1000 anos de Ai Weiwei e Ai Qing

1000 anos de Ai Weiwei e Ai Qing "1000 anos de alegrias e tristezas" é o título do livro de memórias do artista chinês Ai Weiwei (艾未未). Digo artista mas podia também dizer ativista. Digo chinês mas poderia também dizer cidadão do mundo, ou inconformado ou até mesmo cidadão do mundo inconformado. Ai Weiwei fala-nos do passado mas parece estar sempre a explicar o presente. Como se para se entender uma flor, tivéssemos que começar pelo seu caule e depois seguir atentamente cada pétala. E não basta entender a flor, mas saber onde se posiciona: se é um girassol num cartaz de propaganda maoista ou se é uma orquídea colhida naquele dia e colocada por cima das câmaras de vigilância de Caochangdi, perto da morada de Ai Weiwei em Pequim. A memória, essa corda que se pode agarrar e avançar ou voltar para dias que ficaram no passado.

Vou lá visitar

15.11.2021 | por Sara F. Costa

O fetichismo da marginalidade (I)

O fetichismo da marginalidade (I) O que diz sobre como o cinema antecipou, por exemplo, o Holocausto, também o podemos transferir para uma cenário mais próximo, como a Argentina nos anos 70, onde havia um cinema militante que se concentrava nos sectores marginalizados e avisava ou alertava, por assim dizer, sobre o neoliberalismo e a miséria planeada. Com o passar do tempo, este fio foi cortado ou não recebeu importância; houve um aviso, mas não foi atendido (ou, pior ainda, foi reprimido). É interessante porque, face a estas imagens antecipatórias, havia uma maquinaria que tinha de responder com outras imagens para as encobrir. Face a imagens que anteciparam, foi necessário criar imagens que serviram para fortalecer o neoliberalismo, que serviram para fazer as pessoas quererem este modelo de vida. Não se responde a imagens com um pedido de nulidade ou censura, responde-se a elas com outras imagens.

Cara a cara

20.09.2021 | por César González, Tomás Guarnaccia e Miguel Savransky

Lesther

Lesther Antes de ter a cabeça a prémio, Lesther Alemán era um estudante de Comunicação Social com o dom da palavra. Tinha 20 anos e integrava a Aliança Universitária Nicaraguense. Com o país a ferro e fogo, em abril de 2018 uma mesa de diálogo entre Ortega e os opositores tentava encontrar uma saída para o caos que se arrastava há um mês. Quando o jovem de 20 anos - óculos de armação grossa e voz grave, quase cerimonial - pegou no microfone a sala congelou.

Jogos Sem Fronteiras

26.08.2021 | por Pedro Cardoso