Cantos, imagens, danças e sons: atos para a libertação

Ciclo de filmes / 20 e 21 set

Em diálogo com a exposição «Zineb Sedira. Standing Here Wondering Which Way to Go», este ciclo reúne uma constelação de filmes anticolonialistas e antirracistas, em torno da resistência cultural e política, e da inventividade das lutas de libertação.

Ancorado nos movimentos de resistência cultural e política das lutas de libertação dos anos de 1960 e 1970, o programa convida-nos a entrar na dança ardente dos sons e imagens, dos sonhos e imaginações, ao ritmo dos desejos profundos de mudança planetária desses anos, para melhor questionar o nosso presente e o nosso futuro.

Estas são obras abertas à memória plural e às diversas expressões culturais dessas lutas, que não param de nos surpreender e inspiram novas gerações de artistas, ativistas e públicos.

A seleção inclui filme célebres como A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo (1966) e Festival Pan-Africano de Argel, de William Klein (1969), e outros menos vistos como East Timor, Island of Fear, Island of Hope [Timor-Leste, Ilha do Medo, Ilha da Esperança], de Boubaker Adjali (1976) e o muito atual Beyrouth, ma ville [Beirute, Minha Cidade], de Jocelyne Saab (1982).

O ciclo apresenta também Dreams Have No Titles [Os Sonhos Não Têm Títulos], o filme realizado por Zineb Sedira para a Bienal de Veneza, em 2022. Neste, a artista repete e revisita sequências de culto de filmes coproduzidos entre a Argélia e outros países mediterrânicos, atualizando assim o fervor em torno do cinema e o espírito festivo das décadas de 1960 e 1970. As danças tradicionais, a poesia, os contos e as canções foram instrumentos preciosos para resistir à dominação colonial, mantendo vivas as culturas e as identidades africanas.

Curadoria de Olivier Hadouchi

mais informações na página da Fundação Gulbenkian.


 

15.09.2025 | par martalanca | libertação

ARQUIVOS DA LIBERTAÇÃO

ANTICOLONIALISMOS E MEMÓRIAS DAS INDEPENDÊNCIAS AFRICANAS

LOCAL: ICS-ULISBOA (metro entrecampos)
SEMINÁRIO: 19 e 20 de Maio. Auditório Sedas Nunes + Híbrido
OFICINA: 21 de Maio. Sala Maria de Sousa (Polivalente) + Híbrido
Os arquivos têm um papel crucial na construção da memória e na pesquisa em história e ciências sociais. Os tempos finais do colonialismo português e os processos de independência dos PALOP geraram documentação sobre as diversas lutas anticoloniais que hoje se encontra dispersa por uma diversidade de instituições e atores, públicos e privados, e precisa de ser mais conhecida. Como se apresentam estas dispersões e como lidar com elas? Quais as disputas políticas e simbólicas que têm acompanhado diferentes histórias de preservação, de abandono ou destruição documental? Que condições de acesso e salvaguarda caracterizam a disponibilização de fontes relativas às lutas africanas de libertação do colonialismo português? Que papel desempenham os arquivos públicos e nacionais, mas também os arquivos privados, pessoais e familiares nestes processos? Que desafios de acesso e análise encontram os investigadores interessados no uso desta documentação para a investigação histórica?
O evento Arquivos da Libertação junta instituições, arquivistas e investigadores com larga experiência de pesquisa em arquivos de países africanos de expressão portuguesa com vista a responder a estas perguntas e a desenhar um roteiro das coleções e arquivos das independências africanas. Este evento pretende, assim, ser um espaço de discussão aberta e de trabalho conjunto sobre o papel dos arquivos na preservação, no acesso e na disseminação da memória das lutas anticoloniais nos PALOPs, bem como na produção de investigações históricas que reavaliam as narrativas oficiais sobre as independências africanas e o fim do colonialismo português.


O seminário é composto por 8 sessões, 4 de painéis com apresentações de investigadores e representantes de instituições arquivistas da sociedade civil; e 2 com mesas redondas, uma debate arquivos portugueses e outra arquivos africanos de expressão portuguesa, relativas aos seus acervos referentes às lutas anticoloniais e da libertação. O evento concluirá com uma oficina com 2 sessões de trabalho envolvendo os oradores e participantes interessados, tendo em vista um roteiro da documentação anticolonial
e das independências africanas dispersa pelos diversos países africanos, Portugal, e demais cooperantes nas lutas anticoloniais.
O evento é organizado pelos investigadores do ICS-ULisboa Inês Ponte e Matheus Serva Pereira e conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Para mais informações consulte a página https://www.ics.ulisboa.pt/evento/arquivos-da-libertacao-anticolonialismos-e-memorias-das-independencias-africanas.

29.04.2025 | par martalanca | arquivos, libertação