“Melhor Há-de Vir”, exposição de Marianne Keating na Rampa I PORTO

A RAMPA, em colaboração com o Cork Printmakers, Irlanda, apresenta “Melhor Há-de Vir”, uma exposição da artista Marianne Keating. “Melhor Há-de Vir” reúne um conjunto de filmes realizados nos últimos anos, exibidos pela primeira vez em Portugal. A exposição é comissariada por Miguel Amado, diretor do Cork Printmakers.


Marianne Keating é uma artista irlandesa residente em Londres. Obteve um mestrado no Royal College of Art e é aluna de doutoramento na Kingston University, também em Londres. A sua exposição individual mais recente, “The Ocean Between”, realizou-se na Crawford Art Gallery, em Cork, Irlanda, em 2019. Recentemente, também participou em exposições coletivas como a Bloomberg New Contemporaries, South London Gallery, Londres (2018); “Arrivants: Art and Migration in the Anglophone Caribbean World”, Barbados Museum and Historical Society, Bridgetown, Barbados (2018); e “Between Us And”, EMBASSY, Edimburgo, Escócia (2018).

Marianne Keating aborda a relação entre a Irlanda e as Caraíbas no contexto do Império Britânico e da atualidade. Na exposição “Melhor Há-de Vir”, a artista explora a história amplamente desconhecida da diáspora irlandesa na Jamaica, iniciada no âmbito da economia de plantação da país.

Marianne Keating, Landlessness  2017 Fotografia de Jed NiezgodaMarianne Keating, Landlessness 2017 Fotografia de Jed Niezgoda
Keating analisa a vaga de emigração da Irlanda para a Jamaica, então colónias britâncias, que ocorreu entre 1835 e 1842, após a abolição da escravatura. As dificuldades económicas sentidas pela maioria dos irlandeses sob domínio britânico propiciaram um terreno fértil ao recrutamento de uma nova força de trabalho para as herdades das Caraíbas, que sofriam com a falta de força de trabalho provocada pela libertação das pessoas Africanas escravizadas.
Os colonos britânicos sujeitaram os irlandeses a um regime de indentura, um contrato que vinculava um trabalhador a um empregador durante um determinado período, pressupondo a ausência de salário em troca de viagem, abrigo e alimentação. Keating também examina o legado contemporâneo do estabelecimento dos irlandeses na Jamaica, considerando temas como a crioulização e o sistema político pós-independência.
Os filmes de Keating agregam uma variedade de materiais de arquivo (incluindo documentos governamentais e fotografias), imagens “encontradas” e extratos de fontes escritas (de ensaios sociológicos a artigos de jornal) com os seus próprios registos em vídeo, entrevistas e notas de investigação. A artista utiliza o texto como legenda ou voz-off para complementar a imagem e o som, sobrepondo camadas de informação para ampliar os pontos de vista apresentados.Marianne Keating, Better Must Come A New Jamaica, 2019, Crawford Art Gallery, 2019 Fotografia Jed NiezgodaMarianne Keating, Better Must Come A New Jamaica, 2019, Crawford Art Gallery, 2019 Fotografia Jed Niezgoda

16.10.2019 | par martalanca | Irlanda, Marianne Keating, Rampa