Chiziane, Lisboa e Conversas!

Chiziane, Lisboa e Conversas! Terminada a pausa, regresso aos meus pais e à sua relação com a língua. Foi-lhes ensinado que não era civilizado falar em umbundo: “uma pessoa que estudou ou que é civilizada não pode mais falar essas nossas línguas, é preciso falar o português”, era essa a frase que o meu pai repetia quando me contava sobre as proibições do seu tempo. Tal como o meu pai e a minha mãe, os meus tios e tias, os seus amigos, e toda a sua geração nascida e criada antes das Independências, foram nalgum momento excluídos, humilhados e segregados quando não falavam o português do modo como lhes diziam que deveriam. Meu pai conta vários episódios de humilhação por causa disso. O que sucedeu na vida dessas pessoas após a Independência é que as feridas não foram saradas, os estragos causados pelo colonialismo não foram solucionados no 11 de novembro, e nós ainda temos conversas por ter e feridas por sarar.

A ler

14.05.2023 | por Leopoldina Fekayamãle

O cativante esplendor literário de Germano de Almeida

O cativante esplendor literário de Germano de Almeida É nessas incursões históricas, nessas narrações, nessas falas, a mais das vezes pejadas e investidas de ironia e revestidas de muita mordacidade e sátira do verbo sempre livre e bem-humorado, intrinsecamente pluralista do escritor, que se vaza, se entretece e se mostra em toda a sua plenitude sociocultural e político-ideológica e no seu cativante esplendor literário o olhar policlínico de Germano Almeida.

A ler

03.07.2018 | por José Luís Hopffer Almada

A biodiversidade é um conceito abstracto, entrevista a Mia Couto

A biodiversidade é um conceito abstracto, entrevista a Mia Couto Duas horas com Mia Couto numa envolvente conversa que atravessa vários aspectos dos seus interesses e percursos. Como chegou até aqui, as suas geografias afectivas, Moçambique e os duros momentos de violência, a utopia da Independência, a diversidade de povos e seus modos de vida como inspiração para as histórias, o ambiente e o modelo de desenvolvimento a descobrir.

Cara a cara

17.07.2014 | por Marta Lança

“Não se festeja a morte de ninguém”, entrevista a Pepetela

“Não se festeja a morte de ninguém”, entrevista a Pepetela Filho de portugueses, não suportava o racismo e esteve cinco anos na luta armada pelo MPLA, combatendo os próprios primos. Começou a ensinar, trocou a arma pela caneta e tornou-se um dos grandes escritores angolanos, vencedor do Prémio Camões.

Cara a cara

16.01.2012 | por Pepetela

“O meu lado infantil está radiante” - Arménio Vieira

“O meu lado infantil está radiante” - Arménio Vieira Prémio Camões 2009. Cabo-verdiano. Conde. Arménio Vieira no seu laboratório de criação: Pracinha do Liceu, Cidade da Praia. O que se segue não é um discurso milimetricamente estruturado e óbvio. É, antes, um desenrolar de frases, pensamentos e memórias às vezes desconexos e non sense na aparência, que evidenciam, nesse jeito irónico e mordaz, a dimensão humana e artística do poeta e ficcionista.

Cara a cara

12.08.2010 | por Pedro Cardoso