada.
O Ato-debate “Brasil, que futuros em disputa?”, é uma iniciativa do Coletivo Andorinha e editora Livros Outro Modo, com apoio da Fundação José Saramago.
O debate terá transmissão ao vivo pela Internet (14:30h em Brasília; 18h30 em Lisboa), através do canal da Frente Internacional Brasileira contra o golpe e pela democracia (Fibra), com o link https://youtu.be/5y_E5odSKoU
“De Lândana ao Virei” inaugura no dia 28 de outubro. Será a última de cinco exposições apresentadas no âmbito das celebrações finais do Espaço.
O artista Angolano Lino Damião inaugura “De Lândana Ao Virei”, no dia 28 de outubro. Esta exposição conta com a curadoria de Lourdes Féria. Depois de ter já participado em diversas exposições individuais e coletivas, dentro e fora de Portugal, e com uma obra representada em várias coleções e dispersa por vários continentes, o artista mostra-nos agora o seu trabalho mais recente. Quanto ao Espaço Espelho D’Água esta será a última exposição que apresenta, chegando ao fim a 5 de novembro.
Lino Damião tem já uma relação de longa data com o Espaço. Aqui, participou em duas exposições coletivas: “Comuting: Os das Bandas”, 2016 e “Lelu Kizua”, 2020, esta última com curadoria de João Silvério e Inês Valle. Apresenta agora “De Lândana Ao Virei”, a sua primeira exposição individual neste local.
Ao visitar esta exposição, entre os dias 28 de outubro e 5 de novembro, poderá observar várias obras do artista, todas dedicadas à pintura abstrata. Para a curadora Lourdes Féria, a exposição distingue-se pelas “desinibidas pinceladas de cor lançadas na superfície dos quadros que sugerem geografias, rapsódias musicais, horizontes abertos, padrões de pensamento, evocando ao mesmo tempo o poder perturbante do silêncio nas paisagens vazias de figuras. Nesta itinerância mental funde-se o real com o imaginário.”
Luandense de nascimento, Lino Damião inspira-se nas memórias ganhas em viagens dispersas que fez entre 2009 e 2017, compondo um mosaico de estadias diversas entre Lândana e Virei, extremos geográficos do seu vasto pais de origem. Apresenta-nos aqui o seu modo muito característico de trabalho, baseando a pintura não apenas nas suas experiências pessoais, mas também no dia-a-dia dos outros. O seu percurso é feito de cruzamentos, entre tintas, telas, pincéis, exposições e concertos de jazz.
Depois de ter feito a programação de música e DJ sets do Jardim de Verão da Fundação Calouste Gulbenkian conquistando uma extraordinária adesão de público, o projeto LISBOA CRIOLA lança, em Novembro, um grande festival de encerramento de 2022: a FESTA CRIOLA.
A FESTA CRIOLA acontece de 2 a 5 de Novembro com inúmeros eventos no Castelo de São Jorge, em Marvila, no Rato e no Hub Criativo do Beato. O festival conta com apoio da Câmara Municipal de Lisboa, é de entrada livre e a participação nos eventos é gratuita (exceto os de comida e em restaurantes).
Créditos - Lisboa Criola
Estão programadas iniciativas de Música, Gastronomia, Literatura, Artes Visuais e Dança. Inspiradas no conceito “Criolo”, estas 5 áreas foram pensadas com o apoio de curadoras/es com diversos backgrounds culturais que ajudaram a programar as experiências mais entusiasmantes: Blaya na programação de Dança, DJ Ary Rafeiro na Música, Inês Matos Andrade na Gastronomia, Nash Does Work nas Artes Visuais e Gisela Casimiro na Literatura.
O evento arranca no Castelo de São Jorge com leitura de poemas por Alice Neto de Sousa e Leo Middea Trio no Largo da Achada, passa por aulas de dancehall em Marvila, oficinas de literatura infantil, conversas com Gisela Casimiro e Nuna, flash tattoos, o forró vibrante de DJ Swingueiro e muito mais. Na gastronomia, a crioulagem lisboeta viaja pelos sabores de Cabo Verde, pelos sorvetes da múcua de Angola, pela comida do Médio Oriente e de outros lugares. A FESTA CRIOLA termina no Hub Criativo do Beato com uma grande noite ao som de DJ Berlok e da DJ Umafricana.
Dino d’Santiago, diretor artístico da LISBOA CRIOLA partilha:
“A missão da LISBOA CRIOLA é aproximar, celebrar e amplificar a mistura cultural que compõe a cidade de Lisboa. Com esta grande FESTA CRIOLA, em Novembro, queremos que se transpire crioulidade a partir de diversos lugares da capital e através do cruzamento de disciplinas. E, acima de tudo, que as pessoas celebrem e sintam que são a cidade.”
O programa da FESTA CRIOLA fica disponível nas redes sociais e no website do projeto.
A FESTA CRIOLA é um evento da LISBOA CRIOLA. A LISBOA CRIOLA é um projeto cultural, criativo, transversal e participativo, lançado em 2021, cujos objetivos passam pela criação de uma cidade mais inclusiva, igualitária e representativa. Conta com o apoio e co-organização da Câmara Municipal de Lisboa.
Avez-vous déjà vu des représentations de la Vierge enceinte ? Des statues de Marie dans l’attente de Jésus, la main posée sur son ventre rond et proéminent ? Elles ont existé. Elles ont, pour la plupart, disparu.
Entre le XIIIe siècle et la fin du XVIe siècle, les sculptures de la Vierge enceinte jouissent d’une ferveur populaire, en France, en Espagne, au Portugal. Les femmes confient espoirs et angoisses à Celle qui partage leur sort.
Cependant, sensibles aux critiques des Protestants, les membres du Concile de Trente, exigent, en 1563, la mise à l’écart de ces images jugées « irregardables ». Tout comme les Vierges parturientes alitées et les représentations de Marie allaitant son enfant. En conséquence, les sculptures des Vierges de l’Attente sont retirées des églises. Détruites, emmurées, cachées, volées ? On l’ignore. Aujourd’hui, peu de ces figurations d’une Vierge « trop humaine » subsistent. Il faut les chercher.
La mission est confiée à Jean-Yves Loude, écrivain, ethnologue, et Viviane Lièvre, ethnologue, photographe, connus pour leurs enquêtes policières sur les conséquences de la traite négrière ou sur les mémoires assassinées dans la coulisse de l’Histoire. Très vite, le couple d’investigateurs associe ces disparitions à la logique d’un discours d’exclusion élaboré par des hommes religieux aux dépens de la moitié de l’humanité. Ils décident d’enquêter le long d’un chemin vers Saint-Jacques de Compostelle qui ne suivra aucune balise officielle. Leur itinéraire prévoit 14 stations, toutes dédiées à des représentations de la Vierge enceinte : entre Le Puy-en-Velay et Santiago, en passant par des cathédrales, des couvents, des chapelles discrètes, des musées, des villages retirés, dans le sud de la France, puis en Alentejo, Ribatejo, au centre et au nord du Portugal, dans le Douro, le Minho, le Trás-os-Montes, pour finir en Galice.