9ª Edição do Walk&Talk – Festival de Artes começa esta sexta-feira

A nona edição do Walk&Talk - Festival de Artes decorre de 5 a 20 de julho em São Miguel, nos Açores, e reúne cerca de 80 artistas, curadores, arquitetos, designers, performers e músicos, convidados a apresentar os seus trabalhos, muitos dos quais projetos inéditos criados em residência no arquipélago.

O festival intervém em mais de vinte locais em redor da ilha e o seu espaço âncora é um pavilhão temporário, projetado pelos estúdios de arquitectura Artworks & GA estudio para a Praça de São João, em Ponta Delgada, e inspirado, na sua forma e função, pelo tradicional capote açoriano.

Artworks & GA estudio Artworks & GA estudio

O programa organiza-se em torno de cinco circuitos artísticos: Circuito Ilha, Circuito de Exposições, Circuito Performativo, Circuito Residências e Circuito Conhecimento.

Em 2019, o Circuito Ilha, anterior “Circuito de Arte Pública”, intitula-se Expedição Empatia e é liderado pelo coletivo The Decorators, com a participação dos artistas Clementine Keith-Roach, Inês Neto Santos, Practice Architecture, Pedro Lino, Prem Sahib eRain Wu, que criaram projetos inéditos e site-specific para várias localidades de São Miguel, que vão desde o centro de Ponta Delgada aos Fenais da Luz na costa norte.

Circuito de Exposições propõe uma Deambulação Identitáriacom curadoria de Sérgio Fazenda Rodrigues por sete exposições individuais, articuladas por quatro locais diferentes de Ponta Delgada, e desenvolvidas em residência nas ilhas de São Miguel, Terceira, Faial, Flores e Pico, pelos artistas Andreia Santana, Diana Vidrascu, Gonçalo Preto, Maria Trabulo, Miguel C. Tavares & José Alberto Gomes, Mónica de Miranda e Rita GT.

Circuito Performativo reúne o programa de artes performativas do festival, com música, performance, dança contemporânea e projetos híbridos que motivam noites de festa no Pavilhão W&T e apresentações de espetáculos no Teatro Micaelense, Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas, Estúdio 13 e Sentado em Pé Bar & Lounge.

Circuito de Residências apresenta os 14 artistas com residências em curso no festival, nas áreas da arte, cinema, arquitetura e música, entre os quais os onze novos residentes 2019 - os artistas vencedores das chamadas anuais para o Walk&Talk, os artistas convidados pela direção artística e curadores, e os designers que colaboram com artesãos açorianos na criação de novos objetos RARA.

O Programa de Conhecimento que é desenvolvido em contínuo no Walk&Talk, no festival descreve um circuito autónomo – o Circuito de Conhecimento, com atividades temáticas que cruzam os diferentes circuitos, envolvem múltiplas comunidades e grupos em torno da produção artística: crianças, famílias, jovens e todas as pessoas interessadas, seja qual for a sua idade ou origem.

No fim-de-semana que assinala a abertura do Walk&Talk será possível acompanhar a inauguração do Circuito de Exposições e apresentações paralelas, assistir a concertos e performances no novo Pavilhão W&T e a muitas outras iniciativas dos vários circuitos do festival.

4 JUL | PRÉ-ABERTURA

21h00  INAUGURAÇÃO Emotional Rescue de Olivier Nottellet / Galeria Fonseca Macedo

INAUGURAÇÃO MONTRA pela Oficina / ¾ Café

DJ SET DJ Fellini / ¾ Café

 

5 JUL | ABERTURA

10h00  PERCURSO TEMÁTICO O que chegará à ilha, daqui não sairá / Vários locais, pré-inscrição obrigatória 

18h00  INAUGURAÇÃO Loading de Madalena Correia, Vencedora Jovens Criadores W&T 2018 / Instituto Cultural de Ponta Delgada

21h30  ESPETÁCULO At the Still Point of the Turning World de Joana Gama, Luis Fernandes e Conservatório Regional de Ponta Delgada /Teatro Micaelense

22h30  INAUGURAÇÃO Pavilhão e Festa de Abertura com Chima Hiro e NinOo / Pavilhão W&T

 

6 JUL | INAUGURAÇÃO CIRCUITO EXPOSIÇÕES

12h00  BRUNCH&TALK Circuito Ilha com os curadores e artistas / Pavilhão W&T

16h00  INAUGURAÇÃO Circuito de Exposições com visita guiada pelo curador e artistas / Início da visita 4ºAndar SolMar Avenida Center

20h00  CANTINA ABERTA para jantar com artistas, curadores, equipa e convidados do festival / Pavilhão W&T

22h30  PERFORMANCES de MondkopfColin Self e Line of Two / Pavilhão W&T

 

7 JUL | PASSEIO E COZIDO NAS FURNAS E FILME-CONCERTO NO ARQUIPÉLAGO

10h00  TOUR Visita à ilha de São Miguel com os artistas, equipa e convidados.

Paragens no Miradouro do Pico do Ferro, Parque Terra Nostra e outros locais.

13h30 ALMOÇO-PIQUENIQUE na Lagoa das Furnas para saborear o tradicional cozido.

19h00  FILME-CONCERTO East Atlantic de Miguel C. Tavares e José Alberto Gomes Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas

20h00  CANTINA ABERTA para jantar com artistas, curadores, equipa e convidados do festival / Pavilhão W&T

22h30  DJ SET DJ DELÍCIA / Pavilhão W&T

O festival Walk&Talk continua até dia 20 de julho e o programa dia-a-dia pode ser consultado AQUI

Sobre o Walk&Talk: O Walk&Talk é Festival de Artes dos Açores, que se realiza desde 2011 durante duas semanas no mês de julho, e o Programa de Residências Artísticas que decorre ao longo do ano. Experimental e participativo, o projeto incentiva a criação de novos objetos em diálogo com o território e as especificidades socioculturais do arquipélago açoriano. Foca-se no envolvimento de comunidades locais e visitantes, através do conhecimento que é gerado pela pesquisa e práticas artísticas atuais, e interseta arte, dança, performance, teatro, arquitetura, design, cinema e música.

O Walk&Talk é um projeto Anda&Fala, associação cultural sediada em São Miguel e declarada, desde 2016, de Utilidade Pública pelo Governo dos Açores. No biénio 2018/19 a atividade da associação é apoiada pelo Ministério da Cultura / DGARTES, é um dos nove parceiros do programa Centriphery - Creative Europe 2019-2021 da Comissão Europeia, e o festival Walk&Talk é membro da EFFE – Europe for Festivals Festivals for Europe.

walktalkazores.org Facebook / Instagram

Para mais informações, imagens e confirmações de presença, por favor contacte:

 Sílvia Escórcio silvia.escorcio@thisiscuco.com   T +351 91 368 36 45

Tânia Moniz taniamoniz@walktalkazores.org T+ 351 91 355 01 09

 

02.07.2019 | por martalanca | Açores, Walk&Talk

Tremor nos Açores

O festival açoriano que regressa a São Miguel, entre os dias 9 e 13 de Abril, volta a apostar na criação de uma rota de actividades que, partindo da música, propõe a descoberta da natureza, das tradições e da comunidade local. A fechar as contas no plano dos concertos, confirmações finais para Hailu Mergia,Yin Yin Fumaça Preta. Nas residências artísticas, inauguração da exposição que sumariza o trabalho realizado por Renato Cruz Santos Duarte FerreiraSístole será composta por um conjunto de instalações que juntando imagem e som constroem uma viagem imersiva ao encontro da ilha do Tremor, pautada pelos ritmos da paisagem.
Apostando na criação de experiências únicas, o Tremor convida ainda a companhia polaca Instytut B61 para a apresentação de uma peça-performance imersiva que ocupará um espaço mistério da ilha de São Miguel. Na secção dedicada ao público infanto-juvenil e familiar, o Mini-Tremor, o Estúdio 13, o novo espaço de indústrias criativas de Ponta Delgada, torna-se a casa de miúdos e graúdos com um programa de workshops, concertos, mini-disco e brincadeiras. E porque o cartaz de um festival não se faz sem dança e festa, as noites do evento estarão entregues às mão de Odete, MCZO & DUKELa Flama Blanca feat. ZÉFYREBlack vs DJ FITZZuga 73 + Tape + Nex DJ Milhafre b2b DJ Fellini.
Desde que, em 2013, a Awesome Tapes from Africa recuperou a sua primeira obra,Hailu Mergia and His Classical Instrument, que o sucesso e reconhecimento do etíope Hailu Mergia não tem conhecido abrandamento. Espaços como a Pitchfork, The Wire ou The New York Times rangam-se nos elogios sobre o lugar cimeiro que o músico ocupa na história e evolução do ethio-jazz. O seu mais recente disco, Lala Belu, saiu para o mercado em 2017, mais de uma década depois da última edição, como prova inequívoca da sua história de sobrevivência: um instrumentista forçado ao exílio por um regime ditatorial hostil para com as artes e que acabou a conduzir táxis por mais de 30 anos.
Na Fumaça Preta juntam-se elementos de tropicalismo, fuzz funk, música concreta, acid house e electrónica vária. Juntam-se África e Brasil, Europa de Norte e o mundo latino. Surgiram quase por acaso quando Alex Figueira juntou um grupo de amigos no seu estúdio analógico mínimo em Amesterdão. Dessa sessão nasceria A Bruxa, o primeiro 45 rotações que deixava já clara a vontade do grupo em derrubar todas as barreiras musicais. Com dois longos duração selados pela incontornável Soundway, é ainda inexplicável o mundo por onde se movem e imprevisível o território que trilham, qual espécie de voodoo que amarra as linhas entre a tradição, o género, a composição e a improvisação.
No Verão de 2017, Kees Berkers e Yves Lennertz começaram a escrever e gravar canções numa escola de ballet na isolada vila de Plateau de Doenrade. Ávidos coleccionadores de discos, os Yin Yin transportam para a sua música a variedade de géneros que podemos encontrar nas suas prateleiras de discos. Partindo da música sul asiática dos anos 60 e 70, construíram um diálogo multilingue, com incursões na música do mundo, funk e electrónica. Pingpxng, a cassete com que se estrearam, simboliza isso mesmo, explicando em detalhe como duas forças aparentemente opostas podem actuar em complementaridade.
Fundado pelo curador e astrónomo Jan Świerkowski, o Instytut B61 é um colectivo artístico e científico dedicado à criação de espectáculos multimédia, filmes e projectos digitais que unam arte contemporânea e ciência. Com um vasto historial de performances por todo mundo, das quais se destaca o projecto Cosmic Underground apresentado em Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, o colectivo juntar-se-á, no Tremor, aos músicos do Laxmi Bomb, duo electro pop originário de Bombaim, e a artistas açorianos para ali apresentar mais uma experiência imersiva. A proposta promete uma viagem até ao espaço sideral para acompanhar o ciclo de vida das estrelas. O Instytut B61 – Interstellar Sugar Center de Ponta Delgada estará instalado em lugar mistério, a ser revelado aos participantes poucas horas antes do início da aventura.
Concertos, workshops, instalações, cenografias interactivas e uma mini-disco são algumas das iniciativas através das quais o Mini-Tremor – espaço infanto-juvenil e familiar do festival – pretende estimular a população local e visitante para a criação e fruição artística. Na edição deste ano, o Estúdio 13 é o quartel-general e acolhe um workshop/concerto de panelas pelo músico e compositor Samuel Martins Coelho, uma instalação sensorial da bailarina e coreógrafa Maria João Gouveia, e aulas criativas para pais e filhos.
A programação deste Tremor 2019 integra ainda o percurso programático The Future is Female, que pretende olhar, debater e pensar o papel da mulher nas indústrias criativas e musicais europeias e dos Estados Unidos. A par de um ciclo de conversa com artistas como Instytut B61, Odete, Lafawndah, Laura Diaz (Teto Preto), fazem parte deste circuito os concertos de Lula Pena, Odete, Hayley Heynderickx, Moon Duo e Vive La Void. Este ciclo conta com o apoio da FLAD e Embaixada dos Estados Unidos da América.
Juntando mais de 40 artistas, o Tremor apresentará uma vasta programação que ocupa salas de espectáculo e espaços informais de Ponta Delgada e Ribeira Grande. A par dos concertos, a edição 2019 apresenta também aquele que será, porventura, o cartaz mais ambicioso de residências artísticas desde a sua formação. Do espectáculo de abertura, a ser desenvolvido entre o colectivo ondamarela com a Es.Música.RP e a Associação de Surdos da Ilha de São Miguel até ao diálogo entre as tradicionais danças das Despensas de Rabo de Peixe e os ZA! (a ser também documentado em fotografia por Rúben Monfort), passando pelos trabalhos site specificde Natalie Sharp para o Tremor Todo-o-Terreno e pelos encontros diversos entre músicos. Para ver em Abril, o segundo episódio do trabalho de Rafael Carvalho FLiP em torno da viola da terra, e os diálogos entre Balada Brassado e dB; Cristóvão Ferreira e a dupla espanhola Tupperwear; Pedro Lucas e os We Sea e o rapper LBC e o realizador Diogo Lima. Destaque especial ainda para o regresso de Lieven Martens ao arquipélago, para uma recriação da sonata The Cow Herder, um retrato sonoro da vida de um guardador de vacas da Ilha do Corvo.

08.03.2019 | por martalanca | Açores, festival, Tremor