Apresentação da Escola Portuguesa de Moçambique-CELP e aFundació Contes pel Món (Fundação Contos para o Mundo - Espanha)
Data: Quinta-feira 3 de Novembro de 2011 as 18H.
Local: Centro Cultural Brasil-Moçambique
Agenda do Evento
Apresentação do projecto nas mãos do Dr. Calane da Silva.
Lançamento dos livros:
“LEONA, FILHA DO SILÊNCIO”
escrito por Marcelo Panguana e ilustrado por Luís Cardoso e
“WAZI”
escrito por Rogério Manjate e ilustrado por Celestino Mudaulane
Cocktail com os convidados
A edição dos livros, enquadrada no projeto de recolha, recriação e edição de livros baseados em histórias tradicionais moçambicanas, visa a promoção da leitura entre os alunos das escolas moçambicanas, a formação dos professores na área da dinamização da leitura e a divulgação do património artístico e cultural de Moçambique. Cada livro da coleção “Contos e Histórias de Moçambique” tem uma tiragem de 5000 exemplares para distribuição gratuita.
Para mais informações, entrevistas e imagens, favor contactar:
Escola Portuguesa de Moçambique, Teresa Noronha 829054468
uma proposta com acções provocadoras, happenings, vídeo-performances e conversas.
Evento a ser realizado em Lisboa, entre os dias 5 e 13 de Novembro de 2011, é marcado por um certo carácter provocador, nesta primeira edição aposta-se na multiplicidade de propostas e na apresentação de artistas portugueses, espanhóis, franceses, angolanos assim como latino-americanos. Espera-se que com acções de natureza efêmera, realizadas em espaços públicos e de cultura com larga história em termos de experimentação em Lisboa, se desvele o risco e o acaso numa intensa semana de experimentações.
O evento aparece como forma de questionamento sobre a urgência deste meio, o performativo enquanto acto singular e de tensão entre diferentes territórios: o artístico e o vivencial, o quotidiano e o provocador, o íntimo e o público, o poético e o ético.
Yonamine was born in Luanda in 1975 and lived in Angola, the Democratic Republic of Congo, Brazil, UK and Portugal. His spatial installations and video works deal with Angolan history, simultaneously they are also inspired by popular culture and pop-art itself. The archeology of images from the collective archive is challenged by ironical comments concerning the present situation in Africa, playing with icons and heroic figures. Starting point for the installation Anthology Trash – Trash Anthology was the publication archive of the Iwalewa-Haus, whioch is deconstructed and questioning.
Peterson Kamwathi Waweru, born 1980 in Nairobi, has occupied himself for a long time with symbols and their meaning. In the exhibition he shows current drawings, woodcarving and graffiti, negotiating the historical, social and psychological mechanisms of conditioning and manipulation not only in his own society.
There is also a new publication - a cooperation with the Goethe-Institut and Verlag fuer Moderne Kunst Nürnberg, edited by J. Hossfeld and U. Vierke.
Sam Hopkins´ installation „Not in the title“ is inspired by Nigerian and Ghanaian horror movies from the collection of the Iwalewa-Haus. A selection of these movies is shown in the original version mixed with manipulated sequences that are integrated digitally. The installation asks about authenticity and searches for the reception of global artworks in a local context.
Sam Hopkins lives in Nairobi (Kenya). His art is concerned with public space and interactivity. Examples are the media collective Slum TV and Urban Mirror Nairobi.
In October 2011 Iwalewa-Haus celebrates its 30th anniversary - a motive to reflect, celebrate, critically discuss, experiment, imagine and visualize under the headlines of archive, laboratory and utopia. Exhibitions, a workshop and program take place in that context to present the past, present and future of Iwalewa-Haus.
The focal point of the archive tells the history of Iwalewa-Haus with the exhibitions ”Spuren - 30 Jahre Iwalewa-Haus’ and ‘Visions d’ailleurs’. In thelaboratory we show three projects developed in the context of short time artist residencies by three young artists from Kenya and Angola. Finally utopia considers the future of Iwalewa-Haus. In an international workshop we discuss important topics such as local and international cooperations, museum pedagogics, teaching and research, exhibition and publication practises and the artist in residence program.
The international and peer-reviewed journal Afrika Focus encourages Africanists with all kinds of research interests to submit an article for a special issue dedicated to and entitled ‘Lusophone Africana’. Although no disciplines are excluded and the focus is only regionally bound, preference will be given to articles highlighting features specific to lusophone-African societies and cultures, ranging from political processes, (diasporic) popular cultures to health systems and natural environments/ecology/indigenous knowledge systems. Deadline of submission is mid 2012. Any submission date earlier than that is appreciated. Publication of the issue is scheduled for end 2012. The submissions will be refereed by Afrika Focus and a jointly edited introduction coordinated by prof dr Koen Stroeken (UGent) has been planned. The submission address is AfrikaFocus@UGent.be
Journal Afrika Focus Afrika Focus is an interdisciplinary journal dealing with Africa. Afrika Focus is an open access journal which is published biannually and subject to international peer-review. As of January 2008 Afrika Focus is co-published by the Ghent Africa Platform (GAP) and Afrika Brug, the organisation which has been publishing the journal for twenty years. Afrika Focus was first published in 1985 and replaced the AVRUG-bulletin which in 1978 replaced the Nieuwsbulletin van de Afrika-Vereniging van de Rijksuniversiteit Gent. The latter first appeared in 1972.
| A. PEDRO CORREIA | ABRAÃO VICENTE | | FEFE TALAVERA | ISABEL LIMA | JORGE DIAS | O LAC - Laboratório de Actividades Criativas está neste momento a desenvolver o projecto ROOTS. Trata-se de uma residência artística, que pretende abordar o tema da escravatura através de uma visão contemporânea, criando novas rotas e fluxos transculturais, através da reflexão da diversidade cultural dos países outrora colonizadores e colonizados e as suas influências na criação de uma miscigenação global e plural, questionando e identificando as raízes desse processo. ROOTS remete-nos duplamente para o significado original da palavra, quer no sentido de ter sido o escravo arrancado das suas raízes ancestrais, quer para as raízes que, com o passar do tempo e de sucessivas gerações, foram criadas nos países de destino moldando a sua identidade cultural contemporânea como, por exemplo, se torna evidente nos casos do Brasil e Cabo Verde. Remete-nos ainda para a ideia de rota, percurso e viagem, porta de partida e de chegada, de que a cidade de Lagos é exemplo e participante activo. Já em residência artística no LAC, encontram-se Fefe Talavera (Brasil), Abraão Vicente (Cabo Verde), Jorge Dias (Moçambique), Isabel Lima (Inglaterra) e A. Pedro Correia (Portugal), num processo criativo individual e /ou colaborativo que culmina numa exposição que dará a ver as obras desenvolvidas, promovendo o contacto com as comunidades artísticas da região e com os diversos tipos de públicos.
O Programa inclui ainda Conexões ROOTS, um painel de conversas informais em torno da escravatura que inclui diversos convidados em presença e depoimentos virtuais e ainda no decorrer da exposição um ciclo de cinema.
O LAC aproveita esta ocasião para lançar o seu novo website www.lac.org.pt com uma secção exclusivamente dedicada ao programa ROOTS. Acompanhe as actividades através do nosso site ou ligue-se ao LAC através das Redes Sociais ou de Subscrição de Newsletter.
ROOTS decorre no LAC com o seguinte programa:
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA 24 de Outubro a 12 de Novembro
EXPOSIÇÃO ROOTS 12 de Novembro a 30 de DezembroDe quarta a sábado, das 16h às 19h. Inaugura no dia 12 às 21h
CONEXÕES ROOTS Conexões ROOTS é um encontro informal que pretende estimular a reflexão sobre os princípios que suportam a criação desta residência. Pensado para discutir as várias visões que se têm da escravatura, quer na sua matriz histórica onde se articula no conhecimento levantado pelos estudos arqueológicos mais recentes, quer nas conexões estabelecidas por alguns intervenientes na contemporaneidade.
5 de Novembro Manhã, 11h: visita ao Mercado dos EscravosTarde, 14h30: Urdir teias na contemporaneidade | Como as provas materiais desmentem a notícia literária
Conexões presenciais:
Rui Loureiro - Historiador
Maria João Neves - DRYAS - Arqueologia
Fernandes Dias - AFRICA.CONT
Conexões digitais: César Piva (Brasil) Gestor Cultural - Incubadora Cultural do Audiovisual e das Novas Tecnologias.
Mary Hark (EUA) de Design - School of Human EcologyUniversity of Wisconsin-Madison
Conversam com:
Jorge Rocha - Artista Plástico
Rui Parreira - Arqueólogo
FESTA 5 de NovembroUm dia dedicado à partilha de culturas por via da alimentação e de outras manifestações artísticas. CICLO DE CINEMA24 de Novembro, 1 e 8 de DezembroUm conjunto de filmes esboçam o olhar triangular sobre cinematografias que se cruzam no espaço atlântico. LANÇAMENTO DO CATÁLOGO ROOTS 8 de Dezembro
O LAC – Laboratório de Actividades Criativas é uma associação cultural sem fins lucrativos formada em 1995 e com sede na Antiga Cadeia de Lagos. O edifício projectado por Cottinelli Telmo e cujos alicerces estão edificados sobre um antigo convento, é um local com história fazendo parte integrante da cidade. Construído com outros objectivos, revela actualmente uma dicotomia interessante entre prisão / reclusão VS espaço de criatividade / liberdade; ao tornar-se espaço de criação reconverteu assim os moldes da sua existência, agora as celas são espaço de ateliê para artistas e a sua utilização e trabalho contribui para a revitalização do edifício, dotando-o de uma nova história. A associação é um espaço de residências artísticas com 13 anos de existência que tem como prioridade desenvolver e alargar o PRALAC – Programa de Residências Artísticas no LAC, com o objectivo principal de dinamizar e promover a criação artística na região e especialmente na zona do Sudoeste Algarvio. O LAC é uma estrutura apoiada pela Presidência do Conselho de Ministros e Direcção Geral das Artes.
O Kuduro, música e dança angolana, com características peculiares está presente em Angola e na diáspora há cerca de 15 anos. Hoje em dia, é a manifestação artística juvenil mais importante do país, com as suas estrelas a serem conhecidas mundialmente, constituindo um forte movimento de massas em todos os estratos da sociedade. A necessidade de compreender e conhecer melhor o fenómeno do ponto de vista científico, levou o escritor e investigador cultural Jó Kindanje, autor do ensaio “Kuduro, um reinado sem rei nem coroa”, em colaboração com Agnela Barros Wilper, Mestre em Estudos de Teatro e investigadora sobre as Artes Performativas Angolanas, a conceberam o projecto da Primeira Conferência Internacional sobre o KUDURO.
Tema: “KUDURO, PATRIMÓNIO ANGOLANO PARA A ÁFRICA E O MUNDO” Sob o slogan: “Conhecer para valorizar”. O objectivo é incentivar o estudo e a prática performativa do Kuduro, debruçando-se sobre a sua génese, criatividade e inovação, assim como criar um fórum regular para os estudiosos e praticantes trocarem ideias, conhecimento e informação. A Conferência será realizada no Nacional Cine-Teatro, adstrito à Associação Cultural e RecreativaChá de Caxinde, em Luanda, Angola, de 23 a 26 de Maio de 2012 e terá a organização conjunta do Jornal Dos Negócios-Grupo-Editora Sons e Letras, e da Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde. Conta com a parceria do Institut Goethe-Angola e o Iwalewa-Haus, (Universidade de Bayreuth, Alemanha). Esta Conferência Internacional irá examinar como os avanços da tecnologia, cidadania global, transacções Interculturais e empréstimos tiveram impacto sobre a génese e performance do Kuduro, através de soluções engenhosas baseadas na inovação, criatividade e espírito empreendedor, a partir de diferentes vertentes, incluindo a Mídia. A abordagem académica será interdisciplinar centrada em ângulos históricos, musicológicos, da ciência da dança, da linguística e da sociologia. Subjacente a esta intencionalidade, há uma série de interrogações que se levantam e cujas respostas seriam pertinentes para o desenvolvimento dos estudos sobre esta matéria. Como é que o Kuduro se encaixa nas performances orais e corporais africanas?; Quais os vínculos do Kuduro com as tradições da dança urbana angolana do século XX?; Kuduro, um estilo músical ou uma manifestação artística resultante da hibridação de várias práticas artísticas angolanas?; Como o Kuduro pode contribuir para a inclusão digital dos seus praticantes e seguidores?; Como explicar o aparecimento do Kuduro e de manifestações artísticas similares em meios sociais com um historial de violência?
A Conferência poderá, deste modo, abordar os seguintes temas, não se limitando, porém, a eles:* Kuduro e performances orais e corporais africanas* Danças urbanas angolanas do século XX: * O Kuduro como performance * Tendências do desempenho artístico em África e na diáspora (kwaito, coupé decalé, hiphop, funk carioca e outras)* Estudo e registo técnico do Kuduro (dança, música, linguagem, indumentária, caracterização e atitude) * Globalização, cidadania e identidade no kuduro* Kuduro e inclusão digital * Impacto das novas mídias e tecnologia na divulgação do kuduro* Kuduro e Literacia*Kuduro e reexistência ou inclusão social
Os investigadores, estudiosos nacionais e internacionais interessados são convidados a apresentar sinopses ou propostas de 100-300 palavras (incluindo uma biografia de 150 palavras) para a organização da conferência, via e-mail para conferenciasobrekuduro@hotmail.com
As apresentações podem ter o formato performativo (performance lecture), de mesa-redonda, projectos participativos ou palestra oral. Deverão servir como formas adequadas de uma reflexão cientifica-performativa. O debate académico será encerrado com uma gala de Kuduro que trará, em complemento, a cronologia do processo evolutivo deste estilo musical urbano, com a participação de artistas nacionais e internacionais. A publicação dos resultados da Conferência será apoiada pelo Iwalewa-Haus, Bayreuth-Alemanha (Museu de Arte Contemporânea e Popular Africana, da universidade de Bayreuth) em parceria com o Goethe Institut-Angola. A publicação garante a sustentabilidade do projecto e serve como um trampolim para a promoção do debate internacional.
O Roça Língua vai reunir, durante a semana de 1 a 8 de Novembro 2011 (em simultâneo com a Bienal Internacional de Artes de S.Tomé),escritores, actores, cantores e jornalistas de países falantes do português para produzirem um livro, actuarem, conviverem e darem a conhecer a sua obra e aspectos criativos, contribuindo para o intercâmbio, valorização e promoção da Língua Portuguesa, tendo S. Tomé e Príncipe como contexto criativo e nos jovens o público-alvo.
Desejamos partilhar o universo reflexivo da escrita em comunidade e em relação com o lugar se dá o encontro. Resgatar um património que vive de cruzamentos históricos nem sempre pacíficos mas cuja complexidade interessa perceber e questionar.
Para isso vamos seguir percursos da ilha, tendo em conta a história de S.Tomé como entreposto cultural. Haverá mesas redondas, oficinas de escrita criativa, de jornalismo cultural, de teatro e de contadores de estórias, intervenções em vários espaços da cidade de S.Tomé e na roça S. João em Angolares. Haverá actividades culturais, espectáculos de teatro e concertos. Uma grande festa da língua!
Cada escritor compromete-se a escrever, nesta residência artística, um conto ambientado em São Tomé, nomeadamente a partir de histórias relacionadas com as estruturas das roças de Cacau. O conjunto dos contos será publicado num livro intitulado ROÇA LÍNGUA, com ilustrações do artista santomense René Tavares. Será também rodado um documentário sobre o 1º ROÇA LÍNGUA, da autoria de Elvis Veiguinha. E muitas outras surpresas.
Mais uma Noite Crioula no Centro InterculturaCidade. Desta vez uma noite com São Vicente e o barlavento caboverdiano na memória e no coração. “Um tempe Soncente era sabe”, reza uma célebre e sempre lembrada morna de Sérgio Frusoni. É em momentos como este entendemos mais como esse “tempe” pode ser também hoje.
A iniciativa decorre no próximo sábado, dia 29.
19h 30m » Palestra: “ Razão da Invisibilidade da Mulher Caboverdiana na Memória da Invenção da Morna “
20h 30m » Jantar tradicional caboverdiano Entrada: Mandioca frita Prato: Cachupa Sobremesa: Bolo de Banana
22h 30m » Conversa á volta do livro “O Carnaval do Mindelo: Formas de Reinvenção da Festa e da Sociedade” do investigador Caboverdiano Moacyr Rodrigues
Sujeito a inscrição prévia por e-mail ou telefone.
Contactos: Centro InterculturaCidade Tel. 21 397 57 16 | centro.interculturacidade@gmail.com Travessa do Convento de Jesus, 16 A, 1200-126 Lisboa interculturacidade.wordpress.com
CES LISBOA / Auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa
Picoas Plaza (Rua Tomás Ribeiro, 65)
Tel. 216 012 848
Exibição do vídeo/reflexão DIÁRIO DO DESERTO - NAMIBE 2009 de Cristina Salvador.
[No âmbito das comemorações dos 36 anos de independência de Angola. Organização Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde]
“Diário do Deserto - Namibe 2009” é um registo vídeo das reflexões e emoções recolhidas e sentidas ao longo de uma viagem ao Deserto do Namibe, considerado um dos mais antigos do Mundo, tendo pelo menos 80 milhões de anos estendendo-se numa faixa do litoral Sul de Angola e Namíbia.
Prémio Fernando Távora - 4º edição - Ordem dos Arquitectos da Secção Regional Norte. Apoio: CE.DO – Centro de Estudos do Deserto
4 de Novembro de 2011, 6ª feira, 20h30
Restaurante Mulemba Xangola
Largo José Afonso 4-L, Olival Basto, tel. 210 475 865
Jantar de homenagem e entrega de distinções da Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde.
Entrega da homenagem a título póstumo à Arquitecta e Pesquisadora Cristina Salvador, falecida em 22 de Setembro de 2011, com inúmeros trabalhos sobre Angola.
Reservas para o jantar através do mail chacaxinde.port@gmail.com
INSTITUT FRANÇAIS DU PORTUGAL | 25 outubro | 19h00-23h00
“No panorama atual do mundo, a questão capital é saber-se como ser um eu mesmo sem sufocar o outro, e como abrir-se ao outro sem asfixiar o eu mesmo.”
(E. Glissant, Introduction à une Poétique du Divers, 1996)
Prosseguindo com o projeto editorial que integra o programa do AFRICA.CONT, publica-se agora o livro Poética da Relação de Édouard Glissant, inaugurando assim a nossa primeira incursão nos domínios da ensaística e das ciências sociais e humanas. O lançamento é acompanhado da estreia nacional de um filme documentário de Manthia Diawara - “Édouard Glissant, Um Mundo em Relação”, que co-financiamos; de um debate e de uma performance que o tomaram como ponto de partida.
Pretendemos assim chamar a atenção para uma obra e um autor muito pouco conhecidos entre nós, mas que têm um lugar cimeiro nos debates recentes, e nunca tão politicamente atuais, sobre o estudo crítico dos processos coloniais, dos seus efeitos e legados culturais nas sociedades e culturas colonizadas e colonizadoras, e sobre a interpenetrabilidade cultural que caracteriza o nosso mundo globalizado.
Ao procurarmos situá-lo, não podemos deixar de notar como as diferentes filiações nesse campo de estudos coincidem amplamente com as zonas de influência dos antigos, e resilientes, impérios coloniais – os mundos anglófono, francófono, hispanófono, e lusófono.
Apesar das suas proximidades, surgiram com diferentes designações: “estudos póscoloniais” dominantes, “crioulidade e crioulização”, “modernidade/colonialidade”, “mestiçagem”, e outras. Em qualquer dos casos se questionam se os respectivos pressupostos e desenvolvimentos têm um valor geral, ou se ficam circunscritos a particularismos históricos; com defensores de um ou outro ponto de vista. Mas curiosamente, os diálogos entre as diferentes correntes são inexistentes ou quase; e se os anglófonos partem exclusivamente das experiências coloniais e pós-coloniais anglosaxónicas, o mesmo pode ser observado nos restantes casos; na América hispânica e no Brasil os estudos das relações interculturais coincidem com os processos de construção e definição das respectivas identidades nacionais; os espaços da francofonia (negritude, crioulidade, etc), ao contrário dos outros casos, mantêm o seu centro de gravidade em França; e entre nós, vive-se privilegiadamente na paróquia lusófona.
No lugar das indiferenças mútuas, às vezes só relativamente indiferentes, parece-nos que seguir as pisadas de Glissant pode levar-nos por um caminho mais interessante e fecundo.
Se abordarmos o conjunto destas correntes como um arquipélago, seguindo o modelo de pensamento arquipelágico que propõe, será certamente possível reconhecer e proporcionar ligações litorais e de horizontes, sem que cada uma das ilhas abandone as suas especificidades, e idiossincrasias. Parafraseando Édouard Glissant, uma forma de pensamento mais intuitivo, mais frágil, exposto mas também disposto ao caos do mundo e aos seus imprevistos e desenvolvimentos.
Este livro abre a passagem para um arquipélago interpretativo cujos mares o Africa.Cont pretende continuar a navegar. www.edouardglissant.fr
19h00 POÉTICA DA RELAÇÃO, de Édouard Glissant
Lançamento do livro. Edição portuguesa pela Sextante/Porto Editora
Projecto co-financiado pelo AFRICA.CONT/CML
ÉDOUARD GLISSANT, UM MUNDO EM RELAÇÃO, de Manthia Diawara
Documentário, 2010, 51min | [estreia nacional]
Projecto co-financiado pelo AFRICA.CONT/CML
Manthia Diawara acompanhou Édouard Glissant no Queen Mary II, para uma travessia do Atlântico entre South Hampton (Reino Unido) e Brooklyn (Nova Iorque), uma rota que tantos escravos atravessaram. Uma viagem também pelo pensamento de
Édouard Glissant, dividida em temáticas diferentes, que traz uma nova luz ao seu trabalho.
Poeta, filósofo e romancista Édouard Glissant (1928-2011), francês nascido na
Martinica, é um dos principais pensadores contemporâneos no universo da crioulização, da diversidade e da identidade cultural. Desenvolve as teorias da Poéticada Relação e de Todo-Mundo (Tout-Monde), nas quais o conceito de “relação” vem desconstruir a ideia de identidades fixas e unitárias, na defesa de uma nova dimensão da identidade na relação, um processo aberto interdependente, um sistema relacional que produz novas identidades, que acredita e valoriza a diferença e o direito à opacidade, sua e dos outros, reverso da mundialização uniformizante, um encontro onde despertamos o imaginário do mundo no outro.
Édouard Glissant é uma daquelas vozes excecionais que iluminam ou perturbam o trabalho e o pensamento daqueles que o cruzam pelo livro ou pela poesia. Nesta biografia intelectual, Manthia Diawara traça o perfil de Édouard Glissant e do seu conceito de Todo-Mundo. Uma voz que irá marcar o século XXI.
| Assistente de Produção na Martinica Danielle Nollet | Música Jacques Coursil | Tradução
Christopher Winks
A RELAÇÃO PARA ALÉM DA TOLERÂNCIA
Mesa Redonda com Manthia Diawara, Miguel Vale de Almeida,
Manuela Ribeiro Sanches e José António Fernandes Dias
22h00 CAIXA PRETA, um espectáculo de André e. Teodósio com Diogo Bento
Performance
“Tem o tempo a sua ordem já sabida; O mundo, não.” Camões
É com frequência que quem se dedica à aventura acabe por ir de encontro ao pior da experimentação.
Que afinal de contas o tempo dispendido em construção poderia ser inversamente calculado como anos andados à deriva.
Foi o que aconteceu a este ‘descobri dor’ que deu à costa na pior das manifestações do homem: uma caixa preta só comparável ao mercado dos escravos de Lagos. A convite do AFRICA.CONT, eis a minha homenagem a Édouard Glissant.
Porque a caixa preta é também a caixa negra onde se visualizam os acidentes do percurso da humanização.
Um espectáculo de André e. Teodósio | Interpretação Diogo Bento | Produção
Cristina Correia | Co-Produção AFRICA.CONT/CML e Teatro Praga
PARA ALÉM DA TOLERÂNCIA
[BEYOND TOLERANCE]
INSTITUT FRANÇAIS DU PORTUGAL | 25th October | 7 pm – 11 pm
“In the current panorama of the world, the main question is to know how to be oneself without suffocating
the other, and how to open oneself up to the other without asphyxiating oneself.”
(E. Glissant, Introduction à une Poétique du Divers, 1996)