O 24 de Abril começou em África

 

Sexta-feira, 12 de abril de 2024 às 18:30 - 20:00 WEST

Bublioteca de Belém 

 

Conversa entre o historiador José Augusto Pereira e Lúcia Furtado, ativista da organização FEMAFRO - Associação de Mulheres Negras, Africanas e Afrodescendentes em Portugal, sobre os vínculos entre a ação dos movimentos nacionalistas em África e a revolução de abril.
Participação gratuita e com marcação prévia: bib.belem@cm-lisboa.pt

 

 

 

08.04.2024 | par Nélida Brito | 25 de abril, Africa, biblioteca de belem

11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto | Artista Ayrson Heráclito fala sobre escravatura e colonização

Aula Aberta, dia 11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto

Artista Ayrson Heráclito fala sobre escravatura e colonização

Sacudimentos: a reunião das margens atlânticas

O artista Ayrson Heráclito irá apresentar na Escola das Artes a performance “Sacudimentos”, realizada na Casa da Torre e na Maison des Esclaves em Gorée, em 2015. Unindo duas margens do Atlântico, uma associada ao antigo sistema colonial português, no caso da Casa da Torre dos Garcia d’Ávila, na Bahia, e a outra ao sistema escravista que ligou a África ao continente americano, no caso da Maison des Esclaves (Casa dos Escravos), na ilha de Gorée, a performance é uma espécie de “exorcismo” realizada em dois grandes monumentos arquitetónicos ligados ao tráfico atlântico de escravos e à colonização. Como retomar criticamente o passado colonial e o escravismo para refletir sobre as condições históricas e sociais do presente nas duas margens atlânticas e quais as consequências duradouras da colonização e do escravismo para a África e para o Brasil, são algumas das questões apresentadas na performance. Heráclito vai estar na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, a participar numa aula aberta no próximo dia 11 de abril, às 18h30.

Doutorado em Semiótica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professor do curso de Artes Visuais do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Ayrson Heráclito dará uma aula aberta no próximo dia 11 de abril, às 18h30, na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto.

Nascido em Macaúbas, Bahia, em 1968, o artista, curador, pesquisador e professor assume nas suas obras diferentes linguagens das artes visuais, como a pintura, desenho, escultura, fotografia, audiovisual, instalação e performance, lidando com frequência com elementos da cultura afro-brasileira. Partindo do contexto histórico da colonização e da escravização de povos africanos no Brasil, expropriados da sua humanidade, para serem usados como mão de obra no cultivo da cana-de-açúcar, o artista concebeu o conceito de corpo afro-diaspórico: um corpo arrancado à força do seu Continente, atravessando o oceano – “Atlântico Negro” – e inserido num projeto de país construído pelas ações da desumanidade e da violência, que deixou um legado de extrema desigualdade social e profunda pobreza.

Os seus trabalhos foram expostos em importantes eventos internacionais, como a Bienal de Veneza, Itália (57ª edição, em 2017), o Fowler Museum, em Los Angeles, EUA (2017), o European Centre for Contemporary Art, na Bélgica (2012), o Malba, Argentina (2010), a Kunst Film Biennial, Alemanha, a II Trienal de Luanda, em Angola, a 2ª Changjiang International Photography and Video Biennial, na China, o Weltkulturen Museum, Alemanha, ou nas Bienais III e X do Mercosul, ambas no Brasil.

Também no Brasil, os trabalhos de Ayrson Heráclito foram já apresentados em espaços de exibição, como o Museu de Arte do Rio (MAR/RJ), a Associação Cultural Videobrasil (SP), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (SP), o Museu de Arte Contemporânea (MAC, RJ), a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ), o Museu de Arte Moderna da Bahia (BA), o SESC Pompeia (SP), o Museu da Cidade (OCA, SP) e o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB, BSB).

Algumas das suas obras integram também coleções de alguns museus e instituições, como a Coleção Itaú Cultural (São Paulo, Brasil), o Instituto Inhotim (Brumadinho, Minas Gerais), o Museum der Weltkulturen (Frankfurt, Alemanha), o Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, Brasil) a Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo, Brasil), o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (São Paulo, Brasil), a Raw Material Company (Dakar, Senegal) e o Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador, Brasil).

Esta aula aberta integra o ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa com co-curadoria de Lilia Schwarcz (antropóloga e historiadora brasileira) e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que vão decorrer entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

08.04.2024 | par mariana | ayrson heráclito, colonização, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, escravatura

Ciclo de Conferências Tramas da Memória: espaços para contar

Mais um ciclo de conferências on-line no âmbito das Tramas da Memória: espaços para contar. Este ciclo

é dedicado a 4 cidades africanas onde também se forjaram as lutas pelas independências africanas e o 25 de Abril de 1974.
Entre Março e Junho Rabat, Lusaka, Congo-Brazzaville e Lusaka serão os pontos cardeais desta viagem,respetivamente com Susana Martins, Clarence Chongo, Jean Michel Mabeko-Tali e Rui Bebiano.


PROGRAMA
10 de abril, 16h00 (GMT+1)
Rabat por Susana Martins (IHC, Universidade Nova de Lisboa)
Moderação: Miguel Cardina (CES)[Ligação > https://zoom.us/j/82605267344 | ID: 826 0526 7344 | Senha: 543233]19 de abril, 16h00 (GMT+1)
Lusaka por Clarence Chongo (Universidade de Lusaka)
Moderação: Maria Paula Meneses (CES)
[Ligação > https://zoom.us/j/86826582812 | ID: 868 2658 2812 | Senha: 209838]16 de maio, 16h00 (GMT+1)
Congo-Brazaville 
por Jean Michel Mabeko-Tali (Universidade de Howard)
Moderação: António Sousa Ribeiro (CES)
[Ligação > https://zoom.us/j/82546467929 | ID: 825 4646 7929 | Senha: 789759]17 de junho, 17h00 (GMT+1)
Argel por Rui Bebiano (CES, Universidade de Coimbra)
Moderação: Marisa Ramos Gonçalves (CES)
[Ligação > https://zoom.us/j/89882733221 | ID: 898 8273 3221 | Senha: 991616]

 

 

05.04.2024 | par martalanca | Tramas da Memória: espaços para contar.

(Digital) Retrospectives on Historiography from Africa: Decolonization, the African press, and the uses of knowledge (open)

Editors: Noemi Alfieri (CHAM, NOVA FCSH-UAc; Africa Multiple Cluster of Excellence, U. Bayreuth), Cassandra Mark-Thiesen (Africa Multiple Cluster of Excellence, U. Bayreuth)

The history of knowledge production in Africa is a rising topic in the backdrop of growing awareness of the uneven globalization of intellectual thought. Focusing on the era of decolonization in Africa, a growing number of scholars are especially exploring historiography as read in periodicals such as pamphlets, magazines, journals or newspapers (Mark-Thiesen, Alfieri, Thioub, Coquerey-Vidrovitch and others). They provide important impetus for understanding the link between media and emancipation,
political democracy, freedom of choice, self-awareness, and selective association.

This special issue of Práticas da História reflects on contemporary epistemological possibilities and constraints in the writing of history. Therefore, it welcomes both contributions that dwell on African journals (scholarly, literary, artistic and ephemeral periodicals) from the 1950s to 1980s, and on the histories behind said periodicals. We look forward to contributions that explore different and contested visions of decolonization and future-making for the African continent and its diaspora. We also invite articles investigating differently situated historiographies from Africa: that use local vernacular by incorporating idiom, local imagery, myth and folklore; that relate to the present or the deep past. We also encourage more nuanced takes on the “nationalist historiography” that when viewed as a monolith was so dominant at the time. For instance, Pan-Africanism and Négritude, while revolutionizing the political assets of the continent, remained contested as intellectual projects. Finally, articles problematizing the current conceptualisations of such historiography as either “colonial”, “traditional”, “radical”, eurocentric”, “afrocentric”, “Africa-centred”, and so forth, are highly welcomed.

Finally, on methodology, and given the current wave of digitisation and digitality, the guest editors encourage reflections on processes of digital preservation and recirculation of historiography from Africa, including their implications for Africa-based and African diasporic knowledge production in the arts, literature, and scholarship. How about their impact on the expansion of the public arena and community empowerment? How are online platforms fostering a re-positioning, re-calibrating and re-thinking of these bodies of knowledge from Africa? And what potentialities lie in the future? In short, we are interested in contributions that dwell on contemporary and future receptions of the above-mentioned publications and journals in the digital sphere.

Proposals (maximum 500 words) must be sent by 30 April 2024 to praticashistoria@gmail.com . Proposals must be accompanied by a short biographical note. The acceptance or refusal of the proposal will be communicated by 15 May 2024. The articles of accepted proposals must be submitted by 31 July 2024. Contributions in both English and Portuguese are welcome.

04.04.2024 | par Nélida Brito | Africa, descolonization

Histórias difíceis, legados difíceis - Como ensinar e falar sobre escravatura e comércio transatlântico de escravos | Museu Nacional de História Natural e da Ciência

Formação para Professores

O Museu Nacional de História Natural e da Ciência é parceiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Slave Wrecks Project, na formação para professores “Histórias difíceis, legados difíceis - Como ensinar e falar sobre escravatura e comércio transatlântico de escravos”. A formação decorre na Fundação Calouste Gulbenkian de 1 a 5 de julho e de 8 a 12 de julho. As inscrições já estão abertas! 

Esta formação teórico-prática de uma semana tem como objetivo formar professores, mediadores de museus e outros profissionais da área educativa na abordagem de histórias difíceis, tais como o tráfico transatlântico de escravos. Focando-se na apresentação de elementos históricos que contextualizam o papel de Portugal no comércio de escravos, esta formação destaca os importantes legados desse comércio, desconstruindo alguns preconceitos ainda enraizados na memória pública portuguesa.

Criada e ministrada pelo Slave Wrecks Project (projeto dedicado à investigação da história da escravatura, tráfico de escravos e seus legados) em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, esta formação terá a participação de académicos portugueses e norte-americanos cujo trabalho se tem destacado pela investigação deste tópico e respetivas abordagens pedagógicas, de forma inclusiva e equitativa.

A formação contará com workshops dirigidos pela coordenação técnica do curso e académicos convidados, destinados a refletir sobre os atuais programas escolares, e apresentar abordagens alternativas com base em histórias específicas de pessoas escravizadas, lugares, comerciantes, e navios, com a intenção de humanizar e materializar essas histórias.

A formação incluirá também uma visita ao MUHNAC-ULisboa e outros espaços públicos de Lisboa para identificar e refletir em conjunto sobre a visibilidade ou invisibilidade da história da escravidão na memória pública e nos seus espaços.

Adicionalmente, o curso contará com uma formação de um dia em Storymaps (ArcGIS), ministrada pela ESRI, com o principal objetivo de fornecer aos professores ferramentas e técnicas pedagógicas que poderão depois ser utilizadas nas salas de aula.

Cada semana de formação terminará com uma palestra aberta ao público (5 e 11 de Julho), no auditório 3, onde participarão os académicos convidados.

O curso destina-se especialmente a professores de História do ensino básico – do 5.º ao 9.º anos de escolaridade. No entanto, professores de outras disciplinas e níveis de ensino podem participar, assim como profissionais das áreas pedagógicas de museus. Tem a duração de 1 semana, de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 17:30, com intervalo das 13:00 às 14:30.

Será lecionado maioritariamente em português (PT), com duas sessões em inglês (EN) com tradução simultânea. O bilhete do curso inclui a formação em Storymaps e entrada nos museus. Os participantes devem assegurar a deslocação e refeições.

Esta formação é apoiada pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Lisboa, e tem a colaboração do Museu de História Natural e Ciência da Universidade de Lisboa, e do Museu de Lisboa.

Programa, inscrições e mais informações aqui

04.04.2024 | par Nélida Brito | Africa-Portugal, educação, escravatura

Quis saber quem sou (de Pedro Penim) | Ensaio de imprensa - 10 abr, 15h

Quis saber quem sou – Um concerto teatral

 Ensaio de imprensa: 10 de abril, 15h, Tobis (Lisboa)

Quis saber quem sou – Um concerto teatral, de Pedro Penim, estreia no São Luiz Teatro Municipal a 20 de abril, onde permanecerá em cena até dia 28 do mesmo mês. Uma estreia que acontece no âmbito do ciclo Abril Abriu, do Teatro Nacional D. Maria II, e que segue depois em digressão pelo país até ao final do ano, a propósito da Odisseia Nacional, também do D. Maria II.

A meio caminho entre o concerto e a peça de teatro, o espetáculo Quis saber quem sou - Um concerto teatral pretende revisitar as canções da revolução, as palavras de ordem, as cantigas que são armas, mas também as histórias pessoais das gerações que fizeram o 25 de Abril, trazendo para o palco 13 jovens atores/cantores e colocando nas suas vozes e nos seus corpos de hoje, e do futuro, a memória das palavras da liberdade.

Com conceção, texto e encenação de Pedro PenimQuis saber quem sou conta ainda com direção musical de Filipe Sambado e direção vocal de João Neves. A interpretação é de Ana Pereira, Bárbara Branco, Eliseu Ferreira, Francisco Gil Mata, Inês Marques, Jéssica Ferreira, Joana Bernardo, Joana Brito Silva, Manuel Coelho, Manuel Encarnação, Pedro Madeira Lopes, Rafael Ferreira, Rute Rocha Ferreira e Vasco Seromenho.

Em cena no São Luiz Teatro Municipal de 20 a 28 de abrilQuis saber quem sou – Um concerto teatral tem Língua Gestual Portuguesa integrada no espetáculo. As sessões dos dias 26 e 28 de abril contam ainda com audiodescrição.

ENSAIO DE IMPRENSA – 10 DE ABRIL (QUARTA-FEIRA)

15h: Início do ensaio corrido, seguido de entrevista

17h: Cenas para TVs, seguidas de entrevistas

Local: Tobis (Estúdio 1. Praça Bernardino Machado 2, 1750-042 Lisboa)

Agradecemos confirmação da presença no ensaio para Élia Teixeira (eteixeira@tndm.pt / 969 695 674).

Mais informações sobre o espetáculo no dossier disponível aqui e programa completo do ciclo Abril Abriu disponível aqui.

 

03.04.2024 | par mariana | concerto teatral, pedro penim, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional D. Maria II

Exposição Mínimo Olhar de António Ferra - Espaço Ulmeiro

Trata-se de um painel com cerca de dois metros e meio de largura onde serão colocados 12 quadros em pequeno formato e 15 miniaturas (pintura-colagens).

A exposição estará em cena até ao dia 30 de abril.

Exposição : 

Mínimo Olhar

pintura – colagens – objectos 

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abertura – 5 de Abril às 17h até 30 de Abril local – Livraria Espaço Ulmeiro            

Av. do Uruguai, 19 – b (Benfica)

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António Ferra Trabalho e convivo com palavras e imagens. As palavras tento juntá-las de maneira a criar imagens. As imagens tento construí-las de maneira a evocarem palavras lidas de outro ângulo. Assim me encontro no nascimento das formas, colando luz no papel que desempenho.

Desenho desde sempre, escrevo desde então. Às vezes dramatizo as palavras e as imagens 

em curtas performances satíricas e humorísticas - afinal a tragédia e a comédia sempre andaram de mãos dadas. Publiquei livros, cerca de trinta e fiz algumas exposições, talvez uma vintena. Aprendi e aprendo com as palavras e as imagens dos outros.

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cercado pelas aves 

movo-me entre a 

magnificência da terra

e as penas espalhadas 

no meu bairro 

 

Imagens de António Ferra

03.04.2024 | par mariana | António Ferra, Espaço Ulmeiro, exposição, Livraria Ulmeiro, Mínimo Olhar

Lisboa Afro-Atlântica

Escrevo para partilhar convosco a III sessão do Seminário Permanente Lisboa Afro-Atlântica,  que irá ocorrer no dia 22/04 às 17h, na sala B112.B da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - detalhes em anexo. 

Para a ocasião, conversarão conosco Telma Tvon, autora de Um preto muito português, e Margarida Calafate Ribeiro (CES - Universidade de Coimbra). 

03.04.2024 | par mariana | FLUL, Inocência Mata, Lisboa Afro-Atlântica, Luca Fazzini, Margarida Calafate Ribeiro, seminário, telma tvon

Abril Independente | Programação Especial Abril na Casa Independente

A CASA INDEPENDENTE APRESENTA PROGRAMAÇÃO ESPECIAL DE ABRIL

Abril Independente
(faccioso e não dormente)

O mês de Abril na Casa Independente, faz abrir muitas portas e janelas, para uma programação que se quer na rua e até ao telhado da Casa.

A data evoca muitas lutas e mais do que recriações este mês procura convulsões, com uma assinatura de programação a 4 mãos, o Take Over* da Casa alargou-se e estendeu-se à programação, que Roger Madureira (da Equipa da Casa) pensou com a Inês Valdez e com a Patrícia Craveiro Lopes, juntando ao trio Renata Sancho (Cineasta Portuguesa e que tem a seu encargo a produtora Cedro Plátano) para uma curadoria de cinema. Com este quarteto de tigresas, apresenta-se sob a égide de “O Serviço de Cirurgia Democrática” as intervenções que vão presentear os dias na Casa, com reflexão, arquivo, memória, luta, resistência e arte.

De 1 a 30 de Abril, os espaços da Casa, da entrada ao telhado, passando pelas varandas e paredes, cobrem-se de intervenções e instalações numa ocupação visual, que traz evocações de Ana Hatherly (1929-2015) à iconografia das pinturas murais revisitadas pelo olhar da equipa, e que reflectem as lutas activas de hoje e relembram a relevância que mantêm desde abril de 74, abordando temas como o colonialismo, a censura, a tortura, o exílio, sem deixar de lado a luta feminista.

De 2 a 30 de abril, às terças-feiras (2, 9, 16, 23 e 30 de abril), às 21H, o ciclo de cinema “Vejam Bem”, pensado e curado por Renata Sancho, oferece-nos um espaço de pensamento, com exibição de filmes seguida de conversa de contextualização e digestão. Neste ciclo procura-se recuperar olhares sobre a liberdade e registos como “O medo à espreita” & “Outra forma de Luta”, entre outros títulos cuidadosamente pensados para este mês e que introduzem diversas questões “quentes” do pós-25 de Abril, como a independência das ex-colónias.

E como Abril se fez e se cumpre na rua, é para a rua que segue a programação deste mês, na noite de 24 para 25 de Abril, sob a denominação de “Por teu Livre Pensamento”. Mais que recriações históricas, procuram-se convulsões heroicas, desse heroísmo que só se faz em modo colectivo, com todos no Largo do Intendente, e de participação aberta a todos, com uma apresentação única de videomapping analógico na fachada da Casa Independente. Um mapeamento de retropojectores, manipulados humanamente e em directo, com muita margem para erros, como a vida, pensando no que seria o videomapping há 50 anos sem os recursos existentes hoje. Uma performance duracional, multidisciplinar, activa e política que a todos convoca para a luta activa contra uma ideia de falsa democracia. Nesta noite com performance e instalações que congrega música e muitas outras intervenções surpresa pensadas para este momento, em que se grita que estarmos vivas e activas na Casa Independente, tem um duplo sentido: a liberdade e a resistência, e o fim de um edifício, mas não o fim de um projecto.

Já depois da meia noite, dentro da Casa Independente, Bruno Huca que é actor e é cantor, sendo os dois apenas este corpo, esta alma com pés no chão e carapinha no céu, apresenta-se em concerto, numa noite que será de entrada livre (até à lotação da Casa). Mais surpresas serão anunciadas em breve.

Para além da programação especial de Abril, que evoca todos os sentidos, a Casa mantém a programação regular que promete transformar as noites de fim de semana em momentos de luta e glória, com as habitués DJ Set pelo mês dentro: SELECTA ALICE (5 Abr), LADYG BROWN (6 Abr), SUGU (12 Abr), FIDJU-FEMA (13 Abr), RITA SÓ (19 Abr), PIRIQUITOS MUITOS (20 Abr), LEO SOULFLOW (26 Abr), SIR SCRATCH + DOM MAC I (27 Abr); todas as sextas e sábados de abril, com bilheteira à porta.

Comecem as mobilizações e as festividades, em Abril, resistências mil, na Casa Independente para toda a gente.

*O Take Over é uma iniciativa interna da Casa, que dá a vez e a voz, mensalmente, a uma pessoa da equipa para assumir a comunicação da programação. Iniciada em Março com Marcos, gerente da Casa, o mês de Abril abre as portas ao Take Over do Roger, que se envolveu também no desenho da programação especial de Abril. Todo o programa foi pensado a partir de elementos físicos e de memória da Casa e edifício, evocando os princípios de luta activa, mais que nunca, e trazendo para as diferentes secções da programação, detalhes da Casa, como por exemplo o facto do edifício ter albergado na sua história a Associação do Livre Pensamento; ou ainda o detalhe da sala de trabalho interna ter sido em tempos o Serviço de Pequenas Cirurgias, entre outros detalhes que nortearam e inspiraram o programa que a equipa agora apresenta.

 

03.04.2024 | par mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, casa independente, inauguração, liberdade

Invitation Seminar "Revolução e Cidadania Pós-Colonial" - 9 April 2024, 4pm-6pm, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

The organizers of the seminar cycle “Memory, Culture and Citizenship in Post-Colonial Nations” are pleased to invite you to a new session entitled “Revolução e Cidadania Pós-Colonial”. 

Our guests, Ana Josefa Cardoso, Hélder Lopes and Joãozinho da Costa, will discuss the use of crioulo language and artistic expression in post-colonial Portugal.

The session will be moderated by Adriana Duarte, member of the Project “Constellations of Memory: a multidirectional study of postcolonial migration and remembering”.

It will take place on 9 April, from 4pm to 6pm, at the Library of the School of Arts and Humanities, University of Lisbon (room B112.B) and will be held in Portuguese.

03.04.2024 | par mariana | 50 anos de abril, FLUL, invitation, Revolução e cidadania pós-colonial