LÍNGUA FRANCA performances de Vanessa Fernandes e Ivo Reis I Alexandre Diaphra

Para além do BAILE BREGA, a contribuição de Rogério Nuno Costa para o GTM - Gaia todo um mundo (Fórum Internacional de Gaia) estendeu-se à criação de um laboratório experimental de interseção entre as artes visuais, a literatura, a performance e os estudos pós-coloniais. Intitulado LÍNGUA FRANCA, o projeto propõe a criação e a apresentação de duas performances, em regime de encomenda, da autoria de dois artistas Portugueses afro-descendentes (Vanessa Fernandes, dia 18, e AF Diaphra, dia 19) cujas práticas artísticas se desenvolvem em torno da relação da performance com o corpo e a palavra. O laboratório propõe questionar as políticas de visibilidade, os lugares de fala, a memória colonial, o feminismo, as políticas da memória, a história biopolítica e o papel preponderante da Língua na construção de hegemonias colonialistas. As duas performances convocam leituras anti-colonialistas, anti-racistas, anti-sexistas e anti-classistas, ao mesmo tempo revelando a forma como essas questões estão a ser trabalhadas por artistas negros em Portugal. Ambas as peças serão apresentadas na Sala Jorge de Sena da Biblioteca Municipal de Gaia, seguidas de conversa moderada por Marta Lança, investigadora do Buala.
#línguafranca #figaia2019

Chumbo e Algodão, apresentado por Espetro Visível de Vanessa Fernandes e Ivo Reis (@Capitão Igo)

QUARTA, 18 de setembro I SALA JORGE DE SENA, BIBLIOTECA MUNICIPAL DE GAIA |  19H00 I 2’

Uma performance que recorre à dança, à arte digital e à ideia de uma teia formada por estes dois materiais para tecer uma narrativa fragmentada da história de um corpo inventado, um híbrido transladado entre viagens, dissecado, plurilinguístico e transcultural que se reivindica universal e intemporal.

Alexandre Diaphra foto de Tiago MayaAlexandre Diaphra foto de Tiago Maya

Caixa Preta #GoDTM performance audiovisual de AF Diaphra. Nasce de um tema chamado Negreiro Espacial cuja premissa é “assim como a luz a verdade também encadeia. vê-te livre.” Caixa Preta é o blueprint deste tema/texto e disseca o que está a ser dito no Negreiro Espacial. O Negreiro despenhou-se e foi encontrada uma Caixa Preta que nos dá acesso aos dados. A intenção é a de inspirar as pessoas a experimentarem outras dimensões de si mesmas, elevarem-se acima do lodo dos ismos e dos conceitos e procurarem algo fora deste lugar onde nos encontramos, que diga algo mais sobre nós. Cada vez mais é as pessoas estão apaixonadas pelas lutas sem nunca se terem confrontado consigo mesmas profundamente. As lutas vêm cada vez mais de um lugar de crenças e querenças histórias que nos foram contadas ou de crenças compradas, e não de saberes. São uma forma de consumismo, todos queremos “a minha agenda”, como na primária. Não temos senso de autoridade e damos autoridade a quem não tem senso de si nem de nós, não somos humildes e acusamos o ego. Uma serie de contradições. Há muita coisa que sinto estar ao contrário do que pensamos e gostava que tomássemos um tempo a ponderar algumas coisas de outros ângulos. A dura batalha em saber afinal quem somos nós. 

Alexandre Francisco Diaphra é um reconhecido beatmaker, MC e artista multimédia Português, com ascendência angolana e guineense. O seu trabalho pluridisciplinar mistura os ritmos da África Ocidental com a poesia, o jazz e o hip hop, em performances psicadélicas que misturam a palavra dita, rap’ada e cantada. A partir do projeto de performances interativas intitulado #FolhasBrancas, AF Diaphra criou um trabalho inédito propositadamente para o FIGaia.

QUARTA, 19 de setembro I SALA JORGE DE SENA, BIBLIOTECA MUNICIPAL DE GAIA |  19H00 I 2’

 

18.09.2019 | par martalanca | Alexandre Diaphra, FiGaia, Língua Franca, Vanessa Fernandes