Sobre o campo de irreverência de uma Escola Artística na renovação da educação artística

' foto d'outro dia' Pátio M_EIA, S. Vicente. Fotografia de Ângelo Lopes, 2007.' foto d'outro dia' Pátio M_EIA, S. Vicente. Fotografia de Ângelo Lopes, 2007.Resumo

O projecto de uma Escola Internacional de Arte (M_EIA) estabelecida no contexto preciso da ilha de São Vicente, Cabo Verde, no início do século XXI, materializa uma complexidade conceptual onde se relacionam, num nó cego, as controvérsias políticas da actualidade, na dimensão da sua globalidade e na precisão do local; a conflitualidade da arte e da cultura num panorama ambivalente onde a cultura visual se desequilibra entre o isolamento informativo e o acesso franco; o movimento solitário e comunitário por melhores condições de vida.

A comunicação centra-se num estudo partilhado do desenvolvimento do percurso do M_EIA, onde os investigadores incorporam a própria acção. O M_EIA constituiu-se como instituição educativa privada, reconhecida oficialmente, integrante no amplo campo de intervenção da cultura na vida quotidiana das comunidades e nos seus projectos de superação das suas dificuldades. Esta escola transpira inquietude vinculada com o sentido que a cultura visual assume na actualidade, e com o desenvolvimento do território onde se encontra, trabalhando regularmente no sentido da construção de aprendizagens contextuais e articuladas com as iniciativas do Atelier Mar, entidade promotora. O Atelier Mar é uma ONGD caboverdiana que promove, a partir da participação intensa das populações, projectos de acção de desenvolvimento local, implicados na especificidade e anseios das comunidades.

Na consciência de uma instituição aberta, interdisciplinar, esta escola absorve experiências externas, privilegiando a criação de momentos de relacionamento intercultural, controversos, antagónicos e de confronto de saberes e de aprendizagens. Potencia-se, assim, a construção de implicações nos estudantes e nas comunidades, em contraponto com a tendência de isolamento das aprendizagens em áreas especializadas, ou em abordagens estreitas e inócuas das técnicas, das gramáticas, dos métodos.

O M_EIA solta um conceito de educação inovador, perseguindo utopias, jovem, experimental e experiencial, capaz de suspender as grandes verdades, num desafio de construção situada no sujeito, autoral e interferente no político.

 Aula de desenho 1  no pátio M_EIA, S. Vicente. Fotografia de Rita Rainho, 2012.Aula de desenho 1 no pátio M_EIA, S. Vicente. Fotografia de Rita Rainho, 2012.

O modo como se encara este estudo reflecte um processo bipolar e contaminante da relação da acção e investigação. A partir de práticas experimentais e interculturais, do domínio do vivencial e da partilha franca de olhares e fazeres, interfere na construção do olhar e da cultura, no entender do local e da envolvente global. As relações estabelecem-se a partir do confronto das visões, assumindo as conflitualidades como produtor de intervenção e acção.

 

Assim, o estudo prevê um intenso envolvimento e partilha de experiências e desafios educativos, institucionais e relacionais no campo do político comprometido com as comunidades. Torna-se evidente a ânsia de testar e renovar os discursos, narrativas e experiências no campo da educação artística, âmbito no qual esta investigação-acção se insere. 

 

Cabo Verde, pelas suas singularidades geográficas e antropológicas, congrega um conjunto de particularidades que lhe conferem condição privilegiada enquanto espaço laboratorial para o exercício das confrontações culturais que, no contemporâneo, atravessam os desígnios profundos dos artistas. O país tem percorrido um caminho de desenvolvimento que lhe põe questões de vária ordem, uma das quais é o papel da cultura e o que dela se espera para melhor o enquadrar nos desafios e conflitos da modernidade e do globo. No campo da arte persistem presenças presas numa modernidade prolongada e manutenções tradicionalistas, tanto no que respeita aos produtos gerados e às teorias sustentadas, como quanto à sua importância como meio de conhecimento e de procura das potencialidades nacionais com vista a um desenvolvimento que reverta para a boa qualidade de vida dos cabo-verdianos e para a boa realização dos seus desígnios transnacionais.

Paiva, José C. (2009:14)

Atravessando as geografias que separam as Ilhas de Cabo Verde, em paralelo com as deslumbrantes e inquietantes montanhas onde se comprova a tenacidade com que o agropastor vence as agruras da natureza e de seu suor retira a sobrevivência, enfrentam-se, para quem se disponha a esse enfrentamento num tão novo País, as mesmas controvérsias de toda a parte, e persistentes procuras de caminhos - enfrentando a necessidade de na sua particularidade os sujeitos se entenderem como pertença implicada a este mundo controverso, dominado por políticas neoliberais geradoras de tanta exclusão e injustiça.

Neste recente país, pensar a Educação Artística, construir a possibilidade de desenhar uma nova Escola de Arte, só podia ter sentido na recusa dos caminhos que a herança colonial estabeleceu e que autonomiza a Arte num isolamento que a fecha dentro de si própria, e, na dimensão criada por essa recusa, para se experienciarem outras possibilidades que se impliquem na luta persistente contra o infortúnio de um território, onde as secas sucessivas, a escassez de água frente ao paradoxo do imenso mar salgado que cerca as terras, a geografia rude e a utilização de técnicas rudimentares de trabalho tornam agreste o quotidiano, e, no mesmo sentido, correspondam ao modo audacioso e persistente como este povo sorridente e afável, leal e criativo, edifica as suas vidas. Com este enraizamento no local não se isolam as controvérsias contemporâneas que em todo o mundo pretendem esclarecer os processos de aprendizagem e buscam uma narrativa renovada para a Educação Artística que a solte da perseguição do ‘modernismo’ para o confronto franco das culturas dos tempos que se vivem.

A brisa fresca que ameniza o ar e côa a luz das paisagens, solta-se do mar que cerca as ilhas, constituinte territorial privilegiado de interligação das populações que sempre se cruzaram e dos estrangeiros que chegam e partem. Este mar que gera a economia do movimento portuário, importante fonte de recursos, fornecendo a água para consumo urbano e oferecendo o peixe, determina uma cultura que através dos tempos soube escapar das suas fronteiras para se espalhar por todo o lado, num vai-e-vem constante que liga as populações ao mundo e à simultaneidade dos tempos, construindo capacidades inigualáveis de relacionamento internacional. E essa particularidade molda, por si, todos os desenhos que se pretendam esboçar de uma Escola de Arte, que só pode ser plena enquanto entidade aberta, navegável, atenta, contemporânea e Internacional.

A evolução económica e política verificada neste pequeno estado insular, que regista progressos democráticos, elevando o país ao patamar internacional do desenvolvimento humano médio, consolida-se no estreitar da relação entre o conhecimento, o poder e o desenvolvimento, dependente que está da capacidade de a população saber converter em vantagem a adversidade da sua pequenez física, da dispersão pelas dez ilhas e do seu isolamento. O perfil transnacional de uma população afro-europeia propensa à inclusão, unida num forte sentimento de pertença e desígnio comuns, representam vantagens civilizacionais, em particular para o relacionamento internacional, exemplo de união entre povos, culturas e civilizações.

Retomando o sentido do nativismo claridoso o projecto caboverdiano legitima-se na confrontação democrática, através do exercício da liberdade individual, da participação cívica e do recurso privilegiado à educação e ao conhecimento.

A democracia encontra-se em perigo não apenas quando o consenso e a fidelidade aos valores que ela encarna são insuficientes, mas também quando a sua dinâmica combativa é travada por um aparente excesso de consenso que, normalmente, mascara uma apatia inquietante. É igualmente posta em perigo pela crescente marginalização de grupos inteiros, cujo estatuto de “subclasse” praticamente os coloca fora da comunidade política.

MOUFFE, Chantal (1993:17)

O Atelier Mar, com 29 anos de experiência na área de intervenção da cultura/desenvolvimento, chamou a si a responsabilidade de dar uma contribuição à problemática do ensino artístico no arquipélago e criou uma Escola Internacional de Arte, situada no espaço da formação universitária. Um projecto que tem sido longamente amadurecido, com a clara intenção da internacionalização do intento, projectando-a para parcerias e cumplicidades científicas com o tecido universitário com afinidades, de modo a promover o desenvolvimento criativo e qualificado de Cabo Verde, marcando presença no mundo, no campo das escolas de arte.

No contexto adequado e preciso do Mindelo, o Atelier Mar (ONG), com experiência nessa área de intervenção e profundamente implicada em projectos locais de desenvolvimento, onde as populações assumem a liderança e deles são promotores, decide assumir o desafio de criar uma Escola Internacional de Arte, sediada nesta cidade, na Ilha de São Vicente. Sabendo estar a esboçar uma utopia, desenvolvem-se contactos internacionais, conversas, recolhas de opiniões e de apoios, determinando desde logo que se pretendia constituir uma Escola de Arte, de natureza internacional, inovadora, não réplica de nenhuma outra. Com esse desafio de fundar a primeira instituição educativa no campo da Arte em Cabo Verde, se desenharam os primeiros contornos do seu perfil educativo, que se sustenta no princípio de que a cultura e o desenvolvimento se condicionam mutuamente, e se estabeleceram os principais eixos de definição estratégia:

— Interesse em integrar o esforço de Cabo Verde de criação de uma rede de formação universitária, considerando a particularidade de se tratar de uma escola ‘privada’ (promovida pelo Atelier Mar – ONG), o que determina um amplo campo de autonomia e abre um eixo de diálogo com as entidades oficiais: um esforço para o reconhecimento das graduações que se pretendem, a co-responsabilização na procura de um espaço para instalar as actividades;

A nossa luta é baseada na nossa cultura, porque a cultura é fruto da história e ela é uma força. Mas a nossa cultura é cheia de fraqueza diante da natureza. É preciso saber isso.

CABRAL, Amílcar (1974:121)

— Determinação na decisão de entender a instituição como não fechada na geografia nacional de  Cabo Verde, mas estabelecer como eixo político fundamental a promoção de uma ampla rede de relacionamentos internacionais, que vinculem a sua actividade cultural e educativa à contemporaneidade, que não se contém em fronteiras mas se funda numa relação de simultaneidade do artístico com o tempo;

Mesmo vivendo na mesma época, nem todos os homens vivem no mesmo tempo.

JIMÉNEZ, José (1997:39)

— Vinculação definitiva e estruturante do processo educativo à cultura, às lutas das populações implicados na construção de melhores vidas, que determina um eixo não só de expressão curricular, de escolha dos Cursos, da organização dos Planos de Estudo, dos Programas, mas, e principalmente, de produção, de implicação quotidiana do decurso educativo nas acções e nos eventos em curso nas comunidades e de proximidade às populações;

(…) a cultura não é apenas uma viagem de redescoberta, uma viagem de retorno. Não é uma “arqueologia”. A cultura é uma produção…

HALL. Stuart (2003:43)

— Recusa da vinculação a uma estrutura de formação rígida e com incidência predominante em disciplinas, na autoridade do professor, e em sistemas de horários rígidos, favorecendo blocos abertos nas diversas áreas científicas, espaços de atelier e de oficina submergidos em ‘projectos’, gestão flexível de calendário e fomento de um relacionamento afável, participativo e civicamente implicado;

O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão.

FREIRE, Paulo (1996:33)

— Mobilização contínua de esforços para ampliar os recursos existentes, entendidos sempre como condição real mobilizável para a realização dos programas e não como carência paralizadora. Reside este esforço na ampliação dos relacionamentos de relacionamento internacional, no equilíbrio entre um corpo de ‘professores residentes’ e um alargado número de ‘professores internacionais’, na elaboração de um plano de formação de curto e médio prazo, na responsabilização de toda a comunidade escolar, implicando os estudantes na sua aprendizagem;

A consciência individual é, no nosso tempo, bombardeada, senão anulada, por uma quantidade enorme de informação organizadamente encapotada, cujo objectivo principal é produzir uma espécie de passividade colectiva aquiescente e inquestionada.

BARSAMIAN. David (2003:94)

— Considerando o estudante como um sujeito que constrói o seu próprio discurso e a sua condição autoral no enfrentamento das conflitualidades epistemológicas e empíricas, na procura de um posicionamento crítico fundamentado e arguto perante a imagem dominante que a todos inunda, no desenvolvimento do pensamento artístico divergente, estabelece-se como eixo a promoção de condições que possibilitem a experienciação de modos particulares de dar e encontrar sentido às experiências pessoais ou colectivas, ampliando a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação;

Adquiri um ‘alfabetismo visual crítico’ que permita a los aprendices analizar, inerpretar, evaluar y crear a partir de relacionar los saberes que circulam por los ‘textos’ orales, aurales, visuales, escritos, corporales, y en especial por los vinculados a las imágenes que saturan las representaciones tecnologizadas en las sociedades contemporáneas.

HERNÁNDEZ, Fernando (2007:22)

— Responder aos que buscam conhecimentos pedagógico-artísticos, preocupados em estimular a sua capacidade humana de operar no campo criativo, com dispositivos educativos, profissionalmente qualificantes, numa perspectiva interdisciplinar que actualize e integre, e permita promover instrumentos para uma maior participação socialmente produtora, com ética e cidadania, em questões sociais, políticas, artísticas e culturais do contexto em que estão inseridos;

(…) as concepções de futuro desempenham um papel muito maior do que as ideias do passado nas actuais políticas de grupo, (…)

APPADURAI (1966:193)

— Entendendo a necessidade de possibilitar o reconhecimento internacional dos currículos, por instituições homólogas e parceiras internacionais, a mobilidade e empregabilidade dos diplomados e ainda a competitividade dos sistemas de formação superior, estabelecer como eixo estruturante a utilização do sistema organizacional de Bolonha, a promoção de um alto nível de exigência científica e a participação no esforço internacional de renovação das narrativas sobre educação artística;

El problema principal que hoy tiennen nuestras escuelas y universidades es la narrativa dominante sobre la educación en la que se inscriben y en su dificultad de cambiarla.

HERNÁNDEZ, Fernando (2007:9)

— Reconhecendo a imprescindibilidade da investigação, determina-se a criação de um Centro de Estudos Transculturais para cumprir plenamente os seus desígnios.

O estilo, num grande escritor, é sempre um estilo de vida, de maneira nenhuma qualquer coisa de pessoal, mas a invenção de uma possibilidade de vida, de um modo de existência.

DELEUZE, Gilles (1972/90: 139)

Aula de desenho 2 Pátio M_EIA, S. Vicente. Fotografia de Rita Rainho, 2012.Aula de desenho 2 Pátio M_EIA, S. Vicente. Fotografia de Rita Rainho, 2012.
O M_EIA tem cinco anos de funcionamento. Graduou um primeiro grupo de estudantes como professores de educação visual, que se encontram a leccionar espalhados pelas diversas ilhas de Cabo Verde e comprovam aí a boa formação recebida estabelecendo uma postura renovada nas escolas onde estão colocados. O governo de Cabo Verde e as instituições oficiais reconhecem a escola, aprovaram os seus cursos de licenciatura e legitimam a sua formação. No ano de 2007 iniciaram-se as licenciaturas em Artes Visuais e em Design (ramo de Equipamento e de Comunicação), onde se perseguem as linhas gerais traçadas inicialmente, confrontando as dificuldades, desenhando um caminho próprio. No ano transacto realizou-se uma pós-graduação em cinema, com estudantes e docentes dos diversos continentes.

O conjunto de professores residentes e convidados, os estudantes inscritos, as instituições universitárias internacionais que por protocolo assinado se tornaram parceiras do projecto, as comunidades envolvidas, constituem a base do seu sucesso educativo, estabelecido num projecto educativo contemporâneo, criativo e pleno de responsabilidade pelo futuro, numa plenitude de audácia que partilho e tenho o prazer de saudar.

Inauguração de exposição 'Tra k' panhá pa vivê', Fotografia de Rita Rainho 2012.Inauguração de exposição 'Tra k' panhá pa vivê', Fotografia de Rita Rainho 2012.O transporte e o nivelamento da realidade, das situações e dos acontecimentos na representação não correspondem ao acontecido, assumem apenas uma forma suprema de alienação. E a angústia alimentada pela falta de sentido do tempo, ainda que forjada na solidão, transfere para a consciência dilacerada uma latente carga de instabilidade. Naturalmente é conveniente para a sociedade global, liberal e de mercado, que se transforme a experiência efectiva em representação e em consumo, anulando com a presença de uma ideologia submersa em hipocrisia a percepção das condições de exploração material e cultural das vidas humanas.

Paiva, José C. (2009:33/34)

O projecto desta escola, distante da universidade onde pertencemos, não se encontra em nada deslocada, nem afastada das controvérsias que inundam um presente que navega angustiado e nauseado. O que se observa, considerando que não vivemos num momento singular, é uma epidemia sofisticada pelo rejuvenescimento do capitalismo globalizador, que planta paisagens desoladoras nos territórios que vai saqueando e transforma em resíduos humanos a mão de obra que vai utilizando, agora que se libertou das responsabilidades de colonizador e deslocaliza os seus investimentos, sem amarras de pertença nacional, sem necessitar de argumentos ou dar a cara. E dizer que a arte se encontra numa crise de identidade corresponde apenas a uma banal afirmação, repetida amiúde, não como grito de energia superadora ou de procura de uma cultura nova que se sobreponha aos estilhaços criados, mas como contemplação espectacular das ruínas da cultura ocidental ou da sua própria contingência. Independente da crise, seja ela qual for, a arte arrasta sempre a magia da sua sombra, o encanto do enigmático, a inquietação das mentes insubmissas, a incompletude do estabelecido, a procura da transcendência, a vontade de superação do conseguido.

Escrevo, Excelência, quase por via oral. As coisas que vou narrar, passadas aqui na localidade, são de mais admirosa que nem cabem num relatório. Faz conta este relatório é uma carta familiar.

(…)

— Sabe filho? A boca nunca fala sozinha. Talvez lá na terra desse branco. Mas aqui não (…) aprenda uma coisa, filho. Na nossa terra, um homem é os outros todos.

Mia Couto, O Último Voo do Flamingo

Os poucos anos e vida do M_EIA, o modo como se enfrentam as conflitualidades quotidianas e se resiste à institucionalização em modelo do seu processo educativo, implicando os sujeitos que compõe a sua comunidade educativa, estendida para o relacionamento amplo com as comunidades com quem cruza a sua acção, tornam mais visível e encantador o entendimento de como a luta por uma democracia radical se suporta em cidadãos, sujeitos implicados, emancipados, ligados intimamente ao seu meio e navegadores pelas geografias possíveis. É nesta consciência, que remete para o político como condição da própria emancipação do sujeito (Mouffe, 1993), por onde se rompem, pela inventividade, os caminhos traçados, que se ensaiam novas possibilidades, se evidencia a persistência e determinação, equivalente aos camponeses que face a uma suspeita ténue de chuva, se espalham pelas montanhas agrestes de Cabo Verde, semeando uma mão de feijão, nunca deixando de aproveitar a mínima possibilidade de boa colheita.

(Comunicação apresentada nas 1es Jornades d’Investigació en Arts Visuals, Barcelona, Espãna.)

por Rita Rainho e José Carlos de Paiva
Vou lá visitar | 23 Maio 2012 | artes, Cabo Verde, documental, educação artística, escola