Álbuns de Guerra

SALA DO REPOSITÓRIO | Domingo 4 JULHO, 11H00 E 15H00


“Álbuns de Guerra” é uma criação artística sobre a Guerra Colonial, a partir das imagens e memórias partilhadas por mulheres da zona do Vale do Ave que, ao longo dos 24 meses de serviço militar dos então namorados, noivos ou maridos, materializaram a sua relação amorosa trocando fotografias, aerogramas e cartas. Combinando o carácter ficcional e documental do testemunho, com a presença material da correspondência guardada, estas mulheres são convidadas a reinterpretar as suas memórias e narrativas da Guerra Colonial, imaginando outras histórias, para além daquela que viveram. Mais do que o homem que foi para a guerra, interessa a mulher que ficou à espera e cujos amores de juventude são o fio condutor para uma outra história, mais privada e sensível, sobre este conflito global.

Um projeto de Catarina Laranjeiro e Tânia Dinis

Imagens e Interpretação Catarina Laranjeiro e Tânia Dinis a partir das memórias de um grupo de mulheres da zona do Vale do Ave

Espaço Sonoro Rui Lima

Coprodução Teatro Oficina e Associação Cultural Tenda de Saias

Apoio Fundação Calouste Gulbenkian

29.06.2021 | by Alícia Gaspar | álbuns de guerra, exposição, fotografia, guerra colonial, memórias

Online Distortion / Border Line(s)

ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S), a mais recente criação do coletivo OS PATO BRAVO, tem estreia marcada no Teatro Viriato, em Viseu, a 16 e 17 de julho. Seguem-se depois dez apresentações em Lisboa, no espaço Casa do Capitão, no Hub Criativo do Beato, de 21 de julho a 1 de agosto.

Um espetáculo-instalação desenvolvido a partir da experiência de uma viagem à Arménia e do cruzamento entre diferentes contextos aí vividos, ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S) é uma criação de Pedro Sousa Loureiro, que conta com criação musical e espaço sonoro de Francisco Barahona

O espetáculo parte do contraste experienciado por Pedro Sousa Loureiro quando, em setembro de 2019, realizou uma residência artística em três localidades da Arménia, com o objetivo de filmar um documentário, e aí contactou com o trabalho de diversas artistas plásticas feministas e com um enorme confronto urbano/rural. A este cruzamento entre contextos urbanos e rurais vivido em Yerevan (capital da Arménia), Byurakan e Talin (duas localidades rurais), junta-se o regresso ao quotidiano, em Portugal, e a experiência pandémica que se seguiu.  

ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S) relaciona estas questões com a obra da artista plástica Cindy Sherman, procurando abordar os conceitos de feminidade, excentricidade e insólito, e questionando se a realidade, tal como a conhecemos, é resultado da perceção ou da distorção. O espetáculo-instalação contará com filmagem e projeção em tempo real, ferramentas que ampliarão o tamanho do corpo dos performers e criarão uma diferença de escala, explorando assim os limites físicos e psicológicos, as disfunções e contrastes, as diferentes relações hierárquicas e a luta de egos.

Com criação e direção de Pedro Sousa LoureiroONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S) contará com interpretação do próprio e de Joana Cotrim, Marta Barahona Abreu e Susana Blazer. O espetáculo é uma produção do coletivo OS PATO BRAVO, em coprodução com o Teatro Viriato.

ENSAIO DE IMPRENSA - LISBOA: 5 DE JULHO (SEGUNDA-FEIRA):

15h: Ensaio corrido, seguido de entrevistas

Local: Liceu Camões (Praça José Fontana, 1050-129 Lisboa)

ENSAIO DE IMPRENSA - VISEU: 14 DE JULHO (QUARTA-FEIRA):

15h: Ensaio corrido, seguido de entrevistas (possibilidade de filmar e fotografar)

Local: Teatro Viriato

29.06.2021 | by Alícia Gaspar | espetáculo, lisboa, música, pato bravo, teatro Viriato, Viseu

Memória e pós-colonialismo | Curso de Verão

O curso de verão Memória e pós-colonialismo resulta de uma parceria do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra com a Brotéria no âmbito das suas atividades de extensão e disseminação.

O curso visa analisar e pensar criticamente a questão pós-colonial em Portugal, na Europa e no mundo a partir de vários tópicos que têm vindo a preencher e a questionar a nossa atualidade do século XXI e as suas relações com o social, o político, o tempo e o espaço.

Através do projeto Memoirs – Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias financiado pela Conselho Europeu de Investigação e coordenado por Margarida Calafate Ribeiro, o Centro de Estudos Sociais desenvolveu investigação pioneira sobre o impacto das heranças coloniais e dos processos de descolonização nas gerações seguintes, ou seja, naqueles sujeitos que já não viveram estes processos, mas que, através das memórias familiares e das memórias públicas os herdaram, e que hoje os questionam, transformando, muitas vezes, essas heranças e interrogações em gestos artísticos. Estas questões estão a diversificar o debate europeu, a partir de uma perspetiva cosmopolita e democrática, e estes gestos artísticos estão a renovar a arte europeia e a densificar as formas de intervenção individual e coletiva.

Em diálogo com a Brotéria, este curso pretende apresentar alguns conceitos e contextos em que este trabalho se desenvolveu e assim contribuir para enriquecer a discussão pública, plural, informada e democrática em curso em Portugal, na Europa e no mundo.

Onde e quando?

O curso decorrerá de 5 a 10 de julho de 2021 na Brotéria, em Lisboa em regime pós- laboral: de segunda-feira a sexta-feira das 18h às 20h e no sábado de manhã das 10h às 12h, com uma visita de estudo. O horário total do curso é de 15 horas.

Como decorre e em que regime?

Cada seminário tem a duração de 50’ dividido em uma parte expositiva (até 30’) e uma parte de debate com o público ou com um convidado (20’). O uso de materiais audiovisuais é recomendado. Devido à crise pandémica o curso decorrerá de forma mista: presencial e online.

Para quem?

Estudantes, docentes, agentes culturais públicos e privados, outros interessados no tema.

Objetivos

+ Colocar em diálogo pensadores, atores e o público
+ Refletir sobre o pós-colonialismo e a contemporaneidade
+ Refletir sobre questões de ética
+ Refletir sobre os atuais debates de revisitação da história
+ Pensar o Brasil hoje
+ Refletir sobre o afropolitanismo e a arte
+ Refletir sobre migrações e hospitalidade
+ Refletir sobre a Europa como projeto para as gerações seguintes

Programa

Dia 1
Pós-colonialismos: abordagens teóricas e consequências práticas

António Sousa Ribeiro

O pensamento pós-colonial definiu, sobretudo a partir dos anos 80 do século passado, um paradigma que obriga a pensar criticamente muitas dimensões da contemporaneidade. Partindo de uma abordagem sucinta de alguns conceitos fundamentais, o módulo estrutura-se como introdução a vários aspetos do debate contemporâneo que serão desenvolvidos ao longo do curso.

Dia 2
Pós-Memória e a noção de contemporâneo na Literatura-Mundial

Paulo de Medeiros

Os Estudos de Memória e Pós-Memória têm vindo a constituir-se como fundamentais para pensar não só a nossa relação com o passado, mas também para melhor compreender o presente. Este módulo delineará alguns pontos fulcrais dos estudos de pós-memória, com relevo para a condição pós-imperial e a noção de contemporâneo, numa abordagem comparativa de várias obras da literatura-mundial.

Memória e responsabilidade: a perspetiva da ética da intenção

Marta Mendonça

O olhar retrospetivo que dirigimos às intervenções de alcance social e político, como as que marcaram a experiência colonial, tem habitualmente algo de parcial: é fácil que as olhemos e julguemos com base apenas nas suas consequências. Esse olhar determina também o juízo ético sobre a atuação e a responsabilidade dos seus protagonistas. A intervenção aborda e problematiza o modo como a ética da intenção julga a moralidade dos atos humanos e como lida com a noção de responsabilidade.

Dia 3
Padre António Vieira e depois

Pedro Calafate

Analisaremos as conceções éticas, políticas e antropológicas do Padre António Vieira com destaque para a ideia de paz universal fundada na justiça, mostrando o modo como esta tese depende, em Vieira, do reconhecimento da unidade substancial do género humano, afastando à partida qualquer assomo de inferioridade natural de comunidades ou povos. Esta será a base a partir da qual Vieira analisará, no difícil contexto brasileiro, a questão da escravatura dos índios e dos negros, a par a questão da legitimidade das soberanias indígenas, para assumir, na fase final da sua obra, que o império universal deveria resultar de um pacto ou acordo entre os príncipes da terra, a fim de garantirem a paz como expressão da irmandade entre os homens.

Se este é o fio condutor do seu pensamento, cumprirá não esquecer que parte relevante dos seus escritos corresponde a respostas estratégicas a desafios concretos, na medida em que não foi um académico, obrigando-se antes a escrever a sua obra “à face do mundo”.

Os Eternos presentes do Brasil

Roberto Vecchi

Uma reflexão sobre a contemporaneidade brasileira mostra algumas permanências históricas que abrem uma critica a um “tempo brasileiro” próprio, onde o passado parece não se deixar descolonizar. Por isso, a alternância de momentos
apocalíticos e messiânicos é recorrente, condicionando em profundidade narrativas e memórias culturais. Cria-se assim um espaço fértil tanto para as utopias como para as distopias.

Dia 4
Afropolitanismo e arte (à conversa com Zia Soares)

António Pinto Ribeiro

O afropolitanismo, que começou por ser um instrumento de valorização das práticas artísticas de atores africanos no séc. XXI, é hoje um conceito fundamental para entender um “mundo novo” na Europa. O Teatro Griot e a sua diretora artística Zia Soares são um excelente exemplo com quem dialogar.

Racismo e textos bíblicos Francisco Martins SJ

Comunicação sobre a chamada “maldição de Cam”, o filho de Noé (Génesis 9). O assunto é interessante, porque este texto não fala de “negritude” e, no entanto, graças a uma inacreditável história de receção, tornou-se o texto-base da justificação teológica do racismo e da escravatura nos países onde o Islão e o Cristianismo tomaram a dianteira do ponto de vista religioso.

Dia 5
Migrações e hospitalidade
JRS – Serviço Jesuíta aos Refugiados

Partindo da experiência do Serviço Jesuíta aos Refugiados, apresenta-se nesta comunicação uma releitura da virtude da “Hospitalidade”. A hospitalidade é capaz de transpor qualquer fronteira e falar mais alto que qualquer discurso de ódio. Transforma processos em rostos: em homens, mulheres e crianças com uma história, iguais a todos nós. Convida-se, assim, a conhecer o outro lado de uma narrativa dominada pelo ódio, através das lentes de quem foge e de quem acolhe por missão.

A Europa das segundas gerações – visões a partir da Europa e do Sul Global

Margarida Calafate Ribeiro e Maria Paula Meneses

Qual o impacto das heranças coloniais e da descolonização nas gerações seguintes na Europa e em África? Através de um seminário partilhado entre Margarida Calafate Ribeiro e Maria Paula Meneses algumas respostas serão apresentadas a partir da Europa e de África num diálogo entre as duas investigadoras. Para tal serão usados exemplos específicos e situados.

Dia 6
Visita de estudo

Notas biográficas

André Costa Jorge é licenciado em Antropologia e desde 2008 Diretor Geral do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) em Portugal É também membro da Direção e do Conselho do JRS Europa. Foi membro do Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (COCAI) entre 2008 e 2014. É atualmente membro fundador. É autor de dois documentários que abordam a temática das migrações e colaborador na Rádio Antena 1 no espaço de comentário “Causas Públicas”.

António Pinto Ribeiro é investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Foi diretor artístico e curador responsável em várias instituições culturais portuguesas, nomeadamente da Culturgest e da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi comissário geral de “Passado e Presente – Lisboa Capital Ibero- Americana da Cultura 2017”. Os seus principais interesses de investigação desenvolvem-se na área da arte contemporânea, especificamente africanas e sul-americanas. Das suas publicações destacam-se: os seus últimos livros de autor Peut-on Décoloniser les Musées? (2019), África os quatro rios - A representação de África através da literatura de viagens europeia e norteamericana (2017) e a organização dos dois volumes O Desejo de Viver em Comum (2018) no âmbito das conferências da Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura 2017.

António Sousa Ribeiro é professor catedrático do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas (Estudos Germanísticos) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e diretor do Centro de Estudos Sociais da mesma universidade. Os seus interesses de investigação centram-se nas áreas das literaturas e culturas de expressão alemã, dos estudos sobre a violência, dos estudos de memória, dos estudos pós-coloniais e dos estudos culturais comparados. Tem publicado extensamente em áreas muito diversas. Destaque-se Representações da Violência (2013), Geometrias da Memória: configurações pós- coloniais (2016); Einschnitte. Signaturen der Gewalt in textorientierten Medien (2016). Dedica-se também à tradução literária, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Nacional de Tradução, 2017: Karl Kraus, Franz Kafka, Thomas Mann e Bertolt Brecht são alguns dos autores traduzidos.

Francisco Martins SJ é doutorando no departamento de Bíblia Hebraica da Universidade Hebraica de Jerusalém e bolseiro da FCT. Fez estudos de Filosofia em Braga, Teologia em Madrid e História do Antigo Oriente Próximo e Filologia Semítica em Paris. Os seus interesses de investigação centram-se nas áreas da Bíblia Hebraica/Antigo Testamento, Literatura das Culturas do Antigo Oriente Próximo (Mesopotâmia, reino de Ugarit, reinos aramaicos), História Antiga de Israel e História do Antigo Oriente Próximo. No ano letivo de 2021-2022, será Research Fellow na Universidade de Notre Dame (Indiana, USA), onde desenvolverá um projeto de investigação sobre a receção das tradições bíblicas na literatura do segundo Templo. É Fellow-at-Large da Brotéria.

Margarida Calafate Ribeiro é investigadora-coordenadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e membro da Cátedra Eduardo Lourenço da Universidade de Bolonha/ Camões. Em 2015 recebeu uma bolsa Consolidator Grant do Conselho Europeu de Investigação, com o projeto “MEMOIRS - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias”. Os seus interesses de investigação reúnem memória e pós- memória do colonialismo, identidades, pós-colonialismo e património. Das suas diversas publicações destacam-se Uma História de Regressos: Império, Guerra Colonial e Pós-colonialismo (2004). África no Feminino – as mulheres portuguesas e a Guerra Colonial (2007) e a co-organização de Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial (2011), com Roberto Vecchi, Geometrias da Memória: Configurações Pós- Coloniais (2016) com António Sousa Ribeiro.

Maria Paula Meneses é investigadora coordenadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. De entre os temas de investigação sobre os quais se debruça destacam-se os debates pós- coloniais em contexto africano, o pluralismo jurídico - com especial ênfase para as relações entre o Estado e as ‘autoridades tradicionais’ no contexto africano -, e o papel da história oficial, da(s) memória(s) e de ́outras ́ narrativas de pertença nos processos identitários contemporâneos. Co-coordena com Boaventura de Sousa Santos e Karina Bidaseca o curso internacional ‘Epistemologias do Sul’ (CLACSO-CES). Anteriormente foi professora da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique). Tem o seu trabalho publicado em diversos países, incluindo Moçambique, Espanha, Portugal, Brasil, Senegal, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, Alemanha, Holanda e Colômbia.

Marta Mendonça é professora associada do Departamento de Filosofia da Universidade Nova de Lisboa. É licenciada em Filosofia pela Universidad de Navarra e Mestre e Doutora pela Universidade Nova de Lisboa (2001). Tem publicado sobretudo nos domínios da Filosofia Moderna, História e Filosofia da Ciência, Filosofia da Natureza e Bioética. Colaborou como professora visitante em diversas universidades de Espanha, França, Brasil, Chile e Reino Unido. Integra o grupo de “Pensamento Moderno e Contemporâneo” do CHAM-Centro de Humanidades da NOVA FCSH. É membro de várias academias e sociedades científicas internacionais e membro fundador da Rede Iberoamericana Leibniz.

Paulo de Medeiros é professor catedrático de Estudos Ingleses e Literatura Comparada na Universidade de Warwick. Lecionou em várias universidades em Portugal, Brasil, Espanha e Países Baixos. É membro honorário do Instituto de Pesquisa em Línguas Modernas da Escola de Estudos Avançados da Universidade de Londres e foi presidente da American Portuguese Studies Association. O seu trabalho de investigação desenvolve-se dentro dos temas: pós-colonialismo, memória, teoria literária, literatura de língua portuguesa e cinema. Dos seus livros destacam-se: Pessoa’s Geometry of the Abyss: Modernity and the Book of Disquiet, (2013), O Silêncio das sereias - Ensaio sobre o Livro do Desassossego, (2015) e Contemporary Lusophone African Film: Transnational Communities and Alternative Modernities, com Lívia Apa.

Pedro Calafate é professor catedrático na Universidade de Lisboa (Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras) e investigador no Centro de Filosofia Universidade de Lisboa. Principais campos de investigação: História da Filosofia Moderna (Renascimento, Barroco e Iluminismo) em Portugal, Espanha e no mundo Ibero-Americano. Recentemente (2012-2019): pensamento ético, legal e político da “segunda escolástica” nas universidades de Coimbra e Évora (séc. XVI e XVII), em diálogo com a “Escola de Salamanca”. Obras principais: A ideia de Natureza no Século XVIII em Portugal (Imprensa Nacional-CM, Lisboa, 1994); História do Pensamento Filosófico Português (Caminho, Lisboa, 1999-2004, 5 vols.); Portugal como Problema (Fundação Luso-Americana, Lisboa 2006, 4 vols.); A Escola Ibérica da Paz nas Universidades de Coimbra e Évora (Almedina, Coimbra, 2015-2020, 3 vols.).

Roberto Vecchi é professor catedrático do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas Modernas da Universidade de Bolonha. Coordena a Cátedra Eduardo Lourenço (Universidade Bolonha/ Camões), sendo também investigador associado do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É atualmente presidente da Associação Internacional de Lusitanistas (2014-2017). Os seus principais interesses de investigação centram-se na teoria e história das culturas de língua portuguesa. Das suas publicações mais recentes destacam-se: Excepção Atlântica. Pensar a Literatura da Guerra Colonial (2010) e a co-organização de Do Colonialismo como Nosso Impensado (2014) e Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial (2011), com Margarida Calafate Ribeiro e, com Vincenzo Russo, La letteratura portoghese. I testi e le idee (2017).

29.06.2021 | by Alícia Gaspar | brotéria, curso, memória, pós-colonialismo

Mulheres sem cabeça na arte pública, Porto

Tour Mulheres e Monumentos com Mariana Morais

27 de junho 11h

Saída do ex-Palácio dos Correios R. Dr. António Luís Gomes 320, 4000-010 Porto

A aapA organiza com Mariana Morais uma tour pela estatuária do Porto à procura de uma escultura alada feminina, desaparecida do espaço público em 2006, e pelo caminho perguntamos o que foi feito das cabeças, braços e pernas dessas mulheres de pedra e bronze, que tanto caem no esquecimento dos seus criadores. 

A tour irá à procura de uma escultura alada feminina, desaparecida do espaço público em 2006, e pelo caminho perguntar o que foi feito das cabeças, braços e pernas dessas mulheres de pedra e bronze, que tanto caem no esquecimento dos seus criadores.

Inscrição aapa.anja@gmail.com

A Tour é um dos roteiros de @headlesswomeninpublicart e faz parte do programa “Didascália” sede provisória da Associação de Amigos da Praça do Anjo” da @amigosdapracadoanjo com o apoio do Criatório design de @joana_e_mariana

23.06.2021 | by martalanca | monumentos, mulheres, porto

Sarah Maldoror: Tricontinentale

La première exposition consacrée à l’œuvre de Sarah Maldoror (1929-2020). Elle est l’occasion de faire découvrir l’œuvre cinématographique, mais aussi théâtrale, poétique et politique, d’une cinéaste à la production, alternant fiction et documentaire, au service d’un cinéma révolutionnaire et décolonial résolument anti-raciste.


Conçue comme une cartographie, l’exposition revient sur les géographies traversées par Sarah Maldoror – Moscou, Conakry, Alger, Fort-de-France ou Saint-Denis. Celle-ci rend compte des dialogues entretenus avec des figures intellectuelles, artistiques et politiques telles que Mario Pinto de Andrade, Aimé Césaire, Marguerite Duras, Jean Genet, Chris Marker ou William Klein, tout en créant des liens avec des artistes contemporains – certains avérés, d’autres fantasmés.

À la fois recherche poétique et outil de lutte, le cinéma de Sarah Maldoror doit être regardé à l’aune de courants de pensées qui ont rythmé le 20ème siècle – et trouvent de nouveaux échos aujourd’hui  – tels que le surréalisme, la négritude, le panafricanisme et le communisme. Une des constances de son œuvre est l’antiracisme, qu’elle déploie à l’image par un travail de scénario, du cadrage et du montage, dirigeant la focale sur l’absurdité des discours sur lesquels se fondent le racisme.

Considérée comme pionnière du cinéma africain – et réalisatrice guadeloupéenne – mais française née dans le Gers, Sarah Maldoror refuse les catégories et son œuvre défie les frontières des genres, remet en jeu les valeurs et les hiérarchies des goûts. L’exposition explore également les difficultés qu’elle a rencontré pour faire reconnaître son travail cinématographique et le faire financer, en présentant nombre de ses projets non réalisés.

Sarah Maldoror : Tricontinentale permet enfin de rendre compte de l’engagement profond de Sarah Maldoror pour la poésie, le théâtre, la musique et les arts visuels. Son nom – qu’elle emprunte aux Chants de Maldoror (1868) du Comte de Lautréamont – en est le premier témoin. Ainsi seront convoqués la troupe de théâtre des Griots (la première compagnie en France d’actrices et acteurs noirs, qu’elle a contribué à fonder en 1956), l’Art Ensemble de Chicago, le saxophoniste Archie Shepp, le poète Louis Aragon, les artistes Ana Mercedes Hoyos et Joan Miró ainsi que les écrivains Maurice Pons et François Maspero, parmi d’autres.

Afin de déplier ces relations tout en célébrant le cinéma de Sarah Maldoror, l’exposition se divise en deux espaces contigus : (1) un espace de projection permettant d’y déployer un programme de films et de programmes publics, prises de parole et performances (2) un espace d’exposition mêlant vidéo, peintures et installations. Cet espace se déploie à partir d’une scénographie retraçant l’œuvre de Sarah Maldoror, au sein de laquelle s’inscrivent des éléments d’archives, en dialogue avec une fresque de l’artiste Maya Mihindou qui présente un récit de vie documenté et rêvé sur la réalisatrice.

Trois films importants de Sarah Maldoror seront aussi montrés, en parallèle de l’exposition au Palais de Tokyo, dans trois institutions parisiennes et franciliennes, afin de décliner sa ciné-géographie : au Musée de l’Homme, au Musée de l’Histoire de l’Immigration ainsi qu’au Musée d’Art et d’Histoire de Saint-Denis.

Curators​ : Cédric Fauq & François Piron
Assistant curatorial : Clément Raveu

Exposition en partenariat avec l’INA,

Le Musée national de l’histoire de l’immigration,

Le Musée de l’Homme,

Le Musée d’art et d’histoire Paul Eluard de Saint-Denis

 

21.06.2021 | by martalanca | cinema, Sarah Maldoror

Conversa “Octopus e Miopia” Titos Pelembe, Ilídio Candja Candja

Visita aberta e conversa em torno da exposição individual Octopus e Miopia orientada pelo artista e investigador Titos Pelembe. A sessão dialogante desenvolver-se-á centrada na exploração das principais questões latentes, das quais corporizam o universo imaginário e pictórico do Octopus e Miopia. A percepção visual mediática que se estabelece diante da pintura do Ilídio Candja Candja sugere a imersão expandida dos espectadores sob domínios da espiritualidade e ressignificação dos objetos culturais, memórias e traumas do passado ainda presentes na contemporaneidade. A cada gesto espontâneo resultante da experimentação pictórica, textural, formalmente imprecisa em jeito de manchas, recortes, colagens, pichagens e linhas irregulares visa traduzir a subjetividade criativa de novos horizontes. É sobre esta imersão cheia de novas possibilidades imaginárias desprendidas das fronteiras físicas que se convida o público a estabelecer um diálogo subjetivo com as obras expostas e, simultaneamente, com o artista e os demais participantes, como meio de reflexão conjunta e problematização dos desafios que Octopus e Miopia nos impõem.


Ilídio Candja Candja nasceu em 1976 em Maputo, Moçambique. Estudou na Escola de Artes Visuais de Maputo e vive e trabalha no Porto, Portugal. As exposições individuais recentes incluem Memória e fantasia parte #2 na Galeria São Mamede, Porto e Legacy, Galerie Le Sud, Zurique (ambos 2019), bem como Nada está perdido, tudo se torna … Cosmos parte #2, Galerie Frederic Storme, Lille e Freedom, Out of Africa Contemporary Gallery, Barcelona (ambas 2018).

Titos Pelembe (n.1988), é doutorando em Educação Artística, mestre em Arte e Design para o Espaço Público pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto – FABUP. Em Moçambique licenciou-se em Artes Visuais pelo Instituto Superior de Artes e Cultura – ISArC. Igualmente graduou-se nos cursos médios de Cerâmica e Formação psicopedagógica pela Escola Nacional de Artes Visuais. Atualmente desenvolve pesquisas multidisciplinares no domínio dos estudos pós-coloniais em triangulação com questões problemáticas concernentes ao espaço público, prática das artes visuais e respetivo ensino da história de arte dominante.

ler menos.

 

data 19.06.2021 horário 15h local Jardim da Galeria Quadrum I lotação 30 lugares I marcações I bilheteira@galeriasmunicipais.pt

 

18.06.2021 | by martalanca | Ilídio Candja Candja

Constelações do Equador, de Silas Tiny, premiado

O documentário Constelações do Equador, que tem produção portuguesa e direcção do realizador são-tomense Silas Tiny, foi distinguido com o Prémio Especial do Júri da Competição Internacional do Festival de Sheffield – ​DocFest 2021, que teve início no passado dia 4 e terminou no domingo. O filme revisita o ano de 1967, quando a guerra de secessão do Biafra e a fome que esta gerou condenaram à morte centenas de milhares de pessoas, em particular crianças. Passado meio século, o filme procura vestígios dos acontecimentos, através da memória de sobreviventes do conflito, e da ponte aérea que então se abriu entre a Nigéria e as ilhas de São Tomé e Príncipe. A vaga de refugiados, a situação-limite dos sobreviventes, sobretudo mulheres e crianças, chegados das zonas de conflito, o acesso restrito aos locais que os acolhiam, a falta de informação da administração colonial, a repressão da ditadura portuguesa e a vida num território ainda marcado por séculos de escravatura e de trabalho forçado são aspectos documentados pelo filme de Silas Tiny, conhecido por outras produções documentais como O Canto do Ossobó (2018) e Bafatá Filme Clube (2013). O filme combina observação local, depoimentos, imagens de arquivo e factos históricos esquecidos relacionados com a guerra civil desencadeada em 30 de Maio de 1967, na sequência da declaração unilateral da independência do Biafra, naquele que constituiria um dos primeiros conflitos pós-coloniais do continente africano.

18.06.2021 | by martalanca | Biafra, São Tomé e Príncipe, Silas Tiny

Prémio Acesso Cultura 2021: Acesso Intelectual — BUALA

A Acesso Cultura pretende distinguir, divulgar e promover entidades (privadas, públicas, cooperativas, associações e outras) e projectos que se diferenciam pelo desenvolvimento de políticas exemplares e de boas práticas na promoção da melhoria das condições de acesso – nomeadamente físico, social e intelectual – à participação cultural em Portugal. Pretende ainda criar maior exigência na sociedade, com vista à melhoria da acessibilidade, assumida como um todo.

Muito felizes por ganhar este lindo prémio! Obrigada ao júri, ao Acesso Cultura, à mobilizadora de tantos debates e ações fundamentais que é a Maria Vlachou. Viva todos os colaboradores, leitores e toda a gente que faz o Buala acontecer! Deliberação: “BUALA é um fórum virtual trilingue, cultural e humanista onde artistas, autores, criadores se encontram numa troca de conhecimento e discurso crítico que se pretende polifónico, o que é garantido por cerca de 600 colaboradores e 30 galerias de artistas, e abrangente nos temas e perspectivas dando voz e visibilidade ao Sul Global. A área de actividade do BUALA incide no debate e reflexão sobre as questões da descolonização, das crises sanitária, ecológica, económica e social que aumentam a desigualdade e limitam os direitos sociais e culturais das comunidades mais fragilizadas, nomeadamente no continente africano. O Arquivo com pesquisa por etiquetas, autores e datas é uma fonte de informação que dá coerência e consistência aos temas abordados, como por exemplo o arquivo dedicado ao antropólogo Ruy Duarte de Carvalho.Ao distinguir o BUALA, o júri releva o impacto na divulgação de reflexões, visões, discussões multidisciplinares diversas e plurais, quer no acesso como na participação, na cultura e correntes do pensamento actual.”

Prémio Acesso Cultura 2021

Prémio Acesso Cultura 2021 – Acesso Integrado  (físico, social intelectual )
Ex-aequo: Casa Fernando Pessoa e São Luiz Teatro Municipal

Prémio Acesso Cultura 2021 – Acesso Social
Sou Largo Crl (Largo Residências)

Menção Honrosa – Acesso Social
Circo Coliseu Porto Ageas 2020

Prémio Acesso Cultura 2021 – Acesso Intelectual
BUALA – associação cultural

Prémio Acesso Cultura 2021 – Acesso Social e Intelectual
Em-aequo: Pedro Melo Pestana (pelo projecto “Histórias do João Balão”) e Museu das Marionetas do Porto (pelo projecto “Quem sou eu?”)

Prémio Acesso Cultura 2021 – Acesso Físico

Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (Bibliopolis)

O membros do júri foram Graça Santa-Bárbara (museóloga), Mickaella Dantas (bailarina) e Tiago Fortuna (assessor de imprensa).

Deliberação do júri (2021)
Lista de candidatos

17.06.2021 | by Alícia Gaspar | 2021, acesso intelectual, buala, cultura, prémio, prémio acesso cultura

I Graduate Conference on Science and Technology of the Arts - [e]motion

Keynotes

List of Confirmed Keynotes and Artist talk
More to be announced soon

Doug Bailey

Doug Bailey (PhD, Cambridge, 1991) is a visual archaeologist at San Francisco State University in California. Doug’s early research and teaching focused on European prehistory and prehistoric art; he ran survey and excavation projects in Bulgaria and Romania and published widely on the Neolithic period (6500-3500 cal BC), architecture and settlement, and anthropomorphic figurines. His Balkan Prehistory: Incorporation, Exclusion and Identity (Routledge, 2000) and Prehistoric Figurines: Representation and Corporeality (Routledge, 2005) are now classic texts in their fields. His 2010 book and exhibition, Unearthed (Sainsbury Center, Norwich), radically attacked traditional approaches to the publication and museum presentation of prehistoric art.  

Currently, Doug is developing the new field of art/archaeology in which archaeologists, artists, and others create work that goes far beyond traditional academic boundaries (for examples see www.artarchaeologies.com). Doug’s art/archaeology output includes alternatives to traditional archaeological narrative (e.g., visually provocative chapter-montages) and his recent book Breaking the Surface: an Art/Archaeology of Prehistoric Architecture (Oxford, 2018).  

With Sara Navarro, he co-curated the exhibition Creative (un)makings: disruptions in art/archaeology at the International Museum of Contemporary Sculpture in Santo Tirso (March-September 2020); his new show Releasing the Archive opens on January 19th at Carpintarias de São Lázaro in Lisbon. At San Francisco State University, Doug teaches the history and theory of archaeology, the archaeology of prehistoric and ancient art, and visual anthropology. For more information see http://anthropology.sfsu.edu/people/faculty/douglass-bailey

Sasha Litvintseva & Beny Wagner

Conjuring the Perceptible Unknown is a long-term research and production project created together with Beny Wagner that is unfolding over a series of films and essays.

Our collaborative practice as filmmakers and researchers has often centered on certain nodes in histories of science to act as prisms for questions we have surrounding the threshold between the body its surroundings, knowledge regimes and power, modes of organizing and perceiving the natural world. While both science and documentary films are often thought to uncover preexisting truths, our work takes as its point of departure an understanding that both non-fiction filmmaking and scientific research coproduce the realities they observe. Following an onto-epistemological view of scientific knowledge production, experiments can only measure the realities in which they intervene. Scientific concepts exemplify this, being thought by the historian of science Georges Canguilhem to be ideas, experiments, and projections that conjured phenomena into being. For us, all moving image, fiction and nonfiction, operates on a comparable paradigm, reconfiguring the physical world into new perceptual frameworks. Beyond discussions of the interventionist nature of documentary we view all moving image production is always manifesting something yet to be seen or known. Working from within the history of science our broader aim as filmmakers is not to depict certain episodes in the history of science but rather to cross pollinate these two fundamental systems of world organization towards developing new perceptual models. Both science and moving image have, throughout history, primarily served as tools through which to measure life forms and thus make them more predictable. As we navigate an era defined by ecological crises, our aim is to subvert the quantitative functions of these two systems towards the production of films that materialize the radical openness and ecstatic uncertainty intrinsic to life. 

Forthcoming:​ Constant, is currently in production and is supported by Medienboard Berlin-Brandenburg. 

Related films: A Demonstration 

Bilateria​​​

Related writing: Monster as Medium: Experiments in Perception in Early Modern Science and Film 

Never Odd or Even - on Palindromes and Metaphors

Call for Papers

Deadline for submissions: June 30th 2021
Acceptance notification: 31st July 2021

Our relationship with the body and the material world has been transforming following processes of digitalization that were in motion before COVID-19 but, as consequence, were potentially accelerated. It is urgent to foster research on what is the place for physicality and (i)materiality in our time. In this context, the 1st Graduate Conference on Science and

Technology of the Arts will focus on the intertwinement of notions of motion and emotion through interdisciplinary approaches from and towards the arts and/or heritage. Please see below detailed descriptions of these fields.

Contributions from the fields of Artistic Practices (Cinema, New Media Art, Digital Art, Music and Sound in particular), Artistic Studies and Cultural Studies, Heritage Studies and Conservation and Restoration are welcome, in multiple formats: papers, performances, artworks and installations, posters, audio-visual and digital essays. 

This conference aims to explore and discuss works covering the following themes/topics:

1-[e]motion

It is through our bodies that we understand ourselves, others, the lived world (Merleau-Ponty, 2002). Significant relationships established between body and environment underpin perceptual and affective experiences from which individual concepts, prepositions, and discourses, grow. Physical impressions are blended with cognitive processes as we think, understand, feel through our living (moving!) bodies, as claimed by embodied cognition theories (Varela et al., 2016; Leman, 2016).

In this domain we aim to focus on the role bodily movement assumes as expressive/emotion inducer and mediator of physical and virtual experiences, evoking the concept of motion as a link between past, present, and future, which unfolds in space and time upon the succession of previous positions, and is common to all living forms. Research and artworks centred in motion, emotion, technology, as well as their intertwinements are encouraged, in line with the following topics:

2-commotion

The acceleration of the processes of digitalization, in its present condition, leads to a social acceleration that is responsible for the compression of the present (Rosa, 2013), towards a state of constant and non-stop production (Crary, 2018). The contemporary overexposure to information and images causes innumerous cognitive and emotional transformations (Stalder, 2018), following the project of an economic system based around the production of isolation (Debord, 1967). 

With the increase of screen time, propelled by addictive content and algorithms that foster the visibility of emotional and controversial content, our consciousnesses (and our data) become the main asset of the attention economy. Therefore, our ability to develop and engage with communitarian and collective structures and relationships is reduced. At the same time, following Stiegler (2018) proposal of the technological pharmakon, technology might provide the tools and perspectives to critically transform its negative impact into a critical practice of education and resistance. Theoretical proposals and artworks that critically analyse the digital commotion and/or propose forms to expand the forms of contemporary experience, e.g. according to the following topics:

3-onward motion

The disturbances caused by the COVID-19 pandemic had a significant impact on multiple sectors of activity worldwide, including arts and culture. Either by exposing underlying fragilities or by questioning established practices, the pandemic forced museums and other cultural institutions to reconsider audience and public engagement, both online and offline (Grupo de Projeto Museus no Futuro, 2020). Faced with a bleak scenario regarding the recovery of international tourism – a force that has been placed at the heart of growth strategies in its association to cultural heritage (Waterton, Watson, Silverman, 2017) – the focus was shifted to national and local publics. Even so, the acceleration of processes of digitalization, potentialized by the pandemics, resulted in the accentuation of socioeconomic inequalities, behind issues of technology and internet accessibility, affecting cultural and civic participation. Nevertheless, the online pandemic enabled the discussion of emergent topics, at a global level, such as climate change, gender and racial inequality, and (post)colonialism, revealing inherent tensions between cultural localisation and delocalisation processes. Moving forward pandemic times, how can cultural institutions support equality and representation from/within increasingly glocal communities (Robertson, 1995; Gikandi, 2001)? What can be the role of artists and a growingly number of different heritage practitioners (Clark, 2019) to promote participation, inside and outside physical spaces? How can (cultural) heritage contribute to social and economic resilience through the promotion of sustainable practices (Culture 2030 Goal Campaign, 2019)?

We encourage discussion through the submission of essays, papers, case-studies, practice-based research and/or artworks related to the following topics:

References

Conferência de Porto Santo (2021). Carta de Porto Santo. Ministério da Cultura. https://www.culturacentro.gov.pt/media/11842/pt-carta-do-porto-santo.pdf 
Clark, K. (2019). Further Exploration: Ten Principles of Values-Based Heritage Practice. In P. M. Messenger & J.S. Bender (Eds.), History and Approaches to Heritage Studies (pp. 150-153). University Press of Florida.
Culture 2030 Goal Campaign. (2019). “Culture in the Implementation of the 2030 Agenda”. Published in Barcelona, Paris, Harare, Sydney, Montreal, The Hague and Brussels, within the context of the first United Nations Sustainable Development Goals Summit on 24-25 September 2019. https://www.ifla.org/files/assets/hq/topics/libraries-development/documents/culture2030goal.pdf 
Debord, G. (2002). The society of the spectacle (Perlman, Trans.). Black & Red. (Original work published 1967).
Gikandi, S. (2001). Globalization and the Claims of Postcoloniality. The South Atlantic Quarterly, 100(3), 627-658. https://www.muse.jhu.edu/article/30720
Grupo de Projeto Museus no Futuro. (2020). In C. Camacho, C. (org.), Relatório Final. Ministério da Cultura. http://patrimoniocultural.gov.pt/static/data/docs/2021/02/15/RelatorioMuseusnoFuturo.pdf
Hartmut, R. (2013). Social Acceleration: A New Theory of Modernity. Columbia University Press.
Leman, M. (2016). The expressive moment: how interaction (with music) shapes human empowerment. MIT Press.
Merleau-Ponty, M. (2002). Phenomenology of Perception. In Central Works of Philosophy Volume 4: The Twentieth Century: Moore to Popper. Routledge.
Robertson, R. (1995). Glocalization: Time-Space and Homogeneity-Heterogeneity. In M. Featherstone, S. Lash, and R. Robertson (Eds.), Global Modernities (pp. 25-44). Sage Publications.
Silverman, H.; Waterton, E.; Watson, S. (Eds.). (2017). Heritage in Action – Making the Past in the Present. Cham: Springer.
Stalder, F. (2018). The digital condition. Polity Press.
Stiegler, B. (2018). The neganthropocene. Open Humanities Press.
Varela, F. J., Thompson, E., & Rosch, E. (2016). The Embodied Mind: Cognitive Science and Human Experience (Revised Edition). MIT Press.

Disclaimer: Due to COVID-19 pandemic, this event may take a hybrid format. Any changes to the program will be communicated by the event’s Organizing Committee in due course, according to the evolution of the global pandemic situation.

16.06.2021 | by Alícia Gaspar | 2021, call for papers, Conference, Doug Bailey, emotion graduate conference on science and technology of the arts

ESTREIA | Aquilo que ouvíamos | 15 a 25 Junho - 20h | LuxFrágil - Lisboa

Aquilo que ouvíamos Uma criação do Teatro do Vestido

ESTREIA 15 JUNHO | 20H00 | LUX FRÁGIL - LISBOA  
Sessões 15, 16, 17, 18, 19, 20 Junho | 20h00
e 22, 23, 24 e 25 Junho | 20h00   
Bilhetes à venda em www.teatrosaoluiz.pt 

Foto(c) João Paulo SerafimFoto(c) João Paulo Serafim

Aquilo que ouvíamos

era exactamente assim que era
se nos lembrássemos de como era
e,
de certa forma,
lembramo-nos.

‘Está a gravar?’
Desta vez voltámos para nós próprios o gravador.
Convidámos uma banda (3 músicos) e mais 2 músicos, num total de 5, para que, no barulho ensurdecedor que fazem (chama-se música, pá!, ah, pois é), não nos deixarem pensar assim muito. Lembrarmo-nos, chega. Contar uns aos outros, chega. Dançar, também. Cantar, por vezes, trautear, outras. Outras, só ficar a ouvir, chega.
Desta vez, voltámos para nós o gravador.
Está a gravar, sim, o que é contas sobre isto?

Aquilo que ouvíamos parte das nossas experiências de escuta de música alternativa – de diferentes estilos – de meados dos anos 80 à passagem para os anos 90 (sendo que, em cena, estão diferentes gerações, por isso será mais rigoroso dizer que se estende no tempo para além [e antes] desse tempo). É, sobretudo, um espectáculo sobre como a música foi e é parte da identidade das pessoas que a escutam, e sobre um tempo em que a materialidade da música era crucial e em que muitas das nossas actividades e vivências se organizavam em torno disso.
Por exemplo, comprar vinis com parcas mesadas, trocá-los no pátio da escola secundária, fazer amigos por causa disso, comprar cassetes para gravar esses vinis, que assim se multiplicavam, ou comprar cassetes de concertos mesmo raros e mesmo mal gravados mas muito preciosos, ou cassetes gravadas com programas de rádio feitos por nós e para nós. Ou, quando aquilo que ouvíamos era muito daquilo que nós éramos – ou, como a música nos conferia uma identidade.

Aquilo que ouvíamos leva-nos numa viagem por histórias pessoais de relação com a música e o seu consumo, que criaram e definiram identidades ao longo do tempo que ainda perduram.

Há uma proposta de dress code para esta peça. Não a tomem como imposição, mas como um convite: aos que ouviam ‘aquilo’, recuperar esses figurinos da adolescência, a roupa preta, as doc martens e tudo o resto que nos distinguia. Aos que não ouviam, convidamo-vos a vestirem-se de forma especial para esta viagem. Fica o convite. Até já.

Apresentações integradas nas programações de São Luiz Fora de Portas e Junho em Lisboa.

Texto e Direcção Joana Craveiro 

Co-criação e interpretação Estêvão Antunes, Inês Rosado, Joana Craveiro e Tânia Guerreiro 

Músicos convidados (co-criação, composição e interpretação) Bruno Pinto, Francisco Madureira e Loosers (Guilherme Canhão, José Miguel Rodrigues e Rui Dâmaso) 

Participação especial Ricardo Jerónimo, Sónia Guerra, Tatiana Damaya 

Colaboração criativa Sérgio Hydalgo 

Cenografia Carla Martinez 

Figurinos Tânia Guerreiro 

Imagem João Paulo Serafim 

Vídeo directo João Paulo Serafim, e Henrique Antunes, Sónia Guerra, Tatiana Damaya 

Iluminação Leocádia Silva 

Som Pedro Baptista, Sérgio Milhano (PontoZurca) 

Operação de Som Pedro Baptista 

Direcção de Produção Alaíde Costa 

Assistência Ricardo Jerónimo, Sónia Guerra, Tatiana Damaya 

Apoios Centro Cultural Vila Flor, FX RoadLights, ZDB 

Co-produção EGEAC – Programação em Espaço Público e São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional São João e Teatro do Vestido

Ricardo Jerónimo, Sónia Guerra e Tatiana Damaya participam no projecto no contexto de estágio curricular, ao abrigo de protocolo entre o Teatro do Vestido e a ESAD.CR 

11.06.2021 | by Alícia Gaspar | aquilo que ouvíamos, EGEAC, lisboa, LuxFrágil, Teatro do Vestido