Representações de África na National Geographic

National Geographic em contexto

Há mais de um século que a National Geographic tem-se encarregue de levar informação geográfica, histórica, cultural e social de diversas partes do mundo às nossas casas, em especial aos lares norte-americanos1.  África é objecto de estudo constante por parte da revista e dos seus colaboradores, cerca de 300 artigos sobre o continente africano já foram publicados ao longo da sua existência. Estudá-los todos numa comunicação seria impossível, mas é possível fazer uma selecção de alguns artigos publicados no século XIX e na primeira metade do século XX e analisar os discursos e representações que se fazem do continente africano 2. Assim sendo, este artigo constitui parte de um trabalho mais abrangente e complexo que analisa os cerca de 300 artigos que a revista publicou sobre o continente africano.3  

A National Geographic surgiu como uma revista dedicada à difusão do conhecimento geográfico, disciplina que se encontrava nos primórdios aquando da fundação da revista no ano de 1888. De facto, inicialmente, a revista definia-se com carácter profissional e académico e não como revista de fins lucrativos. Nela, estudiosos da época expunham as suas investigações geográficas, em especial sobre os Estados Unidos. Com o passar do tempo começam a popularizar a linguagem de modo a que a revista não fosse unicamente usada nos círculos intelectuais da época e cada pessoa pudesse ter-lhe acesso. Um dos seus primeiros presidentes e editor, Gilbert M. Grosvenor, determinou sete princípios que deviam reger a revista para que esta fosse única: 4

“1. The First principle is absolute accuracy. Nothing must be printed which is not strictly according to the fact;
2. Abundance of beautiful, instructive, and artistic illustrations;
3. Everything printed in the magazine must have a permanent value;
4. All personalities and notes of a trivial character are avoided;
5. Nothing of a partisan or controversial character is printed;
6. Only what is kindly nature is printed about any country or people, everything unpleasant or unduly critical being avoided;
7. The contents of each number is planned with a view of being timely”5 

De certa maneira estes princípios foram deixados de lado quando National Geographic publicou artigos sobre a Guerra do Vietname, os conflitos no Sudão, entre outros. Mas uma vez que estes temas são controversos e até políticos, a revista deixou de fora das suas publicações. Será interessante saber que no Sudão morrem centenas de pessoas devido a conflitos étnicos, políticos e religiosos? Cabe na categoria de ‘natural’ ou ‘artístico’ as imagens de uma guerra e os seus efeitos publicadas na revista? Parece-me que não. Não obstante, desde o seu início National Geographic publicou artigos sobre a grande maioria dos países do mundo, sendo o continente africano o tema menos favorito dos seus leitores.6  Apesar de que não ser o tema favorito existe um interesse dos leitores por conhecer mais sobre África, pelo que os editores incluíram cerca de 300 artigos sobre o continente ao longo da sua existência. Para alguns foi a única forma de conhecer o continente sem ter que sair da sua casa ou ter que depender da escola.7 

Todos os estudos que vários investigadores levaram a cabo, a partir de vários ângulos, conduzem-nos  basicamente às mesmas conclusões. A National Geographic é duramente criticada por publicar artigos que têm um sentido imperialista, onde  se representa sempre um “outro”, sendo esse outro completamente oposto ao que são os Estados Unidos. A representação que vários artigos e fotos da National Geographic fazem sobre África segue um padrão que representa uma alteridade selvagem versus um mundo civilizado. Esta representação de África até certo ponto cria uma imagem do continente como um lugar onde as pessoas podem ir de safari, se buscam a exploração e a aventura.

África e as origens da civilização europeia

Gostaria de começar com as primeiras palavras do artigo que a National Geographic publicou sobre África. Escrito por um dos seus fundadores e seu primeiro presidente Gardiner G. Hubbard, o artigo diz-nos “África, the oldest of the continents, containing the earliest remains of man, and the birthplace of European Civilization, is the last to be explored”  É a primeira vez que leio alguém do século XIX referindo-se a África como o berço da civilização europeia. Por que se refere a África como o berço da civilização europeia se, por outro lado, também nos diz que África é o último continente a ser explorado? Se África é o berço da civilização europeia, parece-me que não é necessário explorá-la, já que o conhecimento que dela emanou da Europa deveria estar presente nas mentes dos europeus.

Hubbard vai mais longe ao afirmar que “Greece owes its civilization to Egypt: its beautiful orders of architecture came from the land of the Nile.”  Então, se os antigos gregos foram capazes de incorporar a arquitectura do antigo Egipto cabe perguntar que outras coisas tomaram emprestadas da civilização egípcia? Mais adiante, Gardiner G. Hubbard acrescenta “For ages upon ages Africa has refused to reveal its secrets to civilized man, and through explorers have penetrated it from every side, it remains to-day the Dark Continent.” 

Para ele, África guarda muitos segredos que são desconhecidos do homem civilizado, neste sentido, podemos interpretar que os residentes de África não são civilizados.

Hubbard atribui esse desconhecimento sobre o continente africano à sua “posição e formação” no mundo. Um argumento que reduz um grande número de factores à geografia do continente.  Mas, apesar da sua posição e formação no mundo, Hubbard agora diz-nos que

“We know that Africa is capable of the very highest civilization, for it was the birthplace of civilization. To it we are indebted for the origin of all our arts and sciences, and it posses to-day the most wonderful works of men. Let us hope that Africa, whose morning was so bright and whose night has been so dark will yet live to see the light of another and higher civilization.” 

Para Hubbard então a África não é apenas o berço da civilização europeia, mas também o lugar onde se originaram as artes e ciências do mundo, portanto, porque é necessário explorá-la se de lá vieram todas as coisas do “mundo civilizado”? No entanto, noutra parte do artigo diz-nos, referindo-se à Argélia que “when Algeria was first conquered by the French, it was a wilderness, but is now a garden”  Então, que aconteceu ao berço da civilização que se perdeu ao ponto de converter-se num lugar selvagem aos olhos de Hubbard? E. C. Hore, em outro artigo, diz-nos o que poderia ser a resposta “I argue that the life and condition which present this state of things after isolation forth thousands of years from all we call civilized can scarcely be called evil or degraded.”  Ou seja, África, que nas palavras de Hubbard foi o berço da civilização, ao ficar isolada em vez de progredir, degradou-se.

De facto se para Hubbard África era o berço da civilização europeia para E. C. Hore África era um Novo Mundo. “It is called the ‘dark continent’ rather should it be called the ‘new world’ in which our interest and responsibility, political, commercial and social is rapidly growing.” Ao contrário de Hubbard, Hore pensa que África é um Mundo Novo que se deve conhecer devido ao incremento de interesses comerciais que se têm no continente. De facto para Hubbard, sete anos depois do primeiro artigo sobre África donde nos diz que África é o berço da civilização europeia, agora diz-nos que os europeus “they have developed Africa more rapidly than in any preceding age, and have greatly increased our knowledge of it”.  Isto não é uma contradição? Se África é o berço da civilização europeia, as artes e ciências de hoje, como é possível então que os europeus tinham desenvolvido a África como nunca antes?    

National Geographic e a raça

Uma imagem muito diferente da que Hubbard nos apresenta sobre África é a de Sir Harry H. Johnston. No seu artigo, o que Johnston pretende é dar uma ideia aos leitores estado-unidenses daquilo que o ex-presidente Theodore Roosevelt encontraria na sua visita ao continente africano8.  Este olhar até certo ponto está baseado em elementos raciais. Johnston descreve várias partes do continente africano e a sua gente de forma que apresenta uma alteridade. Por exemplo diz-nos:

“Some of the women whom President Roosevelt will see at Mombasa are rather extensively clothed, compared to the people of the far interior. They also wear nose ring and other ornaments probably borrowed from the Hindus, for there are a great many East Indian settler at Mombasa and the other Swahili ports.”9

Aqui apresenta-nos duas Áfricas, a primeira é constituída por aquela África dos portos onde existe uma grande influência de colonos. A segunda África é composta pelos habitantes do interior do continente. Esta diferença pode observar-se nas vestimentas e acessórios que as africanas que vivem nos portos perto dos colonos usam.

Também podemos descobrir este olhar racial numa das fotografias que acompanha o texto. Na foto intitulada “Street Scene in Mombasa” pode ler-se o seguinte “No White man in Mombasa walks if he can possibly avoid doing so.” Aqui vemos novamente outro elemento de raça na descrição e representação de África. Agora quem leva a carga? Já que aqueles que caminham são os africanos e não só caminham, como carregam o homem branco em veículos para brancos. O texto da foto devia dizer “The Black man Burden”. O homem branco, neste caso é representado como um rei ao ser levado por um homem negro, que deve cuidar deste e levá-lo ao seu destino, sem que o homem branco suje os pés no solo do continente negro. Por outras palavras, poderia dizer-se que se o homem branco caminhar converte-se num homem negro e, por fim, em africano. Parece-me oportuno comparar esta foto com a de outro número da revista. Neste caso é uma mulher, Eleanor De Chételat, e a foto intitula-se “The Author’s Carriage was Four Head Power”. Nesta foto, vemos a autora do artigo sendo carregada por quatro africanos numa liteira com tecto, mas embora tenha tentado, nunca conseguiu acomodar-se na liteira como faz o chefe da tribo. Os africanos levam todo o peso nas suas cabeças enquanto os brancos desfrutam comodamente do trajecto.

Outro elemento racial que nos fornece Johnston no seu artigo é quando nos diz que “The human inhabitants of this part of East Africa mainly to the fine handsome Masai race and the peoples of Nandi and Suk stock (closely allied in racial origin to the Masai), while in the coast regions bordering the Victoria Nyanza there are a few Nilotic and Bantu negroes.” Para ele, ser Masai  é ser elegante, fino e bem apresentado. Já que mais adiante nos diz que “In negro Africa you can find existing nearly all stages of culture through which our own ancestors passed in Britain and in the other parts of Europe.” Então África é um continente cheio de “tribos”, as quais se encontram em distintos níveis de desenvolvimento, mas fazendo a ressalva de que na Europa estão na etapa mais avançada da civilização. Pelo que então as pessoas interessadas em ver etapas de desenvolvimento anteriores à qual em que se encontram na Europa, África é o lugar onde devem ir, e isso é o objectivo do Presidente Roosevelt. Johnston representa no seu artigo uma África cheia de raças onde as diferenças entre europeus e os próprios africanos são palpáveis em vários aspectos já mencionados.10

National Geographic e  os “benefícios do colonialismo”

A National Geographic também serviu como instrumento de promoção de ideias imperialistas e colonialistas e os supostos benefícios que isto traz aos povos colonizados. Essa relação estreita da National Geographic e da ideologia imperialista tem sido objecto de muitos estudos pelo que seria impossível nestas breves páginas aludir a eles11.  Mas, podemos notar aqui como nos artigos da National Geographic se expuseram, até certo ponto, os “benefícios do colonialismo” para África.   

George K. French no artígo “The Gold Coast, Ashanti, and Kumasi”12 diz-nos  que

“It is unnecessary to trace the real reasons that impelled the British government to subjugate Ashanti and annex it to the Gold Coast Colony. A careful study of the history of the colony and its relations with its savage neighbor’s will throw much light on the subject; but it is proper to assert that England’s enlightened policy in other parts of Africa will undoubtedly be applied here and will result in the ultimate spread of civilization throughout this darkest part of the Dark Continent.”     

Nesta extensa citação podemos verificar como era exaltada a política imperial britânica em prejuízo dos africanos. Os mesmos, segundo o autor, poderiam ser subjugados a qualquer momento pela ilustre política britânica. E se, por algum motivo, ainda não o fizeram deve-se a uma história que ele não está disposto a contar-nos. Mas não tem a menor dúvida de que quando os britânicos conseguirem aplicar a sua política resultará dela a expansão da civilização nesta parte escura do continente negro. Se o continente é escuro, mais escuro é o reino de Ashanti. Será mais escuro pelo facto dos britânicos não o terem conquistado? Não sabemos ainda.  

James F. J. Archibaltexalta, no seu artigo, as grandes construções e infra-estruturas que o governo colonial francês levantou na Argélia. Para este escritor, a Argélia é como o Velho Oeste Americano, que será aberto pelos franceses com as estradas como nos Estados Unidos fez o caminho-de-ferro. Diz-nos “The French are building for the future; they are planing a hundred of years ahead in everything they do, they are using these great roads as a means of opening the country just as the railroads have opened our great west.”  Vemos um autor maravilhado e até exagerando ao afirmar que os franceses estão planificando centenas de anos em estradas. Agora porque não nos diz quem e quanto pagam aos trabalhadores que diariamente trabalham nessas construções? Como vemos fala dos avanços mas não de como esses avanços acontecem. Seguindo a linha das construções diz-nos que “In Algiers we can find a city absolutely French in every detail more French than Marseilles. From that we can go to every degree of civilization and interest, but over it all comes the great thought of the credit due to the French government for its great work”  Então, a Argélia deixa de ser África e converte-se em França, graças ao grande trabalho do governo francês e não graças à exploração dos africanos. De facto Archibalt diz “I considered a most perfect form of colonization and I now firmly believe that the French people and the French government are today the most practical colonizers of the civilized world.” A sua forma de colonizar foi tão perfeita e prática que não duvidaram por um segundo na hora de defender os seus interesses e fazer uma cruel guerra aos argelinos para não lhes conceder a independência.

Os nativos e os seus encontros com a tecnologia do ocidente

A chegada dos europeus ao continente trouxe consigo uma série de mudanças e encontros entre os africanos e os europeus na configuração social, política, económica e tecnológica do continente. Através da National Geographic podemos ver vários dos encontros produzidos pelo colonialismo. Franck J. Magee narra-nos um desses encontros:

“Needless to say, the arrival of two iron monster in the form of our tractors, belching forth smoke, caused considerable consternation among the natives of this village  they deserted their homes and fled to the bush. But when the chief and his headmen were assured that the engines were harmless, the natives returned to their village, and soon came to us, bringing offering of fruit, vegetables, chickens, and goats.”13

Aqui vemos como os africanos temiam o desconhecido num encontro que poderá ter ocasionado que mais de um tenha fugido com medo desses monstros de ferro.14  Mas também é de notar que o autor ressalta quão bondosos eram os africanos obsequiando-os com produtos da sua propriedade.

Nesse mesmo artigo vê-se outra foto cujo nome é “When Their First Aeroplane Was Sighted”, aí podemos reconhecer o pânico nos africanos quando, pela primeira vez, vêem um avião. Pensavam que era uma ave monstruosa que viria acabar com eles. Aqui se mostra a ingenuidade e simplicidade do africano frente à tecnologia europeia. Mas também a foto pode servir como uma prova das superstições que os africanos, segundo o homem branco, têm.   

Nesse mesmo artigo merece atenção uma foto na qual se mostra o autor do artigo com “a mascote” da expedição. A foto tem por nome “The Author with the Expedition’s Mascot”15  que, para nossa surpresa, não se trata de um cão mas antes de uma criança. Nesta foto, a criança perde a sua humanidade e é transformada em animal de companhia dos exploradores. A criança ou mascote observa obedientemente o seu amo enquanto o seu amo olha a lente da câmara. Mascote que muito bem poderia ser abandonada à sua sorte a qualquer momento.

Um último olhar

Como vemos, a National Geographic representou a África de diversas formas em diversos períodos. Uma leitura crítica dos artigos da revista permitir-nos-á descobrir que esse conhecimento que a revista produz não é inocente, livre de preconceitos e juízos contra o continente. O propósito deste breve trabalho é evidenciar o facto de que temos que começar a olhar criticamente o conhecimento produzido por National Geographic e reconhecê-la como mais um veículo das ideologias imperialistas e colonialistas. Ainda falta muito por fazer já que este trabalho apenas cobriu uns quantos artigos dos cerca de 300 que a revista  publicou sobre África. Espero que sirva de reflexão para futuros projectos, tanto com National Geographic como com outras revistas que abordem África.   

 

Bibliografia

Archibalt, James F. J.  “In Civilized French African” National Geographic XX, n. 3 (March    1909): 303-311.

Beaudreau, Sylvie. “The Changing Faces of Canada: Images of Canada in National Geographic”    American Review of Canadian Studies. 32 (2002): 517-547.  
Bloom, Lisa. “Constructing Whiteness: Popular Science and National Geographic in the Age of    Multiculturalism” Configurations 2 (1994): 15-32.
Cabán Torres, José Alberto y Luis Alberto Lugo Amador ¿Es posible lo africano? Arecibo:    Centro de Estudios Iberoamericanos y Librería La Tertulia, 2010.
De Chételat, Eleonor. “My Domestic Life in French Guinea: An Amerian Woman Accompanies    Her Husband, a Swiss Geologist on His Expeditions in a Little Known Region” National    Geographic LXVII no. 6 (June 1935):  695-730.

Devine Nordstrom, Alison. “Wood Nymphs and Patriots: Depictions of Samoans in The National    Geographic Magazine.” Visual Sociology 7, no. 2 (1992): 49-59.
French, George K. “The Gold Coast, Ashanti, and Kumasi National Geographic VIII, no. 1    (January 1897): 1-15

Grosvenor, Gilbert M. “A Hundred Years of the National Geographic Society” The    Geographical Journal, 154, no. 1 (March 1988): 87-92.
Grosvenor, Gilbert. “The National Geographic Society”, American Antiquarian Society 52, no. 2        (1943): 325-362.

Hawkins, Stephanie. “Savage Visions: Ethnography, Photography, and Local-Color Fiction in    National Geographic” Arizona Quarterly 64, no. 2 (Summer 2008): 33-63.

Hore , E. C. “The Heart of Africa” National Geographic VII, no. 5 (May 1896): 238-347.
Hubbard, Gardiner H. “Africa since 1888 with Special Reference to South Africa and Abyssinia    with map” National Geographic VII, no. 5 (May 1896): 157-174.

Hubbard, Gardiner H. “Africa, its Past and Future” National Geographic, I, no. 2 (April 1889):    99-124.
Hyndman, David. “Indigenous Representation of the T’boli and the Tasaday Lost Tribe Controversy in Postcolonial Philippines: Interpreting the Eroticised, Effeminising Gaze in ‘National Geographic’.” Social Identities 8, no. 6(2002): 45-66.
Jansson, David R. “American National Identity and the Progress of the New South in “National    Geographic Magazine” Geographical Review 93, no. 3 (July 2003): 350-369.
Johnston, Sir Harry H. “Where Roosevelt will Hunt” National Geographic XX, no. 3 (March    1909): 207-256.

Lutz, Catherine A. y Jane L. Collins. Reading National Geographic. Chicago: Chicago    University Press, 1993.
Magee, Frank J. “Transporting a Navy through the Jungles of Africa in Wartime” National    Geographic XLII no. 4 (October 1922): 331-362.

Pauly, Philip J. “The World and All That is in It: The National Geographic Society, 1888-1918”    American Quarterly 31, no. 4 (Autumn, 1979): 517-532.
Perivolaris, John D.  “Porto Rico’: The View from National Geographic, 1899-1924” Bulletin of    Hispanic Studies 84 (2007): 197-211.

Rothenberg, Tamar Y. “Voyeurs of Imperialism: The National Geographic Magazine before    World War II,” in Geography and Empire. Edited by Anne Godlewska and Neil Smith.    Oxford: Blackwell, 1994, pp.155-72.
Rothenberg, Tamar Y. Presenting America’s world: strategies of innocence in national    geographic magazine, 1888–1945. Aldershot, Hampshire: Ashgate. 2007.

Steet, Linda. Veils and Daggers: A Century of National Geographic’s Representation of the    Arab World. Philadelphia: Temple University Press, 2000.
Schulten, Susan. “The Making of the National Geographic: Science, Culture, and    Expansionism,” American Studies 41. (Spring 2000): 5-29.
Solá García, Cesar J. “Dominación racial y política colonial: la administración del África Central    Británica (Malawi), 1891-1896” Historia y Sociedad XIII (2001-2002): 47-86.
Thomas, Benjamin. “National Geographic, Panamin and the Stone-Age Tribe” Dialectical    Anthropology 25 (2000): 77-88.
Tuason, Julie A. “The Ideology of Empire in National Geographic Magazine’s Coverage of the    Philippines, 1898- 1908” Geographical Review 89, no. 1 (Jan., 1999): 34-53.
White, Luise. Speaking with Vampires: Rumor and History in Colonial Africa. California:    University of California Press, 2000.

 

 

      

     

  

  • 1. Para conocer más de la historia de National Geographic consúltese a Catherine A Lutz y Jane L. Collins. Reading National Geographic (Chicago: Chicago University Press, 1993). Véase de Gilbert M. Grosvenor “A Hundred Years of the National Geographic Society” The Geographical Journal 154, no. 1 (Mar 1988): 87-92, y del mismo autor “The National Geographic Geographic Society” Antiquarian Society Proceeding 52 no. 2 (1943): 325-362.
  • 2. Sobre el tema de las representaciones de África consúltese a José Alberto Cabán Torres y Luis Alberto Lugo Amador ¿Es posible lo africano? Arecibo: Centro de Estudios Iberoamericanos y Librería La Tertulia, 2010.
  • 3. Andrés Cartagena Troche, Representaciones de salvajismo, tribalismo, exotismo y safari: África en la revista National Geographic, 1888-2010. Tesis de Maestría. UPR-Rio Piedras. Trabajo en progreso.
  • 4. En este trabajo no traduciré las citas del idioma inglés para serle fiel a la fuente citada, además de que la revista National Geographic no se comenzó a traducir a otros idiomas hasta el año 1995.
  • 5. Catherine A Lutz y Jane L. Collins. Reading National Geographic (Chicago: Chicago University Press, 1993), 26-27.
  • 6. Ibid., 132 y 160.
  • 7. David R. Jansson “American National Identity and the Progress of the New South in “NationalGeographic Magazine” Geographical Review 93, no. 3 (July 2003): 354.
  • 8. Sir Harry H. Johnston “Where Roosevelt will Hunt” National Geographic XX, no. 3 (March 1909): 207-256.
  • 9. Ibid. 208.
  • 10. Para conocer más de los concepciones raciales usadas por Johnson consúltese a Cesar J. Solá García “Dominación racial y política colonial: la administración del África Central Británica (Malawi), 1891-1896” Historia y Sociedad XIII (2001-2002): 47-86.
  • 11. No obstante el lector puede consultar los siguientes trabajos: Catherine A Lutz y Jane L. Collins. Reading National Geographic (Chicago: Chicago University Press, 1993); Julie A Tuason, “The Ideology of Empire in National Geographic Magazine’s Coverage of the Philippines, 1898- 1908” Geographical Review 89, no. 1 (Jan., 1999): 34-53; John D. Perivolaris “Porto Rico’: The View from National Geographic, 1899-1924” Bulletin of Hispanic Studies 84 (2007): 197-211. Tamar Y. Rohenberg. Presenting America’s World: Strategies of Innocence in National Geographic Magazine, 1888–1945. (Aldershot, Hampshire: Ashgate. 2007); Tamar Y. Rothenberg. “Voyeurs of Imperialism: The National Geographic Magazine before World War II,” in Geography and Empire. Edited by Anne Godlewska and Neil Smith. (Oxford: Blackwell, 1994): 155-172; Susan Schulten. “The Making of the National Geographic: Science, Culture, and Expansionism,” American Studies 41 (Spring 2000):5-29; Alison Devine Nordstrom, “Wood Nymphs and Patriots: Depictions of Samoans in The National Geographic Magazine.” Visual Sociology 7, no. 2 (1992): 49-59
  • 12. National Geographic VIII, no. 1 (January 1897): 1-15
  • 13. Frank J. Magee “Transporting a Navy Throught the Jungles of Africa in Wartime” National Geographic XLII no. 4 (October 1922): 335.
  • 14. Encuentros como esos son narrados por Luise White, Speaking with Vampires: Rumor and History in Colonial Africa. (California: University of California Press, 2000)
  • 15. Vea la foto en la página 345 del artículo de Frank J. Magee. Para una breve discusión de lo Africa como un eterno niño véase a José Alberto Cabán Torres y Luis Alberto Lugo Amador ¿Es posible lo africano? (Arecibo: Centro de Estudios Iberoamericanos y Librería La Tertulia, 2010): 11.
Translation:  Rui Rodrigues

por Andrés Cartagena Troche
A ler | 18 Outubro 2010 | National Geographic, representações