e o vencedor do BesPhoto é o moçambicano Mauro Pinto

O vencedor do Prémio BES Photo é o moçambicano Mauro Pinto, segundo escolha do júri entre os quatro finalistas que estiveram presentes na sessão desta terça-feira no Museu Coleção Berardo.
«Ainda não digeri esta vitória. Não estava à espera. Quero desfrutar do valor do prémio, não só monetário, mas a nível global, pela importância que tem», confessou o artista, citado pela LUSA.
Mauro Pinto, nascido em 1974 em Maputo, recebeu pela primeira vez este prémio, o mais importante na área da fotografia e que contempla o vencedor com o valor de 40 mil euros.
O moçambicano concorreu com 12 fotografias captadas no bairro da Mafalda, em Maputo, entre as quais retratam interiores de casas, paisagens, pessoas e ruas do local onde nasceu o futebolista Eusébio. 
Nesta 8ª edição do Prémio BES Photo, os outros finalistas eram Duarte Amaral Netto, de Portugal, Rosangela Rennó e o Coletivo Cia de Foto, ambos do Brasil.
Esta é uma iniciativa do Banco Espírito Santo e o prémio é organizado em parceria com o Museu Coleção Berardo e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Pela primeira vez, o vencedor não é um artista português, sendo que no ano passado o galardão foi alargado a artistas de nacionalidade brasileira e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, os PALOP.

ver no Buala: 

Galeria do Mauro Pinto Portos de convergência - Maputo / Luanda 

reportagem sobre o bairro Mafalala 


18.04.2012 | par martalanca | fotografia moçambicana, Mauro Pinto

Visão alternativa do Congo colocou Mauro Pinto na final do BES Photo

Com um trabalho que apresenta uma visão alternativa do Congo, o moçambicano Mauro Pinto, que recusa “rotular” as suas próprias criações, foi um dos quatro seleccionados para a final do prémio BES Photo 2012, anunciou hoje (sábado) a Agência Lusa. Maputo - Luanda - Lubumbashi é o título do trabalho de Mauro Pinto apurado pelo júri do BES Photo 2012, um projecto do fotógrafo que visita as capitais de Moçambique, Angola e Congo.  

Inicialmente, o trabalho de Mauro Pinto estava relacionado com uma pesquisa individual sobre antigas rotas de escravos, mas, no Congo, decidiu recolher imagens que apresentassem visões alternativas, fotografias do país que o mundo não está acostumado a ver.    

“Eu sempre que via fotografias do Congo, observava uma coisa má, agressiva, de guerra. Não é possível que um país como aquele só tenha isto. E então fiz este projecto, ‘Lubumbachi: Interiores-Exteriores’, com o que me tocou de uma outra maneira”, disse Mauro Pinto à agência Lusa.  

Visivelmente satisfeito com a nomeação para a final do concurso fotográfico, “que tem grandes nomes” seleccionados, Mauro recusa “rotular” as suas próprias criações.  

“Os rótulos são os outros que nos colocam. Eu não posso dizer o que eu sou. Simplesmente sei dizer que gosto de fotografar e vou fotografar. Se é jornalismo, se é artístico, se é documental, cabe aos outros dizer isso”, comentou.  

Através de Mauro Pinto, Moçambique estará pelo segundo ano consecutivo representado na final deste galardão da área da fotografia, que atribui 40 mil euros ao vencedor.  

Os outros finalistas seleccionados para o Prémio BES Photo são o português Duarte Amaral, a brasileira Rosangella Rennó e o colectivo brasileiro Cia de Foto.  

Os quatro vão defrontar-se numa exposição individual, financiada pelo galardão, a ter lugar em Março de 2012 no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, onde será apurado o derradeiro vencedor do concurso.  

retirado da ANGOP

21.11.2011 | par martalanca | Mauro Pinto

Álbum de Família, exposição de fotografia de Mauro Pinto

de 5 de Dezembro a 31 de Janeiro na Galeria Bozart (Rua da Escola Politécnica, 4 R/C - em Lisboa)   Contactos: info@galeriabozart.com   213432516/ 966680979

fotografia de Mauro Pintofotografia de Mauro Pinto

21.11.2011 | par martalanca | Mauro Pinto

Maputo - Luanda - Lubumbashi, influx, LISBOA

Exposição de Mauro Pinto “Maputo - Luanda - Lubumbashi” na Galeria Influx
de 14 may 2011 > 25 june 2011.

 

28.04.2011 | par franciscabagulho | Fotografia Africana, Mauro Pinto

MAURO PINTO na INFLUX, LISBOA

‘MAPUTO - LUANDA - LUBUMBASHI’

14 MAY - 25 JUN 2011

influx

22.04.2011 | par martalanca | Mauro Pinto

Livro "Crónicas da minha tia de África" - Lançamento

Textos de Elisa Santos, desenhos de Pinto, fotografias de Mauro Pinto e design de João Oliveira

FNAC de Stª Catarina no Porto, no próximo domingo,  05/12 às 18:00
Os actores António Júlio e Sílvia Silva fazem o resto. 

“Ao princípio não percebi para que era aquela prenda, mas depois que voltou a partir numa das suas “missões” eu comecei a receber cartas da minha tia de África. Ela escreve-me cartas que são crónicas (na aula de português a professora explicou: Crónica é um texto literário, normalmente curto, que relatando factos verídicos transmite a opinião pessoal do narrador e a sua observação da realidade). As cartas da minha tia começam sempre da mesma maneira: “Nuno,…”

02.12.2010 | par martamestre | Elisa Santos, João Oliveira, Mauro Pinto, Pinto

Crianças de lugar nenhum

Fotografias de Mauro Pinto*

Existe, em Maputo, um lugar que se chama Chiango.

“Chiango”, um nome bonito para nomear um lugar impensável – um lugar sem infância, pintado a preto e branco.

No interior de minúsculas “casas-caixões” e de alguns blocos apertados de cimento que servem de dormitório, vivem crianças que a sociedade moçambicana marginalizou e chamou de “fora da lei”. Classificados e normatizados como “infractores” pelo sistema judiciário, os nomes destas crianças foram esquecidos na gaveta de um grande e imponente edifício a que chamamos de “LEI”.

Com o passar do tempo, lentamente, os seus rostos e corpos foram também desaparecendo da memória de quem legislou as suas infâncias. Arquivadas em beliches enferrujados, uma por cima da outra, tal como se faz com caixas de papelão, estas crianças foram enviadas para um lugar de destino nenhum.

Sem água e energia, sem estrutura alguma para inseri-las de volta na sociedade, crianças e jovens, irmãs e avós tornadas mães, vivem nestes “campos de reeducação”, totalmente privados de educação.

Que justiça é esta? – é o que se pergunta o fotógrafo Mauro Pinto na viagem que faz para este “lugar nenhum”.

Através do seu olhar, tecido com cuidado ao longo das linhas que desenham estes rostos “desaparecidos”, percebemos que nas curvas deste lugar quadrado e asséptico, algo pulsa de vida e de infância. Por detrás dos rostos tornados visíveis pela imagem, dos brinquedos e objectos que emergem redondos das linhas rectas de cada beliche e colchão, dos desenhos tortos pintados à carvão, pendurados e inscritos nas paredes brancas, espreita a infância e o desejo pela cor.

Cada fotografia contida nesta série consiste num acto de coragem.

Cada fotografia insiste como um ponto de interrogação nas nossas “Leis” e instituições.

Cada fotografia exige que imaginemos uma outra “Lei”, outra “infância”, outro lugar que não seja em lugar nenhum.

 

Camila de Sousa



* Mauro Pinto participará em El Ojo Salvaje, Mês de Fotografia no Paraguay a partir de 23 de setembro. A sua exposição terá lugar no Centro de Artes Visuais/Museo do Barro.

16.09.2010 | par martalanca | Mauro Pinto