Só Chove e é Rápido, de Francisco Tavares

Só Chove e é Rápido é uma criação de Francisco Tavares sobre uma viagem de carro com os olhos fechados, maquilhagem borrada, um anão com saudades do passado, um smartphone com um notch demasiado grande, a magia da Via Verde, a aversão nacional ao bom isolamento, as fantásticas instalações do Hospital da Luz, o estado da prostituição na Tailândia, uma morte e um AVC num funeral.
- Um espectáculo com Francisco Tavares e Francisco Vistas, sem Joana de Verona, David Almeida, Leonor Keil, um homem cego -
“Sentei-me na plateia. O autor entra em cena e faz uma introdução onde explica a razão da peça ser um monólogo tendo ela tantos personagens. A questão que se prende é “o que fazer quando há que fazer, mas não há forma de o fazer?” Fica o fazer. De alguma forma. De qualquer forma. Tem de ser feito. O Universo é o da construção sob a ameaça do tempo e do efémero.  Acontecimentos marcantes colados à realidade do trivial. Os personagens vão aparecendo, cada um a seu tempo. Todos ao mesmo tempo. É uma pessoa que os mostra, sem recurso a nada, sem artifício. Cada qual com a sua estranheza. Cada qual com a sua vida. E à superfície da asfixia, dança um discurso de acasos que tenta, a par com o insólito, gerar um certo tipo de alegria naqueles que observam. Naqueles que veem.” Francisco Tavares 90 m. M/16 .
Entrada gratuita mediante disponibilidade de lugares
Texto e encenação: Francisco Tavares
Interpretação: Francisco Tavares e Francisco Vistas
Um espectáculo sem: Joana de Verona, David Almeida, Leonor Keil, um homem cego
Assistência de encenação: Francisco Vistas
Figurinos e ilustração: Susana Moura
Sonoplastia: Francisco Vistas
Apoio psicológico: Ana Gandum
Com o apoio de: Teatro do Bairro / Ar de Filmes
De terça a sábado- 21h30 | Domingo 17h00
Entrada gratuita mediante disponibilidade de lugares
Reservas e informações:
21 347 33 58 ou 91 321 12 63 (15h00 - 19h00)
Agradecimentos: António Pires, Alexandre Oliveira,IFICT, Michell, Espaço Zero, Elsa Valentim, Patrícia Vasconcelos, Act – Escola de Actores, Jaime Freitas

04.12.2019 | par martalanca | teatro

Desenterrando Memórias

Sete artistas e profissionais da cultura servem-se de um método curatorial cooperativo para analisar legados coloniais que afetam as condições contemporâneas na cidade do Porto, na Rampa, a partir de dia 6/12.

 
A Primeira Exposição Colonial Portuguesa ocorreu há 85 anos nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto. Contudo, as forças económicas, culturais e políticas atuais ainda sustentam, cimentam e replicam algumas ideologias que foram fundamentais ao regime autoritário associado à Exposição Colonial.
 
Fragmentos do passado têm a capacidade de reiterar e incorporar memórias coletivas, constituindo uma cultura visual que marca a contemporaneidade. As relíquias coloniais (por exemplo, monumentos públicos, nomes de ruas, selos postais, souvenirs, medalhões, murais, coleções de museus e arquivos nacionais) são testemunhos controversos que narram perspectivas imperialistas e obscurecem a multiplicidade de relações de poder, encontros culturais e experiências pessoais.
 
O InterStruct Collective examina esses mesmos objetos que utiliza como catalisadores para acrescentar camadas de complexidade às narrativas e desvelar histórias, buscando restaurar o poder de indivíduos colonizados no passado e marginalizados no presente.
 
Objetos e subjetividades pós-coloniais são examinadas e o olhar incorporado nesses objetos é devolvido por meio de colaboração coletiva e interdisciplinar. A práxis artística é utilizada como uma plataforma reflexiva para nutrir realidades futuras. Esta exposição analisa criticamente os legados coloniais e enquadra o imaginário atual, composto por memórias, ruínas e lembranças no contexto do Porto.
 
A exposição é acompanhada por uma caminhada crítica pelos Jardins do Palácio de Cristal: “Unearthing memories - exploring contemporary conditions and formulating possible futures”, organizada em parceria com o coletivo MAAD - Mulheres, Arte, Arquitetura & Design, no âmbito do programa Satellites, da Porto Design Biennale.
Vijay Patel, Invisível, 2019 digital print, dimentions variableVijay Patel, Invisível, 2019 digital print, dimentions variable

O Coletivo InterStruct visa fomentar um diálogo em torno do interculturalismo, proporcionando uma plataforma discursiva onde pessoas de diferentes origens culturais podem colaborar, propor intervenções e encenar projetos artísticos de importância social. Este fórum valoriza a inclusão, e incentiva a empatia e a autorreflexão como base para interromper ideologias e estereótipos adversos. O nome InterStruct é composto por dois elementos: o prefixo inter significa “entre”, e o radical struere, em Latin, significa “construir” ou “montar”. Mesclar esses termos ressalta a importância dos processos construtivo e desconstrutivo durante a criação.

Odair Monteiro, 'Escadas', Impressão digital, 2019, 60 cm x 90 cmOdair Monteiro, 'Escadas', Impressão digital, 2019, 60 cm x 90 cm

Melissa Rodrigues e Miguel F, Mediterrâneo, 2019. Vídeo, som, 3'23.Melissa Rodrigues e Miguel F, Mediterrâneo, 2019. Vídeo, som, 3'23.

04.12.2019 | par martalanca | colonialismo, fotografia, memória, Rampa, video

Colóquio Internacional Oceano Índico: Circulações e Representações

Fundação Calouste Gulbenkian, sala 1 (zona de Congressos), 5-6 Dezembro 2019, 9h Tradução simultânea para o português e inglês. Entrada gratuita

Comissão Organizadora:
Ana Mafalda Leite (FLUL-CESA)
Joana Pereira Leite (CESA/ISEG)
Jessica Falconi (CESA/ISEG)
Elena Brugioni (IEL/UNICAMP e CESA)
Giulia Spinuzza (CESA/ISEG)
Instituição Proponente:
CEsA/CSG, ISEG, Universidade de Lisboa
Evento realizado no âmbito do Projecto NILUS-Narrativas do Oceano Índico no Espaço Lusófono, financiado pela FCT (PTDC/CPC-ELT/4868/2014) e coordenado pela Professora Ana Mafalda Leite (CEsA/CSG e FLUL)

O evento, inédito em Portugal, propõe-se reunir professores, investigadores, escritores, poetas e artistas de diversas áreas do Oceano Índico.

Objectivo do Colóquio é:

- reflectir sobre as representações e circulações culturais no Oceano Índico 

- fortalecer a colaboração académica, cultural e artística internacional no quadro dos Indian Ocean Studies.

PROGRAMA
5 de Dezembro

9h Abertura
9h30-10h30 - Conferência de Abertura: “Coolitude, quand l’engagisme réécrit l’océan Indien et l’Histoire en résistances et créativités incessantes” Khal Torabully (Maurícias e França)
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10h45-12h15 - Painel Circulações no Oceano Índico
“Literatura de viagens e matriz colonial na periferia do oceano Índico. De Moçambique a Timor” Manuel Lobato (FLUL, Portugal)
“Pela voz das mulheres. Nação e nacionalismo na Índia portuguesa” Rosa Maria Perez (CRIA, ISCTE, Portugal)
“Conceptualização, imaginação e experiência do Índico na imprensa goesa: um inquérito” Sandra A. Lobo (CHAM, FCSH, Portugal)
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14h-15h30 - Narrativas do Oceano Índico no Espaço Lusófono
“O projecto de investigação NILUS” Apresentação: Giulia Spinuzza e Jessica Falconi (CEsA/CSG, ISEG-ULisboa, Portugal)
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16h-18h - Diálogos literários do Índico
16h-17h Sessão I João Paulo Borges Coelho (Moçambique) e Barlen Pyamootoo (Maurícias)
17h-18h Sessão II Luís Carlos Patraquim (Moçambique) e Khal Torabully (Maurícias e França) 

6 de Dezembro
9h-10h - Conferência Plenária / Keynote 2 “Ficções do Índico Moçambicano” João Paulo Borges Coelho (Moçambique)
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10h30-12h - Painel Representações do Oceano Índico e debate
“Moving frames and circulating subjects: photographic reflections on Indian Ocean Africa” Meg Samuelson (University of Adelaide, Australia)
“Moving Still: Bicycles in Ranchhod Oza’s Photographs of 1950s Stone Town (Zanzibar)” Pamila Gupta (WISER, WITS University, South Africa)
“Crossing frontiers: the writings, collections and travels of a Bombay scholar and doctor (1860-1900)” Filipa Lowndes Vicente (ICS, ULisboa, Portugal)
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14h-15h – Diálogos literários do Índico
Jessica Faleiro (Goa, Índia) e Luís Cardoso (Timor-Leste)
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15h-16h Lançamento da Antologia de Textos Teóricos em Português sobre o Oceano Índico
Lançamento do website NILUS _____________

16h30-17h30 – Conferência de Encerramento
“I am an Ocean Artist” Subodh Kerkar (Goa, Índia)

02.12.2019 | par martalanca | colóquio, Oceano Índico