IV Mostra de Cinema Olhares Sobre Angola, Hangar I LISBOA

GERAÇÃO 80GERAÇÃO 80

A Mostra de Cinema OLHARES SOBRE ANGOLA regressa nos dias 25 e 26 de Outubro de 2017 para a sua IV edição. Depois do sucesso das últimas edições, com várias sessões esgotadas, Olhares Sobre Angola volta desta vez para um dos mais interessantes espaços culturais da cidade de Lisboa, o HANGAR – Centro de Investigação Artística. Com uma programação integralmente dedicada ao trabalho da produtora angolana GERAÇÃO 80, a edição da mostra deste ano permitirá ao público português conhecer novos trabalhos e autores deste país.

No dia 25 de Outubro, às 19h, iniciamos com uma sessão especial de homenagem à produtora, intitulada “A Nossa Geração”, que é uma selecção das melhores produções várias da Geração 80: videoclipes, vídeos experimentais e até making off’s, realizadas pela produtora nos últimos anos em Angola.

Na sessão das 21h de dia 25 de Outubro, exibimos o seu trabalho mais emblemático, o documentário Independência, do realizador Fradique (Mário Bastos), de 2015. Documentário que parte de memórias da situação colonial em Angola, revelando os passos iniciais da luta de libertação percorrendo alguns dos seus principais cenários. Além de Kamy Lara, estará para conversa com o público no final da sessão o sociólogo Manuel Dias dos Santos.

26 de Outubro, às 19h, uma sessão de curtas metragens seleccionada pela equipa da GERAÇÃO 80. Desde a primeira curta multipremiada Alambamento de Mário Bastos, até a novas propostas de Ery Claver e do premiado fotógrafo Kiluanji Kia Henda.

Às 21h de 26 de Outubro, terá lugar uma sessão aberta a debate com o novo documentário de Rui Sérgio Afonso “Do Outro Lado do Mundo”. Projecto vencedor do Concurso Nacional do programa DOCTV CPLP em Angola, é um documentário que fala das relações humanas contemporâneas derivadas do intercâmbio entre Angola e a China.

Durante os 2 dias de apresentação da mostra, contaremos nas sessões com a presença de Kamy Lara, realizadora e directora de fotografia da Geração 80, para conversar com o público. sessões gratuitas.

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19.10.2017 | by martalanca | cinema angolano, geração 80

GRADA KILOMBA, exposição "The Most Beautiful Language" I LISBOA

The Most Beautiful Language é a primeira grande exposição individual de Grada Kilomba, que traz a sua prática transdisciplinar e singular de dar corpo, voz e imagem aos seus próprios textos, usando num único espaço a instalação de vídeo, a leitura encenada, a performance, a colagem de texto e a instalação de som.

Sendo-lhe muitas vezes dito que o seu idioma materno é “a língua mais bela”, a artista portuguesa questiona: quais são os corpos que podem representar esta língua? E quais são as “línguas” que estes corpos falam?

Com uma beleza intensa e precisa, Kilomba explora não apenas os desejos coloniais e as contradições das narrativas dominantes, como também desvenda um espaço recheado de novas linguagens. Linguagens, que revelam as vozes urgentes de um passado e presente reprimidos; e que se opõem ao que a artista chama uma “dupla ignorância”: não saber, e não ter que saber.

Com curadoria de Gabi Ngcobo, a exposição apresenta novos corpos de trabalho que combinam uma variedade de formatos e géneros, levantando questões fundamentais sobre falar, silenciar e ouvir, numa sociedade pós-colonial. Para Kilomba, “the most beautiful language” é a língua que fala da própria realidade silenciada.

O trabalho de Grada Kilomba vai estar em exibição, simultaneamente e pela primeira vez no seu país de origem, em duas instituições – na Galeria Avenida da Índia/EGEAC-Galerias Municipais com The Most Beautiful Language e no MAAT-Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, com Secrets to Tell - o que, incluindo diferentes corpos de trabalho, cria um diálogo entre os dois espaços expositivos. Reflexões sobre o seu trabalho terão lugar em conversas no Teatro Maria Matos e no Hangar.
Exposição individual
Curadoria: Gabi Ngcobo | Produção Criativa: Moses Leo
27 Outubro 2017 - 4 Março 2018
Galeria Avenida da Índia  
Avenida da Índia, 170 – Belém
1400-207 LISBOA
Terça a Sexta-feira, 10h-13h/14h-18h
Sábado e Domingo, 14h-18h
Última admissão: 30 min antes da hora de encerramento
Entrada gratuita

19.10.2017 | by martalanca | Grada kilomba, The Most Beautiful Language

Entrega das Assinaturas: Campanha por outra Lei da Nacionalidade

Convida todas e todos para o Ato Simbólico de Entrega das Assinaturas no próximo dia 19 de outubro (5.º feira) às 16h30 na Assembleia da República.
Ao longo do último ano mais de 40 coletivos e associações colaboraram nesta campanha que procura alterar uma injustiça histórica que deixa milhares de pessoas sem a nacionalidade portuguesa. Embora tenham nascido em Portugal, crescido em Portugal, trabalhado em Portugal, muitas pessoas não têm os mesmos direitos, as mesmas liberdades e garantias que os restantes portugueses. Desde 1981, com a Lei n.º 37/81, o princípio de jus sanguinis (direito de sangue) tem vedado o acesso a milhares de pessoas à nacionalidade portuguesa. Apenas exigimos o que é devido: que todos os que nasçam em Portugal tenham os mesmas direitos e oportunidades, independentemente da situação dos pais.
A Campanha desenvolveu vários atos de sensibilização e consciencialização junto das pessoas através de eventos culturais, de debate e também por meio da recolha de assinaturas. Esta injustiça, durante tanto tempo invisibilizada, começa agora a ganhar outra dimensão, tendo a Campanha cumprido um papel decisivo. Conseguimos fazer com que a injustiça da atual lei da nacionalidade fosse debatida tanto nos espaços mais formais de discussão política, como a Assembleia da República, como nos espaços mais informais: associações culturais, universidades, bairros da periferia.
Apesar de já termos ultrapassado o número mínimo de assinaturas, o que revelou um forte envolvimento de inúmeros coletivos, associações e personalidades da sociedade portuguesa, sabemos que não basta entregar as assinaturas para resolver este problema. É preciso continuar o debate, é preciso pressionar as instituições e organizações políticas, é preciso mobilizar e mostrar que a maioria da população está contra esta divisão entre cidadãos de 1.ª e de 2.ª categoria.
É por isso que reiteramos o apelo para que participem na campanha, falem com os vossos familiares, amigos, colegas e estejam presentes no dia 19 de outubro a partir das 16h30 na Assembleia da República. Neste dia haverá teatro, performance, recitações de poesias e um microfone aberto a todas e todos que se queiram pronunciar.
Não descansaremos enquanto existirem restrições ao acesso da nacionalidade! Porque QUEM NASCE EM PORTUGAL É PORTUGUÊS, PONTO FINAL !!!

13.10.2017 | by martalanca | Campanha por outra Lei da Nacionalidade

Allen Isaacman no ICS

No dia 18 de Outubro próximo o historiador norte-americano Allen Isaacman irá apresentar no ICS-UL a sua pesquisa mais recente, num seminário intitulado: “Invisible Histories: Clandestine Migration from Mozambique to Zimbabwe 1900-2000”.

Allen IsaacmanAllen IsaacmanTrabalhando sobre a história de Moçambique, Isaacman é um dos mais importantes investigadores do colonialismo português nos séculos XIX e XX. Ao longo da sua obra, parcialmente escrita em conjunto com Barbara Isaacman, Allen Isaacman oferece uma visão historiográfica fundadora sobre a sociedade moçambicana. Analisa as estruturas políticas e sociais africanas, o processo de ocupação colonial portuguesa, as principais características do seu modelo colonizador e o modo como afetou a vida das populações . O seu livro sobre a cultura forçado do algodão  (Cotton is the Mother of Poverty:  Peasants, Work and Rural Struggle in Colonial Mozambique 1938-1961) é um dos melhores exemplos deste trabalho historiográfico. Apoiante da luta pela libertação do território, Issacman envolveu-se pessoalmente na formação da nova nação moçambicana.

Nas suas obras, que listamos à frente, há uma preocupação constante com a realização de uma historiografia preocupada com os processos no terreno, nomeadamente com a intenção de trazer para o primeiro plano da análise historiográfica as práticas, expectativas e visões do mundo das populações locais.

Livros publicados

Mozambique: The Africanization of a European Institution, The Zambezi Prazos, 1750-1902 (University of Wisconsin Press, June 1972)

The Tradition of Resistance in Mozambique: The Zambezi Valley, 1850-1921  (Heinemann and University of California Press, 1976)  Translated into Portuguese in 1979.

A Luta Continua: Creating a New Society in Mozambique (Fernand Braudel Center, SUNY, 1978)

Mozambique: From Colonialism to Revolution: 1900-1982 (Westview Press, 1983), written jointly with Barbara Isaacman

Confronting Historical Paradigms: Peasants, Labor, and the Capitalist World System in Africa and Latin America, Co-authored with Fred Cooper, Florencia E. Mallon, Steve J. Stern, and William Roseberry (University of Wisconsin Press, 1993)

Cotton is the Mother of Poverty:  Peasants, Work and Rural Struggle in Colonial Mozambique 1938-1961 (Heinemann, 1996)

Slavery and Beyond: The Making of Men and Chikunda Ethnic Identity in the Unstable World of South Central Africa, 1750-1920 (Heinemann, 2005), written jointly with Barbara Isaacman. Translated into Portuguese published 2009 in Mozambique.

Dams, Displacement, and the Delusion of Development: Cahora Bassa and Its Legacies in Mozambique, 1965-2007  (Ohio University Press, 2013), written jointly with Barbara Isaacman. Translated in to Portuguese and  to be published Fall 2016 by the Universidade Eduardo Mondlane Press

12.10.2017 | by martalanca | Allen Isaacman, ics, mozambique

Serviçais, a vida dos trabalhadores contratados nas Roças I STP

Estreou o segundo documentário realizado no âmbito do projecto ROÇAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, criado por Nilton Medeiros e Magdalena Bialoborska. Através de uma polifonia de vozes, o filme Serviçais debruça-se sobre a vida dos trabalhadores contratados que vieram para as roças de cacau e café em São Tomé e Príncipe.
Nos finais do século XIX, depois da introdução do café e do cacau, a abolição da escravatura obrigou os colonos portugueses a contratação de mão-de-obra de Angola, Moçambique e Cabo Verde, que abriria caminho para o trabalho forçado. Esses trabalhadores contratados, chamados também de serviçais, viviam separados da população local. As suas vidas limitavam-se ao trabalho árduo nas plantações.
Com a independência do país e a nacionalização das roças em 1975, o novo estado independente concedeu a plena cidadania e direitos iguais a todos os habitantes.
Passados mais de meio século desde a chegada dos últimos serviçais cabo-verdianos, as antigas barreiras coloniais não desapareceram completamente. Muitos ex-serviçais e seus descendentes ainda vivem à margem da sociedade, remetidos ao seu destino nas roças onde tentam encontrar o seu sustento.

Projeto:
Roças de São Tomé e Príncipe do passado ao presente… que futuro?
Concebido por Nilton Medeiros e Magdalena Bialoborska
Produção: Jerónimo Moniz, Magdalena Bialoborska e Victor Ulisses Avelino Pires
Locução: David João Jochua
Imagem e Montagem: Nilton Medeiros
Assistente de Imagem: Onildo de Guadalupe
Tradução Crioulo: Victor Ulisses Avelino Pires
Música
Filipe Santo
Blue Dot Sessions: album Aeronaut
David Szesztay: album Cinematic
Rocco Granata: album Works
Blue Dot Sessions: album Algea Fields
Blue Dot Sessions: album Bayou Birds
Blue Dot Sessions: album Crab Shack
Borrtex: album Courage and album Creation
All the albums available under Public License in Freemusicarchive.org
52 min
Apoio CST - Companhia Santomense de Telecomunicações | STP Airways  | Universidade Lusíada de STP
Website: https://www.youtube.com/channel/UCm8YVxX5il2TJCH5v0jfFwQ
https://www.facebook.com/projetorstp/
Contacto: projetorstp@gmail.com

06.10.2017 | by martalanca | roças, São Tomé e Príncipe

Fixando breve o momento – crónicas na Casa Fernando Pessoa

Ler as cidades em textos de jornal ou rádio.
A fechar o ciclo ibero-americano na Coelho da Rocha, nos próximos dias 13 e 14 de Outubro a Casa Fernando Pessoa recebe jornalistas do Brasil, Argentina e Peru para uma mesa-redonda e leitura dos seus textos com sonoplastia ao vivo – as últimas sessões de Fixando breve o momento são novamente sobre crónica.

Leila Guerriero e Graciela Mochkofsky (argentinas) juntam-se  a Julio Villanueva Chang (peruano) e Rafael Cariello (brasileiro). Adelino Gomes (Portugal) modera a conversa no dia 13 , sobre crónicas – e o mundo.  Fernando Mota faz a sonoplastia ao vivo no dia 14 a lembrar que a rádio também é  lugar para crónicas que começaram por ser escritas.
Há um modo de ler as cidades em que vivemos pelos textos de jornal e da rádio. A crónica leva ainda mais longe essa possibilidade de leitura e aproxima-se da poesia quando fixa, breve, o momento.
Fixando breve o momento é o programa sobre poesia e crónica, da Casa Fernando Pessoa para Passado e Presente – Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura. Ao longo deste ano, temos trazido a esta casa da literatura textos (poemas, crónicas) lidos em Português e Espanhol e convidamos os leitores para o encontro com quem os escreveu para falar sobre passado e presente.
+ infos : margaridaferra@egeac.pt | 927520879
Uma iniciativa da UCCI e da Câmara Municipal de Lisboa (Direcção Municipal de Cultura e EGEAC.

06.10.2017 | by martalanca | crónicas

Subjectividades Escravas nos Mundos Ibéricos (sécs. XV-XX)

2-3 de Julho de 2018 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL Call for papers PRAZO: 31 de Outubro de 2017

Coordenação:Ângela BARRETO XAVIER (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), Michel CAHEN (Casa de Velázquez‒ EHEHI/ Sciences Po Bordeaux), António CORREIA DA SILVA (Universidade de Cabo Verde), Cristina NOGUEIRA DA SILVA (Faculdade de Direito ‒ Universidade Nova de Lisboa).

Organização:Grupo Impérios, Colonialismo e Sociedades Pós-Coloniais ‒ Instituto de Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa/Casa de Velázquez ‒ École des hautes études hispaniques et ibériques, Madrid.

Localização: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal(www.ics.ul.pt)

Solicita-se a submissão de um resumo de 250 palavras, bem como o envio de uma breve exposição sobre os interesses de investigação e pesquisas atuais para: subjectividadesescravas@gmail.com

Calendário:

Prazo para a submissão de propostas (resumos): 31 de Outubro de 2017

Selecção de propostas e comunicação dos resultados aos participantes: 20 de Novembro de 2017

Pré-circulação de um resumo do paper aos comentadores:30 de Maio de 2018

Línguas de trabalho:Inglês, Português, EspanholInscrição é necessária (mais informação será dada brevemente)

Apresentação

Entre 1760 e 1860, na América do Norte e na Inglaterra, foram publicadas cerca de 70 narrativas de escravos, escritas na primeira pessoa. “Eu fui escrava, senti o que uma escrava sente, sei o que uma escrava sabe… Ouvi de uma escrava o que uma escrava sentiu e sofreu”, escreveu Mary Prince, em 1831, descrevendo desta maneira a sua condição de escravizada. Não surpreendentemente, este tipo de narrativas são lugares privilegiados (embora não únicos) para investigar as ‘subjetividades escravas’, i.e., a consciência que as pessoas escravizadas tinham da sua condição ‒nas palavras de Frederick Douglas, em 1845, “a minha condição miserável, sem remédio”. Juntamente com as entrevistas a antigos escravos e seus descendentes, estas narrativas ‒algumas das quais até retrataram a escravidão como uma instituição benigna ‒, são portas de acesso às ‘subjectividades escravas’, tendo suscitado, nas últimas décadas, o interesse da academia. Umas e outras também disponibilizam informação crucial para estudar a construção da memória pública da escravidão. As crenças religiosas, o mundo afetivo, as mundovisões, os modos de resistência, as experiências quotidianas, as memórias pós-escravidão, tornaram-se, dessa forma, mais acessíveis, especialmente para aqueles que estudam a escravidão do Caribe e da América do Norte, onde a maioria destes documentos foi produzida.Em contraste com a historiografia sobre esta dimensão da experiência das populações escravizadas no Atlântico Norte e no Caribe, é escassa a literatura que a estuda nos mundos ibéricos. De facto, as regiões e sociedades da Ásia, Oceânia, África e Américas que estiveram sob a dominação política e/ou cultural ibéricadesdeo século XV atéao séculoXX, bem como as regiões e sociedades que, desde o século XIX em diante, experimentaram uma condição pós-colonial, suscitaram menos estudos deste tipo. Uma das razões explicativas para esta escassez é a raridade de escritos de escravizados na primeira pessoa, quer narrativas, quer entrevistas. Será que esta ausência resulta das culturas políticas e das estruturas culturais que caracterizaram os mundos ibéricos e as suas formas de colonização? E quais são as diferenças que se podem identificar entre a experiência portuguesa e a experiência espanhola? Como é que esta discussão nos pode ajudar a comparar experiências nos, e para além,dos mundos ibéricos? A este primeiro conjunto de questões pode ser adicionado um segundo: Como é que os investigadores que trabalham sobre as formas ibéricas de escravidão, onde as narrativas de escravos na primeira pessoa são raras, podem aceder às suas experiências, aos seus pontos de vista, às suas vozes? Como é que se pode aceder à sua memória? Que fontes históricas e “arquivos” podem ser utilizados para reconstruir essas dimensões cruciais da história da escravidão?ObjectivosA conferência “Subjetividades Escravas nos Mundo Ibéricos (sécs. XV-XX)” tem como objetivo abordar estas questões e discutir as formas de estudar as experiências das populações escravizadas nos mundos ibéricos. Um conceito heurístico aberto, o de‘subjetividades escravas’ permite-nos entender as múltiplas formas através das quais as pessoas escravizadas se auto-percepcionaram dentro das estruturas da escravidão, individual e coletivamente, incluindo a maneira como manejaram, estrategicamente, a sua condiçãoescrava, do ponto de vista político, cultural, social e económico. Queremos identificar e analisar percepções, sentimentos, sonhos, medos, memórias, crenças, estratégias, utopias e distopias em contexto ibérico, bem como, tendo em conta as diferentes posições que os escravizados podiam ocupar, as suas auto-percepções identitárias. Mais do que abordagens clássicas das experiências de pessoas escravizadas, tais como as histórias tradicionais sobre revoltas de escravos, ou as das suas experiências tal como estas surgem descritas nas narrativas hegemónicas, pretendemosinstigar estudos sobre a sensibilidade e a consciência dos que foram escravizados, observar os processos históricos a partir dos seus pontos de vista, e as formas como os escravosse entendiam e se definiam. Assim sendo, convidamos os investigadores dos colonialismos ibéricos a abordar analiticamente estas múltiplas expressões da experiência escravanos territórios ibéricos (metropolitanos, coloniais e pós-coloniais), a partir de material empírico e de reflexões/propostas teóricas. A conferência tem dois grandes propósitos: por um lado, estimular o estudo das experiências de pessoas escravizadas como fenómeno histórico nas diferentes geografias e temporalidades dos colonialismos ibéricos, comparando-as com outros colonialismos (europeus e não-europeus). Por outro, reavaliar o potencial e as limitações do estudo dessas experiências nos mundos ibéricos, convidando os investigadores a pensar sobre as condições de produção de conhecimento sobre estas temáticas e sobre metodologias de análise alternativas.A conferência é multidisciplinar e pretende reunir historiadores, antropólogos, arqueólogos eoutros cientistas sociais e das humanidades. A par disso, encoraja uma análise comparativa em relação a diversos lugares e períodos históricos. Os estudiosos que trabalham a escravidão em qualquer situação histórica e localização espacial ibérica, do século XV ao século XX, são particularmente bem-vindos. Esperamos propostas de investigadores sénior, pesquisadores no início de carreira e estudantes de pós-graduação, que assentem sobre materiais empíricos, refletindo, ao mesmo tempo, conceptual e analiticamente, sobre as experiências e subjectividades das pessoas escravizadas relacionadas com os seguintes tópicos:

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05.10.2017 | by martalanca | conferência, escravatura

Um ciclo para reflectir o colonialismo português

Portugal: a mais longa ditadura fascista da Europa, estendendo-se 48 anos, e o mais duradouro império colonial do mundo, com permanência de quase 500 anos.
O jovem encenador e actor André Amálio/Hotel Europa dedica a sua tese de doutoramento em Teatro Documental ao fim do colonialismo português, aliando a investigação académica à criação artística. O seu trabalho combina elementos como pesquisa de arquivo, recolha de testemunhos, material autobiográfico e verbatim. Amálio interessa-se por “investigar histórias reais que se tornam memórias, herdadas com o tempo”, bem como por “situações onde pessoas reais contribuem para contestar e reconstruir identidades culturais”.
Com base na convicção que “o teatro pode contribuir para a reescrita da história, dando voz a um grupo silenciado, e trabalhando na transmissão da memória entre gerações”, Hotel Europa traz para palco desde 2015, em três partes, uma reflexão sobre o vasto período da história nacional e mundial que foi o colonialismo.
 
Pela primeira vez desde o seu início, vai ser possível assistir ao ciclo completo com a estreia de “Libertação”, entre 12 e 15 de Outubro no Teatro Maria Matos (com ante-estreia no dia 6 de Outubro em Almada), e a reposição de “Portugal não é um país pequeno” (2015) e “Passa-Porte” (2016), nos dias 22 e 29 de Setembro respectivamente, no Teatro Municipal Joaquim Benite.
 
Se o primeiro espectáculo se foca sobre a ditadura e a presença portuguesa em África, o segundo centra-se nas alterações de nacionalidade decorrentes dos processos de independência das antigas colónias de Angola e Moçambique, em particular na forma como a sociedade portuguesa recebe estes novos cidadãos.
 
Em “Libertação”, espectáculo que vem encerrar o ciclo, Amálio debruça-se sobre o mais traumático episódio da nossa história recente: a Guerra do Ultramar ou Guerra Colonial, como ficou conhecida em Portugal, ou as Guerras de Libertação ou de Independência, como são chamadas em Angola (1961-1975), Guiné-Bissau (1963-1975) e Moçambique (1964-1975). A partir da perspectiva de nacionalistas africanos, a peça descreve e analisa o movimento das independências em África, para melhor entender o caso do Colonialismo Português no contexto mundial, o impacto destas guerras em Portugal e a sua contribuição para a queda do Estado Novo.
 
“Libertação” é um espectáculo apoiado pela DGArtes com co-produção do Teatro Maria Matos e estreia neste Teatro no âmbito do ciclo “Descolonização” (12 a 28 de Outubro).
 
Criação de André Amálio em co-criação com Tereza Havlíčková, conta com interpretação do encenador, de Lucília Raimundo e de Nelson Makossa, com sonoplastia do último, cenografia e figurinos da autoria de Maria João Castelo e desenho de luz de Joaquim Madaíl. Uma produção Hotel Europa.

PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO
// 22.09, sexta-feira, às 21h30 [reposição]
Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada | 5-10€ | Dur: 90min
Bilhetes http://bit.ly/2wYYhDJ
Vídeo https://vimeo.com/171266021
 
PASSA-PORTE

// 29.09, sexta-feira, às 21h30 [reposição]
Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada | 5-10€ | Dur: 90min
Bilhetes http://bit.ly/2wb979T
 
LIBERTAÇÃO
// 6.10, sexta-feira, às 21h [ante-estreia]
Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada | 5-10€ | Dur. aprox.: 1h45
Bilhetes http://bit.ly/2f7kmcs
// 12.10 a 14.10, quinta-feira a sábado, às 21h30 e 15.10, domingo, às 18h30 [estreia]
Teatro Maria Matos, Lisboa | 6-12€; 5€ [menores 30]; 3€ [menores 18]
Dur. aprox.: 1h45
Bilhetes http://bit.ly/2wbNJ4y
 *no dia 13.10, sexta-feira, há conversa após o espectáculo a propósito dos movimentos de libertação africanos, com André Amálio (Hotel Europa), Miguel Cardina (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra) e Beatriz Dias (Djass Associação de Afro-descendentes)

28.09.2017 | by martalanca | André Amálio, ciclo, colonialismo, teatro

SEI PORQUE CANTA O PÁSSARO NA GAIOLA MAYA ANGELOU

TRADUÇÃO TÂNIA GANHO POSFÁCIO DIANA V. ALMEIDA

Maya Angelou enfrenta a sua vida com uma admiração tocante e com uma dignidade luminosa. James Baldwin
Grandioso livro de memórias, Sei porque Canta o Pássaro na Gaiola (1969) é uma poética viagem de libertação e um glorioso bater de asas num mundo opressivo. Este relato inspirador da infância e da juventude da autora, nos anos 30 e 40, devolve-nos o olhar de uma extraordinária criança sobre a violência inexplicável do mundo dos adultos e a crueldade do racismo, na procura da dignidade em tempos adversos. Do Arkansas rural às cidades da Califórnia, Maya Angelou traça neste livro um tocante retrato da comunidade negra dos Estados Unidos, durante a segregação, e de uma consciência que, incapaz de se resignar, desperta rumo à emancipação. Um clássico americano que marcou gerações e que conserva toda a sua actualidade.
Figura fundamental da cultura afro-americana e da luta pelos direitos civis nos EUA dos anos 60, ao lado de Martin Luther King e Malcolm X, Maya Angelou (1928-2014) celebrizou-se com a publicação deste primeiro volume autobiográfico, incentivada pelo seu grande amigo e escritor James Baldwin. A sua extensa obra poética – que lhe valeria a nomeação para o Prémio Pulitzer em 1972 – e o activismo social granjearam-lhe um lugar maior na cultura americana. No seu empolgante percurso de vida, da pobreza à consagração, trabalhou em clubes nocturnos como cantora de calipso e, aos 16 anos, foi a primeira revisora negra nos eléctricos de São Francisco. Na sua escrita, nunca deixou de acreditar no direito à sobrevivência num mundo ameaçado pelo ódio. Além da sua extensa autobiografia, é autora de livros de poesia como And Still I Rise (1978) e On the Pulse of Morning (1993).

22.09.2017 | by martalanca | MAYA ANGELOU

Teatro GRIOT ESTREIA ​OS NEGROS Jean Genet encenação Rogério de Carvalho

Os negros. Treze actores negros. Uma peça escrita por um branco. Para um público de brancos. Mas afinal o que é ser negro? O que é ser negro quando não se vive num país negro? E antes de tudo, qual é a cor de um negro?

encenação: Rogério de Carvalho

tradução: Armando Silva Carvalho
actores: Angelo Torres, Binete Undonque, Cleo Tavares, Gio Lourenço, Igor Regalla, Júlio Mesquita, Laurinda Chiungue, Matamba Joaquim, Mauro Hermínio, Orlando Sérgio, Renée Vidal, Sandra Hung, Zia Soares

cenografia: José Manuel Castanheira

luz: Jorge Ribeiro

figurinos: Catarina Graça

adereços: Mónica de Miranda

desenho de som: Chullage

voz e elocução: Luis Madureira

fotografia: Sofia Berberan e Mário César

apoio à produção: Underground Railroad

produção executiva: Urshi Cardoso

co-produção Teatro GRIOT e São Luiz Teatro Municipal

 

5-15 Outubro

qua a sáb 21:00  dom 17:30

Sala Luis Miguel Cintra - São Luiz Teatro Municipal

informações do bilhete

18.09.2017 | by martalanca | os Negros, Rogério de Carvalho, teatro griot

Black Performance

This special issue of The Black Scholar seeks examinations of performance as repertoire, memory, public and stage enactment that rigorously illuminate Black ways of knowing and ways of being. Performance serves as a mode of Black experience, consciousness, and activity that presents models for how blackness is lived and understood. It links creativity, mind, and body towards greater sense and sensibility. Performance gains currency here as a conduit for interpretation, invention, and change. Work in this issue understands performance as practice and theory–as both specificity and speculation. This issue seeks analyses of performative rehearsals and repetitions, broad conceptions of practice and preparation, collective stylings and structures, and embodied modes of positing futurity.

It invites three types of scholarship: vibrant and accessible critical articles (5000-7500 words), mixed-form performance scholarship (3000-5000 words), and Scholar Artists’ experimental performance (3000-5000 words). Submissions should analyze and/or manifest creative performances and deployments of performance through embodied presence, community expressions, and performance scenarios.

Essays might focus on topics including, but not limited to:

  • genres, forms, and methods
  • social and community performances
  • performance traditions
  • performances of language, sound, visuality, text, space, time
  • performances of identity, identification, orientation
  • affect and feeling
  • experimental companies
  • stagings of plays
  • dance
  • theater
  • drama
  • musicianship
  • local and diasporic performances
  • embodied archives and performance practices

Please forward all queries/abstracts regarding the issue to the guest editor, Stephanie Leigh Batiste, at tbsblackperformance@gmail.com well before the due date and no later than September 1, 2018.

All authors must have their full articles uploaded directly to Editorial Manager (EM) at The Black Scholar for consideration and peer review no later than October 15th, 2018. Word count must include notes, citations, and equivalent space for images that will require pre-approval by the guest editor. We also require that written permission to use images from rights holders be obtained before submission. Please format per Chicago Manual of Style – endnotes only, no works cited/bibliography. See more of TBS’s submission guidelines here. Any submissions that do not adhere to the guidelines stated in this CFP and on TBS’s website will be sent back to the author.

This issue will be released in Fall 2019.

 

http://www.theblackscholar.org/call-for-papers/black-performance/

 

16.09.2017 | by martalanca | Black Performance

"Limiar da Vida"

FILIPA CÉSAR | TATJANA DOLL  I JULIÃO SARMENTO | RUI TOSCANO
Núcleo de Arte da Oliva Creative Factory, S. João da Madeira

Curadoria: Pedro Lapa 

“A exposição “Limar da Vida” tem como ponto de partida a arte enquanto diversidade de modos de relação com a vida. Está organizada em seis núcleos temáticos, que vão desde as perceções mais simples e fragmentadas do corpo até à construção de formas e enigmas sobre o mundo que habitamos. É talvez no confronto com a impossibilidade de conhecer em absoluto a vida que a experiência artística dá a conhecer algo do nosso habitar,  pelo que a vida se torna não uma causa da arte mas o seu limiar.”

A exposição apresenta obras  da coleção Norlinda e José Lima, uma das maiores coleções de arte contemporânea nacionais e reúne vários artistas de distintas gerações, conforme lista anexa.” Entre os artistas selecionados destacamos a participação de Filipa César, Tatjana Doll, Julião Sarmento e Rui Toscano.

Rui Toscano, 100 Rádios Mortos, 2007Rui Toscano, 100 Rádios Mortos, 2007

Mais informação:
http://olivacreativefactory.com/wp/?page_id=834

16.09.2017 | by martalanca | arte contemporânea

Conclusões da Escola de Verão «Racismo, Eurocentrismo e Lutas Políticas» do Centro de Estudos Sociais da UC

A terceira edição da Escola de Verão «Racismo, Eurocentrismo e Lutas Políticas», realizada no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, entre 3 e 9 de setembro, abordou debates teóricos e políticos sobre o racismo e as lutas anti-racistas contemporâneas, com o objetivo de promover uma análise crítica de debates internacionais, políticas públicas e intervenções sociais em diversos contextos nacionais, em diálogo com as alternativas que têm sido propostas pelos movimentos de base.

Organizada por Marta Araújo e Silvia Rodríguez Maeso, ambas investigadoras no CES, a Escola colocou em diálogo docentes, investigadores e ativistas de vários contextos internacionais. Esta edição contou com a participação de docentes, investigadores, estudantes, profissionais e ativistas, provenientes da Austrália, Brasil, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália, México, Reino Unido e Portugal

Ao longo de seis dias, foram discutidos de forma interdisciplinar temas da atualidade como: racismo e políticas públicas; a memória do colonialismo e da escravatura; a propagação do discurso de ódio nos média, e, em particular da Islamofobiarepresentações de género e sexualidade; a política de fronteiras e a ilegalização da imigração na Europa.

As principais conclusões dos debates que se geraram foram as seguintes:

1) A simultaneidade, por um lado, da intensificação das campanhas pela memória do colonialismo e dos seus legados e a maior visibilização das lutas das populações racializadas, e, por outro, da regressão em termos do debate público e das próprias políticas contra o racismo em vários contextos;

2) Revela-se fundamental aproximar o debate público da realidade social concreta das populações que experienciam o racismo, uma vez que este processo histórico tem sido muitas vezes reproduzido através de iniciativas que elegem a figura do “muçulmano”, do “árabe”, do “negro” ou do “cigano” como alvos privilegiados da intervenção de agendas académicas e políticas que reproduzem lógicas racistas e desumanizadoras (por exemplo, no âmbito das políticas de integração e para a igualdade de género);

3) Com a proliferação do uso das redes sociais, a legislação e iniciativas políticas para a prevenção, regulação e punição do discurso de ódio na Europa revelam-se claramente insuficientes, uma questão associada a compreensões inadequadas do fenómeno do racismo e das suas várias vertentes (por exemplo, a islamofobia, o anti-ciganismo, ou o racismo anti-negros);

4) No contexto europeu, a política de fronteiras e a ilegalização da imigração materializa muitos destes debates. Na contemporaneidade temos assistido, por exemplo, ao dilatar das fronteiras como forma de estender o controlo e o policiamento de uma noção racializada da Europa, legitimada sobretudo pela prevenção da chamada ‘imigração ilegal’ e a ‘crise dos refugiados’.

De forma a intensificar o diálogo com as alternativas que têm sido propostas pelos movimentos anti-racistas, foram apresentadas iniciativas desenvolvidas no contexto do activismo político e educação através das artes. Nesse sentido, a Escola de Verão concluiu com a performance de Teatro-Fórum ‘Fel e Mel no Papel’, pelo Laboratório Ami-Afro do Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa (GTO-LX) e um debate com ativistas anti-racistas do contexto português. Estes últimos elencaram alguns dos principais desafios atuais do anti-racismo, tais como a construção de uma agenda política autónoma pelas populações racializadas e a possibilidade de alianças políticas com os partidos políticos, a débil resposta do Estado no combate ao racismo – nomeadamente no âmbito da legislação – e as experiências quotidianas de racismo institucional em âmbitos como a educação, o emprego, e a habitação.

Qualquer esclarecimento adicional sobre este assunto poderá ser obtido junto de Marta Araújo, através do email marta@ces.uc.pt

14.09.2017 | by martalanca | CES, eurocentrismo, Lutas Políticas, racismo

Festival Materiais Diversos

GATILHO DA FELICIDADE de Ana Borralho & João Galante marca o arranque da nona edição do Festival Materiais Diversos, a 14 de setembro, pelas 22h, no Cine-Teatro São Pedro em Alcanena. No fim-de-semana de abertura serão apresentados mais seis espetáculos - NOVA CRIAÇÃO de Filipe Pereira e Teresa Silva em estreia absoluta no Cartaxo, 55 de Radouan Mriziga e VIAJANTES SOLITÁRIOS do Teatro do Vestido, ambos para ver em Minde. FOLK-S de Alessandro Sciarroni estreia em Portugal a convite do Festival Materiais Diversos, o Teatro do Silêncio convida a CAMINHAR pelo Polje de Minde e Margarida Mestre dedica a BALADA das vinte meninas friorentas aos mais jovens. Um programa cuidadosamente desenhado em torno do diálogo entre artistas e público, entre palco e plateia, as transações e transformações que este propicia, que se prolonga a conversas e encontros temáticos, Aulas DiáriasComunidade Artística Emergentefilmes e Noites Longas com o Bons Sons. Então, sejam muito bem vindo(a)s aoFestival Materiais Diversos 2017.

Centro Cultural do Cartaxo
Estreia absoluta_Absolut debut:
15.09  NOVA CRIAÇÃO 
Filipa Pereira, Teresa Silva
22.09  ANTROPOCENAS Rita Natálio, João dos Santos Martins
Estreia nacional_National premiere:
16.09  FOLK-S 
Alessandro Sciarroni
Em 2017 o Festival Materiais Diversos retoma a programação no Cartaxo, cidade onde estreia três espetáculos obrigatórios. Em estreia absolutaNOVA CRIAÇÃO dos jovens artistas Filipe Pereira e Teresa Silva e ANTROPOCENAS, a acutilante dança conferência de Rita Natálio e João dos Santos Martins. Depois de ter percorrido palcos de todo o mundo, FOLK-S do consagrado coreógrafo italiano Alessandro Sciarroni estreia finalmente em Portugal, no Centro Cultural do Cartaxo. 

08.09.2017 | by martalanca | Materiais diversos

EXPOSIÇÃO Turbulências

8 SET - 3 DEZ Terça a domingo, das 10H00 às 13H00 e das 14H00 às 18H00

TORREÃO NASCENTE DA CORDOARIA NACIONAL

Com obras de Carlos Amorales (México), Bleda y Rosa (Espanha), Walter Dahn (Alemanha), José Damasceno (Brasil), Carlos Garaicoa (Cuba), Cao Guimarães ( Brasil), José Antonio Hernández-Díez(Venezuela), Thomas Hirschhorn ( Suiça), Asier Mendizabal (Espanha), Shirin Neshat (Irão), Marta Minujín (Argentina), Paulo Nazareth (Brasil), Gabriel Orozco (México), Damián Ortega(México), Adrian Paci (Albania), Walid Raad (Líbano), Juan Ugalde (Espanha) e Apichatpong Weerasethakul (Tailandia).
Turbulências é uma mostra de 40 obras da Coleção “la Caixa” de Arte Contemporânea, reunidas no âmbito do quadro conceptual do programa de Passado e Presente, Lisboa Capital Ibero-Americana de Cultura. Destaca a diversidade de abordagens, estratégias e relatos da criação contemporânea num mundo que já não se compreende através de pontos de vista únicos ou dominantes e onde o eurocentrismo perdeu a sua autoridade exclusiva.

06.09.2017 | by martalanca | turbulências

Sessão Cinema Militante e imagens da Guerra pela Independência da Argélia / Militant cinema and Images of Algerian War of Independence

Organização: Maria do Carmo Piçarra (CECS-U. Minho/CFAC-U. Reading) com Hangar

7 de Setembro, 18h no Hangar, Lisboa

Durante a guerra da independência da Argélia (1954-1962), vários filmes militantes foram realizados para promover a luta em curso ou sublinhar a solidariedade com esta causa. As imagens da repressão e do uso da tortura pelo Exército francês nas aldeias e cidades argelinas, a imagem dos lutadores pela liberdade integrados no movimento de independência argelino mais importante – a Frente de Libertação Nacional -, e a questão dos refugiados ou dos jovens órfãos de guerra foram incorporados e abordados pelas representações propostas através deste cinema militante.

Realizadores de diferentes países (dos EUA à ex-Jugoslávia, passando pela Itália, Bulgária, etc.) e até realizadores franceses (como René Vautier, Cécile Decugis, Pierre Clément) opositores ao colonialismo e imperialismo integraram esta rede internacionalista cinematográfica.

O modo como foi criada uma rede internacional de apoio à independência da Argélia inspirou vários movimentos de libertação de países do Terceiro Mundo e a Tricontinental (OSPAAL - Organization of Solidarity with the People of Asia, Africa, America Latina), tendo Argel passado a ser considerada a “Meca dos revolucionários” (Amílcar Cabral) em África durante as décadas de 60 e 70 do século XX, apoiando movimentos como MPLA, FRELIMO, PAIGC, PLO, ANC e acolhendo exilados politicos como Manuel Alegre ou Eldridge e Kathleen Cleaver.

Durante a sessão serão exibidas as curtas-metragens La Question, de Mohand Ali-Yahia, e Monangambé, de Sarah Maldoror.

foto de Augusta Conchigliafoto de Augusta Conchiglia

Various militants’ films were done to promote the idea of Algerian independence or the solidarity with that cause during the war (1954-1962).  The images of the repression and the use of the torture by French army in Algerian villages and cities, or the image of the fighters (showed as a Third World guerrillero/partisan fighters from a real army) of the principal Algerian Movement of independence (the Front of National Liberation), the question of the refugees and the young orphans of war were part of their representations.

Filmmakers from different countries (like USA, ex-Yugoslavia, Italy, Bulgaria…) and even some French (René Vautier, Cécile Decugis, Pierre Clément…) opposed to the colonialism and imperialism of their country were part of that international network.

This way of creating an international network supporting independence was also used after by several movement of liberation from the Third World and the Tricontinental (OSPAAAL Organization of Solidarity with the People of Asia, Africa, America Latina), and Algiers was considered as the « Mecca of the revolutionaries » (according to Amílcal Cabral) in Africa during the sixties and the seventies, supporting the MPLA, FRELIMO, PAIGC, PLO, ANC… and opened his doors to exiled political like Manuel Alegre or Eldridge and Kathleen Cleaver.

Mohand Ali-Yahia’s La Question, and Sarah Maldoror’s Monangambé will be presented during this session.

Olivier HADOUCHI (film historian and film curator)

Olivier Hadouchi, film historian (PhD in cinema studies), researcher (associated to IRCAV Paris 3) and film curator, was born and lives in Paris. Published a book about images of solidarity with Algerian independence (published by Museum of Modern Art, Belgrade) in 2016, and texts in various publications (Third Text, La Furia Umana, CinémAction, Something We Africans Got, or catalogues…)  and did many lectures, films presentations and discussions in museums, art centers (Tranzit/ Prague, places in Chile…) or film festivals (Paris, Marseille, Lille, Nantes, Algiers, Béjaïa, Lisbon, Beirut, Ghent, Geneva, Bourges..). Curated film programs for Le BAL, Bétonsalon and a program « Tricontinental. Cinema, Utopia and Internationalism »  (with 13 screenings) for Museum Reina Sofia (Madrid). With Seloua Luste Boulbina, he curates a regular event (film-video programs) every month in La COLONIE (Paris).

 

 

06.09.2017 | by martalanca | cinema militante, HANGAR, independência, Maria do Carmo Piçarro

Topografias Imaginárias: cinema ao ar livre e visionamentos comentados sob o tema Lisboa, cidade do Sul

 

SEXTA, 1 SETEMBRO O Descobrimento do Brasilde Humberto Mauro, Brasil, 1937O Caso J., de José Filipe Costa, Portugal/Brasil, 2017

18h00 Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca (Alcântara) (Largo do Calvário, 2)GPS 38.704565, -9.177261
Visionamento comentado de O Descobrimento do Brasil por:José Filipe Costa (cineasta), Eduardo Victorio Morettin (historiador do cinema brasileiro, professor, investiga as relações entre História e Cinema) e Tiago Baptista (historiador do cinema e diretor do ANIM - Arquivo Nacional de Imagem e Movimento)
21h30 Quinta do Alto (Alvalade)GPS 38.762492, -9.135472
Projeção de cinema ao ar livre O Descobrimento do Brasil [60’] + O Caso J. [20’]

Sinopse Encaramos desde logo e de frente uma das questões fundamentais deste programa: a relação entre centro e periferia e entre o “nós” e os “outros” na base da ideia de “capital ibero-americana” (relações que todo o programa desta Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura procura questionar). Seguimos a visão de um brasileiro sobre os portugueses que lhe “descobriram” o país e a visão de um português sobre um caso do Brasil contemporâneo. A uni-los está uma certa conceção do cinema como teatro documental e da cena cinematográfica como lente de aumentar.
21h00 - Autocarro gratuito ida e volta - Largo do Calvário > local da projeção

O Descobrimento do Brasil, de Humberto MauroO Descobrimento do Brasil, de Humberto Mauro
SÁBADO, 2 SETEMBRO Milagre na Terra Morenade Santiago Álvarez, Cuba/Portugal, 1975Outro País, de Sérgio Tréfaut, Portugal, 1999

18h30 Salão de Festas do Vale Fundão (Marvila) (Azinhaga Vale Fundão, 25)GPS 38.747153, -9.105631
Visionamento comentado por:Olivier Hadouchi (programador e investigador, tem trabalhado sobre o “terceiro cinema”), Maria do Carmo Piçarra (jornalista, professora, tem investigado o cinema de propaganda produzido durante o Estado Novo) e Fernando Rosas (historiador)
21h30 Bairro Vale Fundão (Marvila) (Rua João Graça Barreto)GPS 38.746015, -9.107450
Projeção de cinema ao ar livre de Milagre na Terra Morena [21’] + Outro País [70’]
Sinopse O filme de Sérgio Tréfaut segue as viagens que cineastas e fotógrafos fizeram a Portugal durante o 25 de Abril de 1974. Por entre essas viagens está a de Santiago Alvarez, cujo filme, realizado em Lisboa por essa altura, abre a sessão. A projeção é feita num bairro construído e habitado por emigrantes que viajaram para o Sul vindos do Norte de Portugal. No centro da sessão está então a viagem, aquela que a liberdade provocou e permitiu, e estão também as afinidades que os povos da América do Sul sentiram com Portugal nesse momento de ruptura.

18h00 e às 21h00 - Autocarro gratuito ida e volta - Praça da Figueira > local da projeção
DOMINGO, 3 SETEMBRO Zéfiro, de José Álvaro de Morais, Portugal, 1994

18h30 Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca (Alcântara) (Largo do Calvário, 2) GPS 38.704565, -9.177261
Visionamento comentado por:Anabela Moutinho (professora, programadora de cinema) Raquel Henriques da Silva (historiadora) e António Preto (professor, programador de cinema, ensaísta)
21h30 Miradouro de Santo Amaro (Alcântara) (Calçada de Santo Amaro)GPS 38.702150, -9.182686
Projeção de cinema ao ar livre de Zéfiro [52’]
Sinopse Filme fundamental para a história do cinema português, Zéfiro é também um filme incontornável para a história de Lisboa e introduz neste programa uma outra maneira pela qual esta é uma cidade do Sul. Essa frase, título deste ciclo, é dita pelo narrador e resume o retrato que José Álvaro de Morais constrói: organizando uma viagem por Lisboa que é tanto temporal como espacial, o cineasta conta uma história da cidade, dos seus espaços e arquitetura, mas também dos povos que a habitaram ao longo dos tempos. A este nível, Lisboa aparece como resultado de uma inversão do mecanismo da aculturação: ela resulta, não de uma cristianização do islamismo, como habitualmente se pensa, mas sim de uma islamização do cristianismo, religião que permanece, hoje, na base da sua cultura. No adro da Capela de Santo Amaro, o filme levar-nos-á a olhar para os contornos da cidade que daí se vêem de uma maneira totalmente nova.
18h00 e às 21h00 - Autocarro gratuito ida e volta - Praça da Figueira > local da projeção
SEXTA, 8 SETEMBRO La Illusión viaja em tranvia, de Luís Buñuel, México, 1953

18h30 Museu da Carris (Alcântara)(Rua Primeiro de Maio 101)GPS 38.702264, -9.180605
Visionamento comentado por:Luísa Veloso (investigadora, coordena o projeto “o trabalho no ecrã”), Ana Alcântara (historiadora, trabalha sobre Lisboa, o operariado e os transportes) e António Roma Torres (psiquiatra, crítico de cinema)
21h30 Museu da Carris (Alcântara) (Rua Primeiro de Maio 101)GPS 38.702264, -9.180605
Projeção de cinema ao ar livre de La Illusión viaja em tranvia [90’]
Sinopse Clássico do cinema mexicano, o filme segue a evasão de um grupo de trabalhadores da companhia de elétricos da Cidade do México. A sua viagem dura uma noite, desde que roubam um elétrico até que o devolvem, na manhã seguinte. Ao longo dessa noite, entram e saem do elétrico roubado personagens do quotidiano mais escondido da cidade. Numa sessão que decorrerá junto às oficinas da Carris, a magia da projeção transformará a Cidade do México em Lisboa (ou vice-versa).
18h00 e às 21h00 - Autocarro gratuito ida e volta - Praça da Figueira > local da projeção
SÁBADO, 9 SETEMBRO Los barcosde Dominga Sotomayor, Chile/Portugal, 2016Fuera de cuadro, de Márcio Laranjeira, Portugal/Argentina, 2010Mauro em Caiena, de Leonardo Mouramateus, Brasil, 2012Où esta la jungle?, de Iván Castiñeiras Gallego, França/Portugal/Brasil, 2015
17h30 Teatro de Carnide (Azinhaga das Freiras)GPS 38.762321, -9.187023
Visionamento comentado pelos realizadores e Álvaro Domingues (geógrafo, professor, o seu trabalho centra-se na Geografia Humana) e Teresa Castro (professora, tem investigado as relações entre cartografia e cinema).
21h00 Azinhaga do Serrado (Carnide)GPS 38.763144,-9.185550
Projeção de cinema ao ar livre de Los barcos [24’], Fuera de cuadro [10’], Mauro em Caiena [18’] e Où esta la jungle [33’]
Sinopse No centro da sessão está o encontro entre questões de território e representação. Em Los barcos, a visão de uma turista (atriz argentina que vem a Lisboa apresentar um filme, num festival de cinema) sobre Lisboa, à procura do cliché em espaços imprevistos e periféricos. Em Fuera de cuadro, a relação entre mãe e filho é descrita através dos quadros que ela pinta e dos quais ele está fora, naquilo que acaba por ser um exercício que confunde o fora do quadro com o fora de campo cinematográfico. Mauro em Caienasegue a transformação do espaço pelos olhos e jogos de uma criança e Où est la jungle?, filme-deriva, age pela força da deslocação, problematizando o lugar contemporâneo dos índios amazónicos. Em todos eles o olhar (incluindo o cinematográfico) é operador de transformação.
17h00 e às 20h30 - Autocarro gratuito ida e volta - Praça da Figueira > local da projeção
DOMINGO, 10 SETEMBRO Eldorado_XXIde Salomé Lamas, Portugal/França/Perú, 2016
18h00 Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca (Alcântara) (Largo do Calvário, 2)GPS 38.704565, -9.177261
Visionamento comentado por: Salomé Lamas (cineasta), Raquel da Silva (diretora de produção), António Pinto Ribeiro (programador cultural, coordenador da programação da Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura) e André Cepeda (fotógrafo)
21h30 Parque Tejo - Pista de Skaters (Parque das Nações) (Passeio do Tejo)GPS 38.786998, -9.092008
Projeção de cinema ao ar livre de Eldorado_XXI [125’]
Sinopse Apesar de acompanhar a comunidade que vive na mais alta localidade do mundo, em La Rinconada y Cerro Lunar, nos Andes peruanos, Eldorado_XXI é um filme subterrâneo. É uma espécie de ensaio sobre o mais profundamente escondido e esquecido do mundo contemporâneo e que, contudo, sustém aquilo que decorre na superfície – é por isso mesmo o último filme deste programa, resume bem os movimentos deste Sul que temos vindo a explorar. Homens e mulheres que procuram ouro nas encostas descrevem aquela como uma “terra de ninguém” – impossível não ver este em continuidade com o filme anterior de Salomé Lamas, precisamente com esse título. As suas vozes descrevem o medo e a iminência da morte, morte e medo que vão ganhando forma e imagem, e vão assim afirmando-se numa presença simultaneamente terrível e fantástica que se vai instalando sobre todo o filme para no fim aparecer violentamente trancada naquela montanha, e não ser mais do que um sopro lançado por uma abertura escura na encosta nevada.
21h00 - Autocarro gratuito ida e volta - Largo do Calvário > local da projeção
+ INFO Telefone: 213 807 150/54 | E-mail: arquivomunicipal@cm-lisboa.pt

31.08.2017 | by martalanca | lisboa, sul, Topografias Imaginárias

"Ecologia sem natureza" com Suely Rolnik, Renato Sztutman e Paulo Tavares

INTRODUÇÃO
Retrato Geo-referenciado
Rita Natálio 
PALESTRAS
“Reativar a magia, retomar a terra – Ou como resistir no Antropoceno”
 Renato Sztutman
Guiando-me pelas reflexões de Isabelle Stengers em torno do termo “reclaim”, discuto possibilidades de resistir ao chamado Antropoceno (ou Capitaloceno, Chutuluceno, entre outros nomes), buscando conexões entre lutas indígenas e não indígenas, que combinam Terra e Magia.
“Exceção/Extinção”Paulo Tavares
De como a violência política manifesta-se na forma de destruição ambiental; de como a destruição ambiental converte-se em arma de violência política. 
“O estupro do Vivo - Matriz do inconsciente colonial-capitalistístico” Suely Rolnik
A matriz micropolítica do regime colonial-capitalístico é o abuso das forças vitais da natureza. Em seu elemento humano, tal abuso atinge hoje a pulsão vital em sua própria nascente. Face a esse estado de coisas, é preciso resistir micropoliticamente: desarmar o inconsciente estruturado no abuso, desertando assim as formações no campo social que dele decorrem.
BIOGRAFIAS
Rita Natálio é artista e pesquisadora e vive entre Lisboa e São Paulo. Publicou o seu primeiro livro de poesia “Artesanato” pela “(não) edições” em 2015, entretanto nomeado para o Prémio Novos 2016 em Portugal. Atualmente, prepara um novo livro com selo da mesma editora, em paralelo ao projeto “Antropocenas” com o coreógrafo João dos Santos Martins e ainda um projeto de criação de um audio guide para o Museu da Imigração de São Paulo a convite do Geothe Institut São Paulo, MitSp (São Paulo) e SpielArt Festival de Munique.
Renato Sztutman é professor do Departamento de Antropologia da USP. Publicou, entre outras coisas, O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens (Edusp/Fapesp, 2012). É pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) e do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA). Foi um dos fundadores e co-editou, entre 1997 e 2007, a revista Sexta-Feira. Suas áreas de atuação são etnologia e história indígena (com foco no problema das cosmopolíticas ameríndias), teoria antropológica e antropologia & cinema.
Paulo Tavares é arquiteto e urbanista. Seus projetos, textos e apresentações foram publicados e exibidos em diferentes lugares e contextos, mais recentemente na Bienal de Design de Istanbul e na Bienal de Sharjah. Atualmente é professor da Universidade de Brasília, e antes lecionou no Centro de Pesquisa em Arquitetura – Goldsmiths e na Pontifícia Universidade Católica do Equador. Em 2017 Tavares criou a agência Autonoma, uma plataforma dedicada a explorar novas formas de pensar e produzir o território. www.autonoma.xyz
Suely Rolnik Psicanalista, escritora, curadora, professora titular da PUC-SP (onde fundou o Núcleo de Estudos da Subjetividade no Pós-Graduação de Psicologia Clínica) e professora convidada do Programa de mestrado do Museu de Arte Contemporanea de Barcelona. Autora dos livros “A hora da Micropolítica” (SP: N-1, 2016), “Anthropophagie Zombie” (Paris: Black Jack, 2012), Archivmanie (dOCUMENTA 13, 2011); “Cartografia Sentimental” (Porto Alegre: Sulinas, 1989) e co-autora com Félix Guattari de Micropolítica. “Cartografias do desejo” (Petrópolis: Vozes, 1986), publicado em 8 países. Concebeu e realizou o Arquivo para uma Obra-Acontecimento. Projeto de ativação da memória do corpodas proposições artísticas de Lygia Clark e seu contexto (65 filmes de entrevistas) e foi curadora da exposição Somos o molde. A você cabe o sopro. Lygia Clark, do objeto ao acontecimento (Musée de Beaux-arts de Nantes, 2005, e Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2006).

31.08.2017 | by martalanca | ecologia sem natureza

Exposição Luuanda I Hangar

Albano Cardoso_Defendamos as Crianças,2008Albano Cardoso_Defendamos as Crianças,2008

Inauguração: 20 de Setembro, Quarta-feira, 19h
Exposição: 21 de Setembro a 14 de Outubro, 2017 | Quarta a Sábado, das 15h às 19h
Artistas participantes: Albano Cardoso | Cristiano Mangovo | Ery Claver | Ihosvanny | Januário Jano | Kiluanji Kia Henda | Pedro Pires
Curadoria: Suzana Sousa e Paula Nascimento
ENTRADA LIVRE

A exposição Luuanda, título retirado da obra homónima de Luandino Vieira, pretende focar-se na experiência vivida da Luanda contemporânea, as suas personagens, ritmos, poesia, nostalgia e drama, seguindo a construção imaginária tão explorada na literatura de Luandino Vieira, Uanhenga Xito ou Ondjaki, entre outros, olhando para as suas dinâmicas actuais. Esta cidade pós-colonial é marcada também por fluxos migratórios e afectada por vários processos de mudança, pelo trânsito e as suas luzes e ruídos, pelos vendedores e vendedoras de rua que tudo têm disponível expondo aos seus clientes um importante espaço da economia informal do país. O que resulta numa circulação de corpos e vidas que parecem ter sido esquecidas pelo processo de crescimento do país.

Programa Paralelo 
21 de Setembro, Quinta-feira, 19h
Conversa Curadoras e Adriano Mixinge | Performance de Orlando Sérgio
27 de Setembro, Quarta-feira, 19h
Conversa com os artistas Pedro Pires e Cristiano Mangovo
11 de Outubro, Quarta-feira, 19h
Conversa com Paulo Moreira e Maria João Grilo (confirmar)

Mais informações: http://hangar.com.pt/luuanda

21.08.2017 | by martalanca | Albano Cardoso, angola, arte contemporânea, kiluanji kia henda, Luanda, Luuanda, Orlando Sérgio, Paulo Moreira, Suzana Sousa

Contemporary Art Festival Sesc_VideoBrasil - SÃO PAULO

  As of October 3, the city of São Paulo will be hosting debates on the cultural production of the Global South as part of the 20th Contemporary Art Festival Sesc_Videobrasil, in an edition that mirrors both comprehensively and poetically the countless crises that have lately challenged contemporary society. Besides exhibiting the selected works, the Festival will also feature performances and public programs which will jointly occupy several spaces at Sesc Pompeia up to January 2018. 

For the regional director of Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, “the 20th Contemporary Art Festival Sesc_Videobrasil, with proposals by artists from different nations in the geopolitical South, lies at a crossroads where the specific meets the general. Based on this premise, Sesc presents a cultural initiative akin to experiences dedicated to casting off shackles inherited from the colonial past and imposed by a peripheral geopolitical condition.” Miranda mentions the importance of the partnership between Sesc and Associação Cultural Videobrasil, which, since the 1990s, “has enabled such intersections between local and international forces to create new nodes originating in the South.”

“In these unstable times, as narrative disputes escalate and local and global sociopolitical rearrangements are relentlessly driven by the permanent specter of crisis – whether economic, ecological or cultural – the group of selected artists brings out art’s desire to expand our worldviews, encompassing the study of life, of our origins, of the evolution of the universe and of the dynamics of social groups throughout history, as well as the invention of new ways of doing politics,” affirms Solange Farkas, chief curator of the Festival and director of Associação Cultural Videobrasil, one of the presenting entities of the event, alongside Sesc São Paulo.

“These are artistic practices that blur the boundaries between sciences and take us on a journey of the origin of history, of societies and of Earth,” adds Solange. 

EXHIBITION 

Also focused on the geopolitical representation of art, the 20th Festival has selected works by 50 artists from 25 countries, 15 of whom are Brazilian. They include representatives from Latin America, Africa, Asia and the Middle East. Solange Farkas is chief curator of this edition, assisted by four guest curators: Ana Pato, Beatriz Lemos and Diego Matos, from Brazil, and João Laia, from Portugal. Together, the curators analyzed approximately 3,200 works submitted by two thousand artists from 109 countries.

The Festival’s exhibition features videos, paintings, installations, sculptures, photographs, engravings and even artificial plants forming a small acclimatization garden. These diverse works reveal a multiplicity of worldviews, stemming from a society which, seeming to sense its own demise, resorts to its origins to avoid such a fate.

“The artist’s spectrum of observation of his or her surroundings varies widely in scale: from microorganisms to the realm of the cosmos, from actions in the field of micropolitics to mass mobilizations. Voices symbolically hailing from other starting points, previously relegated to the fringes, now seek to qualify a new order, distinct from the modern empire, from the great historical narratives that have bequeathed a traumatic legacy, and from the scientism of other times that have made us believe in the omnipotence of man and his technology,” point out the curators.

The artworks have been organized according to six main themes: Cosmovisions (Origins; Rites and Cosmogonies; Sciences and Cosmologies); Ecologies (Nature, Earth and Fungi; Catastrophes, Crises and New Consciousnesses); Reinvention of Culture (Techniques, Appropriations and Representations); Politics of Resistance (Urbanity, Bodies and Affections); Invisible Histories (Memory and Microhistory); and Other Modernisms (Other Spaces, Other Landscapes). 

EXHIBITION DESIGN 

In 2017, Sesc Pompeia will host all activities related to the Festival. Previously concentrated in the venue’s Interaction Area, the exhibition will now occupy not only that space, but also the Theater Hall, the internal streets that cross the cultural facility and the Workshops. A planned Auditorium will also display the Videos Programs, exhibits featuring works that require movie theater screening.

The exhibition design for the 20th Festival was created by architect André Vainer, while the art and graphic design were conceived by Vitor César, an architect and artist with research work on notions of public space in artistic practices.

Besides the actual exhibition and the video programs, the 20th Festival’s programming includes PerformancesPublic Program activities (such as meetings and chats with the exhibiting artists) and Workshops, in addition to educational activities for groups and families coordinated by art educator Vera Barros. Guided tours with curators and guests are also on the agenda. 

ENCYCLOPEDIC CATALOG

Featuring a graphic design that recreates traditional elements of encyclopedias, drawing not only texts, but also images, illustrations, maps and charts, the catalog of the 20th Festival expands the audience’s contact with the context and concepts interwoven by the selected works, inviting spectators to critically rethink the disciplines and categories that have regulated our ways of experiencing and understanding the world.

Combining art, culture, astronomy, biology, history and geography to further evidence the blurring of boundaries between art and science, the encyclopedic catalog lists, in alphabetical order, the artists and their works, interspersed with other kinds of entries, designated as “keywords,” “countries” and “regions” of origin and residence of the artists – entries that conceptualize the geopolitical South and its production.

AWARDS 

In this 20th edition, the Festival will offer participating artists from Brazil and abroad three Acquisition Awards worth R$ 25 thousand each, for video works that will be included in the Sesc Art Collection.

The Ostrovsky Family Fund (O.F.F.), recognized for its support of progressive and independent artistic initiatives, will offer one of the selected artists an award worth R$ 25 thousand for the most innovative moving image artwork. The prize will be granted by the Festival Award Jury itself.

Five artist residency awards will also be granted, each one offered by a specific international jury from the Festival’s partner institutions. These are: Ujazdowski Castle Center for Contemporary Art, Poland; Kyoto Art Center, Japan; Goethe-Institut Residência Vila Sul, Salvador, Bahia; Wexner Center for the Arts, United States; and Pro Helvetia, Switzerland. The winning artists will be announced on October 8 in a ceremony at the Sesc Pompeia Theater.

This year, the artist Flávia Ribeiro was invited to create the trophy for the award-winning artists of the 20th Contemporary Art Festival. In her view, the piece she has conceived synthesizes the Festival’s ubiquitous cultural diversity. In this edition, the trophy takes on the form of small bird made of gold plated brass and velvet. “Birds migrate, often flying between countries over long distances. I relate that to the fact that the Festival welcomes works and artists from various parts of the world, moving back and forth between such diverse cultures,” says Flavia.

An artist whose work includes research in the fields of sculpture, engraving and artists’ books, Flávia draws mainly on drawing as her creative inspiration. She views this specific technical language as a means to elaborate issues within her work process.

With the creation of the trophy for the Festival’s 20th edition, she joins the select group of artists who have conceived this piece in previous editions, such as Efrain Almeida, Tunga, Rosângela Rennó, Luiz Zerbini and Erika Verzutti, among others. 

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10.08.2017 | by martalanca | Contemporary Art Festival Sesc_VideoBrasil, são paulo