Simpósio "Memórias e Narrativas (Pós) Coloniais I Mindelo

Mindelo 24 e 25 de março 2022


Programação

Dia 24 de março

9h abertura por João Branco e Marta Lança

9h 30 - 10h 10 Marta Lança - editora e programadora cultural. “Processos de memorialização e falsos consensos.”

10h 15 - 10 h55 Gisela Casimiro - artista e escritora. “O Museu e eu: cápsula do tempo sobrevivido.”

11h -11h40  Celeste Fortes - antropóloga e professora.  “Trabalho intelectual no feminino: da busca pelo brancoportencimento ao vozativismo do feminismo negro.”

DEBATE até as 12h30

Dia 25 de março

9h 5- 9h 45 João Pedro George - escritor e sociólogo. “Revivalismo pós-colonial e produção literária.”

9h 55 - 10h 35 António Tavares - coreógrafo e agente cultural.  “CONTRA_danca. Um corpo enfermo.”

10h 40 às 11h 20 José J. Cabral - escritor e investigador. “Destapando um dos Tarrafais do império.”  

DEBATE até às 12h30

Depois do primeiro passo com o Maio Doc em dezembro, que trouxe  visualidades e distintas abordagens ao tema do colonialismo, apresentamos dois dias de intervenções e debates que desvelam mais leituras a partir do período colonial, os seus meandros e impactos.

As intervenções para debate provêm de investigadores e artistas portugueses e cabo-verdianos, que trazem uma grande diversidade de perspectivas:

O escritor e investigador José Cabral destapa a história sombria de um dos Tarrafais do Império, S. Nicolau: “Com teses e dissertações publicadas, é sobejamente conhecida a fase da deportação para Cabo Verde a partir de 1936 (Tarrafal de Santiago); o mesmo não acontece com a fase anterior, iniciada em 1931, na sequência da Revolta da Madeira, em que, depois de breve estadia num lazareto na Praia, os deportados são enviados para o “Campo de Concentração de Presos Políticos em São Nicolau”, servindo-se do edifício do ex-semanário, mais tarde ampliado com a edificação um outro campo em Tarrafal, na mesma ilha: Notórios português (precursores do 25 de abril 1974, no dizer do Dr. Mário Soares),  que passaram por lá, permanecem no anonimato, e suas histórias e legado, a carecer de exumação.”

José Cabral José Cabral Celeste FortesCeleste Fortes

António TavaresAntónio TavaresGisela CasimiroGisela Casimiro

A escritora e artista Gisela Casimiro, na apresentação “O Museu e Eu: Cápsula do tempo sobrevivido” cria um diálogo entre o seu trajecto artístico e militante e o de outros artistas negros da diáspora, à luz de acontecimentos recentes que marcaram a sociedade, a luta antiracista e a forma como a literatura e a arte têm lidado com os mesmos.  

A antropóloga e professora Celeste Fortes aborda o Trabalho intelectual no feminino: “Num dos armários do meu corpo em libertação, estavam escondidos vários desejos. Um deles era o de conhecer a minha história. O amor-próprio exige que falemos de nós. Mas como, se não conhecemos a nossa história? Como, se filhas do silêncio e removidas da história – masculinizadas na voz e nos protagonistas exclusivos –  não conseguimos transpor as barreiras do silêncio e vencer as amarras da história única.  No meu país, as mulheres são vítimas do esquecimento coletivo e da história oficializada. ”

O bailarino e coreógrafo António Tavares avança com uma ideia de CONTRAdança: “É neste corpo enfermo, aprisionado nas grilhetas da dúvida, da culpa, do castigo e do medo, que está alojado essa multa ou contradança…”

O escritor e sociólogo João Pedro George “Revivalismo Pós-colonial e produção literária” explica como a história dos 15 anos anteriores à queda do domínio colonial português (1960-1975) se  tornou “recentemente objeto de uma tendência revivalista na produção de obras literárias de grande sucesso comercial. Manifestação social, política e comercial da nostalgia de muitos portugueses em relação ao estilo de vida nas ex-colónias, este revivalismo tem sido instrumentalizado por estruturas empresariais altamente profissionalizadas — conglomerados editoriais —, através de uma mistura de intensidade emocional, informações históricas parciais e simplificadas e glorificação de um passado nacional coletivamente significativo.”

A editora e programadora cultural Marta Lança aborda práticas de memorialização do colonialismo. “Como se efetiva o processo de fixar o passado, por vezes traumático e violento, como se tem questionado e como se pode produzir novas memórias trazendo novas visibilidades. Falaremos de lugares, atos de memória e transmissão da História revisitando as controvérsias de algumas políticas de memória atráves de práticas culturais: memoriais, museus, toponímias, práticas artísticas e vestígio nas cidades. Defendemos a memorialização como processo de constante resignificação da memória, enquanto ação que se dá no presente e se articula às políticas atuais.”

Coorganização Centro Cultural Português e BUALA 

João Branco e Marta Lança 

22.03.2022 | par Alícia Gaspar | Centro Cultural portugues, Mindelo, pós-colonialismo, simpósio

IV Simposium Internacional EDiSo 2019 – “Vozes, silêncios e silenciamentos nos estudos do discurso”

Convidamos investigadores, doutorados, doutorandos, mestres, e outros profissionais e activistas,  a propor uma comunicação (máx 20 mins de apresentação) para dois painéis que estamos a organizar entre junho e julho de 2019.

A) Um primeiro painel sob o título”(Des)Encontros linguísticos: que invisibilidades e silenciamentos entre as populações negras na Europa?”

Este painel pretende estimular a discussão e reflexão sobre o papel dos investigadores em termos de trabalho conceptual e metodológico sobre diversidade linguística na Europa, com foco particular nas populações negras.

Aceitam-se propostas de comunicação  em português, inglês, cabo-verdiano, espanhol e galego, até ao final de janeiro de 2019, a submeter aqui e para Raquel_Matias@iscte-iul.pt

Este painel surge integrado no IV Simposium Internacional EDiSo 2019 – “Vozes, silêncios e silenciamentos nos estudos do discurso” que terá lugar em Vigo entre 5 e 7 junho 2019.

+ info sobre o Simpósio, e todos os 18 painéis previstos (o nosso é o painel n.º9, página 8):

https://www.edisoportal.org/attachments/article/1362/EDiSo_2019_Resumen_Sesiones.pdf

E aqui

B) Um segundo painel  sob o título “Decolonising knowledge: African and European linguistic (dis)encounters”

Este painel pretende estimular a discussão e reflexão sobre o trabalho histórico e atual de diversas disciplinas sobre diversidade linguística na Europa, com foco particular nas populações negras.

Aceitam-se propostas de comunicação em inglês ou português até 28 de fevereiro 2019, a submeter aqui.

Este é um painel integrado na 7ª Conferência Bianual da Rede Afroeuropeans: “In/Visibilidades Negras Contestadas”, que irá decorrer em Lisboa (ISCTE - IUL) entre 4 e 6 julho de 2019.

+info: onde poderão ainda consultar a informação sobre todos os 34 painéis que vão ter lugar neste conferência.

O nosso painel surge integrado na linha temática da conferência: “Decolonising Knowledge on Black Europe, African Diaspora and Africa.” 

 

 

Ana Raquel Matias Professora Auxiliar Convidada/Invited Assistant Professor, Investigadora de pós-doutoramento/Postdoctoral research fellow at CIES-ISCTE-IUL (em português) 

16.01.2019 | par martalanca | simpósio

Para além da idade das luzes: mudanças sísmicas, imagética urbana

31 OUT 2018 QUA 10:30–18:00 Pequeno Auditório Entrada gratuita*

Um simpósio de um dia para abordar a relação ativa entre a prática fotográfica e a forma como a história das cidades se exprime no seu urbanismo, que culmina com a apresentação do artista curdo-iraquiano Hiwa K ao fim do dia. Tendo como referência a cidade de Lisboa e as reverberações culturais e sociais que, ainda hoje, ecoam do terramoto de 1 de novembro de 1755 – um acontecimento que despertou a imaginação de filósofos, pensadores e artistas por toda a Europa – conta com a participação de fotógrafos, artistas e pensadores ligados à geografia, à história e a outras ciências sociais. Identidade, pós-colonialismo, circulação de imagens, pessoas e culturas, a visibilidade e invisibilidade das populações imigrantes no urbanismo e o quotidiano da cidade são os temas em debate. 

Este simpósio integra o programa Cities of Light organizado pela Urban Photographers Association (UPA) que se realiza em 2018 em várias cidades europeias.

PARTICIPANTES

Hiwa K, Victor Jeleniewski Seidler, Ana Cristina Araújo, Paul Halliday, David Kendall, Kiluanji Kia Henda, António Brito Guterres, Stefano Carnelli, Álvaro Domingues, Mónica de Miranda, Liliana Coutinho, Susana S. Martins, Carla de Utra Mendes, Ana Balona de Oliveira, Susana de Sousa Dias

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29.10.2018 | par martalanca | simpósio, urbanização