ATLANTICA: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes

Lançamento do livro Atlantica: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

10 de Dezembro 2021 | 18h00 – 21h00

Local: Hangar | Rua Damasceno Monteiro, n.º 12 - r/c, 1170-112 Lisboa 

ATLANTICA: Contemporary Art  from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé  and Príncipe and their Diasporas é o terceiro livro da editora Hangar Books, especializada em publicações no contexto das artes contemporâneas, com foco nas espistemologias do sul. 

Na sequência das duas obras anteriores dedicadas, respectivamente, a Angola e a Moçambique, este novo livro da série “Atlantica” centra-se na arte de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, bem como nas suas diásporas.  É editado pelo artista César Schofield Cardoso, em conjunto com Mónica de Miranda, que assina também a coordenação.

Entre os artistas selecionados, encontramos Olavo Amado, Nú Barreto, Welket Bungué, César Schofield Cardoso, Irineu Destourelles, Vanessa Fernandes, Ângelo Lopes, Sandim Mendes, Melissa Rodrigues, Herberto Smith, Abdel Queta Tavares e René Tavares. E nos ensaios teóricos:  Azu Nwagbogu, Mónica de Miranda, César Schofield Cardoso, Ana Balona de Oliveira, Ana Cristina Pereira, Inês Beleza Barreiros, Raquel Schefer, Ana Nolasco, Álvaro Luís Lima, Michelle Salles, Paula Nascimento, Mariana Aboim, Raquel Lima, Valdívia Delgado Tolentino, Cristiana Tejo, Luísa Santos, Inocência Mata e Joacine Katar Moreira. 

Este quadro curatorial destaca artistas contemporâneos dentro e das regiões que atuam desde a viragem do milénio até ao presente. São artistas envolvidos em pesquisas e práticas de arte experimental e conceptual que investigam narrativas coloniais e pós-coloniais. As obras dos artistas representados neste livro são diversas em meio e abordagem, bem como no que respeita a questões sociais de endereço, como identidade e política corporal, lugar, memória e história. O novo milénio assistiu a uma produção cultural sem precedentes, caracterizada por um misto de radicalidade e marginalidade, nostalgia e utopia. Estes artistas estão principalmente comprometidos em desafiar noções fixas de lugar e afirmar conexões entre a produção artística e as formações políticas, sociais, ideológicas e pessoais.

“Atlantica” é o título e o princípio organizador desta série e o seu significado semântico remonta à mitologia clássica. Está carregado de potencial interpretativo sobre questões de localização, geografia, exílio, migração, separação, êxodo, diáspora e deslocamento, e representa o movimento de deixar a terra natal, uma experiência comum para muitos dos artistas representados nos outros livros da série. Atlantica aponta também para a história bem estudada da travessia do Atlântico Sul e do Norte e remete para o conceito de The Black Atlantic (1993), de Paul Gilroy. Gilroy usa as imagens do Atlântico para demonstrar a posição de identidades entre duas (ou mais) terras, culturas, que não podem ser definidas por fronteiras. Atlantica situa-se neste lugar de dupla consciência no trabalho de W.E.B. Du Bois, em The Souls of Black Folk (Du Bois 1903, 8).

Na celebração do lançamento deste livro, no dia 10 de Dezembro, às 18h, no Hangar, teremos um seminário moderado por César Schofield Cardoso com conversas com teóricos, artistas e investigadores. Este ciclo se estenderá por outros eventos como video-screenings, residências e rádio durante 2022.  Organização de Mónica de Miranda.

PROGRAMAÇÃO

Dia 10 de Dezembro. (18h00-21h30)

18h00

César Schofield Cardoso, “The space we share” (Editor’s note).

18h30

Ana Balona de Oliveira “Contemporary Art and the Interwoven Histories of Cabo Verde, Guinea-Bissau and São Tomé e Príncipe”. 

19h00

Inocência Mata “Between Sankofa and Janus…”transterritorialized” artists”.

19h30

Joacine k Moreira “TO DECOLONIZE IS TO D.E.P.R.O.G.R.A.M.E. Systemic Racism, Body, Gender and Diaspora in Arts”.

20h00

Artists Talk 

  • Vanessa Fernandes 
  • Irineu Destourelles
  • Nú Barreto
  • Melissa Rodrigues 
  • René Tavares 

 

CICLO DE VIDEO ONLINE DIÁSPORA: ITINERÁRIO DIALÓGICO

Curadoria de JOÃO SILVÉRIO

Artistas: Cesar Schofield Cardoso, Melissa Rodrigues, Vanessa Fernandes, Sandim Mendes, Welket Bungué

Lançamento 15/12/2021 às 19h

Diáspora: itinerário dialógico

Esta seleção de artistas para exibição na plataforma Hangar Online inclui trabalhos em vídeo e fotografias.  A extensão, por assim dizer, à fotografia, tenta reforçar uma ligação à prática documental tão presente nas imagens que os arquivos da diáspora se revelam como uma memória colonial do século passado.  Nesse sentido, procura-se propor um itinerário dialógico, ou seja, uma sequência de narrativas e documentos que exploram temas e temas atuais e comuns, como a (s) diáspora (s), o período colonial e diferentes abordagens das questões identitárias que representam a suposição de diferença, desejo e liberdade.

JOÃO SILVÉRIO

Mestre em Estudos Curatoriais pela Faculdade Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É curador associado da colecção de arte contemporânea da Fundação PLMJ. Curador e tutor no projeto RAMA Residências para Artistas, Maceira, Portugal. Inicia a sua actividade como curador independente em 2003.

Cria o projecto independente EMPTY CUBE em Outubro de 2007 que tem apresentado projectos de artistas, designers e arquitectos (www.emptycube.org). Foi Presidente da Secção Portuguesa da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, desde Março de 2013 até Dezembro de 2015. Cria, em 2019, a editora independente EMPTY CUBE_reader que lançou a primeira edição com uma obra dos artistas Musa paradisiaca.

Escreve regularmente sobre projectos artísticos em catálogos, publicações e websites entre os quais no www.emptycube.org

Conheça a editora Hangar Books:

https://hangar.com.pt/edicoes/ 

18.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte, cabo verde, contemporary arts, cultura, diasporas, Guinea Bissau, HANGAR, lançamento de livro, livro, política, São Tomé and Príncipe

Appel à contribution pour le numéro XXXVI – 1 (décembre 2021) de la revue Sociocriticism

Dossier thématique : « Diasporas / diasporisations noires : pratiques théoriques, politiques, artistiques et culturelles »

Coord. : Téophile Koui et Victorien Lavou Zoungbo


Nous entendons et posons fondamentalement « Diasporas » tout à la fois comme débords et questionnements/resignifications des logiques d’appartenance ou d’assignation nationale et continentale.

C’est le parti pris critique qui fonde ce dossier de la revue Sociocriticism. De ce point de vue, les propositions de communication qui seront retenues, après expertise, devront éviter de revenir sur la généalogie des « diasporas » et sur la question de la légitimité de l’usage de la notion conceptuelle de « diaspora » appliquée aux multiples et complexes rapports des Noirs.es ou afro-descendants.es à l’Afrique (noire). Il existe désormais des bibliothèques solidement établies sur ces questions. Tout en ne perdant pas de vue ces questions, ce numéro spécial entend en priorité mettre l’accent sur:

1/ La dimension politique de «diaspora» ou comment les sujets noirs, afro- descendants, à travers différents positionnements, des revendications posées comme spécifiques, des associations protéiformes, des pratiques politiques, culturelles, artistiques et culturelles/cultuelles, etc., interrogent et interagissent, à partir de leurs vécus ou expériences imaginaires, avec les logiques nationales et continentales. Il est sans nul doute vrai que la globalisation actuelle joue un rôle incontestable dans ces interrogations, dans ces resignifications.

2/ Celles-ci engagent un débat de plus en plus perceptible sur la primauté jusque-là (ou toujours ?) concédée à l’Afrique (noire) comme « cuna », « mother land », « racine première » et fondatrice incontournable à laquelle ses « enfants » dispersés dans le « Tout- monde » (E. Glissant) rendent hommage et vers laquelle s’organisent les « retours » physiques et imaginaires tout au long de l’histoire transatlantique. S’il ne viendrait à l’idée de personne de récuser l’importance de l’Afrique (noire) dans ce qui intéresse ici, on doit remarquer en même temps que plus qu’un point fixe et immuable garant indéfectible des subjectivités noires ou afro-descendantes, l’Afrique (noire) entre et participe dorénavant d’un réseau complexe de significations symboliques et politiques. Parler de « diasporisations » ou de « Africa como diaspora mayor » rend compte de cette réarticulation tout comme, depuis les années 1990, l’émergence sémantique de la catégorie de l’« Afro-descendance » qui suscite encore controverses et débats dans l’arène universitaire, dans les mouvements culturels, chez les activistes, etc.

Ces deux points privilégiés ici peuvent être examinés du point de vue des théories et critiques culturelles et sociocritique, à partir des productions littéraires, filmiques, documentaires, artistiques, théâtrales, cybernétiques ou à partir des activismes politiques et culturels/cultuels. Dans cet ensemble, une attention critique devrait être particulièrement accordée aux voix des femmes, aux « identités barrées ou empêchées », aux régions du Maghreb, du proche et moyen Orient, d’Asie, aux enjeux politiques actuels liés à la coprésence des Retornados.as/Returnees en Afrique (noire).

Normes et modalités de soumission

Langues : français, espagnol, anglais, portugais
Normes éditoriales et modalités de soumission des propositions : http://revues.univ-tlse2.fr/sociocriticism/index.php?id=2490 (entrée spécifique)

Courriels des éditeurs : teophile.koui@yahoo.fr; lavou@univ-perp.fr

Calendrier

Date d’envoi des propositions : 15 juin 2021
Retour des évaluations : 15 août 2021
Envoi de la version définitive : 15 octobre 2021

Publication prévue : décembre 2021

Bibliographie minimale

Gilroy P. (1993). L’Atlantique Noir. Modernité et double conscience.
Hall S. (2007). Identités et Cultures. Politiques des Cultural Studies.
Ménil R. (1999). Antilles déjà jadis.
Muteba Rahier J. (ed. 1999). Representations of Blackness and the Performance of Identities. Lara Oruno D. (2015). La naissance du Panafricanisme.

Lerner M. and West C. (1995,1996). A dialogue on race, Religion and Culture in America. Lavou V. (2003). Du migrant-nu au citoyen différé.

Lavou V. et Marty M. (2008). Imaginario racial y construcciones imaginarias.
Projeto História 44 (2012). « Diásporas ».

Said E. (1984). « Reflections on Exile », Granta 13 : 159-1972.

25.03.2021 | par Alícia Gaspar | afrique, appel, diasporas, sociocriticism, téophile koui, victorien lavou zoungbo