Jean Depara

Angola / Congo (1928–1997). Depara foi introduzido à arte fotográfica de forma bastante curiosa. Para registrar seu casamento em 1950, comprou uma pequena câmera Adox e não parou mais de tirar fotos. Em 1954 o famoso cantor Zairiano, Franco, o convidou a se tornar seu fotógrafo oficial, lançando a carreira de Depara como um cronista da agitada vida social de Kinshasa. Ele abriu seu estúdio, Jean Whisky Depara, em Kinshasa, onde trabalhou até 1956 fazendo retratos, fotografias de família e de celebrações. Fascinado pela vida noturna efervescente de Kinshasa, Depara capturou com flashes uma África destituída dos códigos sociais convencionais. Casais interraciais, hipsters, e aqueles que, imitando James Dean, escolheram “viver rápido, morrer jovem”, se tornaram seus clientes.

De 1975 a 1989, aos 50 anos, ele se tornou o fotógrafo oficial do Parlamento. Em 1989 se aposenta para dedicar-se a pesca e a construir pequenos barcos pirogues. Morre em 1997, em Kinshasa, aos 69 anos, deixando mais de 5000 fotografias sem título, registrando tempos excitantes e despreocupados, quando Kinshasa era o coração vibrante e louco de toda a África – “Kin-alegria, Kin-loucura”, como diz o novelista Achilles Ngove. Com a permissão da família do artista, seu grande amigo Oscar Mbemba intitulou os trabalhos de forma a adequar-se ao espírito de sua era.

Entre suas principais exibições podemos destacar: “Depara Centre de la Photographie”, Genebra, Suíça, 2002, “4th Meeting for African Photography, Bamako”, Mali, 2001; “Noorderlicht 2000 photofestival”, Fries Museum, Leeuwarden, Holanda, 2000; “100% Africa”, Guggenheim Museum, Bilbao, Espanha, 2006/2007; “Africa: Past-Present – Seydou Keita, P.K. Apagya, Depara, C.A. Azaglo and Ojeikere, Fifty One Fine Art Photography”, Antuérpia, Bélgica, 2000.