literaturas africanas
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 Estou muito contente pela opção que fiz porque ensino literatura, estudos literários e estudos pós-coloniais, que são áreas de grandes questionamentos. Eu não gosto do saber “congelado” ou do saber que não se discute. Não gosto de ideias dogmáticas. Gosto de discutir ideias, considero que existe sempre outra forma de ver o mundo, particularmente na área das humanidades e das ciências sociais, que não são ciências exatas.
				Estou muito contente pela opção que fiz porque ensino literatura, estudos literários e estudos pós-coloniais, que são áreas de grandes questionamentos. Eu não gosto do saber “congelado” ou do saber que não se discute. Não gosto de ideias dogmáticas. Gosto de discutir ideias, considero que existe sempre outra forma de ver o mundo, particularmente na área das humanidades e das ciências sociais, que não são ciências exatas. 		 investiga as noções de representação implicadas no uso de materiais etnográficos para estudo das literaturas africanas de língua portuguesa. Discute, inicialmente, como essas literaturas têm, desde suas primeiras manifestações, se aproximado da antropologia, propondo-se como retrato de sociedades não-ocidentais. Analisa, em seguida, como esta expectativa de retrato se insinua na recepção crítica de um romance contemporâneo, Terra Sonâmbula (1992), do moçambicano Mia Couto. Propõe, então, por meio da análise do romance Os papéis do inglês (2000), que o projeto literário do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho resiste a este tipo de expectativa, problematizando-a.
				investiga as noções de representação implicadas no uso de materiais etnográficos para estudo das literaturas africanas de língua portuguesa. Discute, inicialmente, como essas literaturas têm, desde suas primeiras manifestações, se aproximado da antropologia, propondo-se como retrato de sociedades não-ocidentais. Analisa, em seguida, como esta expectativa de retrato se insinua na recepção crítica de um romance contemporâneo, Terra Sonâmbula (1992), do moçambicano Mia Couto. Propõe, então, por meio da análise do romance Os papéis do inglês (2000), que o projeto literário do escritor angolano Ruy Duarte de Carvalho resiste a este tipo de expectativa, problematizando-a.		 Há uma literatura que tem abordado a África e tudo o que pode se atribuir a ela: a diversidade, a multiculturalidade, as etnias, as tradições milenares, as artes, a culinária, os rituais... Mas para falar da África não podemos esquecer que falamos de um continente antigo, com extensões gigantescas, de tradições culturais variadas, de muitos países, povos, línguas, dialetos, tribos, religiões.
				Há uma literatura que tem abordado a África e tudo o que pode se atribuir a ela: a diversidade, a multiculturalidade, as etnias, as tradições milenares, as artes, a culinária, os rituais... Mas para falar da África não podemos esquecer que falamos de um continente antigo, com extensões gigantescas, de tradições culturais variadas, de muitos países, povos, línguas, dialetos, tribos, religiões.		 O barco deslizava devagar através da água lisa, quase negra, larga lâmina de chumbo pousada entre a floresta. As margens, muito ao fundo, cobertas pela sombra compacta das árvores, repetiam‑se insones e apáticas, dia após dia. Nenhuma asa sobressaltava o ar. Nenhuma barbatana agitava a imensa extensão líquida. Um dos escritores, um jovem rebelde, muito pálido, sugeriu que talvez o barco recuasse todas as noites pelo mesmo trilho por onde, durante o dia, fingia avançar. Pensando melhor talvez nemsequer avançasse. As margens eram sempre as mesmas. As águas, sempre as mesmas. Apenas o céu se renovava.
				O barco deslizava devagar através da água lisa, quase negra, larga lâmina de chumbo pousada entre a floresta. As margens, muito ao fundo, cobertas pela sombra compacta das árvores, repetiam‑se insones e apáticas, dia após dia. Nenhuma asa sobressaltava o ar. Nenhuma barbatana agitava a imensa extensão líquida. Um dos escritores, um jovem rebelde, muito pálido, sugeriu que talvez o barco recuasse todas as noites pelo mesmo trilho por onde, durante o dia, fingia avançar. Pensando melhor talvez nemsequer avançasse. As margens eram sempre as mesmas. As águas, sempre as mesmas. Apenas o céu se renovava. 		 Discorremos neste texto sobre implicações diversas que a colonização portuguesa legou, sobretudo ao Brasil, e algumas de suas injunções à África em termos literários, bem como o surgimento de uma literatura híbrida e centrada, através de forte viés histórico, em fatos oriundos da colonização de negros africanos.
				Discorremos neste texto sobre implicações diversas que a colonização portuguesa legou, sobretudo ao Brasil, e algumas de suas injunções à África em termos literários, bem como o surgimento de uma literatura híbrida e centrada, através de forte viés histórico, em fatos oriundos da colonização de negros africanos.		



