Conferência de Miguel Carmo: Um percurso entre a história do solo e a história agrícola

Expansão agrícola, degradação do solo e fertilização em Portugal, 1873-1960

UM PERCURSO ENTRE A HISTÓRIA DO SOLO E A HISTÓRIA AGRÍCOLA 

Nesta conferência irá discutir-se o que aconteceu à fertilidade dos solos agrícolas durante a Campanha do Trigo, iniciada em 1929. É comummente aceite que a expansão excessiva das culturas de trigo durante o Estado Novo resultou na degradação dos solos na metade sul de Portugal. A década de 1950 parece representar, a partir dos discursos da agronomia portuguesa, um período de intensificação de fenómenos de esgotamento e de erosão do solo disseminados por todo o país e com dimensões calamitosas a sul. Submetemos este panorama a uma revisão crítica que nos obrigou a recuar ao final do século XIX em busca de um sentido histórico para a transformação – indissociável – dos sistemas de cultivo, das práticas de fertilização, das ciências agronómicas e do próprio solo. Por que modos a expansão agrícola, ininterrupta entre 1870 e 1960, interagiu com a evolução das condições de fertilidade do solo?

Miguel Carmo

(Tavira, 1980) licenciou-se em engenharia do ambiente no Instituto Superior Técnico em Lisboa e finalizou, em 2018, o doutoramento em engenharia agronómica no Instituto Superior de Agronomia, a partir do qual desviou o percurso académico para a história da agricultura e para a história ambiental. Atualmente é investigador integrado no Instituto de História Contemporânea, na Universidade Nova de Lisboa, onde coordena o projeto Paisagens de fogo: Uma história política e ambiental dos grandes incêndios em Portugal (1950-2020), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

26.11.2023 | par martalanca | Agricultura, Alentejo, Beja, Campanha de Trigo, Miguel Carmo

Visita guiada ao Alentejo da Reforma Agrária

A Cultra e a campanha Abril é Agora organizam no próximo dia 15 de abril uma visita guiada ao Alentejo da Reforma Agrária. Inscrições e programa completo aqui
A reforma agrária que ocorreu no período subsequente a abril de 1974, por iniciativa dos assalariados rurais dos campos do Sul, configurou uma revolução dentro de uma revolução mais geral vivida pelo país neste período. Na sua concretização e desenvolvimento, com o enquadramento de uma arquitetura legislativa elaborada pelo IV Governo Provisório, que legalizou a situação edificada no terreno, os trabalhadores rurais fizeram seus mais de 1 milhão e meio de hectares de terra que exploraram de forma coletiva sob a forma de cooperativas e UCPs (Unidades Coletivas de Produção), na esperança de com isso poderem vir a ter uma vida melhor.


Pela ação dos vários governos que se formaram a partir de 1976, a reforma agrária passou a ser alvo de um ataque sistemático comandado por uma contra revolução legislativa aplicada pela força, através da GNR, ofensiva que foi desarticulando a conquista da terra feita pelos trabalhadores, apesar da resistência destes.
De mais de 1 milhão e meio de hectares de terra, integrando UCPs e cooperativas, dando emprego, em 1976, a 71 776 assalariados rurais (46 257 homens e 25 529 mulheres) passou-se, em 10 anos (1975/76 a 1985/86), para 360 000 hectares controlados pelos trabalhadores, área que, com o decorrer dos anos, foi diminuindo até
ser meramente residual.
Lembrar a reforma agrária pelo testemunho de alguns dos seus protagonistas que ainda hoje resistem, de que são exemplos as cooperativas “Seara de Vento”, de Albernoa, e “Monte Coito”, de Ourique, é, pois, o objetivo desta visita guiada. Visita Guiada ao Alentejo da Reforma Agrária onde os assalariados rurais foram derrotados com a devolução das terras aos grandes proprietários, mas que foram vencedores no plano da vida social e da cidadania com a destruição da ordem latifundista, como sublinha o Professor Fernando Oliveira Baptista. “A democracia só consolidou o que a reforma tinha conquistado”.

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08.04.2023 | par martalanca | Alentejo, Reforma Agrária

‘Efeito Estufa’ de Rita Nunes, na SIC Radical

Estreia Sábados, 22h45. Repetição Domingos seguintes às 12h15 e Sextas às 21h55.

Mais de 15 mil imigrantes do sudeste asiático instalaram-se nos últimos anos em São Teotónio, até então uma pacata freguesia alentejana de apenas 6 mil habitantes. 

E continuam a chegar, dia após dia, para trabalhar na colheita de frutos vermelhos em estufas que proliferam dentro de um parque natural.

Efeito Estufa é uma série documental sobre as consequências desse fenómeno . E é, ao mesmo tempo, um olhar sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, como a globalização, as migrações, os conflitos políticos, a escassez de água e um futuro que parece mais incerto do que nunca.

RITA NUNES 

Em 1996 concluiu o curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema, uma aprendizagem académica que a levaria a trabalhar várias linguagens e formatos ao longo dos anos. 

“Menos Nove”, a curta-metragem que realizou em 1997, veio confirmar a vontade de seguir um trajeto profissional na área do cinema e audiovisual. É uma das curtas metragens portuguesas mais premiadas, estreou numa dezena de salas, arrecadou vários prémios nacionais e internacionais e foi exibida em canais de televisão de vários países. 

Desde sempre, curtas-metragens, documentários, vídeos, (nas mais variadas áreas – música, moda, responsabilidade social) têm servido para construir um estilo próprio e atingir um equilíbrio entre a técnica e a intuição do seu olhar. 

Durante duas décadas dedicou-se ainda à realização de filmes publicitários. Realizou os telefilmes “As Contas do Morto” e “Só Por Acaso”, este último vencedor do prémio Prix Europa em 2004 e a série de ficção  “Madre Paula”, vencedora do Prémio de Melhor Série – Prémios Sophia 2018.

Em 2019 estreou nos cinemas a longa-metragem – “Linhas Tortas”, um filme sobre o amor na era da comunicação digital, agora disponível na HBO Portugal e Filmin, lançado em DVD em Novembro de 2020. 

Em 2021 realizou o telefilme “Na Porta ao Lado – Amor”, disponível na OPTO

Em 2022 concluiu a série documental “Efeito Estufa” a estrear brevemente na SIC Radical e encontra-se neste momento em pré-produção do seu próximo filme, “O Melhor dos Mundos”.

04.10.2022 | par martalanca | agricultura monointensiva, Alentejo, Efeito Estufa, Odemira, Rite Nunes

‘Efeito Estufa’ de Rita Nunes, na SIC Radical

Estreia Sábados, 22h45. Repetição Domingos seguintes às 12h15 e Sextas às 21h55.

Mais de 15 mil imigrantes do sudeste asiático instalaram-se nos últimos anos em São Teotónio, até então uma pacata freguesia alentejana de apenas 6 mil habitantes. 

E continuam a chegar, dia após dia, para trabalhar na colheita de frutos vermelhos em estufas que proliferam dentro de um parque natural.

Efeito Estufa é uma série documental sobre as consequências desse fenómeno . E é, ao mesmo tempo, um olhar sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, como a globalização, as migrações, os conflitos políticos, a escassez de água e um futuro que parece mais incerto do que nunca.

RITA NUNES 

Em 1996 concluiu o curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema, uma aprendizagem académica que a levaria a trabalhar várias linguagens e formatos ao longo dos anos. 

“Menos Nove”, a curta-metragem que realizou em 1997, veio confirmar a vontade de seguir um trajeto profissional na área do cinema e audiovisual. É uma das curtas metragens portuguesas mais premiadas, estreou numa dezena de salas, arrecadou vários prémios nacionais e internacionais e foi exibida em canais de televisão de vários países. 

Desde sempre, curtas-metragens, documentários, vídeos, (nas mais variadas áreas – música, moda, responsabilidade social) têm servido para construir um estilo próprio e atingir um equilíbrio entre a técnica e a intuição do seu olhar. 

Durante duas décadas dedicou-se ainda à realização de filmes publicitários. Realizou os telefilmes “As Contas do Morto” e “Só Por Acaso”, este último vencedor do prémio Prix Europa em 2004 e a série de ficção  “Madre Paula”, vencedora do Prémio de Melhor Série – Prémios Sophia 2018.

Em 2019 estreou nos cinemas a longa-metragem – “Linhas Tortas”, um filme sobre o amor na era da comunicação digital, agora disponível na HBO Portugal e Filmin, lançado em DVD em Novembro de 2020. 

Em 2021 realizou o telefilme “Na Porta ao Lado – Amor”, disponível na OPTO

Em 2022 concluiu a série documental “Efeito Estufa” a estrear brevemente na SIC Radical e encontra-se neste momento em pré-produção do seu próximo filme, “O Melhor dos Mundos”.

 

04.10.2022 | par martalanca | agricultura monointensiva, Alentejo, Efeito Estufa, Odemira, Rite Nunes